RESlW o babaçu (OJLbign.ya ma.fl..tin.iana] tem sido ... - Ufma
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C.D.U.: 634.616<br />
A INFLuENCIA DA "QUEIMADA" NA GERMINAÇÃO DO COCO BABAÇU (ORBIGNYA MARTINIANAJ (*)<br />
- d·b· (1)<br />
Joao Fernan es R~ e~ro (2)<br />
Clotilde de Oliveira Mar<strong>tin</strong>s<br />
M~ria Célia Pires Costa(3) (4)<br />
Manlio Silvestre Fernandes<br />
Luís Carlos Silva(5)<br />
<strong>RESlW</strong><br />
Foi feito um experimento de germinação com cocos de <strong>babaçu</strong> [<strong>OJLbign</strong>.<strong>ya</strong><br />
<strong>ma</strong>-'L<strong>tin</strong>.ian.a] oriundos de palmeiras de área recém-quei<strong>ma</strong>da e de área não quei<strong>ma</strong>da,<br />
plantados na primeira. Como referência, foram plantados cocos de palmeiras de área<br />
não quei<strong>ma</strong>da nesta mes<strong>ma</strong> área. Os cocos provenientes da área não quei<strong>ma</strong>da, tiveram<br />
germinações estatisticamente superiores aqueles oriundos da área quei<strong>ma</strong>da.<br />
1 - INTRODUÇÃO<br />
o <strong>babaçu</strong> (<strong>OJLbign</strong>.<strong>ya</strong> <strong>ma</strong>.<strong>fl</strong>..<strong>tin</strong>.<strong>iana</strong>] <strong>tem</strong><br />
<strong>sido</strong> estudado desde a bastante <strong>tem</strong>po1245<br />
a <strong>ma</strong>ioria desses trabalhos realizados a<br />
té o momento, são basicamente descrição<br />
da planta, registro de ocorréncias e aI<br />
gu<strong>ma</strong>s tentativas de avaliação do pote~<br />
cial existenté!57.8.Recen<strong>tem</strong>ente, grande<br />
<strong>tem</strong> <strong>sido</strong> o interesse despertado pelo b~<br />
baçu, devido as suas múltiplas aplic~<br />
ções como combustível e caro al.inento'"1011<br />
12.Explorado, Em sua <strong>ma</strong>ior parte, de <strong>ma</strong>ne i<br />
ra irracional can aprovei tamen to apenas<br />
da amêndoa (6-7% cb coco) extraída <strong>ma</strong>nual<br />
menteno próprio local de queda do coco,<br />
tornando-se u<strong>ma</strong> cultura pouco rentável<br />
por área, propiciando sua devastação em<br />
favor de u<strong>ma</strong> rraí.or rentabilidade da terra<br />
para outras utilizações. Mesmo consorciado<br />
can pastagem,o <strong>babaçu</strong> torna-se objeto de<br />
extermínio devido à grande infestação<br />
de palme iras pequenas, algum <strong>tem</strong>po após<br />
a "quei<strong>ma</strong>da", de capoeiras com <strong>babaçu</strong> ,<br />
para implantação de pastagem artificiaL<br />
constituindo verdadeira "praga" como<br />
planta invasora para os fazendeiros, ~<br />
na vez lU alto custo para limpeza dessas áreas.<br />
O objetivo deste trabalho foi veri<br />
car o efeito da quei<strong>ma</strong>da de capoeiras<br />
com <strong>babaçu</strong> sobre a germinação do coco,<br />
(*)Pesquisa financiada pelo CNPq<br />
(l)Mestre em Ciência do Solo. Professor Assistente-Departamento de Tecnologia Química<br />
DFNa.<br />
(2)Mestre em Microbiologia. Professor Adjunto-Departamento Tecnologia Química-UFMa.<br />
(3)Mestre em Físico-Química. Professor Adjunto-Departamento de Química - UFMa.<br />
(4)PhD em Nutrição de Plantas. Professor-Adjunto-Instituto de Agronomia-UFRRJ<br />
(5)Discente do Curso de Química Industrial.<br />
Cad. Pesq. são Luís, 1 (2):35 - 38, jul./dez. 1985 35
além de outras observações que foram rea<br />
lizadas.<br />
2 - MATERIAIS E ~TODOS<br />
o experimento foi conduzido em zona<br />
produtora de <strong>babaçu</strong>, município de Arari,<br />
localidade denominada "Fazenda Concei<br />
ção", a 150 krn de São Luís-Ma.<br />
Foram utilizadas parcelas de 90 m 2 ,<br />
nas quais foram plantados superficia~~<br />
te 100 cocos por parcela, com espaçamen<br />
to de 1 x 1m e com três repetições para<br />
cada tratamento.<br />
Foram utilizados cocos de <strong>babaçu</strong> de<br />
u<strong>ma</strong> capoeira de <strong>babaçu</strong> recém-quei<strong>ma</strong>da ,<br />
para implantação de pasto artificiaJ, e<br />
de u<strong>ma</strong> capoeira de <strong>babaçu</strong> vizinha, com<br />
-<br />
descanço de cerca de 10 anos. Estas a<br />
reas foram as mes<strong>ma</strong>s utilizadas para a<br />
instalação do ensaio, cujos tratamentos<br />
foram:<br />
I -Cocos caídos ao solo logo após a<br />
quei<strong>ma</strong>da e plantados na mes<strong>ma</strong> area<br />
quei<strong>ma</strong>da;<br />
11 -Cocos coletados na capoeira com ha<br />
baçu , vizinha ã área quei<strong>ma</strong>da e pLan.<br />
tadas na mes<strong>ma</strong> área do experimento 1;<br />
III-Mesmo tipo de cocos do experimento<br />
11, plantados na capoeira com baba<br />
çu, vizinha ã área quei<strong>ma</strong>da. -<br />
Os cocos do tratamento "I", aprese~<br />
tavam-se apenas tostados, indicando te<br />
rem caído das palmeiras após à quei<strong>ma</strong>~<br />
ao contrário de outros cocos que <strong>tin</strong>h~<br />
se transfor<strong>ma</strong>do em carvao durante a que:L<br />
<strong>ma</strong> da area.<br />
A avaliação dos tratamentos foi fei<br />
ta pelo número de cocos germinados apos<br />
um ano da instalação do ensaio.<br />
Para avaliar o estado do solo a<br />
pos - a quei<strong>ma</strong>da, foram retiradas, nas<br />
areas em estudo, de cada parcela, amos<br />
tras compostas de 20 amostras simples,<br />
com auxílio de trado hOlandês,dos 200u<br />
superficiais, para análise de Fertili<br />
dade.<br />
3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
A análise de fertilidade de solo<br />
das parcelas do experimento mostrou t~<br />
ores médios de cálcio+<strong>ma</strong>gnêsio, baixos<br />
em fósforo, altos em alumínio extraí<br />
vel, médios em potássio aumentando nas<br />
parcelas recém-quei<strong>ma</strong>das <strong>ma</strong>s não a<strong>tin</strong><br />
gindo 200ppm e pH em torno de 5,0.<br />
Quadro 1 - Número de cocos de <strong>babaçu</strong><br />
(O~b~9n<strong>ya</strong>m~n<strong>iana</strong>) germi<br />
nados após um ano de insta<br />
lação do experimento, por<br />
parcela (repetição) e por<br />
tratamento:<br />
Parcelas<br />
Tratamentos<br />
I TI TIl<br />
1 6 25 27<br />
2 6 30 28<br />
3 9 35 30<br />
Médias 7 30 20<br />
Os resultados de germ1naçao encon-<br />
tram-se no Quadro 1. Verifica-se u<strong>ma</strong><br />
germ1naçao baixa, notadamente no trata<br />
mento "I". Para este tipo de dados que<br />
não obedecem u<strong>ma</strong> distribuição nor<strong>ma</strong>l, a<br />
análise estatística <strong>tem</strong> que ser feita em<br />
ci<strong>ma</strong> de suas raízes quadradas. Esta ana<br />
36 Cad. Pesq. São Luís, 1 (2): 35 - 38 jul./dez. 1985
lise, revelou que os tratamentos "II" e<br />
"III" nào di feriram estatisticamente en<br />
tre si, <strong>ma</strong>s foram significativamente su<br />
periores ao tratamento "I". Estes resul<br />
tados indicam que os cocos de <strong>babaçu</strong> das<br />
palmeiras que receberam calor oriwldos<br />
da "quei<strong>ma</strong>da" diminuiram seu poder de<br />
germinaçao. Indicam ainda que a germin~<br />
çao dos cocos não foi in<strong>fl</strong>uenciada p~<br />
Ias condições do solo oriundas da quei<br />
<strong>ma</strong>da em relação à área "nâo quei<strong>ma</strong>da".<br />
Além dos dados obtidos com o exper~<br />
mento foi observado que os cocos caídos<br />
das palmeiras foram enterrados natural<br />
mente no solo, após desenvolvimento na<br />
parte inferior do coco de u<strong>ma</strong> fauna de<br />
minhocas e microorganismos, sem o auxí<br />
lia de roedores, o que indica que a fun<br />
çao destes seria, principalmente, a de<br />
espalhar os cocos nas areas com <strong>babaçu</strong>,<br />
propiciando sua infestação. A favor des<br />
ta teoria foi ohservada, alnda, grande<br />
quantidade de cocos na superfície do so<br />
10, roídos e "novos".<br />
Nao foi observado a "infestaçao" de<br />
plantas novas de <strong>babaçu</strong> na área quei~<br />
da, fora das parcelas do experimento, ~<br />
pós um ano da mes<strong>ma</strong>. Isto confir<strong>ma</strong> a di<br />
minuiçao do poder germinativo dos cocos<br />
submetidos ao calor das quei<strong>ma</strong>das, além<br />
de que os roedores não transportam, 10<br />
go,cocos das áreas de capoeira com baba<br />
çu para as áreas quei<strong>ma</strong>das a pouco<br />
<strong>tem</strong>po.<br />
Como os cocos de <strong>babaçu</strong> sao enterra<br />
dos naturalmente e os roedores dissemi<br />
nam-os nas areas com pastagem, o contro<br />
le de infestações nestas áreas so pod~<br />
rá ser feito mediante a coleta sis<strong>tem</strong>á<br />
tica de cocos.<br />
4 - CONCLUSÃO<br />
a) A quei<strong>ma</strong>da de capoeiras com <strong>babaçu</strong><br />
diminue o poder germinativo dos co<br />
cos;<br />
b) Solos provenientes de "quei<strong>ma</strong>das"<br />
nào aumentam o poder de genninação<br />
do coco <strong>babaçu</strong>;<br />
c) A coleta sis<strong>tem</strong>ática de cocos nos<br />
<strong>babaçu</strong>ais para determinados locais,<br />
além de facilitar a "quebra'tprodu<br />
ção de carvão" ou industrialização,<br />
propiciando <strong>ma</strong>ior rentabilidade da<br />
cultura, poderá servir para o con<br />
trole de infestação da planta em<br />
areas de pastagem consorciadas com<br />
<strong>babaçu</strong>. Acreditamos, ainda, que a<br />
melhor metodologia para evitar es<br />
sa infestação é a de evitar que o<br />
coco caia no solo, com improvis~<br />
ção de cestos (como construir, e<br />
outra pesquisa) fixados no tronco<br />
da palmeira.<br />
THE INFLUENCE OF TBE "BURNNING" IN THE<br />
GERMINATION OF THE BABASSU COC()NUT ( 0"_<br />
b~g~<strong>ya</strong> m~~a~aJ<br />
We <strong>ma</strong>de an experience with the ge!.<br />
mination of the babassu coconut (ohb~~<br />
~<strong>ya</strong> m~~a~aJ from the trees of a<br />
nuoly burned area illldfrom areas not<br />
burned. They were p1anted in a nuo1y<br />
burned area. The trees from the area<br />
Cad. Pesq. Sao Luís, 1 (2): 35 - 38. ju1./dez. 1985 37
38<br />
not burned had, statiscaly, a superlor<br />
gennination, comparing to the 01trers.<br />
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tensificação das Exportações Br~<br />
sileiras através de Diversidade<br />
das Ofertas. Trad. Roberto Tam~<br />
ra. Rio, CACEX, 1968.9lp. Origi<br />
nal Alemão.<br />
ENDEREÇO DO AUTOR:<br />
JOÃO FERNANDES RIBEIRO<br />
Departamento de Tecnologia Quími<br />
ca - Centro Tecnológico - UFMa.<br />
Campus Universitário - Bacanga<br />
Te1.: (098)221-5433<br />
65.000 SÃO LuIs - Ma.<br />
São Luís, 1 (2): 35 - 38 jul./dez. 1985<br />
Cad. Pe5'-l'