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MOVIMENTO DOS CURSILHOS DE CRISTANDADE ll SÉRIE N.º <strong>53</strong> 1.º TRIMESTRE 2013<br />
Uma nova Etapa
SUMÁRIO<br />
Editorial....................................................... 3<br />
Bragança / Miranda....................... 5<br />
Lisboa.......................................................... 6<br />
Carisma Fundacional......................... 7<br />
Braga.......................................................... 12<br />
Santarém................................................... 15<br />
Algarve | Aveiro...................................... 19<br />
Leiria / Fátima........................................ 20<br />
Viana do Castelo.................................. 23<br />
Portalegre / Castelo Branco........... 24<br />
Viseu............................................................ 26<br />
50 Anos - Madeira............................. 28<br />
Évora........................................................... 29<br />
Ultreia.......................................................... 31<br />
FICHA TÉCNICA<br />
Edição e Propriedade:<br />
Secretariado Nacional do Movimento<br />
dos Cursilhos de Cristandade<br />
Rua S. Vicente de Paulo, Nº. 13<br />
Edifício Fonte Nova - Bloco A<br />
1º. Andar, O-P<br />
2495-438 Cova da Iria<br />
Fátima - Portugal<br />
ISSN:<br />
2182-5645<br />
E-mail:<br />
mccportugal@sapo.pt<br />
mccn@sapo.pt<br />
Tel. e Fax:<br />
249 <strong>53</strong>8 011<br />
NIPC<br />
506 760 677<br />
Coordenação:<br />
Dra. Albertina Santos (Braga)<br />
E-mail:<br />
albertinabraga.s@portugalmail.com<br />
Design e Paginação:<br />
Lineatura<br />
www.lineatura.pt<br />
Impressão e Acabamento:<br />
Tadinense - Artes Gráficas<br />
www.tiptadinense.pt<br />
Edição:<br />
N.º <strong>53</strong> - 1.º Trimestre 2013
Editorial<br />
O “Ano da Fé”<br />
Pelos Caminhos da Amizade<br />
Bento XVI ao proclamar o “Ano da Fé” lança-nos um desafio: o renovar a Fé em<br />
Jesus Cristo, renovar a nossa relação com Jesus; é um desafio a fazer nova a “Boa<br />
Nova”, a percorrer os caminhos ao encontro de uma nova relação, de uma nova<br />
amizade.<br />
No início do seu Pontificado, durante a homilia da Santa Missa, disse-nos:<br />
«A Igreja no seu conjunto, e os Pastores nela, como Cristo, devem pôr-se a<br />
caminho para conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida,<br />
da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em<br />
plenitude»<br />
É para estes lugares de vida, de amizade, que os Cursilhos apontam; eles oferecem<br />
a quem os vive a possibilidade de percorrer estes caminhos da amizade, caminhos<br />
que conduzem os homens para fora do deserto, para lugares da vida e de amizade<br />
com o Filho de Deus!<br />
Nos Cursilhos proclamamos a melhor notícia da melhor realidade possível: que<br />
Deus, por Cristo, nos Ama; Comunicada pelo melhor meio: que é a amizade; Até<br />
ao melhor de cada um: que é o seu ser pessoa.<br />
Somos peregrinos da amizade!<br />
O apostolado que os Cursilhos nos propõem, a sua “nova” novidade, é percorrer<br />
estes caminhos:<br />
Fazer Amigos. (ir ao encontro de novas amizades)<br />
Fazermo-nos Amigos. (viver as suas verdades)<br />
Fazê-los Amigos de Cristo. (meta de todo o nosso apostolado)<br />
Eduardo Bonnín dizia-nos:<br />
“A relação de amizade é a forma genuinamente humana e genuinamente<br />
evangélica de comunicação entre os homens. É a forma que Deus tem de se<br />
relacionar com o homem e a melhor que o homem pode ter de se relacionar<br />
com Deus e com ou outros.”<br />
Imaginem, como será o mundo quando os homens se relacionarem, consigo<br />
mesmos, com Deus e com os outros desta forma tão genuína, tão humana e tão<br />
PEREGRINO 3
Editorial<br />
Divina. Digo como será? Porque o homem é capaz, “o homem é capaz de Deus”, a amizade<br />
elevada a esta condição divina; é capaz de mudar o mundo; a amizade em Jesus é o caminho<br />
para trazer o Reino de Deus ao coração do homem, ao coração do Mundo.<br />
Sabemos que a maior e mais sublime expressão do amor é dar a vida por um amigo, é<br />
isso que Cristo fez e faz todos os dias por cada um de nós, Cristo deu-se em plenitude, “por<br />
e pela amizade”; a nós cabe-nos uma resposta; é-nos pedido algo bem mais simples, basta<br />
um pequeno passo, um pequeno gesto, para encontrar e apresentar a Jesus, um novo<br />
amigo.<br />
Há quanto tempo não desfrutamos desse momento maravilhoso, de descobrir e fazer<br />
crescer em nós uma nova amizade?, e mais ainda, imaginem a alegria de proporcionar o<br />
encontro de um novo amigo com Jesus Amigo!<br />
É hora de respondermos a este desafio de Bento XVI, com a nossa “acção apostólica”,<br />
...“conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de<br />
Deus”..., é uma extraordinária oportunidade de pôr em prática um verdadeiro plano de<br />
acção: fazer nesta ano da Fé uma nova amizade, por Cristo, com Cristo e em Cristo, levar<br />
um novo amigo à “Porta da Fé”, através dos Cursilhos de Cristandade.<br />
O amigo que nos propomos encontrar está bem para além do seu rosto, está bem dentro<br />
de cada um; levar um amigo à presença de Jesus é deixarmo-nos levar ao fundo do nosso<br />
coração para chegar ao coração do outro; para isso é preciso rasgar o nosso coração, sem<br />
medo; a amizade é um encontro de coração a coração.<br />
Eduardo Bonnín, de pequena estatura e de grande coração, fala-nos da amizade como<br />
uma relação de “tu a tu”, pessoa a pessoa, quem sabe, Eduardo descobriu, nos caminhos<br />
da amizade, a melhor forma de apresentar Cristo ás pessoas e as pessoas a Cristo; Eduardo<br />
tocava as pessoas por dentro e deixava-se tocar por elas; ele procurava ver bem fundo o<br />
interior de cada homem.<br />
Como diz o Poeta António Aleixo:<br />
Embora os meus olhos sejam<br />
Os mais pequenos do mundo,<br />
O que importa é que eles vejam<br />
O que os homens são no fundo.<br />
Ver o que os homens são no fundo é ir ao encontro de Deus. Deus em Cristo encontra-se<br />
no fundo de cada homem; é aí que Deus guarda o seu tesouro!<br />
Para os nossos olhos verem o que os homens são no fundo é necessário deixar que os<br />
outros vejam o nosso próprio fundo, quando um coração se encontra e se deixa encontrar<br />
por outro, encontram-se com o coração de Jesus; é um encontro de corações! Para que isto<br />
aconteça, encontra-te a ti mesmo, encontra-te com um novo amigo, entrega-te por essa<br />
amizade, e “desvive-te” para que ele seja amigo de Cristo!<br />
Que o Senhor que nos conceda, neste ano da Fé, a Graça de O encontrar no coração de<br />
um novo amigo!<br />
Até sempre ao encontro da Amizade,<br />
De Colores!<br />
4 PEREGRINO<br />
Mário Bastos<br />
Vice Presidente do Secretariado Nacional do MCC
MOVIMENTO<br />
DOS CURSILHOS DE CRISTANDADE<br />
Festa da Conversão de S. Paulo<br />
Teve lugar no passado dia 25 de janeiro, em Bragança,<br />
uma ultreia celebrativa da conversão do nosso<br />
patrono, S. Paulo, o maior anunciador do cristianismo<br />
depois de Cristo.<br />
Estiveram presentes cerca de quarenta cursilhistas,<br />
que indiferentes ao frio, saíram do conforto das<br />
suas casas, para, em comunidade, refletirem e aprofundarem<br />
a sua fé e participarem na Sagrada Eucaristia<br />
presidida pelo nosso diretor espiritual, Sr. Cónego<br />
Manuel João Gomes.<br />
Após a reunião de grupo, espaço de partilha e de<br />
projeto, de vivência da fé e de reflexão acerca dos<br />
êxitos e fracassos do dia-a-dia do cristão cursilhista,<br />
seguiu-se a apresentação dum rolho subordinado ao<br />
tema “A unidade na vida dos cristãos”.<br />
No tema,refletindo a preocupação e os objectivos<br />
da Semana da Unidade dos Cristãos que decorreu<br />
de 18 a 25 de janeiro, foi reafirmada, entre outras<br />
ideias, a urgência declarada pelo Pontifício Conselho<br />
para a Unidade dos Cristãos de «cruzar as barreiras<br />
que separam os cristãos uns dos outros e das pessoas<br />
que têm outros tipos de fé. A caminhada para a unidade<br />
cristã exige que andemos humildemente com<br />
Deus indo além das barreiras que nos separam uns<br />
dos outros» e que peçamos «perdão pelas barreiras<br />
de ambição, preconceito e desprezo que continuamente<br />
construímos e que geram separação dentro<br />
das Igrejas e entre as Igrejas».<br />
Após um breve espaço para o diálogo e reflexão,<br />
foi celebrada a Santa Eucaristia, tendo o nosso diretor<br />
espiritual referido na homilia que, à semelhança<br />
de S. Paulo, também nós, frequentemente, devemos<br />
“cair por terra”, afastando “o orgulho, a vaidade e<br />
a prepotência” que nos toldam a vista e endurecem<br />
o coração e perguntar, humildemente, «que hei-de<br />
fazer, Senhor?»<br />
Bragança / Miranda<br />
Terminada a Eucaristia, seguiram-se os avisos e<br />
recomendações do Secretariado e a leitura dos nomes<br />
dos aniversariantes da próxima semana, dando graças<br />
a Deus pelo dom da vida e pedindo ao Senhor<br />
que os cumule de bênçãos.<br />
Era a hora da despedida. Reconfortados pela<br />
Palavra do Senhor e pela alegria do encontro com os<br />
irmãos, rumámos a nossas casas.<br />
Cá fora, esperava-nos o frio cortante da noite<br />
transmontana.<br />
SAlMO 1<br />
A lei do Senhor<br />
É enlevo, é doçura<br />
É luz iluminando<br />
A noite escura.<br />
A lei do Senhor<br />
É fonte de verdade<br />
Ao homem cumpridor<br />
Traz felicidade.<br />
O justo é árvore frondosa<br />
À beira rio plantada<br />
Sua fruta saborosa<br />
Sua sombra cobiçada.<br />
Não é palha, não é cana<br />
Agitada pelo vento<br />
O justo é fermento<br />
É grão amadurecido<br />
Esperando confiante<br />
O dia do julgamento.<br />
(Sl 1)<br />
Duarte Nuno Pires<br />
Cursilhista de Bragança<br />
PEREGRINO 5
LISBOA<br />
Subsecretariado Regional das Caldas<br />
Cursilho 541º<br />
A Graça do Senhor manifestou-se uma vez mais<br />
através do Cursilho de Cristandade 541º para homens<br />
que decorreu de 20 a 23 de Fevereiro, em Fátima.<br />
O sopro do Espírito Santo a todos os dezanove<br />
homens, que pela primeira vez participaram num<br />
cursilho, provocou a descoberta de um Jesus Amigo<br />
e de uma Igreja viva.<br />
Para isso muito contribuiu os numerosíssimos tes-<br />
Lisboa - Termo Oriental<br />
Cursilho 540º - 30 de Janeiro a 2 de Fevereiro de 2013<br />
6 PEREGRINO<br />
temunhos que nos chegaram através dos papéis de<br />
intendência e mensagens vinda de todo o mundo.<br />
Foram momentos inesquecíveis que a todos<br />
muito tocaram e que culminaram na clausura de<br />
encerramento que decorreu nas Caldas da Rainha e<br />
na Eucaristia muito vivida e participada.”<br />
Francisco
À LUZ DO CARISMA<br />
“PIEDADE”<br />
Continuamos o projeto apresentado na edição<br />
49 desta revista PEREGRINO, que mais não é do que<br />
abordar à luz do Carisma Fundacional dos Cursilhos<br />
de Cristandade os Rolhos dos 3 dias do Cursilho (os<br />
rolhos-rolhos).<br />
Para quem só agora tomou contacto com este<br />
projeto, na edição 51 foi apresentado o Rolho<br />
“IDEAl” e na edição 52, abordamos o “lEIGO NA<br />
IGREJA” ou “lEIGO NO MUNDO”, como explicamos<br />
nessa edição.<br />
Todas as abordagens têm contado e vão continuar<br />
a contar com o contributo espiritual do amigo<br />
e também entusiasta dos Cursilhos de Cristandade,<br />
o Cónego Senra Coelho.<br />
Hoje, nesta edição, é a vez de abordarmos o<br />
Rolho: “PIEDADE”.<br />
E a tom de introdução, podemos dizer de forma<br />
geral, que a Piedade não é mais do que a orientação<br />
de toda a nossa vida para Deus. A nossa vida<br />
de Piedade consiste em viver em Graça consciente<br />
e crescente. Consiste em aceitar o dom de Deus e<br />
responder-lhe totalmente. A verdadeira Piedade<br />
tem como base um autêntico Ideal que lança toda a<br />
nossa vida à conquista de Deus.<br />
Alguns DADos históriCos:<br />
As origens do rolho Piedade, vem dos cursilhos<br />
de Adiantados e de Chefes de <strong>Peregrino</strong>s. O seu<br />
conteúdo era circunstancial uma vez que estava<br />
relacionada com a preparação da peregrinação a<br />
Santiago.<br />
Chega aos Cursilhos de Cristandade, que têm em<br />
si mesmo uma finalidade totalmente diferente, e<br />
é alvo de uma nova redacção. Mantém-se o nome<br />
(Piedade), mas os seus conteúdos são modificados<br />
dando-lhe um novo sentido. Os novos conteúdos<br />
vem mostrar uma Piedade para a vida normal e concreta,<br />
uma Piedade de convicção profunda, uma Piedade<br />
de quem se relaciona cara a cara com Deus que<br />
está próximo, com uma linguagem normal, natural<br />
e alegre, alegria de alguém que se sente verdadeiramente<br />
amado por Deus, convertido e capaz de<br />
mudar o mundo. Esta “nova” Piedade é acessível a<br />
CARISMA FUNDACIONAL DO MCC<br />
todos e já não era só “uma coisa de mulheres” ou<br />
de ambientes religiosos, mas sim uma Piedade que<br />
é vida!<br />
Um novo “estilo”, que na época causou tanta<br />
admiração, uma Piedade masculina, viril, valente,<br />
que saltava aos olhos dos cristãos de sempre e<br />
gerava até algumas incompreensões.<br />
A sua expressão de autêntica novidade está bem<br />
marcada na Hora Apostólica, escrita pela mão de<br />
Sebastián Gayá, momento de audiência com Jesus<br />
Cristo.<br />
Pode ser importante referir aqui para melhor nos<br />
situarmos, que naquele tempo, pré conciliar, um<br />
grupo de leigos, perante o Sacrário, poderam de<br />
forma livre e espontânea apresentar as suas inquietações<br />
apostólicas, sem a presença (obrigatória) de<br />
um sacerdote; era para a época muito revolucionária,<br />
diz Francisco Forteza: ...”Hora Apostólica”, de<br />
denso conteúdo, que pode ser, quiçá, o inicio de<br />
novas formulas litúrgicas participativas, e constitui<br />
no meu entender o melhor contributo de Gayá ao<br />
Movimento de Cursilhos”.<br />
Outra das novidades é a forma como o rolho se<br />
refere aos “beatos” “rotineiros” e “fariseus”, também<br />
motivo de escândalo para alguns, na época e<br />
quem sabe ainda hoje.<br />
Parece-nos também importante referir que um<br />
dos momentos marcantes foi a participação do D.<br />
Benjamín Arriba y Castro, Cardeal e Arcebispo de<br />
Tarragona, que participou por alguns momentos<br />
num Cursilho, e que depois de ouvir o rolho Piedade,<br />
mostrou-se escandalizado e com vontade de<br />
retirar as criticas aos “beatos” e “rotineiros”, mas<br />
depois de ouvir as explicações de Eduardo Bonnín<br />
e de outros dirigentes, aceitou as explicações e não<br />
fez qualquer alteração ao rolho.<br />
O protagonismo de D. Benjamín Arriba y Castro<br />
nos Cursilhos não se ficou por aqui. Foi grande<br />
entusiasta, promotor e defensor dos Cursilhos junto<br />
da Santa Sé. Foi dele a ideia de colocar S. Paulo “à<br />
cabeça” dos Cursilhos de Cristandade. A ideia surgiu<br />
e depois de ouvir um testemunho de um cursilhista,<br />
que o fez lembrar a conversão de Paulo, prometeu<br />
PEREGRINO 7
CARISMA FUNDACIONAL DO MCC<br />
fazer tudo para conseguir do Papa Paulo VI a proclamação<br />
de S. Paulo como protector dos Cursilhos,<br />
o que veio a conseguir em 14 de Dezembro de 1963,<br />
Paulo VI decretou S. Paulo patrono espiritual dos<br />
Cursilhos de Cristandade.<br />
tEMA / situAÇÃo<br />
Como sabemos, este é o último rolho do primeiro<br />
dia. Peça chave do Cursilho, completa a primeira<br />
fase e prepara a segunda fase do Cursilho.<br />
Este é o rolho que faz referência à “primeira<br />
perna” do tripé, necessário para sustentar toda<br />
a nossa vida em Graça. Como sabemos, o secular<br />
(leigo) leva a cabo a sua missão ao ritmo de um compasso<br />
de três tempos: Piedade, Estudo e Ação.<br />
Este Rolho pode dividir-se em duas grandes partes:<br />
a primeira que apresenta os falsos conceitos de<br />
Piedade e a segunda que apresenta a verdadeira e<br />
autentica Piedade.<br />
Com os Cursilhistas abertos ao panorama e perspetiva<br />
da Graça devido aos Rolhos de “GRAÇA<br />
HABITUAl” (segunda da manhã) e “GRAÇA ATUAl”<br />
(segunda da tarde), é preciso ter presente que<br />
“tendo em conta que são muitos os preconceitos e<br />
os falsos conceitos que se tem acerca da piedade,<br />
é necessário ataca-los de frente, ridicularizando o<br />
mais possível as suas posturas. Isto é fácil de conseguir,<br />
mas há que ter em conta que é necessário<br />
depois, colocar logo, e de forma muito firme, o<br />
conceito verdadeiro da piedade e destacar muito as<br />
características de uma piedade autêntica” (in Vertebracion<br />
de Ideas, p. 69).<br />
É neste Rolho que no final, é apresentada a<br />
“Esquiadora de Guadarrama” para terminar fazendo<br />
sentir, a cada um, o: “TUDO ISTO POR MIM”.<br />
AMBiEntE<br />
Os Cursilhistas que assistem ao Cursilho estão um<br />
tanto desorientados, porque se bem impressionados<br />
com as ideias dos Rolhos anteriores, não vêem<br />
a maneira de alcançar a sua realização concreta e<br />
prática na sua vida.<br />
oBJEtiVos<br />
Apagar os falsos conceitos de Piedade e fixar as<br />
bases para uma Piedade autêntica. Enumerar sucintamente<br />
os principais atos de Piedade (que serão<br />
explicados mais detalhadamente no Rolho: VIDA<br />
EM GRAÇA).<br />
tÉCniCA<br />
Como o Cursilhista consciente ou inconscientemente,<br />
pode sentir temor de que na prática, a vivên-<br />
8 PEREGRINO<br />
cia da Graça o pode colocar em situações que ele<br />
considerou ridículas e de pouco conteúdo humano,<br />
o rolhista procurará tratar de forma irónica os Beatos,<br />
ridicularizar os Rotineiros e “atacar de frente” e<br />
ser duro com os Fariseus, para depois situar os assistentes<br />
ao Cursilho na vida da Piedade autêntica e<br />
genuína.<br />
É preciso ter em conta que ao falar dos Beatos,<br />
dos Rotineiros e dos Fariseus, o rolhista tem de<br />
atuar com espírito de caridade, atacando os defeitos<br />
e nunca as pessoas que os possam ter ou praticar.<br />
Manda a técnica que o rolhista seja sugestivo<br />
nos aspetos da Piedade autêntica.<br />
Estilo<br />
Em relação ao estilo, este deve ser vibrante e<br />
natural; enérgico e emotivo; valente e humano; alegre<br />
e sincero. É essencialmente vivencial, tudo deve<br />
resplandecer da vida do rolhista.<br />
EsQuEMA Do rolho<br />
Depois de alguns aspetos gerais, parece-nos<br />
importante abordar o Esquema do Rolho: PIEDADE,<br />
à luz do Carisma Fundacional.<br />
1. INTRODUÇÃO<br />
Antes de entrarmos propriamente no Esquema<br />
deste Rolho dizer também que, se bem manejado,<br />
este é um dos Rolhos mais afetivos do Cursilho. Normalmente<br />
é um Rolho que tem grande impacto<br />
nos participantes. Admirados pelo testemunho do<br />
rolhista, os candidatos começam a fazer a transição<br />
e a colocar Deus em primeiro lugar na sua vida. O<br />
efeito vem, em parte, do manejo ágil e capaz das<br />
conceções falsas da Piedade. Mas o impacto principal<br />
vem do testemunho pessoal do rolhista, pois os Cursilhistas<br />
vêem no rolhista, de maneira concreta, como<br />
deve viver-se uma vida de Piedade verdadeira.<br />
Relembramos que o que se segue é apenas o<br />
Esquema do Rolho.<br />
Na introdução do Rolho há que fazer referência<br />
que ele representa a primeira peça do Tripé composto<br />
por: Piedade, Estudo e Ação.<br />
Para muitos, esta palavra Piedade está associada<br />
apenas a Orações e práticas religiosas. O que depois<br />
de uma breve introdução se pretende mostrar aos<br />
participantes é que existem muitos e falsos conceitos<br />
de Piedade, dando-lhes a conhecer várias personagens<br />
e atitudes: as dos Beatos, dos Rotineiros e<br />
dos Fariseus.
2. FALSOS CONCEITOS DE PIEDADE<br />
a) Beatos: julgam-se muito santos e por isso<br />
mesmo pensam que são melhores que os outros.<br />
Muitas cruzes, muitas medalhas, sabem as “coisas”<br />
litúrgicas de traz para a frente e de frente para traz.<br />
Passam muito tempo no templo fazendo serviços,<br />
às vezes com algum nível de autoridade, mas no<br />
seu coração não tem amor pelos outros, apesar de<br />
se “portarem” bem. A piedade dos beatos cheira<br />
a cera de sacristia. Fazem da virtude um privilégio<br />
de classes. Confundem santidade com a vida de<br />
joelhos. São profissionais de Igreja com vocação<br />
de sacristãos. A sua santidade é de via estreita e os<br />
seus horizontes estão fechados. Caracterizam-se por<br />
serem soberbos.<br />
b) Rotineiros: menos sinceros que os beatos,<br />
são católicos de práticas. Fazem as suas orações e<br />
participam nos atos litúrgicos, mas sem lhes tomar<br />
o “sabor”. Só o fazem por costume e tradição, por<br />
cumprimento ou para “pagar” o preço de algum<br />
favor que estão pedindo. Praticam a religião, mas<br />
a sua vida está muito distante do que professam.<br />
Caminham com temor porque desconhecem o amor.<br />
A sua piedade não é um modo, mas sim moda.<br />
c) Fariseus: São os piores. Estes aproveitam-se<br />
da religião ou resguardam-se amparam-se nela para<br />
fins perversos. Não amam nem respeitam a Deus. A<br />
religião é o meio para satisfazerem as suas pretensões<br />
económicas ou de poder. Despem a alma de<br />
toda a virtude e vestem por fora a capa da justiça.<br />
Monopolizam o cristianismo exigindo aos outros<br />
virtudes que eles não tem e, não entrando eles<br />
no Reino de Deus, impedem também os outros de<br />
entrar. Caraterizam-se por serem hipócritas.<br />
Com esta apresentação comprova-se que o parecer<br />
muito religioso não implica ser um cristão verdadeiramente<br />
piedoso.<br />
Nesta abordagem o rolhista não deve exceder os<br />
10 minutos.<br />
3. PIEDADE VERDADEIRA E AUTÊNTICA<br />
O verdadeiro sentido da Piedade, que é o que<br />
deve possuir todo o Cursilhista (que é o mesmo que<br />
dizer, todo o cristão) poderia resumir-se nesta frase:<br />
Graça consciente e crescente.<br />
Graça consciente porque cada um se dá conta dela.<br />
Consciente porque nos dá a consciência do amor de<br />
Deus e da presença contínua de Cristo entre nós na<br />
Eucaristia. Graça que nos faz sentir conscientes de sermos<br />
filhos de Deus, irmãos de Cristo e Templos vivos<br />
CARISMA FUNDACIONAL DO MCC<br />
do Espírito Santo. Quem perceber esta verdade, verá<br />
e chegará a entender o maravilhoso do ser cristão.<br />
A Piedade autêntica é também uma vida e uma<br />
Graça crescente, porque se vivermos em Graça, qualquer<br />
ato realizado faz-nos aumentar essa mesma<br />
Graça. Crescente ainda porque a nossa relação com<br />
Deus deve ser crescente.<br />
A Piedade é também uma vida em Graça compartilhada,<br />
partilhando com todos a razão da nossa<br />
alegria: “que Deus nos ama”.<br />
Piedade autêntica que é vida e vida em Graça<br />
(que não é mais do que é dito na manhã deste primeiro<br />
dia no Rolho: GRAÇA HABITUAl). Graça que<br />
é vida, a vida de Cristo em nós. Vida que é conhecer,<br />
querer e fazer. Piedade que é conhecimento do<br />
que se faz. E, a razão pela qual se faz, incita a nossa<br />
capacidade de decidirmos, atualizando a nossa vontade<br />
para lançarmos toda a nossa vida à conquista<br />
de Deus.<br />
A Piedade autêntica foca e desenvolve toda a<br />
vida à luz do Evangelho.<br />
A Piedade não se trata de atos isolados ou de<br />
fazer atos heroicos e piedosos ou extraordinários,<br />
mas sim de viver a vida da Graça na simplicidade e<br />
normalidade da nossa vida quotidiana. Por isso para<br />
podermos viver uma vida de Piedade devemos ver<br />
primeiro a Piedade como um Ideal.<br />
A Piedade é, em resumo: ir ganhando continuamente<br />
o nosso coração para Deus. É enamorar-se de<br />
Deus para dar amor aos irmãos.<br />
4. ESTILO DA NOSSA PIEDADE<br />
a) Naturalidade: é lidar com Cristo tal e qual como<br />
somos, sem posturas nem atitudes de nenhum outro<br />
tipo. Na Oração, o essencial é apresentar-se e falar<br />
com simplicidade e com verdade, como um filho faz<br />
com o seu pai.<br />
Da mesma forma como seria absurdo que um<br />
menino de 7 anos ao sair da escola chegasse a casa e<br />
cheio de reverência fizesse uma grande vénia à sua<br />
mãe com um tom cerimonioso e muito solene dissesse:<br />
Ó minha adorável Mãe tu que estás tão bela e<br />
que me queres tanto, eu aqui prostrado suplico que<br />
vos dignais a me conceder um pouco de pão pois<br />
estou cheio de fome.<br />
O normal é que o rapaz dessa idade, saia da<br />
escola, chegue a casa subindo as escadas a correr,<br />
largue a mochila e diga à sua mãe: “mãe, depressa<br />
dá-me de comer por que estou cheio de fome e<br />
tenho os meus amigos à espera para brincar “(história<br />
retirada do rolho original).<br />
PEREGRINO 9
CARISMA FUNDACIONAL DO MCC<br />
Se isto é o normal, por que é que nós, na nossa<br />
relação com Deus temos de lhe falar com todo aquele<br />
peso, soltando ao Senhor um rol de expressões que<br />
nada têm a ver com o nosso problema. Por exemplo:<br />
“O Misericordioso, O Altíssimo. O Benigníssimo”…<br />
Quando Deus por dentro deve pensar: já sei, já sei<br />
que sou tudo isso, mas que tal se fossemos directo<br />
ao assunto.<br />
b) Valentia: qualquer um de nós sabe pecar. Ser<br />
valente é manter-se firme e saber viver em Graça<br />
apesar do que pensem ou digam de nós. É mais<br />
homem o que sabe aguentar.<br />
c) Virilidade: com firmeza, com gentileza, com<br />
elegância e com convicção, porque não nos envergonha<br />
sermos cristãos. Ser muito homem, porque<br />
quando se é mais homem pode ser-se mais santo, e<br />
quando se é mais santo é-se mais homem.<br />
d) Alegria: a verdadeira alegria está em sentir-se<br />
amigo de Cristo. É a consequência do que se entrega<br />
à fé sem receios. Quem ganhou o seu coração para<br />
Deus não pode esconder a sua felicidade. A alegria<br />
cristã é a única autêntica, constante e segura, porque<br />
vem de dentro para fora.<br />
No passado, e ainda hoje, é possível identificar<br />
quem passou por um cursilho pela forma vibrante e<br />
convicta, como reza o “Pai Nosso”.<br />
5. ELEMENTOS DA NOSSA PIEDADE<br />
A nossa vida de Piedade alimenta-se de alguns<br />
elementos e exercita-se mediante alguns atos (que<br />
posteriormente serão apresentados com mais detalhe<br />
no Rolho: VIDA EM GRAÇA).<br />
Mencionamos alguns:<br />
• Oração: alavanca dos Apóstolos;<br />
• Oferecimento de obras: direcionar todos os atos<br />
do dia para Deus;<br />
• Meditação: verdade de Cristo feita vida;<br />
• Missa: sacrifício de Cristo descido até nós;<br />
• Comunhão: plena realização da nossa união<br />
com Cristo;<br />
• “Cristo e Eu Maioria Absoluta”;<br />
• Visita ao Sacrário: ali falamos com Cristo, fonte<br />
da nossa autenticidade e valentia;<br />
• Via Sacra: O homem face a Cristo;<br />
• Terço: devoção a Maria; braços suplicantes<br />
estendidos até à nossa Mãe;<br />
• Exame de Consciência: quero que o meu com-<br />
10 PEREGRINO<br />
portamento responda o mais perfeitamente aos<br />
Teus planos;<br />
• Hora Apostólica: Audiência com Cristo, estadomaior<br />
reunido com o Rei para tratar da conquista e<br />
da dilatação do seu reino;<br />
• Direção Espiritual: Cristo aconselha-nos através<br />
dos seus representantes;<br />
Também podemos incluir:<br />
• Exercícios Espirituais: aquartelamento onde<br />
recebemos instruções para atuar;<br />
• Retiros Espirituais: Mais próximo de Cristo, mais<br />
tempo com Ele, para o conhecermos e amarmos<br />
melhor;<br />
• Sabatina: audiência com a Rainha-mãe para sermos<br />
puros, alegres, piedosos e apóstolos.<br />
Nota: Sabatina, é uma oração muito bonita, felicitação<br />
à Virgem Imaculada, rezada ao sábado, prática<br />
comum dos Cursilhos, em especial no mundo hispânico,<br />
é parte do “Guia do <strong>Peregrino</strong>” e D. Hervás,<br />
no “Manual de Dirigentes”, faz várias referências à<br />
Felicitação Sabatina.<br />
6. PERFEIÇÃO DA NOSSA PIEDADE<br />
Os nossos lábios falam sempre da abundância<br />
do nosso coração. Se Piedade é viver a vida cristã,<br />
a perfeição da nossa Piedade é o apostolado. Porque<br />
somos generosos para os outros, queremos<br />
para eles o melhor que nós mesmos temos. Porque<br />
somos ambiciosos, não descansamos até conquistar<br />
os outros para que também neles viva Cristo, para<br />
que também eles orientem toda a sua vida até Deus<br />
vivendo uma vida de Graça consciente e crescente,<br />
vivendo a plenitude do seu Baptismo.<br />
Ao terminar este Rolho é apresentada, pelo<br />
reitor(a) a “Esquiadora de Guadarrama”, cuja finalidade<br />
é fazer sentir a cada um(a) o: “TUDO ISTO POR<br />
MIM”.<br />
A importância desta história, para além de ser<br />
verdade, centra os cursilhistas perante uma realidade,<br />
”Tudo Isto por Mim”, por todos e cada um<br />
deles, tem uma dimensão pessoal e comunitária,<br />
envolve-nos a todos, o rolhista, a equipa e todos<br />
os que estão em intendência por eles; é a comunidade<br />
que se “desvive” por todos e cada um deles,<br />
naquele momento por eles e mais tarde por outros,<br />
“hoje por mim amanhã por ti”! É uma mensagem<br />
que transcende o próprio cursilho.<br />
É bom que se valorize esta “história” e a mensagem<br />
nela contida, para não nos deixarmos levar<br />
pelo “cansaço”, pela falta de tempo devido à duração<br />
excessiva do rolho, ou até mesmo pela tentação
de a substituir. A “Esquiadora” (como é conhecida)<br />
é uma “marca” dos Cursilhos.<br />
A perfeição da nossa Piedade exige-nos que<br />
não descansemos até que consigamos que todos os<br />
ambientes e em todos os lugares, os homens vivam<br />
em Graça e se sintam de verdade irmãos entre si e<br />
irmãos de Cristo.<br />
Para terminar, dizer que o apostolado do Cursi-<br />
Como muito bem esclarecem, Fausto Dâmaso e<br />
Mário Bastos, «as origens do rolho piedade, vem dos<br />
cursilhos de adiantados e de chefes de <strong>Peregrino</strong>s»,<br />
quer dizer nasce no contexto da Ação Católica.<br />
Recordemos que o método de atuação da Ação<br />
Católica, é a conhecida trilogia «Ver, Julgar e Agir»<br />
e que a novidade dos cursilhos se traduz no seu<br />
tripé «Estudo, Piedade e Ação». Podemo-nos interrogar<br />
se estamos apenas perante uma mudança de<br />
nomes, ou se de facto há uma mudança mais profunda<br />
de mentalidade.<br />
Eduardo Bonnín definiu o estudo como a «pontaria<br />
da ação»; isto traduz a primeira etapa da<br />
metodologia da Ação Católica que trabalhava nos<br />
diversos meios: agrários, estudantis, independentes,<br />
operários e universitários. O padrão de abordagem<br />
da Ação Católica partia do conceito de meios ou<br />
classes, que estruturava a mentalidade e em que se<br />
baseava a análise social do tempo.<br />
O ato de estudar ultrapassa o “Ver” de um meio<br />
ou classe, mesmo que iluminado pela Doutrina<br />
Social da Igreja. Este “Ver” partiu sempre do olhar<br />
corporativo e abria as portas ao momento seguinte<br />
“ Julgar”. Esta dinâmica pode assumir uma dimensão<br />
protagonista e superior, de quem iluminado<br />
pela luz de Deus observa, julga e decide fazer. Estamos<br />
perante um autêntico “método piramidal”, ou<br />
seja, do vértice para a base, atuando em nome de<br />
Deus.<br />
“Estudar” o ambiente, na dinâmica cursilhista,<br />
parte da noção de comunidade e de pertença,<br />
pela qual o cristão se assume como membro desse<br />
ambiente e ao procurar conhece-lo pelo estudo,<br />
interroga-se sobre como o harmonizar, impregnan-<br />
CARISMA FUNDACIONAL DO MCC<br />
lhista é a AMIZADE, pois é através dela que seremos<br />
capazes de contagiar os que nos rodeiam.<br />
Temos de viver a nossa Piedade tornando-nos<br />
amigos de Cristo; amigos de todos os nossos irmãos,<br />
e fazê-los AMIGOS DE CRISTO.<br />
sempre... DE ColorEs. Porque DE ColorEs vivese<br />
melhor!<br />
Fausto Dâmaso e Mário Bastos<br />
REZAR OS AMBIENTES<br />
DO «VER, JULGAR E AGIR»<br />
AO «ESTUDO, PIEDADE E AçãO»<br />
do-o de espírito cristão, sempre portador de fraternidade<br />
evangélica que gera humanização.<br />
Esta consciência de pertença e de partilha de responsabilidades<br />
leva o cristão cursilhista à descoberta<br />
do “Mistério da Encarnação”, pela qual o verbo de<br />
Deus se manifesta como Um connosco, o Emanuel.<br />
O rolho “Piedade” espelha esta compreensão: o<br />
cristão cursilhista deve viver a vocação de filho de<br />
Deus no contexto do mundo, nos seus ambientes<br />
marcados pela laicidade. Ser Santo na normalidade<br />
do quotidiano.<br />
Este rezar na vida e com a vida, gera Jesus nos<br />
diversos ambientes. É Jesus a atuar na vida do cristão,<br />
do cursilhista e através dele no concreto existencial,<br />
onde todos os participantes formam os<br />
ambientes. Não atuando só em nome de Cristo,<br />
mas deixando que Cristo atue através dele e procurando<br />
“ser n’Ele” e ser “com Ele” nos ambientes, à<br />
maneira de Paulo de Tarso que disse: «Eu vivo, mas<br />
já não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim»<br />
(Gálatas 2,20).<br />
A pedagogia do rolho “Piedade” caricaturiza as<br />
atitudes de falta de fé, humildade e verdade, que<br />
caracterizam os beatos, fariseus e rotineiros que<br />
em todos os tempos aparecem, fruto do protagonismo<br />
dos homens e da pouca permeabilidade ao<br />
Dom gratuito de Deus, a Graça. Os artifícios dos<br />
homens podem levar a atitudes falsas de piedade<br />
e a obstaculizar a chegada do Reino de Deus. Só<br />
na humildade, no espírito de serviço se pode viver<br />
cristãmente e credibilizar a Igreja. Esta é a uma das<br />
primordiais missões dos leigos.<br />
Padre Senra<br />
PEREGRINO 11 PEREGRINO<br />
11
Braga<br />
RETIRO DE MUDANçA<br />
25 a 27 de Janeiro de 2013<br />
O Retiro de Mudança chegou na hora certa. Os<br />
irmãos vieram em número de 24, mais seis que no<br />
ano transacto.<br />
Notório era o caruncho que começava a adormecer-nos<br />
e nem nos apercebíamos.<br />
O Senhor convidava-nos a uma paragem, a uma<br />
reflexão. Fala-nos em conversão integral e progressiva<br />
a cada momento, a cada dia. Foram dois dias de<br />
vivência intensa e de convívio com o Mestre. Jesus<br />
estava presente. Ele queria voltar a entrar no nosso<br />
coração.<br />
Jesus era o projecto de segurança. Jesus, implantou<br />
tantos detectores no nosso corpo que a nossa<br />
central de alerta, (o nosso cérebro) sinalizou e<br />
memorizou. Agora, e ao menor incêndio, cada<br />
detector está em condições de auto accionar-se.<br />
Pessoalmente, acho que o detector mais importante<br />
que o Senhor implantou em mim terá sido o<br />
seguinte:<br />
“Se não podes elogiar o teu irmão ou amigo,<br />
cala-te”.<br />
12 PEREGRINO<br />
Será que, por este projecto de Segurança, a minha<br />
alma vai pertencer ao Senhor para sempre?<br />
Será que eu vou amar como Jesus?<br />
Decidi sobre juramento aceitar o convite de<br />
Jesus!<br />
Mais adiante, o Senhor convida-me a escutá-l’O,<br />
o Senhor quer que eu seja já, como Ele. Ensinoume,<br />
que viver como cristão é impossível, se não viver<br />
como Ele.<br />
Aprendi d’Ele que a humildade e a caridade, são<br />
essenciais à minha mudança, e transformação.<br />
Aprendi que o MCC é como um motor. Aprendi<br />
que eliminando alguns atritos, protegeremos sempre<br />
o referido motor. Aprendi que algumas peças<br />
estarão a fazer mal e devem ser eliminadas.<br />
Estão a impedir que eu cresça, que eu seja como<br />
Ele. Convida-me a olhar para mim mesmo, pede-me<br />
que eu faça correcção fraterna e que eu possa transmitir<br />
o que Ele foi capaz de operar em mim. Pedeme<br />
reconciliação com amor, c/humildade e só isso é<br />
que tem valor.<br />
Ensina-me a perdoar e diz-me que tenho de estar<br />
em paz. Diz-me que tenho de estar em paz comigo<br />
mesmo, que tenho de saber controlar-me, saber<br />
conter-me, saber dominar-me. Diz-me “que ao mal<br />
se responde com o bem”, Que tenho de perdoar<br />
sempre, com o amor de benevolência, com caridade.<br />
Ágape. E conclui que temos de nos amar até ao fim.<br />
O coração tem que ser doce e não endurecido e que<br />
tenho que amar ao jeito de Jesus Cristo..<br />
Decolores<br />
luís António Pacheco de Freitas Paiva
RETIRO DE MUDANçA<br />
Testemunho<br />
O nosso grupo, abordou todos os temas propostos.<br />
Não houve espectadores, todos fomos protagonistas.<br />
Ficamos a conhecermo-nos melhor. Fomos unânimes<br />
a concluir que todos temos algumas qualidades, mas<br />
também, ainda muitas arestas a limar.<br />
Os pecados do caruncho, são muitos, porque chegamos<br />
à conclusão de que uma santa mentira, ainda<br />
faz parte das nossas vidas. Também não somos totalmente<br />
fiéis, à Palavra de Deus, porque não nos conseguimos<br />
abstrair do mundo em que vivemos. Então<br />
muitas vezes, temos um pé na vida da Igreja e outro<br />
na vida do Mundo.<br />
O nosso relacionamento nos nossos Grupos e nas<br />
Ultreias é muito bom e devemos este bem estar, aos<br />
nossos responsáveis de Centro. As nossas falhas de<br />
amor, são de facto uma influência negativa para a<br />
Comunidade Cursilhista, mas, ao ouvirmos o porquê<br />
dos que fracassam, comprometemo-nos a Parar para<br />
Escutar a Palavra de Deus e olhar qual a direcção a<br />
seguir. Assim sendo, vamos deixar de ser socorristas<br />
daquilo que é urgente, para nos centrarmos, no que<br />
é mais importante.<br />
Assim como Jesus escolheu os Apóstolos, também<br />
nos escolheu a nós, a cada um de nós. Apesar de<br />
todas as suas incapacidades, todos os seus defeitos,<br />
o Senhor Jesus confiou-lhes uma missão. Também a<br />
nós, o Senhor, neste Retiro de Mudança, nos confia<br />
uma missão, apesar de todos os nossos defeitos. Jesus<br />
vai presentear-nos com a sua Graça e capacitar-nos a<br />
viver o Mandamento do Amor. Tudo isto é possível<br />
porque nos foram apresentados os 6 passos para o<br />
perdão. Nós entendemos e propusemo-nos a dar uns<br />
passos. Meus bons amigos e irmãos em Jesus Cristo,<br />
Braga<br />
sozinhos não conseguimos. Assim como pedimos a<br />
Deus o dom da Fé, precisamos pedir também, o dom<br />
do perdão.<br />
Quando chegamos ao Amor Ágape, então sim,<br />
seremos um grande testemunho deste Movimento<br />
que são os Cursilhos de Cristandade.<br />
Peçamos a Jesus que nos dê o Seu Espírito Santo,<br />
para que assim como os Apóstolos fieis à sua missão,<br />
sejamos também nós, fieis à missão que nos é confiada.<br />
Precisamos ser evangelizados hoje, para sermos<br />
os evangelizadores de amanhã. Partimos para<br />
os nossos ambientes, conscientes de que precisamos<br />
caminhar num aperfeiçoamento contínuo, pois só<br />
assim, chegaremos à Santidade.<br />
Ser Santo é decisão minha e é decisão tua. Acolhamos<br />
o chamamento do Senhor, deixemo-nos imbuir<br />
do Espírito Santo, para merecermos o lugar no Céu<br />
para o qual fomos chamados desde as primícias da<br />
Criação.<br />
DE COlORES<br />
Maria do Carmo Campos Silva<br />
Centro de Ultreia de Vila do Conde<br />
PEREGRINO 13
BRAGA<br />
Encontro de Natal da Família Cursilhista<br />
Apúlia 12 de Dezembro de 2012<br />
Foi no dia 15 de Dezembro de 2012 com a presença<br />
de Sua Exª. o Sr. Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga,<br />
o Diretor Espiritual do Secretariado de Braga, Sr. Pe.<br />
Neves Machado, o Diretor Espiritual da Escola de Responsáveis<br />
de Braga, Sr. Pe. José António e vários Sacerdotes,<br />
que se realizou no Centro Social João Paulo<br />
II na Apúlia, o encontro de Natal da Grande Família<br />
Cursilhista (cerca de trezentos), com muita animação<br />
e um bom bacalhau, também bem regado.<br />
Nos discursos, falando em primeiro lugar o Diretor<br />
Espiritual, Sr. Pe. Neves Machado, agradeceu a<br />
presença do Sr. Arcebispo D. Jorge, assim como a presenças<br />
de vários Sacerdotes que também se quiseram<br />
juntar a esta festa, assim como a todos os presentes<br />
e aos ausentes, pois se a sala fosse maior, mais Cursilhistas<br />
tinham aderido.<br />
Também agradeceu a colaboração e disponibilidade<br />
que o Sr. Arcebispo tem dado ao Secretariado<br />
de Braga do MCC.<br />
O Sr. Arcebispo, agradeceu o convite para este<br />
convívio Cursilhista aproveitando para dizer que<br />
conta com o nosso Movimento para trabalharmos<br />
em prol duma Nova Evangelização.<br />
14 PEREGRINO<br />
Referindo-se a uma frase que o Santo Padre<br />
escreveu e que o tem perseguido: os Homens sem<br />
Deus, constroem edifícios de cimento armado “sem<br />
janelas”.<br />
Que possamos abrir as nossas janelas de par em<br />
par, ao Próximo, à Comunidade, à Paróquia e à Diocese,<br />
para que todos possam ter um Natal mais solidário<br />
neste tempo de crise.<br />
Apelou para que todas as Famílias da nossa<br />
Arquidiocese: percam a vergonha e façam um breve<br />
momento de oração, antes da refeição da Ceia de<br />
Natal, louvando os dons de Deus e recordando os<br />
irmãos que perderam a segurança familiar.<br />
Desejou a todos um Santo me Feliz Natal, assim<br />
como para todas as Famílias, sendo muito aplaudido.<br />
Depois de reconfortados com este delicioso convívio,<br />
todos regressamos as nossas casas.<br />
Que todos os Cursilhistas e suas Famílias, tenham<br />
um Santo e Feliz Natal e um Próspero Ano Novo em<br />
DE COlORES<br />
Secretariado de Braga do MCC
MOVIMENTO<br />
DOS CURSILHOS DE CRISTANDADE<br />
ULTREIA DIOCESANA<br />
Realizou-se no domingo, 27 de Janeiro de 2013,<br />
com início às 14,30 horas, no Centro Paroquial de<br />
Bem Estar Social de Salvaterra de Magos, a Ultreia do<br />
Movimento dos Cursilhos de Cristandade da Diocese<br />
de Santarém.<br />
Estiveram presentes Cerca de 100 Cursilhistas,<br />
vindos de algumas paróquias da Diocese, o Sr.<br />
Bispo Diocesano D. Manuel Pelino Domingues, o Pe.<br />
Tiago Pires, entre outros Sacerdotes, o Presidente do<br />
Secretariado Diocesano, José António Silva, o Vice-<br />
Presidente do Secretariado Nacional do MCC Mário<br />
de Oliveira Bastos, e da Diocese de Setúbal Joaquim<br />
Guilherme.<br />
Desta forma, tornou presente uma Ultreia Festiva,<br />
através de várias mensagens, vindas de diferentes<br />
Dioceses do País, e do Secretariado Nacional, muitos<br />
outros irmãos Cursilhistas estiveram presentes<br />
em Espirito e oração, como se verificou pela leitura<br />
pública das mesmas feita pelo Reitor da Ultreia.<br />
Após uma palavra de boas-vindas e de acolhimento<br />
do Reitor da Ultreia, Joaquim da Silva, de Várzea<br />
Fresca, Foros de Salvaterra, seguiu-se uma meditação<br />
sobre a Fé (estamos no Ano da Fé), feita pelo<br />
Pe. Tiago Pires, diretor Espiritual Diocesano do MCC;<br />
um Rolho-Rolho sobre “intendência”, sendo rolhista<br />
Manuel Gaspar da Silva, do Entroncamento. Várias<br />
ressonâncias se seguiram testemunhando a necessidade<br />
da intendência/oração na vida do cristão Cursilhista.<br />
Na mesma linha se situou, à luz de alguns<br />
textos bíblicos, o rolho místico igualmente feito pelo<br />
Pe. Tiago Pires.<br />
Após um intervalo de Cerca de 15 minutos, iniciou-se,<br />
às 16,45h, o ponto alto da Ultreia, a Eucaristia,<br />
presidida pelo nosso Bispo, D. Manuel Pelino e<br />
concelebrada pelo Pe. Tiago Pires e Pe. João Maria,<br />
vicentino. Na homilia, à luz das leituras do dia, o<br />
presidente da Assembleia manifestou o seu apreço<br />
pelo MCC, bem como a sua importância na diocese<br />
como um dos movimentos de 1º anúncio. A Celebração<br />
Eucarística, bem participada por todos, foi<br />
animada por um grupo de entre os Cursilhistas, no<br />
devido tempo preparados, tendo como animador e<br />
organista António José Cordeiro (Toni).<br />
SANTARÉM<br />
Terminada a Eucaristia, com o respetivo envio,<br />
seguiu-se um lanche partilhado,<br />
Com o que cada um pôde e quis levar para a mesa<br />
comum, ao jeito dos primeiros cristãos. À volta dela<br />
se continuou a aprofundar os laços de amizade e<br />
comunhão existentes entre a família cursilhista da<br />
diocese de Santarém.<br />
A Ultreia Diocesana/2013 foi bem um acontecimento<br />
dinamizador e fator de alegria, esperança,<br />
partilha e comunhão, como muito bem o expressou o<br />
cântico final do “De Colores”. “Como é bom e agradável<br />
os irmãos viverem Juntos!”<br />
Salvaterra de Magos 11 de Fevereiro 2013<br />
Joaquim da Silva, vogal de intendência do Secretariado<br />
Diocesano<br />
PEREGRINO 15
SANTARÉM<br />
INTENDÊNCIA<br />
ROLHO DA ULTREIA<br />
Pediram-me (ou mandaram-me) que proclamasse o<br />
Rolho desta nossa Ultreia Diocesana. Aceitei o pedido<br />
com alguma relutância porque me não sentia em condições<br />
de apresentar um Rolho num acontecimento<br />
destes.<br />
Aceitei e estou aqui consciente da minha pequenez<br />
e peço-vos desde já, desculpa pela insignificância<br />
do rolho.<br />
No entanto, aprendi num Cursilho que era preciso<br />
dizer sim ao Senhor e foi isso que procurei fazer.<br />
Aceite o serviço, havia que pensar que partilhar<br />
convosco. E depois de alguma reflexão e oração optei<br />
por falar de Intendência, socorrendo-me dum texto já<br />
antigo, que resumi.<br />
Não porque tenha aí grandes vivências para partilhar<br />
convosco mas porque vou sentindo que parece<br />
que estamos a descurar um pouco esta peça fundamental<br />
do Movimento dos Cursilhos de Cristandade.<br />
E que é Intendência? Segundo um dicionário, entre<br />
outras coisas, intendência é o Serviço encarregado de<br />
prover às necessidades dos militares (soldo, alimentação,<br />
roupa etc.).<br />
Os Cursilhos, fruto da sua origem e desenvolvimento<br />
inicial optaram por usar muitos termos e<br />
expressões dando-lhes sentidos figurados. Assim,<br />
comparando um Cursilho de três dias e (outras actividades<br />
do MCC) com um exército que parte à conquista<br />
da Graça, intendência passou a significar, no MCC, a<br />
oração e os sacrifícios com que se pretende obter do<br />
Senhor a Graça necessária para o bom êxito espiritual<br />
do Cursilho (ou de outras actividades).<br />
E um Cursilho depende mais da Graça de Deus que<br />
do brilharete da equipa dirigente, ainda que o trabalho<br />
desta também seja importante.<br />
A necessidade absoluta da Graça é tal que não<br />
deve, nem pode, celebrar-se nenhum Cursilho sem<br />
uma adequada intendência, individual e colectiva.<br />
Tal como um exército tem necessidade de uma bem<br />
organizada Intendência de Abastecimentos, que o alimente<br />
e municie, assim também um Cursilho precisa<br />
de estar ligado a uma Intendência de Abastecimento<br />
Espiritual proporcionada por uma comunidade, que<br />
reza e se sacrifica pelos irmãos para que eles se abram<br />
à Verdade e à Graça.<br />
Assim foi, desde o princípio.<br />
Na Carta Pastoral de D. Juan Hervás, o primeiro<br />
bispo que apoiou os Cursilhos – «Cursilhos de Cristan-<br />
16 PEREGRINO<br />
dade, Instrumento de Renovação Cristã» – podemos<br />
ler (pág. 366):<br />
«Na preparação dos Cursilhos, na sua realização<br />
durante os três dias e meio, na sua continuação ao<br />
longo de meses e anos – tudo gira em torno do Altar<br />
e do Sacrário.<br />
Daí a intensificação da comunhão frequente, da<br />
assistência à Santa Missa, da oração individual e colectiva;<br />
numa palavra – o perfeito e intenso funcionamento<br />
da chamada “Intendência ou Abastecimento<br />
Espiritual”...<br />
Turnos de vigília diante do Sacrário, …; os terços<br />
em família, em grupos ou individuais, por vezes de<br />
joelhos ou de braços em cruz, para obter a intercessão<br />
da Medianeira de todas as graças; práticas de mortificação,<br />
de silêncio, de refeições sem sobremesa, de<br />
dias sem fumar, da privação de um desporto ou de<br />
uma bebida; uso do cilicio; madrugar, assistir a horas<br />
santas, a vias-sacras…<br />
Toda esta ordenação e emprego dos meios tradicionais<br />
usados pelo povo cristão para atrair o orvalho<br />
da graça divina, são expressão bem clara da persuasão<br />
íntima e profunda de que, embora se mobilizem os<br />
recursos humanos, tudo deve vir do AlTO, de Aquele<br />
que disse:<br />
“Sem Mim, nada podeis fazer.” (Jo 15,5) »,<br />
Também, falando do episódio dos Condenados que<br />
habitualmente é apresentado no final do segundo<br />
dia, após o Rolho Dirigentes, Eduardo Bonnín diz:<br />
“Nesse tempo havia muita gente que já tinha feito<br />
um Cursilho e pedimos-lhes que rezassem. Constoume<br />
que houve alguns jovens que não se deitaram e<br />
que andaram a rezar o rosário pelas avenidas, toda a<br />
noite. Havia muita oração e apoiados nela fomos ao<br />
cárcere” (Eduardo Bonnín um aprendiz de cristão pág.<br />
41) Apoiados nela, na oração daqueles jovens!!!...:<br />
Também a Sagrada Escritura indica claramente<br />
a necessidade de orações, sacrifícios e mortificações<br />
para se obterem as graças necessárias a qualquer<br />
obra.<br />
Jesus diz-nos claramente:<br />
«Sem Mim, nada podeis fazer.» (Jo 15,5) E noutro<br />
lado: “Pedi e recebereis, batei e abrir-se-vos-á” (Mt 7,7).<br />
Mas, ao mesmo tempo, sempre quis a nossa colaboração,<br />
de tal modo que poderíamos afirmar:<br />
“O Senhor quer precisar de nós” como se diz habitualmente<br />
no Cursilho.
Também o nosso patrono, S. Paulo, escrevia assim<br />
na 1” Carta a Timóteo, bispo de Éfeso:<br />
«Recomendo-te, antes de tudo, que se façam súplicas,<br />
orações, petições e acções de graças por todos<br />
os homens... Isto é bom e agradável diante de Deus,<br />
nosso Senhor, que deseja que todos os homens se salvem<br />
e conheçam a verdade.» (1 Tim. 2, 1-6)<br />
«Dai-me um ponto fixo que eu, com uma alavanca,<br />
levantarei o mundo», dizia Arquimedes.<br />
«Os joelhos são as alavancas dos apóstolos», dizemos<br />
nós nos Cursilhos. Se os fincarmos no chão, em<br />
oração humilde e perseverante, levantaremos o<br />
mundo...<br />
Orações, mortificações e sacrifícios constituem,<br />
pois, o «segredo» das maravilhas que se operam num<br />
Cursilho.<br />
O nosso segredo é, precisamente, este: muitos, que<br />
já deram o seu SIM, rezaram por nós antes e durante o<br />
Cursilho, e deram testemunhos de vida cristã autêntica<br />
nas circunstâncias normais da vida de todos os dias,<br />
mostrando e demonstrando como é possível viver o<br />
Plano de Deus no dia-a-dia de cada um.<br />
Cristo insistia constantemente na necessidade da<br />
oração, repetindo: peçam, chamem, busquem…<br />
Mas, além da oração, a Sagrada Escritura indica<br />
claramente a necessidade do sacrifício ou da mortificação.<br />
Jesus dirige-nos a nós, Seus discípulos, este convite:<br />
«Se alguém quer vir após Mim negue-se a si mesmo,<br />
tome a sua cruz e siga-Me». (Mt. 16,29)<br />
No entanto, há uma certa hierarquia nas mortificações,<br />
valendo mais as interiores do que as exteriores.<br />
Quanto às mortificações interiores – trata-se da<br />
mortificação dos pensamentos inúteis, aplicando-se<br />
inteiramente ao dever presente, aos nossos trabalhos,<br />
estudos e ocupações habituais, por um lado, e, por<br />
outro, entregando-se à meditação das Sagradas Escrituras.<br />
Por último, os sacrifícios, a penitência.<br />
Costumam referir-se como sacrifícios principais os<br />
seguintes:<br />
Em primeiro lugar, a aceitação, não resignada, mas<br />
cordial e jubilosa, de todas as cruzes que a Providência<br />
se dignar enviar-nos: doenças, revezes de vida, humilhações,<br />
suportando tudo isto, não só corajosa, mas<br />
até jubilosamente, assemelhando-nos a Cristo Crucificado.<br />
Será assim como que um cultivo da paciência<br />
que, pelos frutos que produz, nos purifica por ser uma<br />
obra de amor.<br />
A esta paciência, em segundo lugar, acrescenta-se<br />
o cumprimento fiel dos deveres de estado, em espírito<br />
de penitência e reparação: cumprir, o mais perfeitamente<br />
possível, o nosso dever de estado é oferecer a<br />
LEIRIA / FÁTIMA<br />
PEREGRINO 17
SANTARÉM<br />
Deus o sacrifício mais completo, um holocausto perpétuo.<br />
Há, ainda, outros sacrifícios, especialmente recomendados<br />
pela Sagrada Escritura: o jejum e a<br />
esmola.<br />
O jejum era, na Antiguidade, um dos grandes meios<br />
de expiação.<br />
Jesus, no início do Seu ministério, jejua 40 dias e 40<br />
noites e ensina os Seus Apóstolos que há outros demónios<br />
que não podem ser expulsos senão pelo jejum e<br />
pela oração. (Ver Mt 17,22)<br />
Assim, também nós, quando queremos fazer algum<br />
sacrifício por um Cursilho, privamo-nos, por vezes,<br />
de certos alimentos, de bebidas alcoólicas, ou só da<br />
sobremesa, ou, mesmo, de uma refeição inteira ou<br />
substituímos esta por pão e água. E aqui não fazemos<br />
mais do que imitar os Santos, que tão frequentemente<br />
praticavam estes jejuns…<br />
A esmola é obra de caridade e privação. Quando<br />
o homem se priva de um bem, para o dar a Cristo na<br />
pessoa do pobre, Deus, que não se deixa vencer em<br />
generosidade, de bom grado nos compensa com as<br />
Suas graças.<br />
Sacrifícios, mortificações, orações – é este o<br />
“segredo”, como dizíamos, das maravilhas que se realizam<br />
nos Cursilhos.<br />
As comunidades cristãs que oram, se mortificam e<br />
se sacrificam pelo Cursilho manifestam-no por meio<br />
das chamadas “Folhas de Intendência” nos pequenos<br />
impressos que preenchem.<br />
Mas também podemos usar uma simples folha<br />
de papel – e é bom que se faça – porque às vezes há<br />
intendências que não cabem numa linha…<br />
E tanto oferecem orações, terços, vias-sacras, como<br />
sacrifícios do género “dormir em terceira”, o que, na<br />
gíria Cursilhista, significa dormir no chão, ou o sacrifício<br />
de rezar um terço inteiro de joelhos e com os braços<br />
em cruz; ou rezar o terço em família; ou fazer o<br />
sacrifício de, num dia normal de trabalho, levantar-se<br />
bem cedinho e assistir, às 7 horas da manhã, a uma<br />
Missa Penitencial, em intenção ao Cursilho;<br />
(já caíram um pouco em desuso mas ainda há locais<br />
em que se celebram);<br />
(na quinta-feira foi celebrada na Igreja da Memória, à<br />
Ajuda, uma missa às 6H30);<br />
ou, ainda, cumprir, o mais fiel e pacientemente possível,<br />
os seus deveres de estado; ou privar-se daquele<br />
espectáculo, taurino ou futebolístico, que tanto aprecia,<br />
fazendo reverter o dinheiro do bilhete para os<br />
carenciados ou para as Missões, ou uma caminhada de<br />
penitência de 3 horas como a que vem noticiada no<br />
ultimo número do <strong>Peregrino</strong>, para subir ao Sameiro.<br />
E – repare-se – orações, mortificações e sacrifícios<br />
18 PEREGRINO<br />
misturam-se e interpenetram-se, muitas vezes, num<br />
acto único. Assim, por exemplo, numa Via-sacra, nos<br />
Valinhos, em Fátima, numa noite áspera de Inverno,<br />
com vento frio e chuva, à oração junta-se a mortificação<br />
e o sacrifício.<br />
No Êxodo, podemos ler um episódio da caminhada<br />
do povo hebreu que ilustra bem o valor das nossas<br />
intendências. (Ex. 17,8-13).<br />
Os amalecitas foram atacar os israelitas em Refidin.<br />
Moisés disse a Josué:<br />
«Escolhe homens e vai dar combate a Amalec. Estarei<br />
amanhã no cimo da colina, com a vara de Deus na<br />
minha mão.»<br />
Josué cumpriu o que Moisés lhe havia dito e partiu<br />
para travar combate com os amalecitas. Entretanto,<br />
Moisés, acompanhado de Aarão e Hur, subiu para o<br />
cimo da colina.<br />
Quando Moisés tinha os braços erguidos, Israel<br />
dominava o combate, e, quando, vencido pelo cansaço,<br />
os deixava cair, eram os amalecitas que triunfavam.<br />
Moisés foi orando ao longo do dia, de braços erguidos,<br />
até que o cansaço acabou por se tomar insuportável.<br />
Então, Hur e Aarão deslocaram uma grande pedra,<br />
onde se sentou Moisés, e colocaram-se, um de cada<br />
lado, a segurarem-lhe os braços erguidos. E assim pôde<br />
Moisés manter os braços firmes até ao pôr-do-sol.<br />
E Josué acabou por triunfar sobre Amalec e o seu<br />
povo.<br />
É impressionante esta cena que vem narrada no<br />
livro do Êxodo.<br />
Seria natural que o escritor sagrado descrevesse os<br />
feitos de Josué e dos seus homens... Mas, não! Aquilo<br />
que ele descreve, e até com pormenores bem vivos,<br />
é a atitude de Moisés, Aarão e Hur, que estavam no<br />
cimo de uma colina, longe do combate que se passava<br />
lá em baixo...<br />
Isto é: o que o escritor sagrado põe em evidência<br />
são aqueles que estão nos bastidores, à margem da<br />
peleja, e não os protagonistas da mesma: Josué e os<br />
seus combatentes.<br />
Assim é um Cursilho...<br />
A equipa da linha da frente – a Equipa dirigente do<br />
Cursilho – actua na “peleja” do Cursilho, mas fá-lo respaldada<br />
por uma outra equipa – o Batalhão de Sapadores<br />
da Intendência –, uma comunidade que, na retaguarda,<br />
reza e se sacrifica pelo bom êxito do mesmo.<br />
Constituamo-nos pois em Batalhão de Intendência<br />
e o Movimento dos Cursilhos ganhará novo alento!<br />
De Colores!!!<br />
Manuel Gaspar da Silva<br />
Entroncamento
Cursilho 64º para Homens<br />
21 a 24 de Fevereiro 2013<br />
Teve lugar, na Casa de Retiros de Nossa Senhora<br />
do Rosário, em São lourenço do Palmeiral, o 64º<br />
Cursilho de Cristandade de Homens realizado pelo<br />
Secretariado Diocesano do Algarve do Movimento<br />
dos Cursos de Cristandade, o qual decorreu de 21 a<br />
24 de Fevereiro.<br />
O cursilho, contou com a participação de 28 novos<br />
cursilhistas, oriundos de Boliqueime (3), luz Tavira (1),<br />
Ferreiras (4), Fuseta (5), Moncarapacho (1), Paderne<br />
(4), Portimão, Matriz (4) , Tavira (2) e Alcantarilha (4).<br />
A equipa sacerdotal foi constituída pelos Padres<br />
Joaquim Nunes, Rui Guerreiro e Miguel Ângelo.<br />
Fizeram parte da equipa de leigos, Vitor Baltazar,<br />
reitor, e outros 11 dirigentes, oriundos de várias paróquias<br />
do Algarve.<br />
O encerramento, presidido pelo bispo do Algarve,<br />
D. Manuel Quintas, teve lugar no salão da paróquia<br />
de São José, em Ferreiras, na noite de 24 de Fevereiro<br />
de 2013.<br />
Notícias de Aveiro<br />
O mês de Novembro é dedicado ao sufrágio<br />
das almas. De facto a Igreja tem uma tradição que<br />
começa no dia dos “Fiéis Defuntos” e continua por<br />
todo o mês, durante o qual lembra diante de Deus<br />
aqueles que nos precederam na fé. Os cristãos,<br />
depois da visita que fazem aos cemitérios, onde<br />
jazem os seus familiares e amigos, prolongam as<br />
suas orações e sacrifícios sufragando as almas dos<br />
que já partiram.<br />
Porque cremos na Ressurreição, por isso rezamos<br />
para que libertos das manchas do pecado, uma vez<br />
purificados, eles possam tornar-se também nossos<br />
intercessores junto de Deus.<br />
Recordando os nossos antepassados não o fazemos<br />
com a saudade de quem já partiu definitivamente,<br />
mas de que se despediram até um dia:<br />
”Eu vim para que tenham vida e a tenham em<br />
abundância”(Jo.10,10).<br />
Por isso, os Cursilhistas da Diocese de Aveiro<br />
juntaram-se na Igreja do Seminário de Santa Joana,<br />
em Aveiro, unidos nos mesmos sentimentos como<br />
ALGARVE | AVEIRO<br />
Os muitos participantes cursilhistas no encerramento<br />
tiveram oportunidade de reviverem a clausura<br />
e o seu cursilho.<br />
Decolores<br />
P’lo Secretariado Diocesano<br />
João Dores<br />
cristãos e como cursilhistas, no dia 9 de Novembro<br />
pelas 21,30h.<br />
Continuamos, entretanto, com a Esperança e<br />
a Alegria da antevisão do encontro final, em que<br />
Cristo nos há-de receber, tendo cada um o seu<br />
momento e a Graça suprema de vir a estar onde<br />
ElE está.<br />
Então, sim, será a nossa Reunião de Grupo<br />
perene, em que recordaremos o que sempre ouvimos<br />
dizer a nossos irmãos unidos no mesmo Ideal:<br />
“quando frequentamos um Cursilho não trabalhamos<br />
para uma Clausura, mas sim para o Juízo<br />
final”.<br />
Na Eucaristia em que participamos com toda a Fé<br />
e devoção tínhamos bem a consciência do que nos<br />
deixou escrito Santo Agostinho:<br />
“Uma lágrima evapora-se,<br />
Uma rosa murcha,<br />
Só a ORAÇÃO chega até Deus”.<br />
Zé Grancho<br />
PEREGRINO 19
LEIRIA / FÁTIMA<br />
ULTREIA DIOCESANA<br />
3 de Fevereiro 2013<br />
Decorreu no passado 3 de Fevereiro em Pataias,<br />
a Ultreia Diocesana do Movimento dos Cursilhos de<br />
Cristandade.<br />
Foram muitos os cursilhistas que, oriundos das<br />
diversas paróquias da diocese, corresponderam ao<br />
convite de participar neste encontro anual, sempre<br />
muito vivido e convivido, este ano centralizado na<br />
FÉ.<br />
Depois da Eucaristia, presidida pelo Diretor Espiritual<br />
do Movimento na diocese, Pe. Alcides Neves em<br />
representação também do senhor Bispo, D. António<br />
Marto que, por outro compromisso de agenda, não<br />
pode estar presente, deu-se início à Ultreia com Joaquim<br />
Marques a falar sobre o tema da FÉ.<br />
Numa intervenção em que não foi fácil conter a<br />
emoção, começou por um excerto do capítulo 2 da<br />
carta de S. Tiago, «de que servirá alguém dizer que<br />
tem Fé se não tiver obras?», e deu a todos um autêntico<br />
testemunho de fé cristã na disponibilidade para<br />
a entrega ao próximo, mesmo quando as adversidades<br />
da vida nos impõem limitações. Acreditar sem<br />
hesitações que Cristo sempre nos estende a mão nos<br />
momentos difíceis e nos leva a percorrer caminhos<br />
que seriam impossíveis de fazer sem Fé e sem Perseverança,<br />
são a base central do seu rico e tocante<br />
testemunho de vida.<br />
20 PEREGRINO<br />
Das ressonâncias dadas ao tema apresentado, todos<br />
testemunhos ricos de vivências pessoais e comunitárias,<br />
sempre alicerçadas no amor de Cristo e na<br />
preciosa ajuda que constituiu para todos a experiência<br />
de terem vivido um cursilho, destacam-se algumas<br />
mensagens como:<br />
«A Fé tem que se ser feliz e só se alimenta na felicidade»;<br />
«A palmada que levamos à nascença é o primeiro<br />
sinal de que a vida não vai ser fácil, mas é também o<br />
primeiro impulso para o caminho a seguir»;<br />
«A Fé dá-nos a força que nos leva a aceitar desafios<br />
e a acreditar…»;<br />
«A Fé reforçada no pós-curso, foi uma ajuda fundamental<br />
para ultrapassar barreiras, vencer adversidades,<br />
e encontrar as palavras certas para testemunhar<br />
o amor de Cristo aos que nos estão próximos<br />
mas distantes de Deus»;<br />
«Os desafios da vida, transformam-nos, ensinando-nos<br />
a viver felizes mesmo nas diferenças, e a Fé,<br />
ensina-nos a aceitar tudo com um incondicional<br />
amor por tudo o que o Senhor nos dá, mesmo que<br />
por vezes não seja o que esperamos receber».<br />
Foram momentos de grande profundidade e partilha<br />
que se viveram nesta ultreia, que contou também<br />
com a presença de alguns sacerdotes da dioce-
se, sendo que se destacou a intervenção contagiante<br />
do Pe. João Pina Pedro, deixando a mensagem de<br />
que «O MCC leva as pessoas a fazerem a experiência<br />
sensível da Graça de Deus, provoca um encontro<br />
vivo com Jesus Cristo. Evangelizar não é catequizar,<br />
é ser testemunho. A pessoa só é evangelizada se alguém<br />
lhe mostrar Jesus.»<br />
Também o Pároco de Pataias, Pe. Virgílio Francisco<br />
deixou a todos a mensagem de que «A Fé vivida<br />
é a Fé rezada».<br />
A terminar, e antes do convívio final, o Pe. Alcides<br />
Neves, salientou a importância da participação na<br />
ultreia diocesana, referindo que esta «é sempre uma<br />
oportunidade de perseverar na caminhada e viver o<br />
espírito do cursilho e para espevitar o fermento que<br />
somos. A Fé é a adesão a Jesus, a Cristo»<br />
Foi assim muito positivo este encontro, sentimento<br />
traduzido nas palavras de Manuel Duarte,<br />
presidente do Secretariado Diocesano, que na sua<br />
intervenção deixou o desafio de que «saibamos todos<br />
levar daqui uma mensagem de Fé, sobretudo<br />
para os que não puderam aqui estar, para os que<br />
andam mais afastados, desmotivados, desiludidos,<br />
conscientes que, a verdadeira fé está associada à<br />
humildade; aquele que a possui deposita mais confiança<br />
em Deus do que em si próprio, por saber que,<br />
simples instrumento da vontade divina, nada pode<br />
sem Deus. A mais simples definição de fé é uma confiança<br />
que nasce do coração.»<br />
A todos os que participaram, o secretariado diocesano<br />
agradece, esperando que esta ultreia diocesana,<br />
tenha sido mais um passo, para a afirmação<br />
do MCC na diocese como um caminho para a evangelização<br />
dos ambientes mais descristianizados, enquanto<br />
portador da mensagem do amor de Cristo.<br />
LEIRIA / FÁTIMA<br />
PEREGRINO 21
LEIRIA / FÁTIMA<br />
MINI-CURSILHO PARA CASAIS<br />
9 e 10 de Março de 2013<br />
Decorreu no fim-de-semana de 9 e 10 de<br />
Março, no Seminário Diocesano de leiria, o<br />
mini-cursilho nº 52 para casais cursilhistas, sob<br />
a direção espiritual do Pe. Alcides Neves e a<br />
orientação dos casais Augusto Matos / Márcia<br />
lourenço (Mª Grande) e Artur Reis / Alice lopes<br />
(Marrazes).<br />
O encontro que contou com a participação<br />
de 15 casais, 13 da diocese de leiria e 2 da diocese<br />
de Santarém, revelou-se muito positivo a<br />
avaliar pelos testemunhos de todos quantos o<br />
viveram.<br />
Vivendo-se uma época conturbada em que<br />
as famílias são as principais afetadas, é importante<br />
que os casais reservem para si espaço<br />
para refletir, para se reencontrarem na fé e<br />
no amor de Cristo, longe da azáfama do dia a<br />
dia, e assim conseguirem ver reforçados sentimentos<br />
como o amor, a amizade, o companheirismo,<br />
a cumplicidade, sentimentos fundamentais<br />
para alicerçar uma família saudável,<br />
fortalecida no amor e capaz de enfrentar<br />
todas as barreiras.<br />
Carlos Alberto Pedrosa, de Monte Real, que<br />
com a sua esposa participou neste mini-cursilho,<br />
deixou num pequeno poema o seu testemunho.<br />
22 PEREGRINO<br />
Mais um chamamento de Deus<br />
Um convite me foi feito<br />
Somos todos diferentes<br />
Neste mundo imperfeito<br />
Neste mini curso de aperfeiçoamento<br />
Como cristão e apóstolo<br />
Quero abrir o meu coração<br />
Para poder transmitir muita fé ao próximo<br />
Ser casal em comunhão<br />
Saber amar e perdoar<br />
Saber dar carinho e amor<br />
Juntos para Deus caminhar<br />
Sacramento do matrimónio<br />
Um ato de muito valor<br />
Saber caminhar juntos<br />
Com amizade e amor<br />
Sê apóstolo de Deus<br />
Ide, anunciai e proclamai<br />
Que Deus dê muita saúde ao diretor espiritual<br />
Se Deus quiser para o próximo ano há mais.<br />
Carlos Alberto Brás Coelho Pedrosa<br />
Serra de Porto de Urso - Monte Real
69º. CURSILHO DE HOMENS<br />
26 e 28 de Janeiro de 2013<br />
O Movimento dos Cursilhos de Cristandade da<br />
Diocese de Viana do Castelo, realizou entre os dias<br />
26 e 28 de Janeiro de 2013, o 69º. Cursilho de Cristandade<br />
de Homens, tendo participado 15 novos<br />
Cursilhistas.<br />
A Equipa Sacerdotal foi constituída pelos Reverendos,<br />
Monsenhor Manuel José da Costa Azevedo<br />
Vilar, Director Espiritual do Cursilho, Padre José Borlido<br />
Arieiro e Padre Moisés Duarte Rodrigues Correia.<br />
A Equipa leiga foi constituída por onze Dirigentes,<br />
dois dos quais trabalharam pela primeira vez.<br />
Foi Reitor do Cursilho, Manuel Rodrigues.<br />
A Clausura de encerramento e a Eucaristia, tiveram<br />
lugar, como habitualmente no Auditório do<br />
Centro Pastoral Paulo VI em Darque, Viana do Castelo<br />
e contou com a presença de mais de 550 Cursilhistas,<br />
vindos de toda a Diocese, que enchiam<br />
literalmente o Auditório e vibraram com os novos<br />
Cursilhistas, cujos testemunhos refletiram a vivência<br />
de uma grande Espiritualidade, formação e testemunho,<br />
vividos nos três dias de Cursilho,<br />
A Eucaristia foi Presidida pelo Bispo Diocesano,<br />
D. Anacleto Oliveira e concelebrada por mais 6<br />
Sacerdotes.<br />
Na Homilia, D. Anacleto, começou por referir,<br />
constatar que nas nove Clausuras de encerramento<br />
VIANA DO CASTELO<br />
dos Cursilhos a que assistiu, desde que há três anos<br />
chegou à Diocese de Viana do Castelo, sempre<br />
tem ouvido cantar depois da Comunhão o cântico<br />
“Seduziste-me Senhor e eu deixei-me seduzir” que<br />
cria um ambiente propício à reflexão.<br />
“Seduziste-me Senhor” é uma sedução de Deus,<br />
que vos foi feita a vós os quinze que fizestes este<br />
Cursilho, fostes seduzidos em muitos momentos;<br />
frente ao Sacrário, com os irmãos, foram muitos<br />
momentos íntimos que vivestes nestes três dias.<br />
Queremos ser consequentes, porque o Senhor vai<br />
pôr-nos à prova. Ser Cristão autentico é difícil, mas<br />
vale a pena, referiu D. Anacleto.<br />
Não tenhais medo de ser Cristãos, o Senhor desafiou-nos,<br />
mas está connosco, não nos abandona.<br />
O Secretariado Diocesano<br />
PEREGRINO 23
PORTALEGRE / CASTELO BRANCO<br />
REFLExãO QUARESMA / PÁSCOA<br />
“Fé em S. Paulo”<br />
O Movimento dos Cursilhos de Cristandade<br />
da Diocese de Portalegre-Castelo Branco, de<br />
acordo com o seu calendário de atividades, levou<br />
a efeito, no passado domingo, dia 17, a habitual<br />
reflexão Quaresma/Páscoa na igreja paroquial do<br />
Gavião.<br />
Com uma adesão de cerca de uma centena de<br />
cursilhista, o tema abordado “Fé em S. Paulo”,<br />
esteve a cargo do diácono Vítor Manuel Cordeiro,<br />
que, de uma forma simples, clara e muito bem<br />
24 PEREGRINO<br />
estruturada, transpôs para o nosso tempo a vida<br />
e a fé de S. Paulo.<br />
Neste tempo favorável da Quaresma, especialmente<br />
no Ano da Fé em que nos encontramos e<br />
para além de todas as crises, o cristão vive a alegria<br />
da certeza do amor de Deus.<br />
Após as ressonâncias, que refletiram o interesse<br />
do tema, a reflexão Quaresma-Páscoa terminou<br />
com adoração ao Santíssimo Sacramento, momento<br />
alto e efectuado com muita dignidade.
JUBILEU DIOCESANO<br />
Secretariado Diocesano<br />
A Diocese de Portalegre-Castelo Branco está em<br />
festa. O Movimento dos Cursilhos de Cristandade<br />
comemora o seu jubileu…<br />
Há cinquenta anos atrás, na aldeia de Santa Margarida<br />
um grupo de homens valentes desta diocese,<br />
com um generoso sim e uma entrega baseada na<br />
confiança, descobriram a maravilha dum Cristo vivo<br />
que nos concede um amor incondicional, na vivência<br />
do 1º Cursilho desta diocese.<br />
A partir de então, e apenas com um pequeno<br />
interregno nos anos 70, este Movimento de Igreja<br />
que “caminha com Cristo para o Pai, guiado pelo<br />
Espírito Santo,com a ajuda de Maria e todos os<br />
santos, levando consigo os irmãos”, não tem mais<br />
parado.<br />
Assim, no passado 13 de Janeiro, teve lugar no<br />
Gavião, precisamente na mesma data do 1º Cursilho,<br />
o encerramento do 85º Cursilho de Homens da Diocese<br />
de Portalegre-Castelo Branco.<br />
Vinte e seis homens viveram o seu cursilho em Mem<br />
PORTALEGRE / CASTELO BRANCO<br />
Soares e deram o seu testemunho neste encerramento<br />
que foi simultâneamente o arranque das comemorações<br />
dos 50 anos do Movimento na diocese.<br />
A Banda Juvenil do Gavião e a sua escola de<br />
música abrilhantaram o início das comemorações.<br />
Seguidamente, alguns jubilados presentes testemunharam<br />
a vivência do 4º dia e a aventura dos<br />
primeiros passos do Movimento na Diocese.<br />
O Senhor Bispo da Diocese, D. Antonino Dias,<br />
O Senhor Bispo Emérito D. Augusto César, o Presidente<br />
do Secretariado Nacional, Saúl Quintas, membros<br />
dos secretariados diocesanos de leiria-Fátima,<br />
Coimbra e Porto, deram com as suas presenças e as<br />
suas palavras mais ânimo aos cursilhistas desta diocese<br />
para continuarem o seu trabalho.<br />
O Encerramento terminou com a Eucaristia presidida<br />
pelo Senhor Bispo D. Antonino e com o compromisso<br />
dos novos cursilhistas.<br />
Cristo ContA CoM CADA uM DE nós.<br />
PEREGRINO 25
VISEU<br />
150º. CURSILHO DE HOMENS<br />
1 de Dezembro de 2012<br />
Na noite fria daquele primeiro Sábado de Dezembro,<br />
um elevado número de cursilhistas vindos dos<br />
mais variados pontos da Diocese, concentrou-se no<br />
CENTRO PASTORAl DIOCESANO para acolher mais<br />
um punhado de novos irmãos que acabaram de<br />
viver a experiência maravilhosa de um Cursilho de<br />
Cristandade.<br />
Tratou-se de um Cursilho Jubilar – o 150º - dos<br />
realizados na nossa Diocese desde meados dos anos<br />
sessenta.<br />
A Direcção Espiritual esteve a cargo do Padre<br />
António José do Caramulo, coadjuvado pelos<br />
Padres Sérgio e Nuno. De notar a ausência do Padre<br />
Manuel Henriques da Silva que se previa fizesse<br />
parte da mesma equipa, mas que o Senhor atirou<br />
para uma cama da Cirurgia do Hospital de Viseu,<br />
ficando assim a garantir – pelo sofrimento – uma<br />
retaguarda forte.<br />
Constituiu um teste à valentia, a permanência<br />
no anfiteatro de tão numeroso grupo de cursilhis-<br />
26 PEREGRINO<br />
tas face ao ambiente enregelado que, por força de<br />
uma arreliadora avaria no aquecimento do espaço,<br />
afastou alguns mais frágeis e vulneráveis.<br />
A Diocese fica agora mais rica com este punhado<br />
de irmãos cujos testemunhos deixaram a esperança<br />
do seu empenhamento na transformação<br />
dos ambientes donde vieram e para onde voltaram,<br />
levando o seu testemunho de vida nova, neste<br />
Advento do novo ano litúrgico.<br />
Para isso contribuíram os testemunhos dos cursilhistas<br />
mais antigos, que lhes apontaram pistas<br />
como garante da sua perseverança, experiências<br />
devidamente testadas e que lograram o êxito, nas<br />
suas vidas.<br />
Foi uma bela iniciativa no limiar do Ano da FÉ.<br />
Que Deus lhes dê a força e a coragem que deu<br />
aos Apóstolos – são esses os nossos votos - e por<br />
eles pediremos ao Senhor da Messe.<br />
Secretariado Diocesano de Viseu
ULTREIA REGIONAL DO MCC<br />
Oliveira de Frades<br />
Tal como vinha sendo anunciado dentro do Movimento<br />
dos Cursilhos de Cristandade, na diocese de<br />
Viseu, realizou-se no passado domingo, 03 de Março,<br />
a calendarizada UlTREIA REGIONAl.<br />
Anunciada pelas Folhas de Ultreia dimanadas<br />
do Secretariado do MCC e de difusão em todos os<br />
Núcleos de Ultreia da diocese, bem como nas Sessões<br />
de ESCOlA do nosso Movimento, concretizou-se a<br />
Ultreia Regional em Oliveira de Frades no passado<br />
domingo, dia 03 de Março, pelas pelas 15 horas.<br />
Chegados das diversas zonas da diocese, trazendo<br />
algum farnel para a partilha em momento oportuno,<br />
lá se foram juntando os cursilhistas, trazendo no<br />
rosto a alegria, a santa alegria, dos cristãos que se<br />
reveem e reencontram, que se abraçam e (ou) se beijam,<br />
matando saudades de alguns meses e até talvez<br />
de anos, de ausência.<br />
À hora, no amplo e acolhedor Salão Paroquial,<br />
formou-se a Mesa dos Trabalhos de Ultreia, tendo<br />
como Reitor/Coordenador o sempre “jovem” Adão<br />
Bastos; como Diretor Espiritual esteve o Pe. Jorge luís<br />
G. lopes, que o vem sendo também no arciprestado<br />
em conjunto com o Pe. Manuel Fernandes e o Pe. José<br />
Júlio e como rolhista o cursilhista 36º aniversariante,<br />
Adelino Soares.<br />
Ultreia é Ultreia e todos os passos se seguiram, em<br />
festa é certo, mas com a seriedade das coisas sérias e<br />
importantes: ao homem-todo e ao Movimento.<br />
No momento próprio o rolhista extravasou com<br />
alguma emoção, a alegria do seu “4º dia”, o que tem<br />
VISEU<br />
sido a sua vida e preocupação após 36 anos de cursilhista<br />
consciente, em atividades quer na família, à<br />
qual se dedica com muito amor, quer na vizinhança<br />
e na sociedade, sendo sempre sua preocupação o<br />
bem-estar e felicidade “do outro”, tal como sempre<br />
aprendeu: em família” e com maior tomada de consciência,<br />
no seu Cursilho - o 29º de Homens de Viseu,<br />
que foi o primeiro na diocese, no pós 25 de Abril.<br />
Terminou apelando a que testemunhemos Cristo e<br />
ajudemos “o outro” a perder o medo e a levantarmos<br />
os olhos para “o Alto,” buscando, em Cristo, a<br />
Felicidade eterna.<br />
Nas ressonâncias ao que anteriormente fora dito,<br />
intervieram: Otília Arede também falando do seu “4º<br />
dia” e Rosa Carvalho, que alinhando pelo que já fora<br />
exposto terminou com um poema - “Um Sonho”.<br />
O Pe. Jorge luís, ao seu estilo pessoal e habitual,<br />
agarrou nos testemunhos e situou-nos em rota com<br />
Cristo, o eterno sonhador de almas, que todo Se deu<br />
pela nossa felicidade e alegria. Falou da nossa missão<br />
de testemunhar Cristo e o seu Amor e ajudar os<br />
irmãos a também eles O sentirem em suas vidas.<br />
Finda a Ultreia, seguimos para a igreja, cantando<br />
alegremente, onde participámos na Eucaristia presidida<br />
pelo Diretor Espiritual Diocesano do Movimento,<br />
Pe. José António, deste modo louvando e<br />
agradecendo tantos benefícios recebidos.<br />
Finda a celebração encaminhámo-nos para o<br />
refeitório onde em alegre convívio fizemos festa no<br />
lanche partilhado.<br />
PEREGRINO 27
MADEIRA<br />
50 ANIVERSÁRIO DO MCC MADEIRA<br />
Foi de 17 a 20 de Abril de 1963 que se realizou o<br />
primeiro Cursilho de Cristandade da Diocese do Funchal.<br />
Depois de terem frequentado um Cursilho de Cristandade<br />
no Porto, um grupo de leigos e sacerdotes<br />
lançou-se ao serviço de trazer os Cursilhos de Cristandade<br />
para a Madeira.<br />
Em Abril de 1963, com a ajuda duma Equipa do<br />
Porto, realizou-se o 1.º Cursilho. Passados 50 anos,<br />
cerca de 7.000 homens e mulheres vieram a um Cursilho<br />
de Cristandade.<br />
A vivência do cursilho vem sendo testemunhada<br />
por todos como algo ímpar e<br />
inesquecível que os marcou para toda a<br />
vida.<br />
Muitos continuaram na vida iniciada<br />
e dedicaram-se à construção do Reino<br />
de Deus – nas paróquias são muitos os<br />
cursilhistas que colaboram nos vários<br />
serviços e nos Movimentos e Obras de<br />
Apostolado, seja Equipas de Casais de Nossas<br />
Senhora, Conferências Vicentinas, Grupos de<br />
Oração, etc., são também muitos os que se empenharam<br />
dando a sua quota para a construção do Reino.<br />
Também é verdade que muitos, na liberdade de<br />
que desfrutam, decidiram seguir outros caminhos,<br />
nem sempre os melhores. Mas também é verdade que<br />
a grande maioria, embora não estando comprometidos<br />
no apostolado organizado ou paroquial, nessa<br />
mesma liberdade que Deus concedeu a todos nós,<br />
passaram a ser melhores maridos e esposas, melhores<br />
profissionais, melhores cidadãos.<br />
Neste momento de celebrar os 50 anos de vida<br />
deste Movimento na Diocese é hora de AÇÃO DE<br />
28 PEREGRINO<br />
GRANDE ULTREIA<br />
GRAÇAS por tudo aquilo que o Senhor quis realizar<br />
para engrandecer o homem, e afirmar o nosso<br />
compromisso de continuar, na esperança de realizar<br />
melhor os desígnios de Deus para a construção do<br />
Seu Reino neste tempo e neste lugar.<br />
Através dos Cursilhos de Cristandade, o Senhor<br />
com a colaboração duma equipa mista, leigos e<br />
sacerdotes, apresenta-se deslumbrante àqueles que<br />
lhe dão oportunidade, ao frequentarem o cursilho.<br />
O cursilho é uma vivência poderosa e autêntica de<br />
intimidade com Deus, com os outros e consigo<br />
próprio que marca profundamente a vida<br />
daqueles que o vivem; no entanto, continuam<br />
livres, como Deus os fez, para<br />
seguirem o caminho que quiserem.<br />
Daí a nossa atitude de agradecimento<br />
e louvor pelo muito que Deus<br />
tem realizado, apesar das nossas limitações,<br />
através de todos nós que O descobrimos<br />
num Cursilho de Cristandade; mas<br />
também a nossa atitude de compromisso<br />
com Ele para continuar a dar o nosso esforço<br />
no futuro, pedindo-lhe as Suas graças pois “sem mim<br />
nada podeis fazer”.<br />
No conjunto das ações comemorativas do 50.º<br />
Aniversário do MCC Madeira, além de outras iniciativas<br />
que têm vindo a decorrer ao longo de 2012 e que<br />
terminarão em Abril de 2013, como sejam Encontros<br />
(Ultreias) e uma Cadeia de Oração diária ao longo de<br />
todo o ano (começou em Março de 2012 e termina 31<br />
de Março de 2013, elas culminarão com a realização<br />
duma Grande Ultreia no dia 20 ABRIl 2013, na Escola<br />
Salesiana de Artes e Ofícios, cujo programa será o<br />
seguinte:<br />
Precisamente no dia 20 de Abril de 2013, quando se completam 50 anos<br />
do 1.º Cursilho de Cristandade realizado na Diocese do Funchal,<br />
tem lugar a Grande Ultreia, na Escola Salesiana de Artes e Ofícios.<br />
9:30 – Chegada<br />
10:00 – início dos trabalhos<br />
– oração<br />
– Eventos históricos do início do Movimento dos Cursilhos de Cristandade na Madeira<br />
12:30 – Almoço Convívio<br />
14:30 – recomeço dos trabalhos – ultrEiA<br />
17:00 – EuCAristiA<br />
Vamos todos estar presentes! E vamos ter a preocupação apostólica de incentivar outros irmãos para<br />
também estarem presentes.<br />
É MoMEnto DE AlEgriA, DE FEstA, DE AÇÃo DE grAÇAs E DE CoMProMisso PArA o Futuro!
ll ESCOLA DIOCESANA<br />
xVll Mini Cursilho de casais<br />
Foi em ambiente de alegria, própria da liturgia<br />
do Domingo Gaudete (3º domingo do advento) e de<br />
oração que, no passado dia 16 de dezembro se realizou<br />
a II Escola Diocesana do M.C.C., presidida pelo<br />
nosso diretor espiritual Rv.º Cónego Francisco Senra<br />
Coelho, na Igreja do Calvário, sede do Movimento.<br />
Os trabalhos iniciaram com o solene envio das<br />
equipas dos cursilhos 146 de homens e 117 de senhoras<br />
e da equipa do XVII Mini Cursilho de casais.<br />
Nesta primeira parte de uma tarde bela e cheia de<br />
sentido, apesar do tempo próprio de quase inverno,<br />
as várias dezenas de<br />
cursilhistas presentes<br />
pararam para<br />
a uma só voz, com<br />
o presidente desta<br />
celebração de envio<br />
implorarmos ao Senhor<br />
que se fizesse<br />
presente no coração<br />
de todos os que, por<br />
bem escolheu, continuarem<br />
a preparar as<br />
próximas atividades<br />
do Movimento na<br />
nossa Arquidiocese.<br />
Depois de escutar<br />
a palavra e acolher<br />
a reflexão sobre a<br />
mesma pelo nosso<br />
Diretor Espiritual, o<br />
mesmo convidou os<br />
reitores dos cursilhos<br />
e coordenadores do<br />
mini cursilho a chamar<br />
os elementos das<br />
respetivas equipas.<br />
Pela oração silenciosa<br />
de invocação<br />
do Espírito Santo, o Sr. Cónego Senra Coelho, a-<br />
companhado pelo Diácono António M. Machado<br />
e à semelhança dos apóstolos impuseram as mãos<br />
sobre cada um dos que em nome do Movimento e<br />
da Igreja, iriam ser enviados a acolher todos(as) que<br />
ÉVORA<br />
lhe estavam confiados(as) para este encontro com<br />
Jesus Cristo.<br />
Este momento terminou com a oração de envio<br />
e abraço da paz.<br />
A segunda parte desta Escola Diocesana foi com<br />
a alegria de, novamente, termos presente o Rv.º<br />
Cónego Mário Tavares que continuou a sua meditação<br />
sobre o Ano da Fé referindo-se neste dia a<br />
Jesus Cristo “Creio em Jesus Cristo Filho de Deus e<br />
Salvador”.<br />
Mensagem bela e interpeladora a que cada vez<br />
mais nos sintamos<br />
identificados com<br />
a palavra da escritura,<br />
reveladora de<br />
Deus e impulsionadora<br />
para ser celebrada<br />
em comunidade<br />
com verdade<br />
e transmissora de<br />
vida cristã.<br />
Finalmente o Sr.<br />
Cónego Senra Coelho<br />
agradeceu em<br />
nome de todos a<br />
presença e a reflexão<br />
do Sr. Cónego<br />
Mário Tavares que<br />
incentivou o Movimento<br />
através dos<br />
presentes, para que<br />
nos tempos que correm<br />
possamos ser<br />
sinal de esperança<br />
em Jesus Cristo e<br />
com Ele e por Ele<br />
consigamos levar<br />
por diante o projeto<br />
cursilhista que<br />
todos queremos com forte intendência orante concretizar.<br />
Com saudações e votos de um ano 2013 repleto<br />
das melhores graças e bênçãos para todos os cursilhistas<br />
e suas famílias.<br />
PEREGRINO 29
ÉVORA<br />
SE DEUS ESTÁ CONNOSCO,<br />
QUEM PODERÁ ESTAR CONTRA NóS?<br />
Estamos a viver um tempo difícil em diversas<br />
frentes, a económica, a social, a política… O mundo<br />
oferece-nos insegurança, dificuldades, receios, desânimos,<br />
desencantos…<br />
E os cristãos hão de deixar-se abater e contagiar<br />
por essas ameaças?<br />
O nosso Deus é um Deus forte, que sempre nos<br />
fortalece e anima. No ano da Fé, e mais concretamente<br />
no tempo de Quaresma que se inicia, somos<br />
chamados a dar testemunho de uma Fé autêntica,<br />
madura e atuante. “Vós que temeis o Senhor, esperai<br />
na Sua misericórdia… quem confiou no Senhor<br />
e foi confundido? Quem permaneceu firme e foi no<br />
seu temor abandonado? Ou quem O invocou e se<br />
sentiu defraudado? Porque Deus é cheio de bondade<br />
e misericórdia e perdoa os pecados e salva no<br />
dia da aflição.” Ecli, 2. 7-11<br />
A nossa Fé não se apoia na sabedoria dos homens,<br />
mas no poder de Deus, como nos lembra S. Paulo na<br />
1ª Carta aos Coríntios. Só Deus nos pode conceder a<br />
paz, a segurança e a força para nos libertarmos do<br />
cativeiro do dia-a-dia, dos nossos problemas, dúvidas<br />
e frustrações. Pela Fé, entramos na comunhão<br />
com Deus, sentimo-nos acolhidos no Seu coração<br />
e no Seu amor e isso nos basta para nos tranquilizarmos<br />
e sentirmos a serenidade e a paz que tanto<br />
desejamos. Dizia Santa Teresa de Jesus, “Nada te<br />
perturbe, nada te espante, quem a Deus tem nada<br />
lhe falta, só Deus basta”.<br />
30 PEREGRINO<br />
O Senhor fala-nos no silêncio e na intimidade da<br />
nossa oração, mas também através da Sua Palavra e<br />
interpela-nos, inquieta-nos e o Seu apelo leva-nos à<br />
ação que deve ser sempre alicerçada na Fé e testemunhada<br />
na alegria, na serenidade e na paz que a Sua<br />
presença em nós deve fazer transparecer. Porém, a<br />
verdadeira Fé tem que ser vivida em unidade. Como<br />
verdadeiros cristãos, temos que estar unidos “num<br />
só coração e numa só alma”. É assim que devemos<br />
viver esta Quaresma, com esperança e em unidade,<br />
fazermos jejum, penitência e oração, deixando que<br />
Deus use o nosso jejum, a nossa penitência e as nossas<br />
orações para nos fazer avançar no caminho de<br />
santidade, mas para também os transformar em graças<br />
derramadas sobre aqueles que mais precisarem.<br />
Que a nossa paz interior transborde para todos os<br />
que nos rodeiam e, assim, seremos sinal de alegria<br />
e esperança em Jesus ressuscitado. Mostremos ao<br />
mundo que, o mesmo Jesus que quis habitar entre<br />
nós e ser homem para nos ensinar a ser santos, também<br />
quis morrer por nós para termos a vida eterna<br />
e a certeza do Seu amor, um amor misericordioso<br />
que nos torna herdeiros do Seu reino de amor e de<br />
paz. Esta é a única certeza que podemos ter já nesta<br />
vida e que supera largamente todas as incertezas,<br />
medos ou inseguranças terrenas. Se Deus está connosco,<br />
quem poderá estar contra nós?<br />
Clara Zagalo
ULTREIA:<br />
Reunião de Grupo e a Eucaristia na Ultreia<br />
Muito se fala da Ultreia, da Reunião de Grupo na<br />
Ultreia e da Eucaristia na Ultreia.<br />
Ela não precisa de apresentações, mas: o que é<br />
afinal a Ultreia?<br />
Deve ou não realizar-se Reunião de Grupo na<br />
Ultreia?<br />
Deve ou não celebrar-se a Eucaristia na Ultreia?<br />
São estes aspetos que pretendemos abordar<br />
numa pequena reflexão que convosco queremos<br />
partilhar.<br />
Nunca é demais referir que o que vamos abordar<br />
não são “ideias nossas”, ou “coisas que nos passaram<br />
pela cabeça”. São sim o que Eduardo Bonnín<br />
Aguiló, Fundador dos Cursilhos de Cristandade, inspirado<br />
pelo Espírito Santo, idealizou para os Cursilhos,<br />
e por conseguinte, neste “aspeto” do Pós-Cursilho:<br />
a Ultreia: a Reunião de Grupo e a Eucaristia<br />
na Ultreia.<br />
Por esta razão, iremos transcrever algumas passagens<br />
de escritos do próprio Eduardo Bonnín e dos<br />
iniciadores, para melhor interpretarmos esta abordagem.<br />
Relembramos que não serão palavras ou<br />
ideias nossas, mas sim do Fundador dos Cursilhos de<br />
Cristandade.<br />
Apelamos desde já à vossa compreensão, porque<br />
o que vamos abordar tem como origem, as próprias<br />
origens do MCC e não a opinião de quantos e<br />
quantas, cheios certamente das melhores intenções,<br />
foram alterando por aqui e por ali, diversos aspetos<br />
no que a este “tema” diz respeito.<br />
Não pretendemos alimentar qualquer controvérsia,<br />
mas sim, eventualmente, fazer alguns “esclarecimentos”<br />
que nos parecem oportunos sobre esta<br />
temática.<br />
ULTREIA - REUNIãO<br />
Não julguem o que aqui vamos abordar. Se algo<br />
tiver de ser “julgado”, será o Carisma Fundacional<br />
do Cursilhos, porque é com base nele que será feita<br />
esta pequena reflexão, e esse, o Carisma, permitamnos<br />
a nossa opinião, não tem de ser “julgado”, tem<br />
sim, de ser compreendido e posto em prática. É<br />
assim muito simples.<br />
Se nós escolhemos este caminho do MCC, porque<br />
outros existem e todos são caminho, temos o dever<br />
de conhecer esta e outras “matérias” para que o<br />
próprio MCC seja cada vez mais MCC.<br />
Gostaríamos também de deixar claro, como habitualmente<br />
dizemos, que não pretendemos “ensinar”<br />
nada a ninguém, nem ser “mestres” de nada nem<br />
de ninguém, longe de nós tal pensamento. Pretendemos<br />
sim, “falar de ‘coisas’ que sempre foram verdade<br />
e que poucas vezes foram explicadas”, como<br />
dizia Eduardo Bonnín.<br />
Pretendemos ainda partilhar aquilo que fomos<br />
aprendendo, não para sabermos mais que ninguém<br />
mas para conhecermos melhor os Cursilhos e o MCC,<br />
fruto da leitura da imensa “Biblioteca de Cursilhos”<br />
que fomos reunindo ao longo dos anos, muitas das<br />
obras em espanhol, por não existirem ainda traduzidas<br />
na nossa língua.<br />
Esta questão da Ultreia: Reunião de Grupo na<br />
Ultreia e da Eucaristia na Ultreia, não é de ontem,<br />
não é de hoje e não será certamente de amanhã, a<br />
menos que queiramos todos parar, pensar e “colocar<br />
em marcha” alguns aspetos que falaremos mais<br />
à frente.<br />
A verdade é que muitos locais, por esta e por<br />
aquela razão que não interessa aqui nem agora,<br />
muitas “coisas” de Cursilhos tem vindo a ser alte-<br />
PEREGRINO 31
ULTREIA - REUNIãO<br />
radas. Por muitos locais até, nunca foi de outra<br />
maneira. No entanto, por sempre se ter feito assim<br />
e porque nos ensinaram assim, não quer dizer que<br />
estejamos certos. Penso que devem concordar connosco<br />
neste aspeto. A verdade não precisa de defensores,<br />
ela defende-se sozinha, basta explicá-la.<br />
Ora vejamos alguns aspetos relacionados com a<br />
abordagem que nos propomos fazer.<br />
De forma muito, mas muito breve, alguns aspetos<br />
da Ultreia e os seus tempos.<br />
Para começar, e não será com certeza novidade<br />
para ninguém, sabemos que a Ultreia, segundo o<br />
Carisma Fundacional dos Cursilhos, é composta por<br />
3 tempos:<br />
1º Tempo: Reunião de Grupo – Encontro interpessoal.<br />
2º Tempo: Reunião Colectiva – Vivência – Encontro<br />
com os irmãos.<br />
3º Tempo: Oração – Encontro com Cristo na vista<br />
ao Sacrário.<br />
A Ultreia, é também conhecida e bem como a<br />
Reunião das Reuniões de Grupo.<br />
A Ultreia tem de ser uma realidade viva de pessoas<br />
diferentes, em união comum, dispostas a conviver e<br />
compartilhar com todos, as suas vivências cristãs.<br />
É na Ultreia que se dá o contacto com os irmãos<br />
que vivem e os que se esforçam por viver, o Fundamental<br />
Cristão na sua vida.<br />
É também o lugar onde se vive, ou se deve viver o<br />
que se disse no Cursilho.<br />
A Ultreia serve para que o Cursilho seja verdade,<br />
ou se quisermos, possibilita-nos de nos encontremos<br />
com uma série de verdades que nos foram ditas no<br />
Cursilho.<br />
Na Ultreia, como tudo em Cursilhos, o mais importante<br />
é a Amizade e a Pessoa, por isso, a Ultreia deve<br />
ser vivida com o mesmo espírito do Cursilho.<br />
A Ultreia tem de possibilitar que o melhor de<br />
cada um possa chegar aos demais possíveis.<br />
A Ultreia é a festa de nos encontrarmos, a alegria<br />
de nos sabermos unidos e de nos sentirmos próximos<br />
e nos podermos contagiar, com a nossa Fé.<br />
Sobre a Ultreia no geral muito se poderia dizer,<br />
mas ficará para outra oportunidade.<br />
Continuamos agora para abordar o primeiro<br />
tempo da Ultreia: a Reunião de Grupo ou o Encontro<br />
Interpessoal.<br />
A verdadeira e “original” Ultreia começa com a<br />
Reunião de Grupo, a chamada Reunião de Grupo<br />
“com quem deves” (a outra Reunião de Grupo,<br />
a que se realiza entre as Ultreias é a denominada<br />
“com quem queres”).<br />
32 PEREGRINO<br />
Esta Reunião de Grupo na Ultreia facilita-nos que,<br />
Ultreia após Ultreia, possamos ampliar o nosso círculo<br />
de amigos e assim crescer como pessoas e como<br />
cristãos, porque o melhor de cada um chegará aos<br />
demais possíveis.<br />
A esta Reunião de Grupo, como a qualquer outra,<br />
devemos ir com um plano sincero e transparente.<br />
Quando a alma não fica transparente é impossível<br />
compartilhar, e se não se compartilha não há Ultreia<br />
nem há Reunião de Grupo.<br />
Devemos estar sempre abertos ao que a Reunião<br />
de Grupo na Ultreia nos pode proporcionar.<br />
Na Ultreia, é importante procurar fazer a Reunião<br />
de Grupo com pessoas diferentes, pois uma das<br />
finalidades é a oportunidade de conhecer e aprofundar<br />
a relação de amizade com o maior número<br />
de pessoas possível.<br />
Depois da Reunião de Grupo chega o segundo<br />
tempo da Ultreia, que é como também vimos atrás:<br />
a Reunião Coletiva ou Vivência, que mais não é que<br />
o Encontro com os irmãos.<br />
Este segundo tempo é o momento em que um(a)<br />
cursilhista nos fala, e partilha com a “assembleia<br />
cursilhista”, a sua vivência individual ou de grupo.<br />
Não vamos adiantar muito, mas dizer talvez que<br />
esta vivência (a que se chama também rolho) não<br />
deve exceder os 10 minutos. Depois, é chegado o<br />
momento das Ressonâncias.<br />
As Ressonâncias não são mais do que um pequeno<br />
testemunho (partilha) por um elemento da assembleia<br />
de cursilhistas presentes, a quem o Rolho apresentado<br />
tocou de forma especial.<br />
Estas intervenções devem ser em número de 3 ou<br />
4 e não devem exceder dois minutos cada uma.<br />
No final das Ressonâncias, o Director Espiritual<br />
presente, centra à luz do Evangelho, os testemunhos<br />
partilhados. Esta reflexão também não deverá<br />
exceder os dez minutos.<br />
Por fim, o terceiro tempo, que como vimos: é<br />
o momento da Oração comunitária. É o momento<br />
em que oferecemos e agradecemos a Cristo o que<br />
vivemos e compartilhamos na Ultreia e durante a<br />
semana, a quinzena, ou mês, conforme a periodicidade<br />
com que a Ultreia se realiza.<br />
E esta etapa, que é o momento da Oração Comunitária,<br />
deve desenrolar-se, dando graças, fazendo<br />
pedidos, rezando um Pai-Nosso e cantando o cântico<br />
“De Colores”, que encerra a Ultreia.<br />
Até aqui, penso que nada de novo, ou pelo<br />
menos, poucas novidades. Afinal apenas apresentamos<br />
o “que está previsto” no Carisma Fundacional<br />
do Movimento de Cursilhos de Cristandade.
Poderíamos ficar por aqui, mas, a verdade é que<br />
por alguns lugares ou Dioceses, estes três tempos<br />
da Ultreias não estão bem definidos e menos ainda,<br />
postos em prática.<br />
E nesta sequência, um aspeto que pode dividir<br />
opiniões, mas sendo uma realidade, parece-nos<br />
importante abordá-lo. A realidade é que em alguns<br />
locais, foi retirada a Reunião de Grupo e “acrescentada”<br />
a celebração da Eucaristia.<br />
Se conhecermos “as origens” facilmente deixamos<br />
de ter dúvidas e a questão da possível divisão<br />
de opiniões, deixa de fazer qualquer sentido.<br />
É também este aspeto que desejamos abordar<br />
convosco, transcrevendo o que nos diz o Fundador<br />
dos Cursilhos de Cristandade, Eduardo Bonnín,<br />
sobre este aspeto.<br />
Uma vez mais queremos deixar claro que não<br />
pretendemos “ensinar” nada nem ninguém, nem<br />
tão pouco que se faça desta ou daquela forma. Nem<br />
sequer queremos que pensem “desta” ou “daquela”<br />
maneira. Queremos sim, abordar de forma simples, o<br />
que é entendido desde as origens sobre este aspeto<br />
e nada mais, mas também, nada menos.<br />
Cada um, cada local, cada Diocese, faça segundo<br />
o que considera melhor. No entanto, e como muitas<br />
vezes disse Eduardo Bonnín: “… entendo que tenho<br />
essa responsabilidade e não ficaria tranquilo, se não<br />
dissesse, em abono da verdade e ainda que ninguém<br />
me escute, porque ninguém tem a obrigação de me<br />
escutar… mas eu, em consciência, sinto-me na obrigação<br />
de o dizer”.<br />
Em relação à Reunião de Grupo, pelo que foi<br />
exposto anteriormente, pensamos que está compreendido:<br />
ela deve realizar-se em cada Ultreia.<br />
Em relação à Eucaristia, é bom que comecemos<br />
por dizer que ela é fundamental, é o grande<br />
alimento da nossa vida cristã. Agora celebrá-la na<br />
Ultreia, isso é outro “assunto”, que muito tem dado<br />
que falar e certamente vai continuar a dar.<br />
A nossa ideia, ao fazermos esta abordagem, não<br />
é outra senão que possamos compreender o “lugar<br />
de cada coisa”, em Cursilhos.<br />
A celebração da Eucaristia na Ultreia não está<br />
“desenhada” nem prevista nas origens dos Cursilhos.<br />
No entanto, a realidade de alguns lugares ou<br />
Dioceses, é que a Missa foi introduzida na Ultreia,<br />
e por outros lugares tem custado a entender que<br />
“cada coisa tem o seu lugar”.<br />
Todos queremos acreditar que tudo terá acontecido<br />
e continua a acontecer, mais por desconhecimento<br />
do Método, do que pelo “interesse” de<br />
alguém.<br />
ULTREIA - REUNIãO<br />
PEREGRINO 33
Mas para que as palavras não sejam as nossas,<br />
vejamos o que diz Eduardo Bonnín acerca da celebração<br />
da Eucaristia na Ultreia: “… se pretendermos,<br />
e que ninguém se escandalize, celebrar a Eucaristia<br />
na Ultreia, o que quase sempre será não para os<br />
afastados, mas para a “melhor prestação de serviço<br />
dos bons”, estamos a confundir os planos e a alterar<br />
substancialmente, mesmo que sem querer, o papel<br />
dos sacerdotes na Ultreia. Na Ultreia compartilhase<br />
o que se vive. Na Eucaristia participa-se do que é<br />
Cristo e a Igreja. Na Ultreia, o sacerdote assiste como<br />
cristão que continua sendo. Na Eucaristia assume a<br />
sua função de Cristo entre os homens. E parafraseando<br />
Santo Agostinho poderia dizer-se: “convosco<br />
(na Ultreia) sou Cristão, para vocês (na Eucaristia)<br />
sou sacerdote. Às vezes, misturar várias coisas enriquece<br />
o conjunto, mas outras vezes e desde logo<br />
nesta ocasião, confunde. Além de alterar o papel<br />
do Sacerdote na Ultreia, incluir a Eucaristia nela faz<br />
brotar sem dúvida os papéis dos leigos como: leitores,<br />
acólitos, participar na coleta, no coro e por aí<br />
fora” (in Historia de un Carisma – de Eduardo Bonnín<br />
Aguiló – Edição da FEBA, Página 25).<br />
Esta edição que acabamos de citar tem incluído<br />
um capítulo, como apêndice, que aborda a “Pontualizarão<br />
Sobre o Método do Cursilhos”, onde também<br />
podemos ler, sensivelmente pelas mesmas palavras,<br />
o que acabamos de referir em relação à celebração<br />
da Eucaristia na Ultreia. Nesta parte do livro, Eduardo<br />
Bonnín apenas acrescenta “… outra dimensão<br />
tem as Ultreias extraordinárias que se celebram<br />
com carater Diocesano, Nacional ou Internacional,<br />
donde, aí sim, cabe claramente e é até aconselhável<br />
a celebração da Eucaristia” (in Historia de un<br />
Carisma – de Eduardo Bonnín Aguiló – Edição da<br />
FEBA, Página 177).<br />
Como podemos observar, estas não são palavras<br />
nossas, são do próprio Eduardo Bonnín, que dispensa<br />
apresentações.<br />
Para melhor entendermos alguns aspetos, nada<br />
melhor que acrescentarmos novamente palavras de<br />
Eduardo: “… a partir de Maiorca temos protestado<br />
contra o sequestro que se tem feito em Cursilhos.<br />
Ninguém tem a obrigação de me escutar, mas eu, em<br />
consciência, sinto-me na obrigação de dizer isto…”<br />
(in Um Aprendiz de Cristão, de Eduardo Bonnín, Edição<br />
Portuguesa, página 58).<br />
E para não alongar mais esta abordagem, podemos<br />
ficar por aqui.<br />
Como nos podemos aperceber, ao longo desta<br />
pequena reflexão que tentamos fazer convosco, não<br />
abordamos este tema de “A UlTREIA: A REUNIÃO<br />
34 PEREGRINO<br />
de GRUPO e A EUCARISTIA NA UlTREIA” segundo o<br />
que consideramos pessoalmente, mas sim, de acordo<br />
com o que o Fundador dos Cursilhos de Cristandade,<br />
Eduardo Bonnín Aguiló, disse e defendeu.<br />
Claro que temos a nossa opinião e ela está de<br />
acordo com o pensamento de Eduardo Bonnín, tanto<br />
mais que nos é conhecido o interesse e a defesa do<br />
verdadeiro Carisma Fundacional dos Cursilhos de<br />
Cristandade, desde a sua Mentalidade, Essência,<br />
Metodologia e Finalidade. Afinal, se acreditamos<br />
que os Cursilhos nasceram pela vontade e obra que<br />
o Espírito Santo infundiu em Eduardo Bonnín e<br />
reconhecemos Palma de Maiorca como o berço dos<br />
Cursilhos de Cristandade, não seriamos coerentes<br />
se, depois de conhecermos o Carisma Fundacional<br />
e depois de o entendermos, não defendêssemos as<br />
origens.<br />
Deixamos à consideração de cada um, para que<br />
cada um tire as suas próprias conclusões, o que aqui<br />
abordamos de forma simples.<br />
As palavras que são nossas, se assim o entenderem,<br />
podem “esquece-las”, no entanto, se nos permitirem,<br />
pedimos-vos que retenham e pensem nas<br />
que Eduardo Bonnín defendia.<br />
Não pretendemos que pensem como nós. Pretendemos<br />
sim que muitos e muitas Cursilhistas se entusiasmem<br />
cada vez mais em busca da verdade sobre<br />
Cursilhos. Depois de conhecida a verdade, talvez<br />
quem sabe, pensaremos todos da mesma forma.<br />
Tenhamos todos a coragem de ajustar o que tiver<br />
de ser ajustado. Só assim seremos mais fortes. Só<br />
assim levaremos “ a melhor notícia da melhor realidade:<br />
que Deus em Cristo nos Ama; comunicada<br />
pelo melhor meio: que é a Amizade; até ao melhor<br />
de cada um: que é o seu ser de Pessoa” (in El Pensamiento<br />
de Eduardo Bonnín y del Secretariado Diocesano<br />
de Mallorca – Colección: Volviendo a las Fuentes,<br />
Edição Espanhola, página 5).<br />
Terminamos com mais uma frase de Eduardo Bonnín<br />
que nos parece oportuna: “A verdade não precisa<br />
de interpretações nem defensores; ela defendese<br />
sozinha; basta explicá-la” (in Um Aprendiz de<br />
Cristão, de Eduardo Bonnín, Edição Portuguesa,<br />
página 162).<br />
Obrigado pela paciência que tiveram para ler<br />
estas linhas que com simplicidade partilhamos convosco.<br />
Bem hajam.<br />
Sempre … DE COlORES<br />
Fausto Dâmaso e Maria José Dâmaso<br />
Diocese de Angra
Site do Secretariado Nacional<br />
sn-mcc-portugal.webnode.pt<br />
SN Junho 2012<br />
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