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SANTARÉM<br />

Deus o sacrifício mais completo, um holocausto perpétuo.<br />

Há, ainda, outros sacrifícios, especialmente recomendados<br />

pela Sagrada Escritura: o jejum e a<br />

esmola.<br />

O jejum era, na Antiguidade, um dos grandes meios<br />

de expiação.<br />

Jesus, no início do Seu ministério, jejua 40 dias e 40<br />

noites e ensina os Seus Apóstolos que há outros demónios<br />

que não podem ser expulsos senão pelo jejum e<br />

pela oração. (Ver Mt 17,22)<br />

Assim, também nós, quando queremos fazer algum<br />

sacrifício por um Cursilho, privamo-nos, por vezes,<br />

de certos alimentos, de bebidas alcoólicas, ou só da<br />

sobremesa, ou, mesmo, de uma refeição inteira ou<br />

substituímos esta por pão e água. E aqui não fazemos<br />

mais do que imitar os Santos, que tão frequentemente<br />

praticavam estes jejuns…<br />

A esmola é obra de caridade e privação. Quando<br />

o homem se priva de um bem, para o dar a Cristo na<br />

pessoa do pobre, Deus, que não se deixa vencer em<br />

generosidade, de bom grado nos compensa com as<br />

Suas graças.<br />

Sacrifícios, mortificações, orações – é este o<br />

“segredo”, como dizíamos, das maravilhas que se realizam<br />

nos Cursilhos.<br />

As comunidades cristãs que oram, se mortificam e<br />

se sacrificam pelo Cursilho manifestam-no por meio<br />

das chamadas “Folhas de Intendência” nos pequenos<br />

impressos que preenchem.<br />

Mas também podemos usar uma simples folha<br />

de papel – e é bom que se faça – porque às vezes há<br />

intendências que não cabem numa linha…<br />

E tanto oferecem orações, terços, vias-sacras, como<br />

sacrifícios do género “dormir em terceira”, o que, na<br />

gíria Cursilhista, significa dormir no chão, ou o sacrifício<br />

de rezar um terço inteiro de joelhos e com os braços<br />

em cruz; ou rezar o terço em família; ou fazer o<br />

sacrifício de, num dia normal de trabalho, levantar-se<br />

bem cedinho e assistir, às 7 horas da manhã, a uma<br />

Missa Penitencial, em intenção ao Cursilho;<br />

(já caíram um pouco em desuso mas ainda há locais<br />

em que se celebram);<br />

(na quinta-feira foi celebrada na Igreja da Memória, à<br />

Ajuda, uma missa às 6H30);<br />

ou, ainda, cumprir, o mais fiel e pacientemente possível,<br />

os seus deveres de estado; ou privar-se daquele<br />

espectáculo, taurino ou futebolístico, que tanto aprecia,<br />

fazendo reverter o dinheiro do bilhete para os<br />

carenciados ou para as Missões, ou uma caminhada de<br />

penitência de 3 horas como a que vem noticiada no<br />

ultimo número do <strong>Peregrino</strong>, para subir ao Sameiro.<br />

E – repare-se – orações, mortificações e sacrifícios<br />

18 PEREGRINO<br />

misturam-se e interpenetram-se, muitas vezes, num<br />

acto único. Assim, por exemplo, numa Via-sacra, nos<br />

Valinhos, em Fátima, numa noite áspera de Inverno,<br />

com vento frio e chuva, à oração junta-se a mortificação<br />

e o sacrifício.<br />

No Êxodo, podemos ler um episódio da caminhada<br />

do povo hebreu que ilustra bem o valor das nossas<br />

intendências. (Ex. 17,8-13).<br />

Os amalecitas foram atacar os israelitas em Refidin.<br />

Moisés disse a Josué:<br />

«Escolhe homens e vai dar combate a Amalec. Estarei<br />

amanhã no cimo da colina, com a vara de Deus na<br />

minha mão.»<br />

Josué cumpriu o que Moisés lhe havia dito e partiu<br />

para travar combate com os amalecitas. Entretanto,<br />

Moisés, acompanhado de Aarão e Hur, subiu para o<br />

cimo da colina.<br />

Quando Moisés tinha os braços erguidos, Israel<br />

dominava o combate, e, quando, vencido pelo cansaço,<br />

os deixava cair, eram os amalecitas que triunfavam.<br />

Moisés foi orando ao longo do dia, de braços erguidos,<br />

até que o cansaço acabou por se tomar insuportável.<br />

Então, Hur e Aarão deslocaram uma grande pedra,<br />

onde se sentou Moisés, e colocaram-se, um de cada<br />

lado, a segurarem-lhe os braços erguidos. E assim pôde<br />

Moisés manter os braços firmes até ao pôr-do-sol.<br />

E Josué acabou por triunfar sobre Amalec e o seu<br />

povo.<br />

É impressionante esta cena que vem narrada no<br />

livro do Êxodo.<br />

Seria natural que o escritor sagrado descrevesse os<br />

feitos de Josué e dos seus homens... Mas, não! Aquilo<br />

que ele descreve, e até com pormenores bem vivos,<br />

é a atitude de Moisés, Aarão e Hur, que estavam no<br />

cimo de uma colina, longe do combate que se passava<br />

lá em baixo...<br />

Isto é: o que o escritor sagrado põe em evidência<br />

são aqueles que estão nos bastidores, à margem da<br />

peleja, e não os protagonistas da mesma: Josué e os<br />

seus combatentes.<br />

Assim é um Cursilho...<br />

A equipa da linha da frente – a Equipa dirigente do<br />

Cursilho – actua na “peleja” do Cursilho, mas fá-lo respaldada<br />

por uma outra equipa – o Batalhão de Sapadores<br />

da Intendência –, uma comunidade que, na retaguarda,<br />

reza e se sacrifica pelo bom êxito do mesmo.<br />

Constituamo-nos pois em Batalhão de Intendência<br />

e o Movimento dos Cursilhos ganhará novo alento!<br />

De Colores!!!<br />

Manuel Gaspar da Silva<br />

Entroncamento

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