COMO SER CRIATIVO E INOVADOR NESSE CONTEXTO?Ser inovador, criativo, é saber e conseguir romper <strong>com</strong> o óbvio. É ser capaz de formular a perguntaque ninguém ousa, propor o que ninguém proporia. Para ser criativo é preciso ter desapego pelaa<strong>com</strong>odação, ter a coragem de enfrentar resistências e, principalmente, não ter medo de errar.Criatividade depende, antes de tudo, de autoconfiança e confiança no outro.Mas criar e inovar não é apenas lampejo, iluminação. Não basta falar “eureca!” e pensar que tudoestá solucionado. O grito de eureca não é o fim de um problema, mas o início de muitos! Então serápreciso suar, e muito, até a realização concreta da criação. É assim <strong>com</strong> escritores, <strong>com</strong> pintores, <strong>com</strong>atores... Um minuto de inspiração e um ano inteiro de trabalho duro.A maioria das atividades criativas <strong>com</strong> que nos deparamos hoje em dia nas escolas tem sido feitapor meio de <strong>projetos</strong>. Esta é uma forma inovadora de romper <strong>com</strong> as prisões curriculares e dar umformato mais ágil e participativo ao nosso trabalho de professores e educadores.Já que criatividade é sempre o rearranjo de velhas fórmulas e de pensamentos divergentes, é criativojuntar as contribuições de pessoas diferentes para reolhar a realidade de vários lados.Uma coisa muito empobrecedora do ato de educar é a quase ausência de propostas que impliquematividades dos alunos. Eles fazem muito pouco. Em geral, só lhes cobram repetições.Lêem, captam as idéias centrais, escrevem o que entenderam dos autores.Neste sentido, quanto mais seus pensamentos forem iguais aos dos autores famosos, melhor. Nãose avalia o que os alunos fazem, mas sua capacidade de imitarem e repetirem os pensamentos dosautores, dos livros, dos mestres.Aprender fazendo, agindo, experimentando, é o modo mais natural, intuitivo e fácil de aprender.Trata-se de mais que uma estratégia fundamental de aprendizagem: é um modo de ver o ser humanoque aprende. Ele aprende pela experimentação ativa do mundo.Há certos tipos de Educação, certos tipos de ensino e também certos tipos de softwares cujos resultadossão bastante óbvios. São tão predefinidos que o aluno não possui outra alternativa que a depensar de um só modo para atingir o resultado esperado. Aliás, é justamente esse o objetivo dessesinstrumentos de ensino.O ensino programado é bom exemplo de aplicação desse paradigma. São situações em que acriatividade é posta para dormir. Há softwares que propõem caminhos e resultados únicos: leia algo,responda tal pergunta, se acertar lerá algo novo, senão lerá algo velho, e assim por diante, até que ousuário atinja um objetivo que pode até ter sido claramente especificado no início.Os <strong>projetos</strong> têm sido a forma mais organizativa e viabilizadora de nova modalidade de ensino, queé essencialmente curricular mas busca sempre escapar das velhas limitações do currículo. Os <strong>projetos</strong>são assim porque abrem uma brecha naquela coisa meio morna do dia-a-dia da sala de aula. Criampossibilidades de ruptura por se colocarem <strong>com</strong>o espaço corajoso, onde é possível juntar a Matemática<strong>com</strong> a Biologia, a Química <strong>com</strong> a História, o Português <strong>com</strong> a formação de uma identidade cultural.É uma forma de facilitar a atividade, a ação, a participação do aluno no seu processo de produzir fatossociais, de trocar informações, enfim, de construir conhecimento.O fundamental para a constituição de um projeto é a coragem de romper <strong>com</strong> as limitações, muitasdelas auto-impostas, do cotidiano, convidando os alunos à reflexão sobre questões importantes davida real, da sociedade em que vivem. Provoca os alunos a alçarem vôo rumo aos seus desejos e às suasapreensões verdadeiras.14 APRENDENDO COM PROJETOS
O que é um projeto?A CLAREZA DO PROBLEMAProjeto não é apenas um plano de trabalho ou um conjunto de atividades bem organizadas. Hámuito mais na essência de um bom projeto.O conjunto de reflexões a seguir representam parte dos esforços que pedagogos e professoresvêm fazendo nos últimos anos para representarem o significado de um currículo <strong>com</strong>prometido <strong>com</strong>os desafios que serão enfrentados por nossos filhos e alunos no início do século XXI. São esboços,linhas ainda não definitivas. Uma espécie de convite a pensarmos juntos – professores, educadores,alunos e pais – nesta magnífica e provocante tarefa de construir o futuro.Nessa sociedade imersa em Melhor para todos!É importante esclarecer, <strong>com</strong>o dissemos anteriormente, que o trabalhoinformação, de dia e de noite, das de uma escola não está reduzido a uma grade curricular, a um acúmulo dedisciplinas unidas pelos recreios que as separam. Além da coerência lógicarádios e das TVs, dos jornais e das interna de cada área do saber, necessita-se muito mais: são as dimensõespara além dessas lógicas que dão o significado profundo de nosso trabalho.revistas, dos pagers e da Internet, É preciso atribuir-lhe as perspectivas políticas, estéticas, afetivas etecnológicas, para que o saber tenha significado de valores humanos.dos celulares e dos DVDs, onde a São essas perspectivas que plasmam a realidade, mostrando suas corese sabores. Nossa sociedade é marcada pela incerteza do saber. Nela é humanamenteimpossível a<strong>com</strong>panhar tudo o que se publica, tudo o que se esta-verdade de hoje é logo deposta porbelece <strong>com</strong>o verdade científica, tudo o que é fruto do saber humano. Nessaoutra imposta amanhã, só uma sociedade imersa em informação, de dia e de noite, das rádios e das TVs, dosjornais e das revistas, dos pagers e da Internet, dos celulares e dos DVDs,coisa é certa: as renovadas onde a verdade de hoje é logo deposta por outra imposta amanhã, só umacoisa é certa: as renovadas incertezas do saber.incertezas do saber. Essa espécie de ignorância pode ser superada pelo desenvolvimento aguçadode conhecimentos básicos, fundamentais, <strong>com</strong>o ler e escrever, e também<strong>com</strong> o desenvolvimento de <strong>com</strong>petências, habilidades e conhecimentos inespecíficos.Não há alternativa, nesses tempos de excesso de informação, senão desenvolver a sabedoria emlidar <strong>com</strong> ela, filtrá-la, criticá-la, condensá-la, negociá-la <strong>com</strong> o outro. Nesses tempos em que osproblemas do mundo são sistêmicos, transdisciplinares, não há <strong>com</strong>o não aprender a trabalhar emgrupo, a agir sinergicamente <strong>com</strong> o outro, multiplicando os conhecimentos para um bem <strong>com</strong>um,negociando e ampliando os espaços de participação.Estamos no limiar de uma nova espécie de ser humano, saído desse estado de pré-instrução quecaracteriza nossa sociedade (em que a maioria é quase analfabeta, em muitos sentidos), para ummundo em que todos saberão ler seu tempo, interpretar seu espaço, definir melhor o seu desígnio.Você duvida? Então pare um pouco de ler, vá até a janela e dê uma olhada lá fora. Veja se identificade quantos modos as pessoas estão plugadas no mundo, de quantos modos são alimentadas de infor-15
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