nais que os países europeus, sobretudo, investem tanto em resguardar suas memórias em ricos esofisticados museus.A Era dos Extremos, sobre o século XX). Extremamente foi do local ao global, da sensibilidadedas <strong>com</strong>unicações totais aos desencontros essenciais; extremamente caminhou do encantamento<strong>com</strong> as ciências para o descrédito <strong>com</strong> seus produtos; extremamente caminhou de uma artebem-<strong>com</strong>portada a um desconstrutivismo anárquico, consumista e elitista.Nossa geração, que sonhou <strong>com</strong> clareza sobre um programa para um mundo diferente, a partirde um modelo econômico que pudesse ser justo e democrático, presenciou o desmoronamento desua realização. Os jovens que nos sucedem nem esta esperança tiveram ou têm.A moçada do fim de século virtualiza seus maiores sonhos e os coloca num distante e mediato mundodas imagens, das responsabilidades difusas e da modernidade das soluções tecnológicas ou econômicasimediatistas. O conformismo e a indiferença <strong>com</strong> o estado de coisas os transporta para o <strong>com</strong>odismo dogrupo shopping ou o escondimento nas drogas <strong>com</strong>o a única solução não admitida pelo sistema.É dentro desse contexto que nossos <strong>projetos</strong> devem ser articulados. Pesquisa, criatividade, <strong>com</strong>panheirismo,soluções e aportes tecnológicos, <strong>com</strong>promissos políticos e prazerosos podem ser construídos.Aliás, também preservam as memórias do Egito, da Grécia, da China! O que não deixa de ser uma formade apropriação indébita (mesmo que tenham pago pelas peças) da própria identidade destes povos.Um bom projeto exige <strong>com</strong>petente sistema de documentação. O registro, o a<strong>com</strong>panhamentoda evolução e a reflexão sobre ele são <strong>com</strong>ponentes básicos para a formação do cidadão histórico.A História está sendo vivida por todos, mas a consciência dela nem sempre é captada pelosujeito. Documentar, a<strong>com</strong>panhar e sintetizar criticamente os fatos vividos é condição para sesentir sujeito responsável pela sua vida e pela vida da cidade (polis).Esta fase de um projeto tem a função de dar aos educandos o tempo de vivenciar a construçãode sua memória, que é a base da construção da identidade. Não se trata só da identidade pessoalmas da construção de sua cidadania e da identidade do país.Existem vários softwares (Logo, por exemplo) que permitem o registro dos passos lógicos<strong>com</strong> os quais se construíram as soluções dos problemas.Quando o aprendiz e o professor registram passo a passo seu percurso intelectual, registramas etapas alcançadas pelo grupo ou, ainda, quando documentam os dados captados nos diferentesmeios de informação, estão aprendendo a ser cidadãos intelectuais e históricos.É muito importante que o professor estimule os alunos a fazerem um espécie de diário intelectual,onde registrarão as experiências de aprendizagem de cada um e do grupo.Uma excelente experiência de documentação é a criação de um dossiê <strong>com</strong> recortes de notíciasde jornais sobre um tema definido no projeto. Pode ser feito em grupo, <strong>com</strong> a tarefa de ler,sublinhar as idéias centrais, recortar as notícias e colá-las em folhas que contenham o nome e adata do fonte. Esse material vai sendo juntado e analisado no decurso do trabalho, até que sepossa fazer uma síntese do material documentado. Isso faz que o alunos se percebam sujeitos daHistória e das mudanças de nossa sociedade.Os bancos de dados disponíveis nos grandes jornais, nas bibliotecas e nas centrais de informaçãonão substituem a experiência gratificante de montar seu próprio banco de memória,pessoal ou dos temas pelos quais se interesse.É bastante <strong>com</strong>um, quando iniciamos a utilização sistemática de <strong>com</strong>putadores em nossocotidiano, ocorrer certa confusão quanto à organização do “espaço” no disco rígido. Aos poucos,36 APRENDENDO COM PROJETOS
vamos produzindo um sem-número de documentos, de diversos tipos e para muitas finalidades, eessa produção acaba se espalhando de modo desordenado pelo disco rígido, pelos disquetes e outrosdispositivos de armazenamento. Em breve <strong>com</strong>eçamos a ter dificuldade em encontrar os documentosque produzimos e suas inúmeras versões.O Windows, sistema operacional mais utilizado no mundo, possui bom número de ferramentaspara que se possa evitar esse caos. O Windows Explorer é, talvez, a principal delas.Compreender a estrutura dearmazenamento e organização de dadosdos <strong>com</strong>putadores exige certo esforçode abstração. Para minimizaressa necessidade, costumamos trabalhar<strong>com</strong> metáforas. A mais poderosae utilizada é a de uma árvore. Imagineque as informações serão armazenadasno disco rígido <strong>com</strong>o a estruturade uma árvore: tronco, galhos eramos. Do mesmo modo, os documentosque vão sendo produzidos pelosaplicativos (<strong>com</strong>o o Word, oPowerPoint, o Excel, etc.) vão-seavolumando, crescendo e sendo organizadosem formato de árvore. Porexemplo, se em sua escola a turma A,da primeira série do segundo grau,está <strong>com</strong>eçando um projeto, acione oWindows Explorer e prepare o terreno.Projete o crescimento dos documentosproduzidos pelo projeto, demodo que não sejam “perdidos”. Como as informações serão produzidas e acessadas por muitaspessoas, é importante haver uma lógica fácil de ser explicada e percebida por todos.Acima de tudo, organizar a estrutura que receberá as informações produzidas ao longo doprojeto é um modo de planejar o seu desenvolvimento.Além de organizar a estrutura, é importante que se definam códigos e critérios para a nomeaçãodos documentos que serão criados ao longo dos trabalhos. Esse cuidado pode facilitar muitoa manutenção do ambiente dentro dos padrões desejados. Por exemplo, pode-se definir quetodo documento produzido para uma determinada área deve ser batizado por um nome <strong>com</strong>postopelas três primeiras letras da área, seguidos do símbolo de underscore, mais dois outros algarismospara designar o número do aluno que produziu o documento, novamente seguidos dosímbolo de underscore, mais quatro dígitos <strong>com</strong> os dia e mês da produção. Desse modo, um documentoproduzido sobre “efeitos para o organismo”, pelo aluno número 10, em 16 de maio, emWord, seria chamado de EFE_10_1605.DOCO importante é haver critérios que facilitem a <strong>com</strong>preensão de todos e a manutenção e organizaçãodas informações no espaço do <strong>com</strong>putador.No exemplo acima foi criada uma estrutura para o armazenamento das informaçõesde um projeto sobre Drogas e suas implicações. Para a definição dessa organizaçãofoi necessário um mapeamento inicial das áreas e sub-áreas de investigaçãodo projeto. Cada área e sub-área originou uma pasta hierarquizada conforme oentendimento que o grupo tinha do projeto.COMO SE CONSTRÓI UM PROJETO ?37
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