08.08.2015 Views

Estudo de Impacte Ambiental do Novo Aeroporto de Lisboa

RNT do EIA - APAI

RNT do EIA - APAI

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Estu<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Impacte</strong> <strong>Ambiental</strong><strong>do</strong> <strong>Novo</strong> <strong>Aeroporto</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>RESUMO NÃO TÉCNICOJunho <strong>de</strong> 2010


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICO1. INTRODUÇÃOO presente <strong>do</strong>cumento constitui o Resumo Não Técnico (RNT)<strong>do</strong> <strong>Estu<strong>do</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Impacte</strong> <strong>Ambiental</strong> (EIA) <strong>do</strong> Projecto <strong>do</strong> <strong>Novo</strong><strong>Aeroporto</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> (NAL), adiante abreviadamente<strong>de</strong>signa<strong>do</strong> por Projecto.O RNT sintetiza os aspectos mais relevantes <strong>do</strong> EIA e tem porobjectivo permitir uma divulgação alargada <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s daavaliação realizada.O NAL é a <strong>de</strong>signação <strong>do</strong> projecto para o novo aeroporto queirá servir Portugal, principalmente a zona da Gran<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>,bem como to<strong>do</strong> o centro/sul <strong>do</strong> país. Com inauguraçãoprevista para 2017, este aeroporto irá substituir o <strong>Aeroporto</strong>da Portela como principal portal aéreo internacional <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>.O Projecto em apreciação é da responsabilida<strong>de</strong> daNAER – <strong>Novo</strong> <strong>Aeroporto</strong>, SA, <strong>do</strong>ravante <strong>de</strong>signada por NAER,que assume, nos termos da lei, a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “Proponente”.A NAER é uma Socieda<strong>de</strong> Anónima <strong>de</strong> capitais públicos,cujos accionistas são a ANA – <strong>Aeroporto</strong>s <strong>de</strong> Portugal, SA, aNAV – Navegação Aérea, EPE e o Esta<strong>do</strong> (representa<strong>do</strong> pelaDirecção Geral <strong>do</strong> Tesouro).A entida<strong>de</strong> licencia<strong>do</strong>ra ou competente para a autorização <strong>do</strong>Projecto <strong>do</strong> NAL é o Ministério das Obras Públicas,Transportes e Comunicações (MOPTC). A Autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Avaliação <strong>de</strong> <strong>Impacte</strong> <strong>Ambiental</strong> (AIA) é a Agência Portuguesa<strong>do</strong> Ambiente.O EIA <strong>de</strong>ste Projecto foi elabora<strong>do</strong> com base no PlanoDirector <strong>de</strong> Referência (PDR) <strong>do</strong> NAL, sen<strong>do</strong> o horizonte <strong>do</strong>Projecto o ano <strong>de</strong> 2050. O PDR é um <strong>do</strong>cumento no qual seapresentam as características técnicas <strong>do</strong> Projecto,encontran<strong>do</strong>-se suficientemente <strong>de</strong>talha<strong>do</strong> nos <strong>do</strong>míniosrelevantes para a avaliação ambiental. O PDR reflecte asnecessida<strong>de</strong>s e os requisitos <strong>do</strong>s passageiros, opera<strong>do</strong>res efuncionários <strong>do</strong> aeroporto e baseia-se no pressuposto <strong>de</strong> queo <strong>Aeroporto</strong> da Portela será encerra<strong>do</strong>, passan<strong>do</strong> o NAL aconstituir o único aeroporto internacional e <strong>do</strong>méstico <strong>de</strong><strong>Lisboa</strong>.O Projecto <strong>do</strong> NAL está articula<strong>do</strong> com o processo <strong>de</strong>privatização da ANA – <strong>Aeroporto</strong>s <strong>de</strong> Portugal, SA, no quadro<strong>de</strong> um contrato <strong>de</strong> concessão a atribuir pelo Esta<strong>do</strong> Português.A Concessionária assegurará a entrada em funcionamento <strong>do</strong>NAL na data <strong>de</strong>terminada pelo Governo, bem como aexploração <strong>do</strong> actual <strong>Aeroporto</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> (Portela) até aoinício <strong>de</strong> exploração <strong>do</strong> NAL, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> ainda proce<strong>de</strong>r aoencerramento daquele aeroporto e transferir a activida<strong>de</strong> paraa nova localização.Os termos concretos da obrigação da ANA <strong>de</strong> conceber,projectar, financiar, construir e explorar o NAL serão os queconstam <strong>do</strong>s requisitos e condições <strong>de</strong> cumprimentoobrigatório, <strong>de</strong>finidas pelo Governo, bem como os queresultarem <strong>do</strong> concurso público internacional a realizar para oefeito, e que terá por objecto: 1) a selecção <strong>do</strong> Projecto para oNAL com um nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe pré-<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>; 2) a aquisição <strong>de</strong>um bloco indivisível <strong>de</strong> acções representativas <strong>de</strong> umapercentagem (ainda não <strong>de</strong>cidida) <strong>do</strong> capital social da ANA; 3)a celebração com a ANA <strong>de</strong> um contrato <strong>de</strong> projecto econstrução <strong>do</strong> NAL, com preço firme e irreversível.A ANA, concessionária <strong>do</strong> serviço público, será responsávelpelo NAL, assumin<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os riscos inerentes ao Projecto eà sua construção.O presente EIA foi elabora<strong>do</strong> pelo consórcio forma<strong>do</strong> pelaDHV, SA, pela Augusto Mateus & Associa<strong>do</strong>s, Lda. e pelaBruno Soares Arquitectos, Lda. A elaboração <strong>do</strong> EIA <strong>de</strong>correuentre Junho <strong>de</strong> 2009 e Fevereiro <strong>de</strong> 2010, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong>mobilizada uma vasta equipa multidisciplinar com valências eexperiência nos vários <strong>do</strong>mínios ambientais analisa<strong>do</strong>s nopresente estu<strong>do</strong>.1


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICO2. ANTECEDENTESDes<strong>de</strong> os anos 60 que os estu<strong>do</strong>s para o <strong>de</strong>senvolvimento econcretização <strong>do</strong> <strong>Novo</strong> <strong>Aeroporto</strong> Internacional <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>equacionaram, a Norte e a Sul <strong>do</strong> Tejo, várias localizaçõespossíveis, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às limitações que já nessa altura seantecipavam para o <strong>Aeroporto</strong> da Portela, em funcionamento<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1942.O processo com vista ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> <strong>Novo</strong> <strong>Aeroporto</strong><strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> teve início em 1969 com a criação <strong>do</strong> Gabinete <strong>do</strong><strong>Novo</strong> <strong>Aeroporto</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> (GNAL), cujo objectivo era o <strong>de</strong>“empreen<strong>de</strong>r, promover e coor<strong>de</strong>nar toda a activida<strong>de</strong>relacionada com a construção <strong>do</strong> <strong>Novo</strong> <strong>Aeroporto</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>”(Decreto-Lei n.º 48902, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 1969).Em relatório <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> Gabinete, publica<strong>do</strong> em 1972, foramindicadas como possíveis localizações cinco zonas situadasna Margem Sul <strong>do</strong> Tejo (Fonte da Telha, Montijo, Alcochete,Porto Alto e Rio Frio), ten<strong>do</strong> também si<strong>do</strong> analisada umasexta hipótese relativa à expansão da Portela <strong>de</strong> Sacavém.A hipótese <strong>de</strong> localização <strong>do</strong> novo aeroporto na zona da Ota,como sen<strong>do</strong> a solução mais viável na Margem Norte <strong>do</strong> Tejo,surgiu anos mais tar<strong>de</strong>, em estu<strong>do</strong>s promovi<strong>do</strong>s pela ANA –<strong>Aeroporto</strong>s <strong>de</strong> Portugal, SA.Em 1998, foram realiza<strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s comparativos para duaslocalizações alternativas nas zonas da Ota e <strong>de</strong> Rio Frio.Estes estu<strong>do</strong>s incluíram, para cada um <strong>do</strong>s locais, um <strong>Estu<strong>do</strong></strong>Preliminar <strong>de</strong> <strong>Impacte</strong> <strong>Ambiental</strong> (EPIA), em conformida<strong>de</strong>com uma <strong>de</strong>cisão <strong>do</strong> Governo, fundamentada na Lei <strong>de</strong> Bases<strong>do</strong> Ambiente, que justificou a realização, nesta fase, <strong>de</strong> umprocedimento <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong> <strong>Impacte</strong> <strong>Ambiental</strong> (AIA) paralocalização <strong>do</strong> NAL, pela natureza, características e dimensão<strong>do</strong> empreendimento em causa.Com base nas conclusões <strong>de</strong>stes estu<strong>do</strong>s, em Julho <strong>de</strong> 1999,o Governo tomou a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> seleccionar a zona da Otapara localização <strong>do</strong> NAL, opção que seria menos <strong>de</strong>sfavorável<strong>do</strong> que em Rio Frio, uma vez que esta última alternativaapresentava mais condicionantes ambientais. Durante osanos que se seguiram foram, assim, realiza<strong>do</strong>s os estu<strong>do</strong>snecessários ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> Projecto na zona da Ota.Em 2007, a Confe<strong>de</strong>ração da Indústria Portuguesa (CIP)apresentou ao Governo um novo estu<strong>do</strong> (“Avaliação<strong>Ambiental</strong> <strong>de</strong> Localizações Alternativas para o <strong>Novo</strong> <strong>Aeroporto</strong><strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>”), realiza<strong>do</strong> sob a coor<strong>de</strong>nação <strong>do</strong> Instituto <strong>do</strong>Ambiente e Desenvolvimento (IDAD), no qual é apresentada ahipótese <strong>de</strong> localização <strong>do</strong> NAL na zona <strong>do</strong> Campo <strong>de</strong> Tiro <strong>de</strong>Alcochete (CTA).Face a esta iniciativa, que introduziu um da<strong>do</strong> novo noprocesso em curso, o Governo enten<strong>de</strong>u que esta hipótese <strong>de</strong>localização <strong>do</strong> NAL <strong>de</strong>veria merecer uma apreciação maisaprofundada, <strong>de</strong> forma a comprovar a sua viabilida<strong>de</strong> e, se talse confirmasse, a compará-la, <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista técnico, coma opção anteriormente tomada.Assim, em 12 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 2007, o Governo <strong>de</strong>cidiu mandataro Laboratório Nacional <strong>de</strong> Engenharia Civil, IP (LNEC) pararealizar o “<strong>Estu<strong>do</strong></strong> para Análise Técnica Comparada dasAlternativas <strong>de</strong> Localização <strong>do</strong> <strong>Novo</strong> <strong>Aeroporto</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> naZona da Ota e na Zona <strong>do</strong> Campo <strong>de</strong> Tiro <strong>de</strong> Alcochete”.De acor<strong>do</strong> com as conclusões e recomendações <strong>do</strong> relatório<strong>do</strong> LNEC, em Janeiro <strong>de</strong> 2008, o Governo <strong>de</strong>cidiu aprovarpreliminarmente a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> localização <strong>do</strong> NAL no CTA.A NAER foi, então, incumbida <strong>de</strong> promover as consultaspública e institucional <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, ten<strong>do</strong> a empresaentregue o relatório <strong>de</strong>ssas consultas ao LNEC, permitin<strong>do</strong>lheelaborar o relatório da “Avaliação <strong>Ambiental</strong> Estratégica <strong>do</strong><strong>Estu<strong>do</strong></strong> para a análise técnica comparada das alternativas <strong>de</strong>localização <strong>do</strong> novo aeroporto <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> na zona da Ota e nazona <strong>do</strong> Campo <strong>de</strong> Tiro <strong>de</strong> Alcochete” (Relatório <strong>Ambiental</strong> –versão final), em Maio <strong>de</strong> 2008.2


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICONa sequência da aprovação da localização <strong>do</strong> NAL na zona<strong>do</strong> CTA, a NAER <strong>de</strong>u início ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> PlanoDirector <strong>de</strong> Referência (PDR) <strong>do</strong> NAL. Este consistiu numprocesso exaustivo <strong>de</strong> concepção <strong>do</strong> Projecto, envolven<strong>do</strong> aNAER e os seus Consultores e ten<strong>do</strong> como objectivo aoptimização <strong>do</strong> layout preliminar analisa<strong>do</strong> na Avaliação<strong>Ambiental</strong> Estratégica, em consonância com as normas eregulamentos aeroportuários, nacionais e internacionais,permanentemente alia<strong>do</strong>s ao conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimentosustentável, nas suas vertentes ambiental, económica e social.3


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICO3. OBJECTIVOS E JUSTIFICAÇÃODO PROJECTO3.1. OBJECTIVOS DO PROJECTOO <strong>Novo</strong> <strong>Aeroporto</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> (NAL) consistirá numa infraestruturaaeroportuária com condições para proporcionar umaelevada qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço e uma ampla oferta <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinos<strong>do</strong>mésticos, europeus e internacionais.O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> Plano Director <strong>de</strong> Referência (PDR) éparte <strong>de</strong> um processo dinâmico e um elemento-chave no<strong>de</strong>senvolvimento flexível e modular <strong>de</strong> um novo aeroporto,acompanhan<strong>do</strong> as mudanças <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s e das tecnologias.Ao longo <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> PDR <strong>do</strong> NAL foi <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> umconjunto <strong>de</strong> metas e objectivos, que constitui oenquadramento <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> planeamento associa<strong>do</strong> ao<strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> novo aeroporto. Os objectivos e metastraça<strong>do</strong>s, que tiveram em consi<strong>de</strong>ração a actual situaçãoaeroportuária nacional, foram os seguintes:• <strong>do</strong>tar a nova infra-estrutura <strong>de</strong> condições <strong>de</strong>operação aeroportuária seguras, fiáveis e com bonsníveis <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> serviço e <strong>de</strong> conforto para osutiliza<strong>do</strong>res, através <strong>de</strong> um Plano Director equilibra<strong>do</strong>que, evoluin<strong>do</strong> por fases ao longo <strong>do</strong> horizonte <strong>do</strong>Projecto, adapte a capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> aeroporto àprocura;• preservar e salvaguardar terrenos não ocupa<strong>do</strong>s, nohorizonte <strong>do</strong> Projecto (2050), como garantia para aeventual instalação <strong>de</strong> duas pistas suplementares(para além das duas inicialmente previstas), comuma ampla separação entre si;• preservar e salvaguardar áreas na plataforma parapermitir o posterior <strong>de</strong>senvolvimento das instalações<strong>do</strong> terminal <strong>de</strong> passageiros, bem como espaços, como mesmo objectivo, relativos ao terminal <strong>de</strong> carga eoutras instalações <strong>de</strong> apoio também situadas naplataforma, entre as duas pistas;• posicionar as activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aviação e não-aviaçãoem áreas que constituam, não só, uma melhoriaoperacional para o aeroporto, mas permitam tambémuma operação eficaz e eficiente <strong>de</strong> cada uma dasactivida<strong>de</strong>s;• manter uma activida<strong>de</strong> sustentável, assumin<strong>do</strong>-se oopera<strong>do</strong>r aeroportuário como membro responsável evalioso da comunida<strong>de</strong> e como motor económicofundamental para a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, para a região epara Portugal, potencian<strong>do</strong> a geração <strong>de</strong> emprego e<strong>de</strong> riqueza;• permitir operações <strong>de</strong> hubbing (transferência <strong>de</strong>passageiros e carga) eficientes e rápidas, eproporcionar aos passageiros e visitantes <strong>do</strong>aeroporto uma experiência <strong>de</strong> viagem completa e <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong>, quer à partida, quer à chegada;• fornecer instalações a<strong>de</strong>quadas a passageiros commobilida<strong>de</strong> reduzida;• explorar novas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> crescimento paraacrescentar valor aos negócios sinergéticosexistentes ou em <strong>de</strong>senvolvimento;• promover a boa acessibilida<strong>de</strong> e eleva<strong>do</strong>s padrões<strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> transportes terrestres e a boaarticulação com outros mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> transporte que,nalguns casos, são objecto <strong>de</strong> novos projectos naenvolvente <strong>do</strong> NAL (como é o caso da Linha <strong>de</strong> AltaVelocida<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>-Madrid);• garantir um conceito e um mo<strong>de</strong>lo construtivocompatíveis com a eventual evolução da re<strong>de</strong>ferroviária (ligação directa à Linha <strong>de</strong> Alta Velocida<strong>de</strong><strong>de</strong> Madrid, para Leste; e extensão da re<strong>de</strong>convencional até ao terminal <strong>de</strong> carga e, ainda, paraNorte <strong>do</strong> NAL);• garantir uma boa a<strong>de</strong>são das comunida<strong>de</strong>s locais;• encontrar um conceito e soluções construtivas quepreservem os valores ambientais, nas várias fases<strong>do</strong> projecto (concepção, construção e operação).4


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICO3.2. JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTOO tráfego <strong>de</strong> passageiros no <strong>Aeroporto</strong> da Portela temapresenta<strong>do</strong> um crescimento contínuo, ten<strong>do</strong>-se verifica<strong>do</strong> noperío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1998-2007 uma taxa <strong>de</strong> crescimento anual média<strong>de</strong> 6,4%.As estimativas <strong>de</strong> tráfego realizadas para o <strong>Aeroporto</strong> <strong>de</strong><strong>Lisboa</strong> apontam, para 2018 (um ano após a abertura <strong>do</strong> NAL),um fluxo anual <strong>de</strong> passageiros comerciais <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 19milhões e 185 mil movimentos <strong>de</strong> aeronaves comerciais.Na hipótese <strong>de</strong> não existência <strong>de</strong> um novo aeroporto <strong>de</strong><strong>Lisboa</strong>, e face aos níveis <strong>de</strong> procura previstos até 2050, foi<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> um exercício que compreen<strong>de</strong>u a avaliação dasestruturas instaladas no <strong>Aeroporto</strong> da Portela e da suacapacida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> expansão.In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> investimentos pontuais passíveis <strong>de</strong>serem realiza<strong>do</strong>s na Portela, existe um limite a partir <strong>do</strong> qual,mesmo em condições <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong>gradadas, a infra-estruturanão po<strong>de</strong>rá correspon<strong>de</strong>r à procura <strong>de</strong> tráfego prevista.A avaliação da capacida<strong>de</strong> da Portela, após conclusão <strong>do</strong>Plano <strong>de</strong> Desenvolvimento em curso nesta infra-estruturaaeroportuária, coloca o limiar <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> em cerca <strong>de</strong> 18milhões <strong>de</strong> passageiros anuais, em condições operacionais e<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço aceitáveis.Conforme indicam todas as análises teóricas e a práticainternacional, a operação dual po<strong>de</strong> justificar-se a partir <strong>de</strong> umlimiar <strong>de</strong> tráfego perto <strong>do</strong>s 40 milhões <strong>de</strong> passageiros. Ora, anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um novo aeroporto em <strong>Lisboa</strong> <strong>de</strong>corre, não<strong>de</strong> se ter atingi<strong>do</strong> esse patamar, mas <strong>do</strong> congestionamento eimpossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expansão da Portela. De resto, só nohorizonte <strong>de</strong> 2045 se atingiria o limiar hoje consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> comomínimo para sustentar e justificar a existência <strong>de</strong> umaoperação conjunta <strong>de</strong> <strong>do</strong>is aeroportos na Região <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>.Em complemento, foi também <strong>de</strong>monstrada a inviabilida<strong>de</strong> dacoexistência em operação, em termos <strong>de</strong> gestão <strong>do</strong> tráfego e<strong>do</strong> espaço aéreo, num perío<strong>do</strong> alarga<strong>do</strong>, <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is aeroportos,concluin<strong>do</strong>-se que o cenário <strong>de</strong> operação dual é inviável paraa operação aeroportuária na região <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>.O NAL terá, como previsto, uma capacida<strong>de</strong> no dia daabertura para 22 milhões <strong>de</strong> passageiros, evoluin<strong>do</strong> <strong>de</strong> formafaseada e em função <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> até aos 44 milhões <strong>de</strong>passageiros no horizonte <strong>do</strong> Projecto (2050).As condições <strong>do</strong> Projecto oferecem possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento e crescimento económico na regiãoenvolvente, como acontece em to<strong>do</strong>s os exemplos recentes<strong>de</strong> novos aeroportos que servem <strong>de</strong> alavancas relevantes dasactivida<strong>de</strong>s empresariais e <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento económico àescala local, regional e nacional.Assim, o <strong>Aeroporto</strong> da Portela apresenta-se como um infraestruturalimitada, com insuficiente capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta àssolicitações <strong>de</strong> procura previstas.Foram, ainda, sumariamente avalia<strong>do</strong>s os aspectos eimpactes mais relevantes, <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> uma eventual<strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> manutenção em operação <strong>do</strong> <strong>Aeroporto</strong> da Portelaem conjunto com uma nova infra-estrutura aeroportuária nazona <strong>do</strong> Campo <strong>de</strong> Tiro <strong>de</strong> Alcochete (Operação Dual).5


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICO4. DESCRIÇÃO DO PROJECTO4.1. LOCALIZAÇÃOO <strong>Novo</strong> <strong>Aeroporto</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> (NAL) localizar-se-á a cerca <strong>de</strong>40 km a Este <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, na margem Sul <strong>do</strong> Tejo, inserin<strong>do</strong>-semaioritariamente no Campo <strong>de</strong> Tiro <strong>de</strong> Alcochete (CTA), oqual constitui uma infra-estrutura sob gestão da Força AéreaPortuguesa. O Projecto <strong>do</strong> NAL ocupará uma área total <strong>de</strong>3.383 ha, distribuí<strong>do</strong>s pelas freguesias <strong>de</strong> Samora Correia, eCanha, localizadas nos municípios <strong>de</strong> Benavente e Montijo,respectivamente.Desta área serão ocupa<strong>do</strong>s, até ao horizonte <strong>do</strong> Projecto,apenas 1.920 ha, fican<strong>do</strong> a parte restante, nãointervencionada, como área <strong>de</strong> reserva para eventualconstrução <strong>de</strong> 3.ª e 4.ª pistas, se necessário, além daquelehorizonte.O CTA está confina<strong>do</strong> entre a EN4 a Sul (que estabelece aligação entre Montijo e Évora), a EN118 a poente (que permitea ligação entre Alcochete e Almeirim), a EN119 a Norte (quefaz a ligação entre Coruche e Montijo), a EN10 (que permiteligar Setúbal a Vila Franca <strong>de</strong> Xira) e a A13 (que estabelece aligação entre a A2 e a A6, na zona da Marateca) a nascente.O NAL será implanta<strong>do</strong> no limite nascente <strong>do</strong> CTA,<strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong>-se paralelamente à EN10 e à A13, sen<strong>do</strong><strong>de</strong>limita<strong>do</strong> a Norte pela Herda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vale Cobrão, pelaHerda<strong>de</strong> da Vargem Fresca (Portucale/Ribagolfe) e pelaCompanhia das Lezírias, e a Sul por áreas agrícolas.No âmbito da concretização <strong>do</strong> Projecto <strong>do</strong> <strong>Novo</strong> <strong>Aeroporto</strong> <strong>de</strong><strong>Lisboa</strong>, está previsto que as activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas noCTA sejam transferidas pela Força Aérea para outro local, acriar para o efeito, muito embora ainda não esteja <strong>de</strong>finida alocalização final para essa nova infra-estrutura militar.Assim, a área actual <strong>do</strong> CTA, será reduzida a cerca <strong>de</strong> 677 ha,a Oeste <strong>do</strong> NAL, nos quais se inserem os diversos paióis earmazéns existentes actualmente. As restantes activida<strong>de</strong>sactualmente <strong>de</strong>senvolvidas nesta Unida<strong>de</strong> Militar serãoextintas. Com a disponibilização <strong>do</strong> CTA para aimplementação <strong>do</strong> Projecto <strong>do</strong> NAL, a Força Aérea proce<strong>de</strong>ráà <strong>de</strong>smilitarização <strong>do</strong> espaço.Os aglomera<strong>do</strong>s populacionais mais próximos da área <strong>de</strong>implantação <strong>do</strong> NAL são Bairro <strong>de</strong> São Gabriel, Canha, Foros<strong>do</strong> Carrapatal e Taipadas, a Nascente, Santo Estêvão, a Norte,e Al<strong>de</strong>ia Nova da Aroeira, Foros das Passarinhas e Foros <strong>do</strong>Trapo, a Sul.A área <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> NAL não se encontra inserida emqualquer área classificada no âmbito <strong>do</strong> Sistema Nacional <strong>de</strong>Áreas Classificadas (SNAC), <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> no Decreto-Lei n.º142/2008, <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> Julho, nem em nenhuma Área Importantepara as Aves (IBA - estatuto atribuí<strong>do</strong> pela BirdLifeInternational aos locais mais importantes <strong>do</strong> planeta para aavifauna). No entanto, está muito próxima da Zona <strong>de</strong>Protecção Especial (ZPE) <strong>do</strong> Estuário <strong>do</strong> Tejo.6


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICOEnquadramento <strong>do</strong> Projecto<strong>do</strong> NAL7


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICOEnquadramento da área <strong>de</strong>implantação <strong>do</strong> NAL8


4.2. CARACTERÍSTICAS DO PROJECTO4.2.1. Descrição geralO Plano Director <strong>de</strong> Referência (PDR) <strong>do</strong> NAL baseia-se nopressuposto <strong>de</strong> que o actual <strong>Aeroporto</strong> da Portela seráencerra<strong>do</strong>, passan<strong>do</strong> o NAL a constituir o único aeroportointernacional e <strong>do</strong>méstico <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>.No processo <strong>de</strong> elaboração <strong>do</strong> PDR <strong>do</strong> NAL foramconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s como horizontes <strong>de</strong> planeamento primordiais odia <strong>de</strong> abertura <strong>do</strong> aeroporto, planea<strong>do</strong> para o final <strong>de</strong> 2017, eo fim <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> concessão, em 2050.Importa referir que os requisitos das instalações e serviçosprevistos para o dia da abertura foram concebi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acor<strong>do</strong>com as previsões <strong>de</strong> tráfego aéreo para o ano <strong>de</strong> 2022. Paragarantir o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> Projecto <strong>de</strong> uma forma faseada(expansão gradual), foram ainda consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is perío<strong>do</strong>s<strong>de</strong> planeamento intercalares, 2030 e 2040.ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICOConfiguração prevista para oProjecto <strong>do</strong> NAL9


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICO22 milhões <strong>de</strong> passageirosCapacida<strong>de</strong> no dia <strong>de</strong> abertura44 milhões <strong>de</strong> passageirosProcura prevista em 2050O PDR <strong>do</strong> NAL foi, então, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> ten<strong>do</strong> em conta oseguinte faseamento:• Fase 1 – 2022• Fase 2 – 2030• Fase 3 – 2040• Fase 4 – 2050O PDR <strong>do</strong> NAL assenta em previsões <strong>de</strong> tráfego que indicam,para 2050, tráfegos <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 44 milhões <strong>de</strong> passageiros e288.500 movimentos <strong>de</strong> aeronaves comerciais, sen<strong>do</strong> acapacida<strong>de</strong> no dia <strong>de</strong> abertura <strong>de</strong> 22 milhões <strong>de</strong> passageirose 196.500 movimentos <strong>de</strong> aeronaves comerciais.Para <strong>de</strong>terminar os requisitos gerais <strong>de</strong> planeamento para oNAL, foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> um mo<strong>de</strong>lo que tem por base umconjunto <strong>de</strong> parâmetros, entre os quais as previsões <strong>de</strong>tráfego, os níveis <strong>de</strong> serviço a garantir e as condições <strong>de</strong>operacionalida<strong>de</strong> e segurança estabelecidas nos normativosinternacionais que regulam a activida<strong>de</strong> aeroportuária. Estemo<strong>de</strong>lo permite <strong>de</strong>finir os requisitos das infra-estruturas paracada elemento funcional <strong>do</strong> aeroporto (la<strong>do</strong>-ar, la<strong>do</strong>-terra,terminal <strong>de</strong> passageiros, serviços <strong>de</strong> apoio, entre outros).Importa salientar que, após a aprovação da localização <strong>do</strong>NAL no interior <strong>do</strong> CTA, iniciou-se um processo exaustivo <strong>de</strong>concepção <strong>do</strong> Projecto, que envolveu os ConsultoresTécnicos e Ambientais da NAER, ten<strong>do</strong> como objectivo a suaoptimização, em consonância com as normas e regulamentosaeroportuários, nacionais e internacionais, permanentementealia<strong>do</strong>s ao conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável, nas suasvertentes ambiental, económica e social.4.2.1.1. La<strong>do</strong>-arO la<strong>do</strong>-ar compreen<strong>de</strong> as pistas, os caminhos <strong>de</strong> circulação eas plataformas que constituem as áreas <strong>de</strong> movimentos <strong>de</strong>aeronaves.De acor<strong>do</strong> com o PDR, o NAL contemplará duas pistasparalelas, com 4.000 m cada, sen<strong>do</strong> ainda garantida apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>, no futuro e se necessário, serem construídasduas outras pistas paralelas. Os caminhos <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong>aeronaves foram concebi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma a promover a eficientecirculação das aeronaves no la<strong>do</strong>-ar, nomeadamente entre aspistas e as áreas <strong>do</strong> terminal.4.2.1.2. Terminal <strong>de</strong> passageiros e fluxos <strong>de</strong>passageiros e bagagensO terminal <strong>de</strong> passageiros <strong>do</strong> NAL apresentará uma área total<strong>de</strong> 318.000 m 2 , em 2022, e 484.000 m 2 , em 2050.No seu projecto <strong>de</strong> concepção foram consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s algunselementos-chave, <strong>do</strong>s quais se realçam a luz natural, osganhos solares, a sustentabilida<strong>de</strong> e a eficiência energética.A selecção <strong>do</strong> conceito <strong>do</strong> Terminal teve como um <strong>do</strong>sprincipais critérios o <strong>de</strong> permitir trajectos curtos entre cais <strong>de</strong>embarque e um rápi<strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong>bagagem.4.2.1.3. La<strong>do</strong>-terraA plataforma intermodal será o ponto fulcral entre o terminal ea área comercial <strong>do</strong> aeroporto, no la<strong>do</strong>-terra. Tratar-se-á <strong>de</strong>um espaço urbano central que <strong>de</strong>finirá a aproximação aoterminal, sen<strong>do</strong> o ponto para on<strong>de</strong> convergirão os váriosmeios <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> passageiros – comboios, automóveis,autocarros, táxis, autocarros vaivém, veículos <strong>de</strong> aluguer eAPM (Automated People Mover).Na plataforma intermodal distinguem-se as seguintes infraestruturas:• estação ferroviária;• praça pública central;• parques <strong>de</strong> estacionamento, estação ro<strong>do</strong>viária einstalações <strong>de</strong> rent-a-car;10


11• zonas para tomada e largada <strong>de</strong> passageiros.O NAL disporá <strong>de</strong> um serviço ferroviário convencional, <strong>de</strong> umserviço tipo vaivém e <strong>de</strong> um serviço ferroviário <strong>de</strong> altavelocida<strong>de</strong> directo ao terminal, bem como <strong>de</strong> acessosro<strong>do</strong>viários ao terminal <strong>de</strong> passageiros e às instalações <strong>de</strong>apoio.O NAL contará ainda com parques <strong>de</strong> estacionamento, <strong>de</strong>curta e longa duração, para passageiros, funcionários eviaturas <strong>de</strong> aluguer, estan<strong>do</strong> projecta<strong>do</strong>s um total <strong>de</strong> mais <strong>de</strong>23 mil lugares para suprir as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 2022 e mais <strong>de</strong>34 mil lugares para 2050.4.2.1.4. Serviços <strong>de</strong> apoioA área total disponibilizada para os serviços <strong>de</strong> apoio (catering,carga, manutenção <strong>de</strong> aeronaves, etc) é <strong>de</strong> 83 ha.A área Norte <strong>do</strong> NAL foi planeada para acomodar os serviços<strong>de</strong> apoio <strong>do</strong> aeroporto. Esta solução permite a separação <strong>do</strong>sserviços <strong>de</strong> passageiros e <strong>de</strong> tráfego das restantesactivida<strong>de</strong>s relacionadas com a carga, a manutenção e aassistência técnica. As instalações <strong>de</strong> carga permitirãoprocessar 162 mil toneladas <strong>de</strong> carga em 2022 e 405 miltoneladas <strong>de</strong> carga em 2050.4.2.1.5. Eficiência energéticaAs preocupações <strong>de</strong> concepção <strong>do</strong> Projecto passaramtambém pela minimização <strong>do</strong> consumo energético total nanova infra-estrutura. Relativamente ao terminal <strong>de</strong>passageiros, estima-se que o consumo <strong>de</strong> energia po<strong>de</strong>rá serreduzi<strong>do</strong> em mais <strong>de</strong> 30%, quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> com umedifício convencional.A central <strong>de</strong> trigeração a localizar na área <strong>de</strong> serviços(consi<strong>de</strong>rada a solução mais eficiente para a satisfação dasnecessida<strong>de</strong>s energéticas), permitirá converter a energia <strong>do</strong>combustível (gás natural) em energia utilizável (electricida<strong>de</strong>,água quente e água fria) para distribuição no <strong>Aeroporto</strong>,contribuin<strong>do</strong> para uma redução <strong>de</strong> 20% <strong>do</strong> consumoenergético, comparativamente com instalações convencionais.4.2.1.6. Abastecimento <strong>de</strong> água e drenagem etratamento <strong>de</strong> águas residuaisO abastecimento <strong>de</strong> água <strong>do</strong> NAL será realiza<strong>do</strong> com recursoàs disponibilida<strong>de</strong>s subterrâneas existentes. A água seráconduzida para uma Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Água (ETA)própria, <strong>de</strong> forma a assegurar a sua qualida<strong>de</strong>.As re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> rega e <strong>de</strong> águas industriais serão abastecidas apartir <strong>do</strong>s furos existentes ou, em alternativa, pela reutilização<strong>de</strong> águas residuais tratadas na Estação <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong>Águas Residuais (ETAR) a construir no NAL.O sistema <strong>de</strong> drenagem das águas pluviais receberá etransportará os escoamentos <strong>de</strong> todas as superfíciesimpermeáveis e permeáveis <strong>do</strong> aeroporto para a re<strong>de</strong> hídrica.To<strong>do</strong>s os efluentes <strong>do</strong>mésticos gera<strong>do</strong>s no terminal <strong>de</strong>passageiros, nas restantes infra-estruturas aeroportuárias e,ainda, nas aeronaves, serão encaminha<strong>do</strong>s para a ETAR <strong>do</strong>NAL.As águas residuais industriais e contaminadas produzidas nasinstalações <strong>de</strong> apoio serão lançadas na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem <strong>de</strong>águas residuais, após tratamento prévio no local <strong>de</strong> produção,ou armazenadas e enviadas para estações <strong>de</strong> tratamentoa<strong>de</strong>quadas, exteriores ao NAL.4.2.1.7. Desvio e regularização <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> águaUma das principais consequências da construção <strong>do</strong> NALserá o necessário <strong>de</strong>svio <strong>do</strong> curso <strong>de</strong> água existente no localprevisto para a sua implantação – a ribeira <strong>de</strong> Vale Cobrão.Na concepção <strong>do</strong> Projecto optou-se pela construção <strong>de</strong> canais<strong>de</strong> drenagem abertos, para o <strong>de</strong>svio e condução <strong>do</strong>s caudaisESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICO30%Redução nos consumos <strong>de</strong>energia no terminal <strong>de</strong>passageiros20%Redução <strong>do</strong> consumoenergético através dacentral <strong>de</strong> trigeração


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICO5 anos e meioDuração prevista para a fase <strong>de</strong>construção, processos <strong>de</strong> testese certificaçãoMapeamento <strong>de</strong> movimentos<strong>de</strong> terras(escavações e aterros)<strong>do</strong> curso <strong>de</strong> água até à re<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem natural, através <strong>do</strong>menor trajecto possível.Os canais <strong>de</strong> drenagem serão construí<strong>do</strong>s o mais próximopossível <strong>do</strong> limite <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> NAL, a fim <strong>de</strong> minimizarpotenciais riscos para a vida selvagem e para as operaçõesaeroportuárias.4.2.2. Projectos conexosOs projectos conexos <strong>do</strong> NAL aborda<strong>do</strong>s no âmbito <strong>do</strong> EIA,que foram consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s ten<strong>do</strong> em vista a avaliação <strong>de</strong>impactes cumulativos, encontram-se representa<strong>do</strong>s noDesenho ENQ.D005, disponível no Tomo 6 <strong>do</strong> EIA, e são osseguintes:• Ligação <strong>do</strong> NAL aos pólos <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> água <strong>de</strong>Taipadas e Faias.• Ligação <strong>do</strong> NAL ao oleoduto existente.• Ligação <strong>do</strong> NAL ao gasoduto existente.• Ligação eléctrica <strong>do</strong> NAL, a Nascente e a Poente.• Ligação ferroviária ao NAL, a partir <strong>do</strong> Lote 3A1 daLinha <strong>de</strong> Alta Velocida<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>-Madrid.• Ligações ro<strong>do</strong>viárias ao NAL• Acessos ro<strong>do</strong>viários temporários na fase <strong>de</strong>construção.Alguns <strong>de</strong>stes projectos estão abrangi<strong>do</strong>s pela legislação emvigor relativa à Avaliação <strong>de</strong> <strong>Impacte</strong> <strong>Ambiental</strong> <strong>de</strong><strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s projectos (<strong>de</strong>signadamente, o Decreto-Lei n.º69/2000, <strong>de</strong> 3 <strong>de</strong> Maio, republica<strong>do</strong> pelo Decreto-Lei n.º197/2005, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> Novembro), ou por outros procedimentos<strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> impacte ambiental instituí<strong>do</strong>s.Encontram-se nesta situação, nomeadamente, os projectos<strong>do</strong>s acessos ro<strong>do</strong>viários e ferroviários, para os quais foraminstruí<strong>do</strong>s os respectivos procedimentos <strong>de</strong> Avaliação <strong>de</strong><strong>Impacte</strong> <strong>Ambiental</strong> (AIA).4.2.3. Fase <strong>de</strong> construçãoA fase <strong>de</strong> construção <strong>de</strong>correrá durante cinco anos e meio,estan<strong>do</strong> previsto o seu início para 2012.A fase <strong>de</strong> construção será dividida em quatro gran<strong>de</strong>sactivida<strong>de</strong>s: <strong>de</strong>sarborização e <strong>de</strong>smatação da área <strong>de</strong>implantação <strong>do</strong> NAL, <strong>de</strong>capagem e movimentação <strong>de</strong> terras(que se esten<strong>de</strong>rão por uma área <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 1.920 hectaresindica<strong>do</strong>s na figura abaixo), pavimentação e construção <strong>de</strong>edifícios e instalação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s, sistemas e dispositivos.Posteriormente, seguir-se-á um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> testes, ensaios ecertificações.Em termos <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra, prevê-se uma presença média nolocal <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 1.500 trabalha<strong>do</strong>res ao longo<strong>do</strong>s cinco anos e meio, esperan<strong>do</strong>-se um máximo <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong>3.000 trabalha<strong>do</strong>res em simultâneo.12


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOA4.2.4. Fase <strong>de</strong> exploraçãoA abertura <strong>do</strong> NAL está prevista para o final <strong>de</strong> 2017, não sepreven<strong>do</strong> o esgotamento da sua capacida<strong>de</strong> no final <strong>do</strong>perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> concessão (2050). Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a configuraçãoprevista e a reserva <strong>de</strong> área estabelecida, é possível que oaeroporto esteja operacional muito para além <strong>de</strong> 2050.As activida<strong>de</strong>s inerentes à fase <strong>de</strong> exploração <strong>do</strong> NALconsistem, maioritariamente, nas operações <strong>do</strong> la<strong>do</strong>-ar e nasactivida<strong>de</strong>s complementares <strong>de</strong> suporte à operação <strong>do</strong>aeroporto: <strong>de</strong>scolagem e aterragem <strong>de</strong> aeronaves (segun<strong>do</strong>as rotas indicadas na figura abaixo) assistência em escala aaeronaves e passageiros, acesso <strong>de</strong> passageiros efuncionários, operações <strong>de</strong> carga, operações <strong>de</strong> manutençãoe catering.A fase <strong>de</strong> exploração inclui, ainda, os processos <strong>de</strong> expansão<strong>do</strong> aeroporto e <strong>de</strong> substituição <strong>de</strong> todas as componentes nofinal da sua vida útil.Ten<strong>do</strong> em conta o planeamento <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> solo na ÁreaMetropolitana <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> e a escassez <strong>de</strong> terreno disponívelpara novos projectos aeroportuários, é expectável que o NALpermaneça operacional até ao final <strong>do</strong> século XXI.4.2.5. Fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>sactivaçãoNo que respeita à fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>sactivação, a i<strong>de</strong>ntificação e aavaliação <strong>de</strong> impactes ambientais efectuada revestiu umcarácter essencialmente qualitativo pelas seguintes razões:• Não se dispõem no PDR, ou noutros <strong>do</strong>cumentoselabora<strong>do</strong>s pelo Proponente, <strong>de</strong> elementos<strong>de</strong>scritivos abordan<strong>do</strong> esta questão.• Não se antecipa proce<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>sactivação <strong>do</strong> Projectofin<strong>do</strong> o horizonte temporal limite consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> nopresente EIA (2050).RESUMO NÃO TÉCNICOEsquema das rotas aéreas13


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICO5. CARACTERIZAÇÃO DO ESTADOACTUAL DO AMBIENTE EAVALIAÇÃO DOS IMPACTESAMBIENTAIS DO PROJECTOA caracterização da situação <strong>de</strong> referência <strong>de</strong>stina-se aconstituir o referencial <strong>de</strong> suporte à avaliação <strong>de</strong> impactesambientais.Esta caracterização fundamentou-se na síntese da informação<strong>de</strong> base disponível, nomeadamente em estu<strong>do</strong>s sectoriais,reconhecimentos e trabalhos <strong>de</strong> campo realiza<strong>do</strong>s e nainformação fornecida ou adquirida junto das inúmerasentida<strong>de</strong>s consultadas.A i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s impactes ambientais espera<strong>do</strong>s com aconcretização <strong>do</strong> <strong>Novo</strong> <strong>Aeroporto</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> foi avaliada paraas várias fases <strong>do</strong> Projecto: fase prévia à construção, fase <strong>de</strong>construção, fase <strong>de</strong> exploração (incluin<strong>do</strong> a abertura e asfases intermédias <strong>de</strong> expansão) e fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>sactivação.A avaliação <strong>do</strong>s impactes foi efectuada <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong>qualitativo e, sempre que possível, proce<strong>de</strong>u-se à suaquantificação.Com base em critérios previamente estabeleci<strong>do</strong>s, foiconsi<strong>de</strong>rada a escala <strong>de</strong> significância na avaliação <strong>do</strong>simpactes, que se apresenta no Quadro 1.Quadro 1 – Escalas <strong>de</strong> significância <strong>de</strong> impactesEscala <strong>de</strong> significância(-): In<strong>de</strong>terminada: quan<strong>do</strong> não há informação suficiente para umacorrecta avaliação.1: Negligenciável: os impactes não são perceptíveis na gama <strong>de</strong>variação expectável.2: Reduzida: os impactes representam pequenas alterações noambiente e, apesar <strong>de</strong> constituírem aspectos <strong>de</strong> incidência local,po<strong>de</strong>rão justificar a a<strong>do</strong>pção <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> mitigação.3: Mo<strong>de</strong>rada: os impactes, quan<strong>do</strong> adversos, embora sejamimportantes à escala local, não são, habitualmente, relevantes àescala regional. Contu<strong>do</strong>, os efeitos cumulativos <strong>do</strong>s impactes po<strong>de</strong>mconduzir a uma potenciação ou aumento <strong>do</strong>s efeitos em receptores,recurso ou contextos. Para estes impactes as medidas <strong>de</strong> mitigação etratamentos ou refinamentos nos projectos <strong>de</strong>vem po<strong>de</strong>r reduzirsignificativamente as consequências no ambiente e comunida<strong>de</strong>slocais.4: Elevada: os impactes, quan<strong>do</strong> negativos, são passíveis <strong>de</strong> terimportância à escala regional ou nacional, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> constituir-se comofactores importantes para a avaliação ambiental global <strong>do</strong> projecto einfluenciar a configuração <strong>do</strong> projecto.5: Extrema/muito elevada: os impactes constituem elementos chaveno processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e com consequências muito significativas.Po<strong>de</strong>m ser impeditivos <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> Projecto (quan<strong>do</strong>negativos) ou justificar fortemente a sua realização (quan<strong>do</strong> positivos).Ten<strong>do</strong> em conta o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> impacte, positivo ou negativo, épossível obter a seguinte escala <strong>de</strong> avaliação <strong>do</strong>s impactes:14


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOANa análise da situação <strong>de</strong> referência e na avaliação <strong>de</strong>impactes <strong>de</strong> cada <strong>de</strong>scritor foi a<strong>do</strong>ptada a seguintenomenclatura para i<strong>de</strong>ntificação da área em análise:15• Área <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> NAL – quan<strong>do</strong> se fizerreferência exclusivamente ao polígono <strong>de</strong>implantação <strong>do</strong> NAL, que perfaz 3.383 ha.• Área <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> NAL e faixa envolvente –que correspon<strong>de</strong> ao polígono <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> NALe à faixa <strong>de</strong> 200 m que o envolve, perfazen<strong>do</strong>3.889 ha.• Área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> – área máxima consi<strong>de</strong>rada paracada <strong>de</strong>scritor e cuja <strong>de</strong>finição e extensão <strong>de</strong>correudas características <strong>do</strong> Projecto.5.1. CLIMA5.1.1. Situação <strong>de</strong> referênciaO clima da região em que o Projecto se insere é <strong>do</strong> tipomesotérmico, com verões quentes e secos. Nesta zonapre<strong>do</strong>minam os ventos <strong>do</strong> sector Noroeste, com umavelocida<strong>de</strong> média da or<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s 11,1 km/h. A temperaturamédia <strong>do</strong> ar é da or<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s 16 ºC, a humida<strong>de</strong> relativa variaentre valores superiores a 90% no Inverno e os 70% nosmeses <strong>de</strong> Verão e a precipitação anual é da or<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s600 mm. Em termos <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> daatmosfera, importa realçar que para os da<strong>do</strong>s analisa<strong>do</strong>s severificou que em cerca <strong>de</strong> 44% <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>prevaleceram condições estáveis, limitativas da capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> dispersão <strong>de</strong> poluentes.5.1.2. <strong>Impacte</strong>s ambientaisOs possíveis impactes senti<strong>do</strong>s durante a fase <strong>de</strong>construção estão associa<strong>do</strong>s ao aumento das emissões <strong>de</strong>partículas na atmosfera, com a consequente diminuição davisibilida<strong>de</strong> e da penetração <strong>de</strong> luz solar. Será igualmentesentida uma diminuição <strong>do</strong> conforto térmico associa<strong>do</strong> à<strong>de</strong>sarborização <strong>de</strong> algumas áreas e que se repercutirá empequenos aumentos da temperatura <strong>do</strong> ar.Durante as fases <strong>de</strong> exploração e <strong>de</strong>sactivação ocorrerá umacentuar da percepção <strong>de</strong> perío<strong>do</strong>s com temperatura <strong>do</strong> arelevada, provocan<strong>do</strong>, periodicamente o registo <strong>de</strong>temperaturas <strong>do</strong> ar mais elevadas.A totalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s impactes i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s apresenta, porém,uma significância negligenciável.5.2. GEOLOGIA, GEOMORFOLOGIA,GEOTECNIA, TECTÓNICA ESISMICIDADE5.2.1. Situação <strong>de</strong> referênciaO Projecto <strong>do</strong> NAL situa-se na margem esquerda da baciasedimentar <strong>do</strong> rio Tejo, no seio da unida<strong>de</strong> morfoestrutural dabacia terciária <strong>do</strong> Tejo-Sa<strong>do</strong>.As formações geológicas, subjacentes aos <strong>de</strong>pósitossuperficiais, são <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> pliocénica, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos <strong>de</strong>pósitosaluvionares associa<strong>do</strong>s à sedimentação <strong>do</strong>s leitos <strong>de</strong> cheia.Apresentam uma composição pre<strong>do</strong>minantemente arenosa,com granulometria variável, ou uma composição <strong>de</strong> silte esilto-argilosa, que po<strong>de</strong>rá conter seixos. A área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>inclui leitos argilosos e silto-argilosos, com uma geometrialenticular ou em forma <strong>de</strong> bolsa com continuida<strong>de</strong> laterallimitada.A área apresenta um relevo pouco aci<strong>de</strong>nta<strong>do</strong>, com elevaçõesnaturais entre as cotas 20 m e 70 m, aproximadamente. Os<strong>de</strong>clives são maioritariamente inferiores a 3% na área <strong>de</strong>implantação <strong>do</strong> Projecto. Os <strong>de</strong>clives mais acentua<strong>do</strong>socorrem pontualmente associa<strong>do</strong>s às margens on<strong>de</strong> seencaixaram os leitos menores das principais linhas <strong>de</strong> água,com particular <strong>de</strong>staque para a ribeira <strong>de</strong> Vale Cobrão, on<strong>de</strong>po<strong>de</strong>m atingir 16%.RESUMO NÃO TÉCNICOAvaliação <strong>de</strong> impactesCLIMA


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICOAvaliação <strong>de</strong> impactesGEOLOGIAA observação <strong>de</strong> fotografias aéreas em estereoscopia permitiui<strong>de</strong>ntificar na área <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> NAL lineamentos com asdirecções seguintes: NNW-SSE, WNW-ESE e SW-NE. Olineamento NNW-SSE, muito bem marca<strong>do</strong>, correspon<strong>de</strong> aotraça<strong>do</strong> rectilíneo da ribeira <strong>de</strong> Vale <strong>de</strong> Cobrão e atravessatoda a área <strong>do</strong> Projecto.De acor<strong>do</strong> com o Regulamento <strong>de</strong> Segurança e Acções paraEstrutura <strong>de</strong> Edifícios e Pontes (RSAEEP, 1983), a zona emestu<strong>do</strong> enquadra-se na zona <strong>de</strong> maior risco sísmico <strong>do</strong>território continental português. Com base num universoalarga<strong>do</strong> <strong>de</strong> eventos sísmicos, posteriores a 1900, é possívelestimar para o local das obras valores superiores a 150 cm/s 2 ,18 cm/s e 8 cm para a aceleração horizontal, velocida<strong>de</strong> e<strong>de</strong>slocamento máximo, respectivamente.Não se i<strong>de</strong>ntificaram, na área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, indícios <strong>de</strong>singularida<strong>de</strong>s geológicas <strong>de</strong> valor científico, cultural oupaisagístico que mereçam particular <strong>de</strong>staque.5.2.2. <strong>Impacte</strong>s ambientaisOs principais impactes <strong>de</strong>correm <strong>de</strong> acções realizadasessencialmente na fase <strong>de</strong> construção, como o <strong>de</strong>svio daribeira <strong>de</strong> Vale Cobrão e as activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> terraplenagem, ou<strong>de</strong> acções <strong>de</strong> <strong>de</strong>molição e <strong>de</strong>smantelamento na fase <strong>de</strong><strong>de</strong>sactivação.Na fase <strong>de</strong> construção estima-se um volume <strong>de</strong> movimento<strong>de</strong> terras <strong>de</strong> 34 milhões <strong>de</strong> m 3 proveniente <strong>de</strong> escavações e<strong>de</strong> 32 milhões <strong>de</strong> m 3 necessários para aterros. Estes valoresresultam <strong>de</strong> um exercício <strong>de</strong> optimização <strong>do</strong> balanço <strong>de</strong> terras,<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a minimizar a exploração <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> empréstimo <strong>de</strong>solos para aterro e o transporte a vaza<strong>do</strong>uro <strong>de</strong> materiaisexce<strong>de</strong>ntários. Prevê-se, assim, que exista um <strong>de</strong>ficit <strong>de</strong> solospara aterro <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 2 milhões <strong>de</strong> m 3 . Este volume po<strong>de</strong>ráser consegui<strong>do</strong> mediante exploração <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> empréstimono interior da área <strong>do</strong> NAL e posterior aproveitamento dasáreas <strong>de</strong> escavação, para vaza<strong>do</strong>uro <strong>do</strong>s cerca <strong>de</strong> 2 milhões<strong>de</strong> m 3 <strong>de</strong> solos rejeita<strong>do</strong>s.Naqueles volumes não se encontram incluí<strong>do</strong>s os materiaisnecessários para estruturas <strong>de</strong> pavimento e agrega<strong>do</strong>s emgeral, que totalizam cerca <strong>de</strong> 5 milhões <strong>de</strong> m 3 . Estes materiaisserão provenientes na sua gran<strong>de</strong> maioria <strong>de</strong> pedreiras eareeiros em exploração.Os principais impactes geológicos são a <strong>de</strong>struição ouocultação <strong>do</strong> eventual património geológico <strong>de</strong> valor científicoe económico.Os principais impactes potenciais geomorfológicos associa<strong>do</strong>sà implementação <strong>do</strong> empreendimento aeroportuário são a<strong>de</strong>struição ou ocultação <strong>de</strong> património geomorfológico <strong>de</strong>valor científico e económico, didáctico e pedagógico, aalteração das condições <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s talu<strong>de</strong>s naturais(margens <strong>de</strong> leitos e cursos <strong>de</strong> água), a alteração dascondições <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s talu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aterro e escavaçãoe a alteração <strong>do</strong>s perfis <strong>de</strong> equilíbrio da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> drenagem.Durante a fase <strong>de</strong> exploração não são espera<strong>do</strong>s impactesnos meios geológico, geomorfológico, geotécnico esismotectónico.No geral, para as diferentes fases <strong>do</strong> Projecto <strong>do</strong> NAL, osimpactes espera<strong>do</strong>s para os meios geológico, geotécnico,geomorfológico e sismotectónico têm significância reduzidaa negligenciável.16


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOA5.3. SOLOS5.3.1. Situação <strong>de</strong> referênciaNa área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> correspon<strong>de</strong>nte à área <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong>NAL e à faixa envolvente <strong>de</strong> 200 m, ocorre um pre<strong>do</strong>mínio <strong>do</strong>sSolos Podzoliza<strong>do</strong>s que ocupam mais <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> da áreaconsi<strong>de</strong>rada. Seguem-se os Solos Litólicos com cerca <strong>de</strong> 15%,os Solos Argiluvia<strong>do</strong>s e os Solos Incipientes, cada umocupan<strong>do</strong> pouco mais <strong>de</strong> 10% da área total. Por último, aor<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s Solos Hidromórficos apresenta uma área residual<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 1,5%.No que se refere à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uso <strong>do</strong> solo, a classe D(limitações mo<strong>de</strong>radas) apresenta-se como sen<strong>do</strong> <strong>do</strong>minante,abrangen<strong>do</strong> mais <strong>de</strong> 80% da área total, seguin<strong>do</strong>-se a classeC (condicionada) com mais <strong>de</strong> 10% e a E (limitações severas)com menos <strong>de</strong> 1%.Na área <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> NAL os solos incluí<strong>do</strong>s em regimeda RAN totalizam 207,7 ha, o que representa 6,1% da áreatotal (3.383 ha).A avaliação da aptidão <strong>do</strong> solo para produção vegetal emcondições <strong>de</strong> sequeiro permitiu <strong>de</strong>limitar quase 50% da áreaem estu<strong>do</strong> como não apta e cerca <strong>de</strong> 40% com uma aptidãomarginal para o referi<strong>do</strong> uso.A avaliação para uso florestal permitiu consi<strong>de</strong>rar três quartosda área em estu<strong>do</strong> como muito apta ou medianamente aptapara este uso.Na área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> obteve-se uma aptidão mo<strong>de</strong>rada a boapara a recarga potencial <strong>de</strong> aquíferos, em mais <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> daárea total.Quase 90% <strong>do</strong>s solos presentes na área <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong>NAL apresentam uma sensibilida<strong>de</strong> elevada à contaminaçãocom metais e toda a área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> apresenta elevadasensibilida<strong>de</strong> à contaminação com compostos orgânicos.175.3.2. <strong>Impacte</strong>s ambientaisAs operações para implantação <strong>do</strong> NAL incluem múltiplasacções, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a realização <strong>de</strong> escavações e aterros para aexecução <strong>de</strong> fundações e nivelamentos até àimpermeabilização da superfície, com edifícios e pavimentosexteriores (pistas, estradas, parques <strong>de</strong> estacionamento etc.).Do conjunto <strong>do</strong>s potenciais impactes associa<strong>do</strong>s à fase <strong>de</strong>construção <strong>do</strong> NAL, <strong>de</strong>stacam-se os que mais afectam o<strong>de</strong>sempenho das funções ecológicas <strong>de</strong>ste recurso e/ou quepo<strong>de</strong>m ter mais repercussões sobre o restante meio ambiente,<strong>de</strong>signadamente:• Impermeabilização/selagem – impacte inerente àconstrução <strong>do</strong>s edifícios e pavimentos precedida <strong>de</strong>terraplenagens que se traduzem em acções <strong>de</strong>remoção <strong>de</strong> solos/soterramento (impacte negativo,<strong>de</strong> significância mo<strong>de</strong>rada).• Aproveitamento da camada superficial <strong>de</strong> solo –associa<strong>do</strong> ao impacte anterior mas, em princípio, <strong>de</strong>senti<strong>do</strong> contrário (ou seja, positivo) <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> dautilização dada ao material terroso recolhi<strong>do</strong> na<strong>de</strong>capagem (impacte positivo, <strong>de</strong> significânciareduzida a mo<strong>de</strong>rada).• Erosão hídrica – associa<strong>do</strong> à exposição <strong>do</strong> solo a<strong>de</strong>scoberto (impacte positivo, <strong>de</strong> significânciareduzida a mo<strong>de</strong>rada).• Mobilização/Compactação (impacte positivo, <strong>de</strong>significância reduzida a mo<strong>de</strong>rada).Durante a fase <strong>de</strong> exploração <strong>de</strong>staca-se a contaminação <strong>do</strong>solo, tanto por ocorrências aci<strong>de</strong>ntais, como por acumulaçãogradual, em resulta<strong>do</strong> da <strong>de</strong>posição no solo <strong>de</strong> contaminantespor via aérea (impacte negativo e <strong>de</strong> significância reduzida).O impacte associa<strong>do</strong> à fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>sactivação <strong>do</strong> NAL dizrespeito ao restabelecimento das funções ecológicas <strong>do</strong> solo,consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se que constitui um impacte positivo e <strong>de</strong>significância mo<strong>de</strong>rada.RESUMO NÃO TÉCNICOAvaliação <strong>de</strong> impactesSOLOS


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICOVíbora-cornudaRato-<strong>de</strong>-CabreraA maioria <strong>do</strong>s impactes i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s apresenta, assim, umasignificância reduzida.5.4. ECOLOGIA5.4.1. Situação <strong>de</strong> referênciaA área <strong>do</strong> NAL e faixa envolvente não se encontra inserida emqualquer área classificada no âmbito <strong>do</strong> Sistema Nacional <strong>de</strong>Áreas Classificadas (SNAC) ou Área Importante para as Aves(IBA – estatuto atribuí<strong>do</strong> pela BirdLife International aos locaismais importantes <strong>do</strong> planeta para a avifauna).Contu<strong>do</strong>, num raio <strong>de</strong> 50 km da mesma, são várias as áreascom essas <strong>de</strong>signações <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se, pela proximida<strong>de</strong> eimportância ecológica, o estuário <strong>do</strong> Tejo, que apresentavários estatutos nacionais e internacionais – Reserva Natural,Zona <strong>de</strong> Protecção Especial (ZPE), Sítios <strong>de</strong> InteresseComunitário (SIC), Sítio RAMSAR e Reserva Biogenética – eintegra a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> IBA.O elenco florístico da área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> (que abrangeu a área <strong>do</strong>NAL e uma faixa envolvente <strong>de</strong> 15 km, <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s a partir <strong>do</strong>sseus limites) é composto por 481 espécies, distribuídas por 86famílias. Catorze das espécies com potencial ocorrência naárea <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> apresentam eleva<strong>do</strong> interesse para aconservação, das quais <strong>de</strong>z constam da lista da DirectivaHabitats. Na área <strong>do</strong> NAL <strong>de</strong>stacam-se a Armeria rouyana(espécie <strong>de</strong> conservação prioritária), o tomilho-<strong>do</strong>-mato(Thymus capitellatus) e o sobreiro (Quercus suber, protegi<strong>do</strong>legalmente através <strong>do</strong> Decreto-Lei n.º 169/2001).No que se refere à fauna, o inventário realiza<strong>do</strong> permitiui<strong>de</strong>ntificar um vasto conjunto <strong>de</strong> espécies, o qual se apresentano Quadro 2. Neste quadro não se refere a ictiofauna, umavez que neste grupo foram, na sua quase totalida<strong>de</strong>,i<strong>de</strong>ntificadas espécies exóticas sem relevância ecológica.Na área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> foram cartografa<strong>do</strong>s onze habitats daDirectiva Habitats, <strong>do</strong>s quais alguns ocorrem <strong>de</strong> formavestigial, como é o caso <strong>do</strong>s charcos temporários, enquantoque outros formam só por si um biótopo. De entre os habitatsi<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong>staca-se o Monta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Quercus spp. <strong>de</strong> folhaperene (6310), correspon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> este ao biótopo monta<strong>do</strong>. Naárea <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> NAL foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s 7 habitats daDirectiva, sen<strong>do</strong> o mais frequente também o 6310.Na área <strong>do</strong> NAL e faixa envolvente não ocorrem biótopos <strong>de</strong>valor excepcional e cerca <strong>de</strong> 4% da área é ocupada porbiótopos <strong>de</strong> valor alto (nomeadamente áreas <strong>de</strong> povoamento<strong>de</strong> monta<strong>do</strong>). Foram, assim, i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s <strong>de</strong>z biótopos, sen<strong>do</strong>o eucaliptal o mais frequente.18


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOAInvertebra<strong>do</strong>sHerpetofaunaAvifaunaMamofauna19Quadro 2 – Espécies <strong>de</strong>tectadas na área <strong>do</strong> NALEspécies na área <strong>de</strong>estu<strong>do</strong>Espécies com interessepara conservação10(-)13 anfíbios(76,5% <strong>do</strong> total <strong>do</strong>Continente)(-)19 répteis(68% <strong>do</strong> total nacional)1 (Vulnerável)1(Em Perigo)147 autóctones(74% <strong>do</strong> total nacional)28 (estatuto Desfavorável)36 (Anexo I da DirectivaAves)41 (60,3 % <strong>do</strong> totalnacional)5 (catalogadas comoAmeaçadas)ExemplosVíbora-cornudaCága<strong>do</strong>-<strong>de</strong>carapaça-estriadaMorcego-<strong>de</strong>ferradura-gran<strong>de</strong>Morcego-ratogran<strong>de</strong>Morcego-<strong>de</strong>pelucheRato-<strong>de</strong>-CabreraGato bravo5.4.2. <strong>Impacte</strong>s ambientaisNo que respeita aos aspectos ecológicos, a construção eexploração <strong>do</strong> NAL induzirá impactes sobre biótopos ehabitats, valores florísticos e valores faunísticos presentes naárea <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>.A maioria <strong>do</strong>s impactes i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s sobre os biótopos é <strong>de</strong>reduzida significância. Destaca-se, durante a fase <strong>de</strong>construção, a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> 1.100 ha <strong>de</strong> monta<strong>do</strong> e <strong>de</strong> 84 ha<strong>de</strong> vegetação ripícola, impactes com uma elevadasignificância, tanto pelos Habitats da Directiva que albergam,como pela importância que têm para espécies <strong>de</strong> fauna <strong>de</strong>eleva<strong>do</strong> valor ecológico. Na fase <strong>de</strong> exploração, o impacteprincipal é a proliferação <strong>de</strong> espécies exóticas, que apresentatambém significância reduzida. Por sua vez, durante a fase <strong>de</strong><strong>de</strong>sactivação são espera<strong>do</strong>s impactes positivos, que advêm<strong>do</strong> aumento da área disponível para os biótopos naturaliza<strong>do</strong>se da melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s habitats presentes face à fase<strong>de</strong> exploração.São diversos os impactes a ocorrer sobre a comunida<strong>de</strong>florística, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se aqueles que terão lugar durante afase <strong>de</strong> construção. É durante esta fase que se espera queocorra o maior número <strong>de</strong> impactes sobre este grupo, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>sobretu<strong>do</strong> à eliminação total da vegetação na área <strong>de</strong>ocupação <strong>do</strong> NAL e à <strong>de</strong>sarborização a ocorrer na restanteárea <strong>de</strong> implantação. Na fase <strong>de</strong> exploração <strong>de</strong>staca-se aperda <strong>de</strong> habitat por difusão <strong>de</strong> espécies exóticas invasoras.Os impactes sobre a comunida<strong>de</strong> faunística que ocorrem nafase <strong>de</strong> construção resultam fundamentalmente da perda,fragmentação e <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> habitats, <strong>de</strong> alterações nacomposição das comunida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> mortes por atropelamento.Neste âmbito, <strong>de</strong>staca-se a afectação <strong>do</strong> grupo <strong>do</strong>smamíferos, ao qual pertence o rato-<strong>de</strong>-Cabrera (Microtuscabrerae), micromamífero com estatuto <strong>de</strong> conservaçãoeleva<strong>do</strong> (Vulnerável). Face aos seus hábitos e à sua reduzidaRESUMO NÃO TÉCNICOAvaliação <strong>de</strong> impactesECOLOGIA


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICOmobilida<strong>de</strong>, estas espécies estão sujeitas a morte poratropelamento, esmagamento ou soterramento durante asoperações <strong>de</strong> <strong>de</strong>capagem, terraplenagem e transporte <strong>de</strong>materiais. Ainda <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> grupo <strong>do</strong>s mamíferos, <strong>de</strong>staca-setambém o gato-bravo (Felis silvestris), espécie não foiconfirmada na área <strong>do</strong> NAL (existin<strong>do</strong>, no entanto, potencialpara a sua ocorrência), cuja alteração na composição dacomunida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rá ter uma significância mo<strong>de</strong>rada, uma vezque, para além <strong>de</strong> apresentar estatuto <strong>de</strong> conservaçãoeleva<strong>do</strong> (Vulnerável), possui uma baixa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Regeneração/Plasticida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a morte <strong>de</strong> um indivíduoter repercussões na viabilida<strong>de</strong> genética e <strong>de</strong>mográfica dapopulação local.Durante a fase <strong>de</strong> exploração <strong>de</strong>stacam-se as mortes poratropelamento, a fragmentação das populações e asalterações comportamentais das comunida<strong>de</strong>s presentes, dasquais se salienta o grupo <strong>de</strong> avifauna (e, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste, aavifauna aquática) como um <strong>do</strong>s que potencialmente po<strong>de</strong>ráser mais afecta<strong>do</strong>, nomeadamente pela prevista intensacirculação <strong>de</strong> aeronaves.No que respeita ao risco <strong>de</strong> colisão <strong>de</strong> aves com aeronaves(aspecto relevante na gestão operacional <strong>de</strong> infra-estruturasaeroportuárias), os estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s até à data permitemconsi<strong>de</strong>rar que apesar da presença <strong>de</strong> eleva<strong>do</strong> número <strong>de</strong>indivíduos <strong>do</strong> grupo da avifauna, este risco <strong>de</strong>verá seraceitável, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que implementadas as diversas medidaspropostas em planos específicos <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> habitats e davida selvagem.Os impactes sobre as Áreas <strong>de</strong> Maior Relevância Ecológicaregistam-se tanto na fase <strong>de</strong> construção como na fase <strong>de</strong>exploração. Estes impactes classificam-se, na sua maioria,com significância elevada uma vez que a estes locais seassocia a presença <strong>de</strong> maior e mais relevante biodiversida<strong>de</strong><strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista da conservação. Os impactes i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>spren<strong>de</strong>m-se, essencialmente, com a afectação <strong>de</strong> corre<strong>do</strong>resecológicos e <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> biótopos com eleva<strong>do</strong> valor para aconservação.No que respeita à potencial afectação da ZPE/SIC Estuário <strong>do</strong>Tejo (aspecto da maior relevância, ten<strong>do</strong> em conta o valorecológico intrínseco <strong>de</strong>sta zona) consi<strong>de</strong>ra-se que não seencontram comprometi<strong>do</strong>s os objectivos <strong>de</strong> conservação dasespécies associadas a esta zona, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejaa<strong>de</strong>quadamente implementa<strong>do</strong> o plano <strong>de</strong> gestão ecológicaproposto, que inclui um plano <strong>de</strong> salvamento <strong>de</strong> espécies eum plano <strong>de</strong> gestão da vida selvagem.No âmbito <strong>do</strong> <strong>de</strong>scritor Ecologia, a maioria <strong>do</strong>s impactesi<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s apresenta uma significância mo<strong>de</strong>rada aelevada.5.5. HIDROGEOLOGIA E QUALIDADE DASÁGUAS SUBTERRÂNEAS5.5.1. Situação <strong>de</strong> referênciaA área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> NAL localiza-se na sua totalida<strong>de</strong> noSistema Aquífero da Bacia <strong>do</strong> Tejo-Sa<strong>do</strong> – Margem Esquerda(SABTS–ME). Este sistema é o maior e mais importantesistema aquífero português. Ocupa a Bacia Terciária <strong>do</strong> Tejoe <strong>do</strong> Sa<strong>do</strong>, numa área aproximada <strong>de</strong> 6.900 km 2 e pertenceao agrupamento <strong>do</strong>s aquíferos porosos multicamada. Osistema aquífero constitui a origem <strong>do</strong> abastecimento <strong>de</strong> águaa importantes núcleos populacionais, à indústria e àagricultura.Estabeleceu-se, com base num vasto conjunto <strong>de</strong> informaçãohidrogeológica especificamente adquirida no âmbito <strong>do</strong>Projecto <strong>do</strong> NAL, o mo<strong>de</strong>lo conceptual <strong>de</strong> escoamentosubterrâneo na área <strong>do</strong> NAL. Assim, estabeleceu-seaexistência <strong>de</strong> um aquífero livre principal, que se esten<strong>de</strong> portoda a área <strong>do</strong> NAL, e a ocorrência <strong>de</strong> diversos aquíferossuspensos, os quais se dispõem a cotas acima <strong>do</strong> aquífero20


livre principal e cuja extensão é limitada. Em profundida<strong>de</strong>, oaquífero apresenta-se semi-confina<strong>do</strong>.De acor<strong>do</strong> com a informação constante no Plano <strong>de</strong> BaciaHidrográfica <strong>do</strong> rio Tejo (PBHRT), a recarga anual médiaestimada para a totalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> SABTS–ME é <strong>de</strong>1.222,4 hm 3 /ano, estiman<strong>do</strong>-se que as reservas sejam daor<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s 43 km 3 <strong>de</strong> água. A taxa <strong>de</strong> recarga anual média(na área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> NAL) correspon<strong>de</strong> a 23% daprecipitação média anual (a recarga varia entre 100 a 250mm/ano).De mo<strong>do</strong> genérico, as análises realizadas à água subterrâneapermitiram concluir que esta apresenta boa qualida<strong>de</strong>,enquanto água <strong>de</strong>stinada à produção <strong>de</strong> água para consumohumano. Não obstante, observa-se a presença, nalguns locais,<strong>de</strong> concentrações <strong>de</strong> ferro acima <strong>do</strong> Valor Máximo Admissívelreferi<strong>do</strong> na legislação em vigor.O sistema aquífero livre apresenta uma vulnerabilida<strong>de</strong> àpoluição baixa a intermédia, sen<strong>do</strong> pre<strong>do</strong>minante avulnerabilida<strong>de</strong> intermédia. Já o sistema aquífero semiconfina<strong>do</strong>possui uma vulnerabilida<strong>de</strong> à poluição baixa.Relativamente à susceptibilida<strong>de</strong> à poluição, obteve-se nasituação <strong>de</strong> referência uma susceptibilida<strong>de</strong> baixa a mo<strong>de</strong>rada.No que se refere aos constrangimentos hidrogeológicos, aárea <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> NAL insere-se na Zona Vulnerável n.º 5 <strong>do</strong>Tejo, relativa à protecção das águas contra a poluiçãocausada por nitratos <strong>de</strong> origem agrícola.5.5.2. <strong>Impacte</strong>s ambientaisA fase <strong>de</strong> construção apresenta impactes na hidrogeologia,quer a nível quantitativo quer qualitativo. Os impactesnegativos na componente quantitativa <strong>do</strong> recurso são <strong>de</strong>significância reduzida e estão relaciona<strong>do</strong>s essencialmentecom acções <strong>de</strong> terraplenagens, <strong>de</strong>svio da ribeira <strong>de</strong> Vale <strong>de</strong>Cobrão e <strong>de</strong>smatação. Do ponto <strong>de</strong> vista qualitativo, asmesmas acções estão na origem <strong>do</strong>s principais impactes,21sen<strong>do</strong> estes na sua gran<strong>de</strong> maioria <strong>de</strong> significância reduzida.Destaca-se a eliminação, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a acções <strong>de</strong> terraplenagem,<strong>de</strong> algumas zonas que possuem pequenos aquíferossuspensos; a perda <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> infiltração, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à<strong>de</strong>smatação; e a diminuição <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> recarga <strong>do</strong>saquíferos, resultante <strong>do</strong> <strong>de</strong>svio da ribeira e da eliminação dabarragem <strong>de</strong> Vale Cobrão. O potencial <strong>de</strong> recarga <strong>do</strong>saquíferos será igualmente afecta<strong>do</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à criação <strong>de</strong> áreasimpermeabilizadas, resulta<strong>do</strong> da implementação da infraestrutura<strong>do</strong> NAL.Os impactes positivos expectáveis na fase <strong>de</strong> construçãoestão associa<strong>do</strong>s ao <strong>de</strong>smantelamento <strong>do</strong> estaleiro eapresentam uma significância reduzidaDurante a fase <strong>de</strong> exploração os impactes nos recursoshídricos subterrâneos são, na sua gran<strong>de</strong> maioria, também <strong>de</strong>significância reduzida. No que se refere aos efeitosquantitativos, os principais impactes espera<strong>do</strong>s estãorelaciona<strong>do</strong>s com a <strong>de</strong>scida <strong>do</strong>s níveis piezométricos, emresulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma maior exploração <strong>do</strong>s recursos hídricosdisponíveis, uma vez que o abastecimento será proveniente<strong>do</strong> aquífero profun<strong>do</strong> <strong>do</strong> SABTS–ME. Este impacte po<strong>de</strong> serconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> <strong>de</strong> significância mo<strong>de</strong>rada da<strong>do</strong> que o grau <strong>de</strong>utilização <strong>de</strong> recursos se situa abaixo <strong>do</strong>s 0,5% <strong>do</strong>s recursosrenováveis anuais. Diversos impactes resultantes daactivida<strong>de</strong> aeroportuária po<strong>de</strong>m induzir afectações daqualida<strong>de</strong> da água que serão esbatidas com a efectivação <strong>de</strong>medidas <strong>de</strong> minimização. Da<strong>do</strong> que toda a área <strong>do</strong> NAL estáenquadrada na Zona Vulnerável n.º 5 <strong>do</strong> Tejo à poluiçãocausada por nitratos <strong>de</strong> origem agrícola, há que aten<strong>de</strong>r aosimpactes que as zonas ver<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m induzir sobre a<strong>de</strong>gradação da qualida<strong>de</strong> da água, mas consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que asBoas Práticas Agrícolas serão implementadas, este impacteserá passível <strong>de</strong> mitigação.São expectáveis, ainda, alguns impactes positivos durante afase <strong>de</strong> exploração <strong>do</strong> NAL, relaciona<strong>do</strong>s com a utilização <strong>de</strong>águas <strong>de</strong>rivadas <strong>de</strong> efluentes trata<strong>do</strong>s e com a recargaESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICOBarragem da Herda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ValeCobrãoAvaliação <strong>de</strong> impactesHIDROGEOLOGIA


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICOAvaliação <strong>de</strong> impactesHIDROLOGIAartificial induzida. Estes impactes apresentam umasignificância reduzida a negligenciável.Consi<strong>de</strong>ra-se, assim que a maioria <strong>do</strong>s impactes i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>sapresenta uma significância reduzida a mo<strong>de</strong>rada.5.6. HIDROLOGIA E QUALIDADE DASÁGUAS SUPERFICIAIS5.6.1. Situação <strong>de</strong> referênciaO local <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> NAL está totalmente inseri<strong>do</strong> nabacia hidrográfica da ribeira <strong>de</strong> Vale Cobrão. A ribeira <strong>de</strong> ValeCobrão é uma linha <strong>de</strong> água <strong>de</strong> importância reduzida, comuma bacia hidrográfica <strong>de</strong> 185 km 2 , afluente da margemesquerda <strong>do</strong> rio Sorraia que, por sua vez, é afluente damargem esquerda <strong>do</strong> rio Tejo.Os principais usos <strong>de</strong> água na bacia estão relaciona<strong>do</strong>s com aactivida<strong>de</strong> agrícola, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong> salientar a existência <strong>de</strong> duasbarragens <strong>de</strong> dimensão consi<strong>de</strong>rável, a jusante <strong>do</strong> NAL: abarragem <strong>de</strong> Vale Cobrão, que foi construída para finsconsumptivos na rega <strong>do</strong>s arrozais existentes a jusante daárea <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, e a barragem da Malhada Alta criada com afinalida<strong>de</strong> principal <strong>de</strong> proporcionar um espelho <strong>de</strong> água comfins lúdicos associa<strong>do</strong>s ao Loteamento da Herda<strong>de</strong> daVargem Fresca.Para além <strong>de</strong>stas barragens, existem na área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>diversas massas <strong>de</strong> água <strong>de</strong> menores dimensões, <strong>de</strong> entre asquais se <strong>de</strong>staca a albufeira da barragem da Ilha <strong>do</strong>s DoisSalgueiros, localizada na área <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> NAL, que se<strong>de</strong>stina a constituir uma reserva <strong>de</strong> água <strong>de</strong> combate aincêndios e que será <strong>de</strong>sactivada em resulta<strong>do</strong> da construção<strong>do</strong> NAL.As fontes <strong>de</strong> poluição i<strong>de</strong>ntificadas na área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> são,maioritariamente, <strong>de</strong> carácter difuso, correspon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> aoscampos <strong>de</strong> golfe e áreas agrícolas ocorrentes na bacia (queocupam uma área reduzida da bacia) e às vias ro<strong>do</strong>viáriasque interceptam a bacia, em particular, a A13 e a EN10.Não existem, na bacia hidrográfica <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, quaisquerestações da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> medição <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da água. Osda<strong>do</strong>s <strong>de</strong> caracterização da qualida<strong>de</strong> da água que foipossível recolher junto das entida<strong>de</strong>s consultadas nãorevelaram problemas relevantes <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da água naárea em estu<strong>do</strong>. Contu<strong>do</strong>, as campanhas <strong>de</strong> amostragem eanálise <strong>de</strong> águas efectuadas no âmbito <strong>do</strong> EIA, paracomplementar os elementos disponíveis, conduziram àobtenção <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s que classificam as águas superficiaiscomo “Extremamente Poluídas (Classe E)”, significan<strong>do</strong> quesão consi<strong>de</strong>radas como ina<strong>de</strong>quadas para a maioria <strong>do</strong>s usos,po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> constituir uma ameaça para a saú<strong>de</strong> pública eambiental. Uma amostra recolhida na albufeira da barragemda Ilha <strong>do</strong>s Dois Salgueiros apresentou qualida<strong>de</strong> "Medíocre(Classe D)".5.6.2. <strong>Impacte</strong>s ambientaisOs impactes no regime hidrológico verifica<strong>do</strong>s na fase <strong>de</strong>construção <strong>do</strong> NAL são consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> significânciareduzida a mo<strong>de</strong>rada. Nesta fase <strong>de</strong>staca-se a regularizaçãoda ribeira <strong>de</strong> Vale Cobrão, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às alterações induzidas nare<strong>de</strong> hidrográfica da área. Em termos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da água,os impactes previstos são <strong>de</strong> significância reduzida econsistem essencialmente num pequeno aumento <strong>de</strong>nutrientes e sóli<strong>do</strong>s e uma redução <strong>do</strong> teor <strong>de</strong> oxigéniodissolvi<strong>do</strong> nas águas, em resulta<strong>do</strong> das acções <strong>de</strong> preparaçãoe mobilização <strong>de</strong> solos.Durante a fase <strong>de</strong> exploração, os principais impactes sobre oregime hidrológico apresentam significância reduzida eestão relaciona<strong>do</strong>s com a redução da infiltração e o aumento<strong>do</strong> escoamento superficial. Em termos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da água,apesar <strong>do</strong>s volumes eleva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> águas residuais produzidas,o seu encaminhamento e correcto tratamento na Estação <strong>de</strong>Tratamento <strong>de</strong> Águas Residuais (ETAR) prevista no Projecto22


permitirão que os impactes negativos sobre a qualida<strong>de</strong> daágua <strong>do</strong> meio receptor assumam uma significância reduzidapara os vários parâmetros analisa<strong>do</strong>s.Consi<strong>de</strong>ra-se, assim, que a maioria <strong>do</strong>s impactes i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>sno presente <strong>de</strong>scritor apresenta uma significância reduzida.5.7. QUALIDADE DO AR5.7.1. Situação <strong>de</strong> referênciaA caracterização da situação <strong>de</strong> referência em termos <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ar foi avaliada a duas escalas, ou <strong>do</strong>mínios:escala local, correspon<strong>de</strong>nte a uma envolvente mais próxima<strong>do</strong> NAL; e escala regional, que abrange uma área bastantemais alargada, da or<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s 200 x 200 km. Para os <strong>do</strong>míniosconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s, a caracterização da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ar envolveu aanálise das emissões atmosféricas, a análise <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ar (medi<strong>do</strong>s em estações <strong>de</strong> monitorização eobti<strong>do</strong>s em campanhas <strong>de</strong> monitorização realizadas para aenvolvente à área <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> NAL) e a simulação dadispersão <strong>de</strong> poluentes na atmosfera quer à escala local, querà escala regional.Em termos <strong>de</strong> emissões, foram consi<strong>de</strong>radas as emissões <strong>de</strong>32 indústrias, presentes no interior <strong>do</strong>s <strong>do</strong>mínios consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>se que se distribuem pelos sectores <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> energia,<strong>de</strong> transformação e <strong>de</strong> tratamento e valorização <strong>de</strong> resíduos.Em termos das fontes móveis, foram consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s 62 troçospertencentes às principais auto-estradas, ItineráriosComplementares e Estradas Nacionais, inseridas nos <strong>do</strong>is<strong>do</strong>mínios em estu<strong>do</strong>. Para a mo<strong>de</strong>lação regional foram aindacontempladas as emissões em área <strong>de</strong> cada concelhoabrangi<strong>do</strong> pelo <strong>do</strong>mínio regional.Em termos das medições <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Ar, ten<strong>do</strong> em contato<strong>do</strong>s os resulta<strong>do</strong>s disponíveis, consi<strong>de</strong>ra-se que a áreaenvolvente ao perímetro <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> NAL apresenta,na generalida<strong>de</strong>, uma boa qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ar, registan<strong>do</strong>-se no23entanto, a ocorrência <strong>de</strong> fenómenos episódicos <strong>de</strong> poluiçãoatmosférica associa<strong>do</strong>s às concentrações <strong>de</strong> ozono durante oVerão, e pontualmente às concentrações <strong>de</strong> partículas,embora sem que, neste último caso, se ultrapasse oestabeleci<strong>do</strong> na legislação em vigor.No que respeita à simulação da dispersão <strong>de</strong> poluentes naatmosfera, os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s mostram níveis relativamenteeleva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> NO 2, a nível local, associa<strong>do</strong>s fundamentalmenteaos locais caracteriza<strong>do</strong>s por <strong>de</strong>nsa re<strong>de</strong> viária. Destaca-seque no caso das partículas, os níveis estima<strong>do</strong>s pelo mo<strong>de</strong>loaplica<strong>do</strong> são, na maioria <strong>do</strong>s casos, inferiores aos valoresreais. A nível regional, e ten<strong>do</strong> por base os resulta<strong>do</strong>s dasmo<strong>de</strong>lações realizadas, <strong>de</strong>staca-se o registo <strong>de</strong> um númerosignificativo <strong>de</strong> receptores, localiza<strong>do</strong>s nos concelhosabrangi<strong>do</strong>s pelo <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> simulação, com <strong>de</strong>staque para osconcelhos <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, Loures, Almada, Seixal e Barreiro, on<strong>de</strong>são ultrapassa<strong>do</strong>s os limiares legisla<strong>do</strong>s em termos <strong>de</strong> O 3,indician<strong>do</strong> a ocorrência <strong>de</strong> situações episódicas <strong>de</strong> poluiçãofotoquímica.5.7.2. <strong>Impacte</strong>s ambientaisNo que respeita à fase <strong>de</strong> construção, apesar <strong>do</strong> acréscimo<strong>de</strong> emissões associa<strong>do</strong> à obra não provocar alterações emtermos <strong>de</strong> cumprimento da legislação, foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> que aafectação da qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ar é mo<strong>de</strong>radamente significativapara a quase totalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s poluentes avalia<strong>do</strong>s, porapresentarem um incremento eleva<strong>do</strong> face ao diagnostica<strong>do</strong>na caracterização da situação <strong>de</strong> referência implican<strong>do</strong>, <strong>de</strong>staforma, uma <strong>de</strong>gradação temporária <strong>do</strong> recurso ar.Durante a fase <strong>de</strong> exploração <strong>do</strong> NAL, foram avalia<strong>do</strong>s osefeitos <strong>do</strong> Projecto para os anos 2018, 2030 e 2050, para osquais se estimou igualmente a evolução esperada daqualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ar na ausência <strong>do</strong> Projecto. Os valores máximosestima<strong>do</strong>s para o nível local indicam que, nesta fase, o<strong>Aeroporto</strong> será uma das principais fontes emissoras à escalalocal, verifican<strong>do</strong>-se que as áreas afectadas por valores maisESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICOAvaliação <strong>de</strong> impactesQUALIDADE DO AR


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICOAvaliação <strong>de</strong> impactesAMBIENTE SONOROeleva<strong>do</strong>s (a esta escala <strong>de</strong> avaliação) se localizam no interior<strong>do</strong> perímetro <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> NAL.Nesta fase e a esta escala, apesar <strong>de</strong> se verificarpontualmente o incumprimento da legislação associada aosníveis <strong>de</strong> NO 2, as áreas afectadas por excedências sãoinferiores ou iguais às estimadas para a Evolução da Situação<strong>de</strong> Referência na Ausência <strong>do</strong> Projecto, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se, porisso, que o impacte na qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ar <strong>do</strong> <strong>Aeroporto</strong> seránegativo, mas <strong>de</strong> significância reduzida.Ainda na fase <strong>de</strong> exploração, mas a nível regional, ficou<strong>de</strong>monstrada, em termos evolutivos, a influência <strong>do</strong> acréscimo<strong>de</strong> emissões <strong>do</strong> NAL na área mais próxima da sua envolvente,com um alargamento nesta zona das áreas comconcentrações <strong>de</strong> NO 2 mais elevadas, embora semultrapassagem <strong>do</strong>s limites legais estabeleci<strong>do</strong>s para estepoluente. Contu<strong>do</strong>, na zona da gran<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, o efeito éreverso, com a área afectada por valores mais eleva<strong>do</strong>s <strong>de</strong>NO 2 a sofrer uma ligeira redução face à Evolução da Situação<strong>de</strong> Referência na Ausência <strong>do</strong> Projecto, facto que <strong>de</strong>monstraa influência da <strong>de</strong>sactivação <strong>do</strong> <strong>Aeroporto</strong> da Portela nosconcelhos mais próximos.No que concerne ao O 3, o diferencial regista<strong>do</strong>, receptor areceptor, entre os valores <strong>de</strong> concentração horários <strong>de</strong> ozonona fase <strong>de</strong> exploração e na Evolução da Situação <strong>de</strong>Referência na Ausência <strong>do</strong> Projecto, mostra que os valoressão maioritariamente superiores sem a implantação <strong>do</strong> NAL,verifican<strong>do</strong>-se uma diminuição das áreas afectadas porexcedências ao limiar <strong>de</strong> alerta, nomeadamente em zonascom <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> habitacional elevada localizadas na zona dagran<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>. Mais uma vez, estes resulta<strong>do</strong>s se relacionamdirectamente com a <strong>de</strong>sactivação <strong>do</strong> <strong>Aeroporto</strong> da Portela.Assim, ten<strong>do</strong> em conta os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s da comparaçãoentre os níveis <strong>de</strong> concentração estima<strong>do</strong>s com aconcretização <strong>do</strong> NAL e os estima<strong>do</strong>s para a Evolução daSituação <strong>de</strong> Referência na Ausência <strong>de</strong> Projecto, consi<strong>de</strong>ra-seque os impactes sobre a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ar, na fase <strong>de</strong>exploração <strong>do</strong> NAL, serão negativos (porque na áreaenvolvente ao Projecto os níveis estima<strong>do</strong>s aumentam paraos diversos poluentes), embora <strong>de</strong> significância reduzida.Consi<strong>de</strong>ra-se, assim, que a maioria <strong>do</strong>s impactes i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>sno presente <strong>de</strong>scritor apresenta uma significância reduzida.5.8. AMBIENTE SONORO5.8.1. Situação <strong>de</strong> referênciaA área <strong>de</strong> influência <strong>do</strong> Projecto situa-se numa região comcaracterísticas turísticas, agrícolas e florestais, que conferemà zona um ambiente sonoro local genericamente sossega<strong>do</strong>,típico <strong>de</strong> zonas afastadas <strong>de</strong> fontes sonoras dignas <strong>de</strong> registo.Os registos <strong>do</strong>s níveis sonoros permitiram i<strong>de</strong>ntificar trêstipologias <strong>de</strong> ambientes sonoros: i) zonas acusticamentemuito sossegadas; ii) zonas sossegadas; iii) zonas comambiente sonoro perturba<strong>do</strong>.Os usos <strong>do</strong> solo com sensibilida<strong>de</strong> ao ruí<strong>do</strong> observa<strong>do</strong>s naenvolvente da área <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> NAL correspon<strong>de</strong>mmaioritariamente a habitação e algumas escolas.A principal fonte <strong>de</strong> ruí<strong>do</strong> encontrada é, para além <strong>do</strong>sfenómenos naturais, o tráfego ro<strong>do</strong>viário, sen<strong>do</strong> previsível oregisto <strong>de</strong> algum acréscimo <strong>do</strong> número <strong>de</strong> veículos, e logo <strong>de</strong>ruí<strong>do</strong>, da<strong>do</strong> ser uma área cada vez mais utilizada parahabitação.A maior parte da área envolvente <strong>do</strong> NAL situa-se, contu<strong>do</strong>,afastada daquelas fontes <strong>de</strong> ruí<strong>do</strong>, pelo que as populaçõesexistentes encontrarão, na generalida<strong>de</strong>, ambientes sonorostranquilos, com baixos níveis sonoros.24


5.8.2. <strong>Impacte</strong>s ambientaisA análise <strong>de</strong>talhada <strong>de</strong> impactes no ambiente sonoro no NALrevelou impactes negativos, tanto na fase <strong>de</strong> construção comona fase <strong>de</strong> exploração, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à gran<strong>de</strong>za <strong>do</strong>s níveis sonorosresultantes das activida<strong>de</strong>s e operações respectivas, àsensibilida<strong>de</strong> ao ruí<strong>do</strong> <strong>do</strong>s usos <strong>do</strong> solo, cuja pre<strong>do</strong>minância é<strong>de</strong> habitação, e à elevada qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ambiente sonoroexistente, caracteriza<strong>do</strong>, genericamente, por valoresrelativamente baixos <strong>do</strong>s níveis sonoros locais, revelan<strong>do</strong>tratar-se <strong>de</strong> zonas genericamente tranquilas.Os principais impactes na fase <strong>de</strong> construção <strong>do</strong> NALencontram-se associa<strong>do</strong>s às várias activida<strong>de</strong>s construtivasprevistas para a zona <strong>de</strong> implantação, bem como à circulação,por vias ro<strong>do</strong>viárias já existentes, <strong>de</strong> veículos pesa<strong>do</strong>s afectosa toda a obra. A significância <strong>do</strong>s impactes é, genericamente,reduzida a mo<strong>de</strong>rada.Na fase <strong>de</strong> exploração, os principais impactes são maissignificativos e encontram-se associa<strong>do</strong>s, essencialmente, àsoperações <strong>de</strong> voo, aterragens e <strong>de</strong>scolagens <strong>de</strong> aeronaves.A estimativa <strong>do</strong> número <strong>de</strong> pessoas afectadas pelo ruí<strong>do</strong> foirealizada ten<strong>do</strong> em conta o indica<strong>do</strong>r <strong>de</strong> ruí<strong>do</strong> nocturno (L n) eo indica<strong>do</strong>r diurno-entar<strong>de</strong>cer-nocturno (L <strong>de</strong>n), que é umamédia pon<strong>de</strong>rada <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res diurno, entar<strong>de</strong>cer enocturno, e os respectivos valores limite para zonas sensíveis(45 dB(A) e 55 db(A), respectivamente).Assim, estima-se que os impactes <strong>do</strong> NAL abrangerão umtotal <strong>de</strong> 1.500 pessoas em 2050, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o indica<strong>do</strong>rL n > 45 dB(A), sen<strong>do</strong> este número reduzi<strong>do</strong> para menos <strong>de</strong>1.000 pessoas se consi<strong>de</strong>rarmos o indica<strong>do</strong>r L <strong>de</strong>n > 55 dB(A).Estes valores assumem que serão implementadas asalterações ao uso <strong>do</strong> solo com fins <strong>de</strong> habitação na zonapróxima <strong>do</strong> NAL, nomeadamente na zona da Herda<strong>de</strong> daVargem Fresca/Ribagolfe (até 2.500 m a Norte <strong>do</strong> perímetro<strong>do</strong> NAL), conforme recomenda<strong>do</strong> nas medidas <strong>de</strong>minimização.25Assumin<strong>do</strong> a futura classificação das áreas envolventes aoNAL como zonas sensíveis, é possível que, em zonas fora da<strong>de</strong>signada “área <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> a gran<strong>de</strong>s infra-estruturas <strong>de</strong>transporte”, nomeadamente, nos lugares <strong>de</strong> Santo Estêvão(quadrante Norte), Foros da Passarinha e Foros da Asseiceira(quadrante Sul), venha a verificar-se incumprimento <strong>do</strong>scritérios estabeleci<strong>do</strong>s no Regulamento Geral <strong>do</strong> Ruí<strong>do</strong> (RGR),resultan<strong>do</strong> em impactes <strong>de</strong> significância reduzida a mo<strong>de</strong>rada.Analisan<strong>do</strong> a tipologia e dimensão da infra-estrutura aconstruir e os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s na análise, não se conheceuma outra localização estudada na envolvente <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> queapresentasse impactes tão reduzi<strong>do</strong>s quanto a localizaçãoque agora se estu<strong>do</strong>u.Por esta razão, e face aos resulta<strong>do</strong>s da mo<strong>de</strong>lação efectuada,consi<strong>de</strong>ra-se que, em termos globais, a significância <strong>do</strong>simpactes <strong>de</strong> ruí<strong>do</strong> associa<strong>do</strong>s à implementação <strong>do</strong> NAL nazona <strong>do</strong> CTA é mo<strong>de</strong>rada.5.9. PAISAGEM5.9.1. Situação <strong>de</strong> referênciaA área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>finida foi <strong>de</strong>limitada com base no conceito<strong>de</strong> intervisibilida<strong>de</strong>, ten<strong>do</strong> como principal objectivo avaliar atéque distância seriam visíveis os edifícios a construir no âmbito<strong>do</strong> Projecto. Foi, assim, <strong>de</strong>finida uma área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>,correspon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a um quadra<strong>do</strong> <strong>de</strong> aproximadamente 8 km <strong>de</strong>la<strong>do</strong>, a partir no limite <strong>do</strong> NAL.Na área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> foram <strong>de</strong>limitadas duas gran<strong>de</strong>ssubunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> paisagem (SUP), <strong>de</strong>signadas por: SUP1 –Zonas baixas associadas aos afluentes <strong>do</strong> rio Tejo e SUP2 –Zonas <strong>de</strong> uso misto.A SUP 1 integra as principais linhas e planos <strong>de</strong> águapresentes na área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, associa<strong>do</strong>s a um conjunto <strong>de</strong>pequenos vales aplana<strong>do</strong>s que se fun<strong>de</strong>m numa gran<strong>de</strong>várzea, em direcção à lezíria <strong>do</strong> Tejo. Face à sua qualida<strong>de</strong>ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICOSUP1SUP2


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICOAvaliação <strong>de</strong> impactesPAISAGEMvisual elevada, e à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorção visual reduzida amo<strong>de</strong>rada, esta SUP assume-se como mo<strong>de</strong>radamentesensível.A SUP 2 é constituída pelas zonas <strong>de</strong> transição entre osistema húmi<strong>do</strong> e o sistema seco, apresentan<strong>do</strong>características homogéneas <strong>de</strong> morfologia <strong>de</strong> terreno, masmuito distintas em termos <strong>de</strong> ocupação <strong>de</strong> solo. Assim,encontra-se dividida em três sub-unida<strong>de</strong>s com sensibilida<strong>de</strong>svisuais distintas:• SUP 2.1 – Zonas <strong>de</strong> uso misto, com pre<strong>do</strong>mínio <strong>de</strong>uso agrícola - sensibilida<strong>de</strong> visual elevada.• SUP 2.2 – Zonas <strong>de</strong> uso misto, com pre<strong>do</strong>mínio <strong>de</strong>floresta <strong>de</strong> protecção - sensibilida<strong>de</strong> reduzida.• SUP 2.3 – Zonas <strong>de</strong> uso misto, com pre<strong>do</strong>mínio <strong>de</strong>floresta <strong>de</strong> produção - sensibilida<strong>de</strong> reduzida.A quase totalida<strong>de</strong> da área <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> NAL encontraseinserida na SUP 2.3 <strong>de</strong> reduzida sensibilida<strong>de</strong> visual.5.9.2. <strong>Impacte</strong>s ambientaisApesar da dimensão <strong>do</strong> Projecto, o impacte visual <strong>do</strong> NAL nãoassumirá um efeito muito marcante na paisagem, nem terágran<strong>de</strong>s repercussões nas populações localizadas naenvolvente.Os principais impactes i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s na fase <strong>de</strong> construçãoestão relaciona<strong>do</strong>s com a <strong>de</strong>sorganização espacial e funcionalda área <strong>de</strong> intervenção, com a intrusão visual resultante daintrodução <strong>de</strong> elementos estranhos à paisagem ou dasalterações no relevo e uso <strong>do</strong> solo, e à redução da visibilida<strong>de</strong>.Estes impactes são, <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong> geral, reversíveis eassumem uma significância reduzida a mo<strong>de</strong>rada. Osexpectáveis impactes positivos dizem respeito à requalificaçãopaisagística das áreas afectadas pela construção.Os principais impactes paisagísticos durante a fase <strong>de</strong>exploração apresentam uma significância mo<strong>de</strong>rada eestão relaciona<strong>do</strong>s com a intrusão visual resultante das novasáreas ocupadas (verifican<strong>do</strong>-se a transformação da paisagemagro-florestal existente numa paisagem artificializada), bemcomo com o acréscimo <strong>do</strong> volume <strong>de</strong> tráfego aéreo e terrestrea operar na área afecta ao NAL e na sua envolvente.No cômputo geral, a maioria <strong>do</strong>s impactes i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s nopresente <strong>de</strong>scritor apresenta uma significância reduzida.5.10. USO DO SOLO, PLANEAMENTO,ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO EÁREAS DE USO CONDICIONADO5.10.1. Situação <strong>de</strong> referênciaNa área <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> NAL e faixa envolvente aocupação é essencialmente florestal, com pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong>eucaliptal, seguida pelo monta<strong>do</strong>, que em conjunto totalizamaproximadamente 70% <strong>do</strong> uso actual, não se verifican<strong>do</strong> aexistência <strong>de</strong> aglomera<strong>do</strong>s populacionais. Porém, naenvolvente próxima, foi possível i<strong>de</strong>ntificar um conjunto <strong>de</strong>pequenos aglomera<strong>do</strong>s rurais, bem como a existência <strong>de</strong>construções dispersas, características da activida<strong>de</strong> agroflorestalpraticada.Numa área mais alargada correspon<strong>de</strong>nte à área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>,que englobou 14 concelhos, verificou-se, entre 2000 e 2006,um aumento das áreas construídas em <strong>de</strong>trimento das áreasflorestais e agrícolas, situação que consubstancia a ocupação<strong>do</strong>s espaços urbanos e urbanizáveis <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s nos PlanosDirectores Municipais (PDM) em vigor.Os PDM em vigor <strong>do</strong>s concelhos interessa<strong>do</strong>s pelo Projecto –Benavente e Montijo – consagram, na área <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong>NAL, um uso <strong>de</strong> equipamento – Área <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesanacional – Campo <strong>de</strong> Tiro <strong>de</strong> Alcochete – que não écompatível com a implantação <strong>do</strong> NAL, no entanto, estasituação <strong>de</strong>verá ser alterada na revisão <strong>do</strong>s PDM em curso.Numa faixa mais alargada, o espaço encontra-se classifica<strong>do</strong>26


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICOmaioritariamente como rural, i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong>-se, no entanto,áreas classificadas como solo urbano. De entre estas,salientam-se as <strong>de</strong>stinadas ao uso turístico (a Norte <strong>do</strong> NALno município <strong>de</strong> Benavente), bem como a usos habitacionaise industriais (a nascente <strong>do</strong> NAL, no município <strong>do</strong> Montijo).Taipadas, no município <strong>do</strong> Montijo, é o aglomera<strong>do</strong> urbanomais próximo <strong>do</strong> NAL.Os três Planos Regionais <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento <strong>do</strong> Território(PROT) que inci<strong>de</strong>m na área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> – Oeste e Vale <strong>do</strong>Tejo (aprova<strong>do</strong>), Área Metropolitana <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> (em alteração)e Alentejo (para aprovação) –, enquadram nas suas propostasa construção <strong>do</strong> NAL na zona <strong>do</strong> CTA e, consequentemente,no mo<strong>de</strong>lo territorial proposto. Existe uma forte articulaçãoentre os vários PROT, os quais, concretamente no que serefere ao NAL, apresentam um conjunto <strong>de</strong> propostas visan<strong>do</strong>potenciar as oportunida<strong>de</strong>s apresentadas na Avaliação<strong>Ambiental</strong> Estratégica <strong>do</strong> <strong>Estu<strong>do</strong></strong> para “Análise TécnicaComparada das alternativas <strong>de</strong> Localização <strong>do</strong> <strong>Novo</strong><strong>Aeroporto</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> na zona da Ota e na Zona <strong>do</strong> Campo <strong>de</strong>Tiro <strong>de</strong> Alcochete” (LNEC, 2008).A análise <strong>do</strong>s restantes planos e programas <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento<strong>do</strong> território e estratégicos revela, <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong> generaliza<strong>do</strong>, oimportante contributo <strong>do</strong> NAL como projecto estruturante naimplantação da estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento regional enacional.Na área <strong>de</strong> implantação i<strong>de</strong>ntificam-se cerca <strong>de</strong> 201,1 ha <strong>de</strong>solos afectos ao regime da REN, acresci<strong>do</strong>s <strong>de</strong> outros 48,3 hana faixa envolvente.O ecossistema da REN mais afecta<strong>do</strong> na área <strong>de</strong> implantação<strong>do</strong> NAL correspon<strong>de</strong> às áreas <strong>de</strong> máxima infiltração, com umarepresentativida<strong>de</strong> total <strong>de</strong> 3,6%, a que correspon<strong>de</strong>m122,7 ha. As áreas <strong>do</strong>s ecossistemas da REN que serelacionam com as zonas ameaçadas pelas cheiasrepresentam cerca <strong>de</strong> 45,1ha da área <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> NAL.27Por fim, refere-se que, em consequência da <strong>de</strong>cisão dalocalização <strong>do</strong> NAL no CTA, foram estabelecidas MedidasPreventivas que abrangem uma área, num raio <strong>de</strong>aproximadamente 25 km, e que se <strong>de</strong>stinam a evitar aalteração das condições existentes e necessárias para aconstrução e operação <strong>do</strong> NAL, impon<strong>do</strong> um conjunto <strong>de</strong>condicionantes diferenciadas por zonas.5.10.2. <strong>Impacte</strong>s ambientaisNo que se refere ao contexto <strong>do</strong> <strong>de</strong>scritor uso <strong>do</strong> solo,durante a fase <strong>de</strong> construção serão gera<strong>do</strong>s impactesnegativos em resulta<strong>do</strong> da alteração <strong>do</strong>s usos actuais. Estesimpactes apresentam uma significância reduzida amo<strong>de</strong>rada. Durante a fase <strong>de</strong> exploração, e porque seconsi<strong>de</strong>ra que o novo uso aeroportuário potenciará avalorização <strong>do</strong>s usos na envolvente imediata, os impactes sãoconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s positivos e <strong>de</strong> significância elevada.No contexto <strong>do</strong> or<strong>de</strong>namento <strong>do</strong> território, a <strong>de</strong>slocação <strong>do</strong><strong>Aeroporto</strong> Internacional <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> da Portela <strong>de</strong> Sacavémpara a área <strong>do</strong> CTA, na Península <strong>de</strong> Setúbal, terá comoefeito directo a transferência <strong>de</strong> uma das maioresconcentrações <strong>de</strong> emprego e <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s mais importantesgera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> tráfego, pessoas e merca<strong>do</strong>rias da AML.Adicionalmente introduzirá, não só por estas razões, mastambém pelas importantes alterações das condições <strong>de</strong>acessibilida<strong>de</strong> regional provocadas pelas novas infraestruturas<strong>de</strong> transporte que lhe estão associadas, novastendências <strong>de</strong> localização <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s económicas e <strong>de</strong>funções urbanas <strong>de</strong> nível metropolitano e nacional ligadas,directa ou indirectamente, à internacionalização.Acresce que estas alterações se dão em simultâneo com aconstrução da linha <strong>de</strong> comboio <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>-Madrid e com o <strong>de</strong>senvolvimento da Plataforma Logística <strong>do</strong>Poceirão, simultaneida<strong>de</strong> que provocará efeitos cumulativoscom consequências na alteração da estrutura metropolitana eAvaliação <strong>de</strong> impactesORDENAMENTO


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICOnas dinâmicas territoriais. Assim, os impactes territoriais<strong>de</strong>stas mudanças resultarão previsivelmente <strong>de</strong> três factores:• Deslocalização <strong>de</strong> emprego relaciona<strong>do</strong> com atransferência das activida<strong>de</strong>s aeronáuticas, daPortela para a área <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> NAL.• Localização <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s económicas na áreaenvolvente <strong>do</strong> NAL, aproveitan<strong>do</strong> vantagenslocativas da proximida<strong>de</strong> ao aeroporto e dascondições <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong> regional.• Procura <strong>de</strong> novas áreas <strong>de</strong> habitação gerada pelaacessibilida<strong>de</strong> às novas concentrações <strong>de</strong> emprego.A construção <strong>do</strong> NAL apresentará um conjunto <strong>de</strong>oportunida<strong>de</strong>s e riscos que importa avaliar no âmbito <strong>do</strong>or<strong>de</strong>namento <strong>do</strong> território, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> se <strong>de</strong>finirem mo<strong>de</strong>losterritoriais <strong>de</strong> âmbito metropolitano e municipal que possamreverter em impactes positivos para a Península <strong>de</strong> Setúbal,para a região <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> e para o País. Neste processo, oPROT-OVT, a aprovação <strong>do</strong> PROT-Alentejo, a alteração aoPROT-AML, e a revisão <strong>do</strong>s PDM em curso, terão um papelcentral, enquadran<strong>do</strong> um conjunto <strong>de</strong> princípios e orientações,nomeadamente:• Desenvolver o sistema urbano policêntrico.• Desenvolver a multimodalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong>transportes.• Conter a construção e a urbanização dispersas.• Optimizar a relação entre as acessibilida<strong>de</strong>s e o uso<strong>de</strong> solo.Numa fase prévia à construção, a publicação das medidaspreventivas consistiu no primeiro impacte positivo, garantin<strong>do</strong>a existência <strong>de</strong> condições que permitem um a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>planeamento, quer da infra-estrutura aeroportuária quer <strong>de</strong>outras activida<strong>de</strong>s conexas, contribuin<strong>do</strong> para a necessáriareflexão e planeamento das acções a <strong>de</strong>senvolver na área <strong>de</strong>estu<strong>do</strong>. Essa reflexão constitui, igualmente, um impactepositivo, sen<strong>do</strong> concretizada nos processos <strong>de</strong> alteração e/ourevisão <strong>do</strong>s instrumentos <strong>de</strong> gestão territorial em vigor.Os impactes negativos associa<strong>do</strong>s à fase <strong>de</strong> construção <strong>do</strong>NAL estão relaciona<strong>do</strong>s com a afectação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> ReservaEcológica Nacional e <strong>de</strong> Reserva Agrícola Nacional. Noentanto, estes impactes apresentam uma significânciareduzida, quan<strong>do</strong> se compara a área afectada com aextensão total <strong>de</strong>stas áreas condicionadas nos concelhos <strong>de</strong>implantação <strong>do</strong> Projecto.Os principais impactes i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s no contexto <strong>do</strong>or<strong>de</strong>namento <strong>do</strong> território, que se iniciam na fase <strong>de</strong>construção, prolongam-se, e até se acentuam, durante a fase<strong>de</strong> exploração. Estes impactes, classifica<strong>do</strong>s como positivose <strong>de</strong> significância mo<strong>de</strong>rada a elevada, estão associa<strong>do</strong>s àsdinâmicas territoriais potenciadas pelo NAL, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se oaumento da dinâmica urbanística, o contributo para resolveras fragilida<strong>de</strong>s no teci<strong>do</strong> económico produtivo em algumasunida<strong>de</strong>s territoriais da Margem Sul e o contributo para apolinucleação e compactação da re<strong>de</strong> urbana.Salienta-se, ainda, que a implantação <strong>do</strong> NAL induziráigualmente num conjunto <strong>de</strong> impactes no <strong>de</strong>signa<strong>do</strong> concelho<strong>de</strong> transferência, ou seja na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, que consistirána possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reconversão qualificada da áreaactualmente ocupada pelo <strong>Aeroporto</strong> da Portela <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>potencial metropolitano, à qual acresce a libertação <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong>,a redução <strong>do</strong> congestionamento <strong>do</strong> tráfego automóvelassocia<strong>do</strong> ao aeroporto e a minimização <strong>do</strong>s riscos <strong>de</strong>aci<strong>de</strong>nte aeronáutico.O impacte negativo que ocorrerá na fase <strong>de</strong> exploração estáassocia<strong>do</strong> à constituição da servidão aeronáutica <strong>do</strong> NAL,apresentan<strong>do</strong> uma significância mo<strong>de</strong>rada.Apesar <strong>de</strong>, na fase <strong>de</strong> construção, os impactes apresentaremum senti<strong>do</strong> negativo, consi<strong>de</strong>ra-se que na globalida<strong>de</strong> osimpactes no presente <strong>de</strong>scritor são positivos, apresentan<strong>do</strong>uma significância mo<strong>de</strong>rada.28


5.11. ASPECTOS SOCIOECONÓMICOS5.11.1. Situação <strong>de</strong> referênciaA área <strong>de</strong> efeitos directos <strong>do</strong> NAL (constituída pelosconcelhos <strong>de</strong> Alcochete, Benavente, Montijo, Coruche ePalmela) apresenta, na sua globalida<strong>de</strong>, uma dinâmica<strong>de</strong>mográfica positiva e relativamente mais forte <strong>do</strong> que asdinâmicas <strong>do</strong> país ou da gran<strong>de</strong> região <strong>de</strong> polarização em quese insere, caracterizada por uma taxa <strong>de</strong> atracçãopopulacional elevada.A generalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s concelhos da área <strong>de</strong> efeitos directos <strong>do</strong>NAL apresenta níveis positivos e relativamente significativos<strong>de</strong> crescimento efectivo populacional, com excepção <strong>de</strong>Coruche on<strong>de</strong> o grau <strong>de</strong> atractivida<strong>de</strong> reflecte um progressivoenvelhecimento populacional agrava<strong>do</strong> por uma tendência <strong>de</strong>êxo<strong>do</strong> <strong>de</strong>mográfico para outros concelhos.Em termos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, medida pelo Produto InternoBruto (PIB) per capita, apenas <strong>Lisboa</strong> (Gran<strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>) e oAlentejo Litoral apresentam valores superiores à médianacional. Por outro la<strong>do</strong>, o índice <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compraconcelhio mostra gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s na área <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>,apresentan<strong>do</strong> os principais espaços urbanos, em média,valores superiores aos restantes.Relativamente ao teci<strong>do</strong> empresarial das áreas <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>,ten<strong>do</strong> em conta o número <strong>de</strong> empresas por habitante, <strong>Lisboa</strong><strong>de</strong>staca-se como principal centro económico da áreageográfica estudada. Os concelhos circundantes <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>apresentam valores algo reduzi<strong>do</strong>s, já que muito emprego se<strong>de</strong>sloca <strong>de</strong>stes concelhos para a capital.Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a estrutura <strong>do</strong> Valor Acrescenta<strong>do</strong> Bruto (VAB)por sector <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>, a totalida<strong>de</strong> das regiões avaliadasapresenta o sector terciário como principal sector <strong>de</strong>activida<strong>de</strong>. Deve, no entanto, ser <strong>de</strong>staca<strong>do</strong> que, na29envolvente directa <strong>do</strong> NAL, se i<strong>de</strong>ntificaram territórios comsignificativa incidência <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res no sector primário.5.11.2. <strong>Impacte</strong>s ambientaisA importância <strong>do</strong> Projecto <strong>do</strong> NAL reflecte-se, <strong>de</strong> forma directa,na competitivida<strong>de</strong> internacional <strong>do</strong> país e na sua capacida<strong>de</strong>em disputar, <strong>de</strong> forma concorrencial e sustentada, os novosfluxos internacionais <strong>de</strong> bens, serviços e turismo.Os impactes gera<strong>do</strong>s nas várias dimensões-chave <strong>de</strong> análisetêm particular importância nas fases <strong>de</strong> construção e <strong>de</strong>exploração.Na dimensão das activida<strong>de</strong>s económicas e especializaçãoprodutiva, os impactes serão positivos e mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s na fase<strong>de</strong> construção, esperan<strong>do</strong>-se que com a abertura <strong>do</strong>aeroporto, na fase <strong>de</strong> exploração, a significância <strong>de</strong>stespasse a ser elevada, resulta<strong>do</strong> da mudança <strong>de</strong> paradigmacompetitivo, com uma maior dinâmica na iniciativa empresarialtrazida para a região.Na dimensão emprego e <strong>de</strong>mografia, os impactes serãopositivos e mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s na fase <strong>de</strong> construção, evoluin<strong>do</strong>,na fase <strong>de</strong> exploração <strong>do</strong> NAL, para significância elevada.Durante a fase <strong>de</strong> construção, os impactes mais significativosserão senti<strong>do</strong>s a nível <strong>do</strong> emprego, com a criação <strong>de</strong> emprego– em média, 1.500 postos <strong>de</strong> trabalho durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong>construção, com picos que po<strong>de</strong>m atingir cerca <strong>de</strong> 3.000postos <strong>de</strong> trabalho. Esta dinâmica po<strong>de</strong>rá igualmente resultarna fixação <strong>de</strong> população, resultan<strong>do</strong> num aumento dapopulação resi<strong>de</strong>nte na área.Este efeito po<strong>de</strong> ser ainda mais significativo na fase <strong>de</strong>exploração, face ao número <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res que exercerãoactivida<strong>de</strong>s laborais no perímetro <strong>do</strong> aeroporto, e que seespera que tenha um impacte eleva<strong>do</strong> no <strong>de</strong>senvolvimentoeconómico da região e na consequente empregabilida<strong>de</strong> dassuas populações. Os ganhos globais <strong>de</strong> emprego adicional naESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICOAvaliação <strong>de</strong> impactesASPECTOS SOCIOECONÓMICOS


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICOeconomia portuguesa, no ano <strong>de</strong> 2022, po<strong>de</strong>m atingir quase26 mil empregos, reparti<strong>do</strong>s fundamentalmente pela regiãopolarizada <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> (cerca <strong>de</strong> 20 mil), mas também pela área<strong>de</strong> efeitos directos. O NAL po<strong>de</strong> gerar, no perío<strong>do</strong> entre 2022e 2050, cerca <strong>de</strong> 41 mil novos empregos, caso se confirmemos acréscimos <strong>de</strong> procura <strong>de</strong> tráfego <strong>de</strong> passageiros emerca<strong>do</strong>rias, passan<strong>do</strong>, assim a ser responsável pela criação<strong>de</strong> mais 66 mil empregos.Na dimensão competitivida<strong>de</strong> e internacionalização, osimpactes positivos senti<strong>do</strong>s durante a fase <strong>de</strong> construçãosão <strong>de</strong> significância reduzida. À semelhança das restantesdimensões em análise os efeitos serão potencia<strong>do</strong>s durante afase <strong>de</strong> exploração, sen<strong>do</strong> que os impactes senti<strong>do</strong>s terãouma significância elevada. Um <strong>do</strong>s sectores no qual sesentirão os efeitos mais significativos é o <strong>do</strong> turismo, não sónos territórios envolventes <strong>do</strong> NAL, como também noutrosterritórios <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong>. A internacionalização daseconomias <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong>, orientadas para o abastecimento<strong>de</strong> merca<strong>do</strong>s externos, por um la<strong>do</strong>, e pela captação e fixação<strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> capital estrangeiro, por outro la<strong>do</strong>, constituiseum elemento prepon<strong>de</strong>rante na afirmação das vantagens eimpactes na estrutura económica <strong>de</strong>sta área.Na dimensão qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, estrutura urbana epovoamento, os efeitos far-se-ão sentir num perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempomais próximo, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> verifica<strong>do</strong>s impactes positivosnuma fase prévia à construção e que originou um processo <strong>de</strong>reorganização territorial prevista nos instrumentos <strong>de</strong> gestãoterritorial <strong>de</strong> abrangência nacional, regional e local (PROT,PET, PDM, entre outros). A melhoria das acessibilida<strong>de</strong>sbásicas, e a consolidação <strong>de</strong> alternativas <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> e oreforço da intermodalida<strong>de</strong>, serão factores <strong>de</strong> sucesso naafirmação competitiva da infra-estrutura aeroportuária,promoven<strong>do</strong>, por sua vez, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s territórios<strong>de</strong> proximida<strong>de</strong>.Consi<strong>de</strong>ra-se, assim, que globalmente os impactes nopresente <strong>de</strong>scritor são positivos, apresentan<strong>do</strong> umasignificância elevada.5.12. ACESSIBILIDADES E TRANSPORTES5.12.1. Situação <strong>de</strong> referênciaEm termos <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong>s, verifica-se que os eixosro<strong>do</strong>viários existentes garantem boas condições <strong>de</strong>acessibilida<strong>de</strong> ro<strong>do</strong>viária à zona da futura implantação <strong>do</strong> NAL.À excepção da nova travessia sobre o Tejo (TTT) e <strong>do</strong> lanço<strong>do</strong> IC13/A33 que estabelecerá a ligação entre Alcochete e oIC11/A13, as restantes vias da re<strong>de</strong> ro<strong>do</strong>viária principal ecomplementar encontram-se actualmente em serviço.A análise <strong>do</strong>s tempos <strong>de</strong> percurso a partir <strong>do</strong> CTA confirma asboas acessibilida<strong>de</strong>s ao território metropolitano, referin<strong>do</strong>-se,a título <strong>de</strong> exemplo, que a duração das ligações é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong>35 minutos a <strong>Lisboa</strong>, <strong>de</strong> 25 minutos a Setúbal, <strong>de</strong> 35 minutosao Cartaxo e <strong>de</strong> 30 minutos a Coruche.Em termos <strong>de</strong> circulação, os principiais estrangulamentosregistam-se na Ponte 25 <strong>de</strong> Abril e nos acessos imediatos daA2.No que concerne às acessibilida<strong>de</strong>s ferroviárias, nenhumadas linhas existentes serve directamente a área em estu<strong>do</strong>,sen<strong>do</strong> o Poceirão e o Pinhal <strong>Novo</strong> as estações mais próximasda área <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> NAL, localizadas a cerca <strong>de</strong> 2 km<strong>do</strong> CTA.A configuração <strong>do</strong> sistema ferroviário existente impõeconstrangimentos no que respeita aos tempos <strong>de</strong> percurso,nomeadamente nas ligações <strong>do</strong>s concelhos <strong>de</strong> Alcochete,Montijo, Moita e Barreiro à Área Metropolitana <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> –Norte, que <strong>de</strong>verão ser colmatadas com a construção da TTTque permitirá o fecho <strong>do</strong> anel ferroviário metropolitano.30


A actual activida<strong>de</strong> implantada no CTA justifica a quaseinexistência <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> transporte públicoro<strong>do</strong>viário <strong>de</strong> passageiros a esta zona, pelo que a entrada emfuncionamento <strong>do</strong> NAL <strong>de</strong>verá implicar a reestruturação daoferta <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> transportes públicos ro<strong>do</strong>viários <strong>de</strong>passageiros em função das novas necessida<strong>de</strong>s geradas poruma infra-estrutura <strong>de</strong>sta natureza.5.12.2. <strong>Impacte</strong>s ambientaisNa fase <strong>de</strong> construção, <strong>de</strong>staca-se como impacte negativo<strong>de</strong> significância reduzida o aumento <strong>do</strong> tráfego ro<strong>do</strong>viário nare<strong>de</strong> existente e acessos provisórios a construir,nomeadamente <strong>de</strong> tráfego <strong>de</strong> veículos pesa<strong>do</strong>s, comimplicações no <strong>de</strong>sempenho da re<strong>de</strong> e <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong> seuesta<strong>do</strong> <strong>de</strong> conservação. Um impacte positivo <strong>de</strong>significância in<strong>de</strong>terminada que se fará sentir pren<strong>de</strong>-secom o potencial contributo para a dinamização <strong>do</strong> tráfegomarítimo <strong>do</strong>s portos localiza<strong>do</strong>s na área <strong>de</strong> influência <strong>do</strong> NAL,nomeadamente Setúbal e <strong>Lisboa</strong>.Na fase <strong>de</strong> exploração, os impactes positivos espera<strong>do</strong>ssão <strong>de</strong> significância mo<strong>de</strong>rada. Aqui <strong>de</strong>staca-se o acréscimo<strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong>s ro<strong>do</strong>viárias, que contribuirá para umamelhor distribuição <strong>do</strong> tráfego local e regional, o acréscimo <strong>de</strong>acessibilida<strong>de</strong>s ferroviárias crian<strong>do</strong> uma maior a diversificaçãoda oferta <strong>de</strong> serviços entre ambas as margens <strong>do</strong> Tejo e ocontributo para potenciar o sistema logístico regional enacional através da articulação <strong>do</strong> NAL, nomeadamente <strong>do</strong>Centro <strong>de</strong> Carga e as plataformas logísticas metropolitanas eportos. Como impacte negativo <strong>de</strong> significância elevadanesta fase, <strong>de</strong>staca-se o acréscimo <strong>de</strong> tráfego ro<strong>do</strong>viário comconsequências ao nível da <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong> serviçonos troços <strong>de</strong> algumas vias, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> os pontos críticoslocalizar-se nas travessias <strong>do</strong> Tejo, nomeadamente na PonteVasco da Gama e na Ponte 25 <strong>de</strong> Abril.Na globalida<strong>de</strong>, os impactes associa<strong>do</strong>s às acessibilida<strong>de</strong>ssão positivos, apresentan<strong>do</strong> uma significância mo<strong>de</strong>rada.315.13. PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO,ARQUITECTÓNICO E ETNOGRÁFICO5.13.1. Situação <strong>de</strong> referênciaNo âmbito <strong>do</strong>s trabalhos realiza<strong>do</strong>s para a análise <strong>do</strong> presente<strong>de</strong>scritor foi i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> um eleva<strong>do</strong> número <strong>de</strong> ocorrências(110), maioritariamente <strong>de</strong> natureza arqueológica e <strong>de</strong>cronologia pré-histórica (antiga e recente).O inventário é constituí<strong>do</strong> maioritariamente por acha<strong>do</strong>sisola<strong>do</strong>s, cuja importância e significa<strong>do</strong> são presentementein<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s, pelo facto <strong>de</strong> não ser possível <strong>de</strong>terminar sesão efectivamente isola<strong>do</strong>s ou se estão associa<strong>do</strong>s a sítiosarqueológicos ocultos no solo.Foram também i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s vários sítios, com um interessecientífico potencialmente superior, cuja caracterização maisaprofundada requer intervenções específicas com recurso asondagens arqueológicas.Tanto os acha<strong>do</strong>s isola<strong>do</strong>s como os sítios referi<strong>do</strong>s surgemem correlação com as principais linhas <strong>de</strong> drenagem <strong>do</strong>território. Foi ao longo da ribeira <strong>de</strong> Vale Cobrão que seadmitiu que, a priori, se concentrariam os da<strong>do</strong>sarqueológicos, à semelhança, aliás, <strong>de</strong> um padrão i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>noutros cursos <strong>de</strong> água da região, como é o caso da ribeira <strong>de</strong>Canha.A simples elaboração <strong>do</strong> presente EIA conduziu a um novoconhecimento acerca da presença humana neste territórioespecífico, durante a Pré-História.5.13.2. <strong>Impacte</strong>s ambientaisOs impactes expectáveis <strong>do</strong> Projecto <strong>do</strong> NAL sobre oselementos <strong>de</strong> natureza patrimonial i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s concentramsena fase <strong>de</strong> construção. Os impactes mais significativos,aqueles cuja resolução merece maior atenção, estãoassocia<strong>do</strong>s aos sítios arqueológicos antigos, queESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICOAvaliação <strong>de</strong> impactesACESSIBILIDADES/TRANSPORTES


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICOcorrespon<strong>de</strong>m às ocorrências com maior interesse cultural e,sobretu<strong>do</strong>, interesse científico, no que respeita àspossibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> melhor conhecimento da ocupação antiga<strong>de</strong>ste território.As acções que concorrem para este impacte correspon<strong>de</strong>m àconstrução da plataforma <strong>do</strong> NAL, edifícios e infra-estruturasassociadas, com recurso a <strong>de</strong>capagens, terraplenagens eescavações em toda a extensão <strong>de</strong>ssa plataforma. Estasacções, ao incidirem no solo, po<strong>de</strong>rão provocar a <strong>de</strong>struição,por remoção, tanto <strong>de</strong> vestígios arqueológicos já i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s,como <strong>de</strong> outros que, à data, sejam incógnitos. Consi<strong>de</strong>ra-seque este impacte apresentará uma significância mo<strong>de</strong>rada.Os impactes espera<strong>do</strong>s sobre as restantes ocorrências <strong>de</strong>interesse cultural apresentam uma significância que po<strong>de</strong>rávariar entre in<strong>de</strong>terminada (acha<strong>do</strong>s isola<strong>do</strong>s) e reduzida(construções militares e rurais).Não é possível <strong>de</strong>terminar quaisquer impactes para asrestantes fases <strong>do</strong> Projecto <strong>do</strong> NALAvaliação <strong>de</strong> impactesPATRIMÓNIO32


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICO6. MEDIDAS DE MITIGAÇÃONa sequência da i<strong>de</strong>ntificação e avaliação <strong>do</strong>s principaisimpactes ambientais <strong>de</strong>correntes da construção e exploração<strong>do</strong> NAL, foram <strong>de</strong>finidas medidas <strong>de</strong> mitigação <strong>do</strong>s impactesnegativos <strong>do</strong> Projecto e recomendações com ele relacionadas,<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a contribuir para a sustentabilida<strong>de</strong> ambiental <strong>do</strong>Projecto e a limitar os impactes residuais.As medidas <strong>de</strong> minimização (e recomendações) propostas noEIA e que o promotor <strong>de</strong>verá executar, ou assegurar a suarealização, agrupam-se, no essencial, em três grupos outipologias, que se distinguem por se referirem essencialmentea fases distintas da realização <strong>do</strong> Projecto:• O primeiro grupo <strong>de</strong> medidas é composto por umconjunto <strong>de</strong> recomendações, medidas e projectosrelativas a aspectos a analisar na fase subsequente<strong>de</strong> Projecto, que se consi<strong>de</strong>rou pertinentesistematizar para assegurar uma maior integraçãoambiental <strong>do</strong> Projecto.• O segun<strong>do</strong> conjunto <strong>de</strong> medidas inci<strong>de</strong>,principalmente, na fase <strong>de</strong> planeamento <strong>de</strong> obra e nafase <strong>de</strong> obra, <strong>de</strong>bruçan<strong>do</strong>-se sobre as questõesmaioritariamente relacionadas com a gestão dasáreas <strong>de</strong> estaleiro e a a<strong>do</strong>pção <strong>de</strong> boas práticasambientais em obra.• A restante tipologia <strong>de</strong> medidas correspon<strong>de</strong> aorientações especificadas para os vários <strong>de</strong>scritoresconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s relevantes, sen<strong>do</strong> diferenciadas para afase <strong>de</strong> Projecto a que respeitam, nomeadamente asfases <strong>de</strong> construção e exploração.No primeiro grupo <strong>de</strong> medidas são apresentadasrecomendações <strong>de</strong>stinadas a suprir lacunas pontuais <strong>de</strong>informação i<strong>de</strong>ntificadas no EIA e a promover o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s mais aprofunda<strong>do</strong>s, com vista aapoiar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> componentes <strong>do</strong> Projecto e asua maior sustentabilida<strong>de</strong> ambiental.No segun<strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> medidas, são apresentadas medidas <strong>de</strong>carácter geral, que consistem em regras e procedimentos quepassam, em gran<strong>de</strong> parte, por acções inerentes ao correctofuncionamento <strong>do</strong> estaleiro e à a<strong>de</strong>quada execução <strong>do</strong>strabalhos durante a fase <strong>de</strong> construção. Também as medidasgerais apresentadas para a fase <strong>de</strong> exploração <strong>de</strong>corremmaioritariamente da correcta manutenção e exploração <strong>do</strong>sequipamentos e infra-estruturas previstas para o NAL epreten<strong>de</strong>m maximizar o <strong>de</strong>sempenho ambiental <strong>do</strong> Projecto.No terceiro grupo, as medidas específicas apresentadasbasearam-se na salvaguarda <strong>do</strong>s diversos valoresi<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s nos diferentes <strong>de</strong>scritores ambientais analisa<strong>do</strong>s.Do conjunto <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> mitigação propostas no EIA,<strong>de</strong>stacam-se as seguintes:Geologia, Geomorfologia, Geotecnia, Tectónica eSismicida<strong>de</strong>Rever o estu<strong>do</strong> prévio <strong>do</strong> <strong>de</strong>svio da ribeira <strong>de</strong> Vale Cobrão, <strong>de</strong>mo<strong>do</strong> a optimizar a concepção e implantação da obra,minimizan<strong>do</strong> o volume <strong>de</strong> terras a movimentar.Solos e Aptidão <strong>do</strong> SoloPromover a remoção prévia da camada superficial <strong>do</strong>s solos,nas áreas a terraplenar em que os solos superficiais seenquadrem na categoria <strong>de</strong> “marginalmente apto para ocrescimento das plantas”, com vista à sua reutilização emtoda a área <strong>de</strong> ocupação <strong>do</strong> NAL.EcologiaImplementar o Plano <strong>de</strong> Gestão Ecológica proposto,nomeadamente no que respeita às acções previstas no Plano<strong>de</strong> Salvamento <strong>de</strong> Espécies, no Plano <strong>de</strong> Gestão da VidaSelvagem e no Plano <strong>de</strong> Recuperação e Criação <strong>de</strong> Biótopos,com vista à salvaguarda <strong>do</strong>s valores ecológicos com especialinteresse para a conservação.33


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICOAvaliar pormenorizadamente a questão da susceptibilida<strong>de</strong>das espécies da avifauna à colisão com aeronaves, mediantea execução <strong>de</strong> um estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>talha<strong>do</strong> <strong>do</strong>s movimentos <strong>de</strong> avesna zona <strong>de</strong> implantação <strong>do</strong> NAL e na totalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>do</strong>iscones <strong>de</strong> aproximação das aeronaves, com recurso atecnologia <strong>de</strong> radar.Hidrogeologia e Qualida<strong>de</strong> das Águas SubterrâneasReavaliar o projecto <strong>de</strong> drenagem <strong>de</strong> águas pluviais, comvista a averiguar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reforçar o sistema <strong>de</strong>tratamento preconiza<strong>do</strong>, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a assegurar a manutençãoda qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s recursos hídricos subterrâneos e, também,superficiais.Promover a reutilização <strong>de</strong> águas residuais tratadas,provenientes da ETAR <strong>do</strong> NAL, para usos menos nobres,como a rega <strong>de</strong> espaços ver<strong>de</strong>s ou a lavagem <strong>de</strong> zonaspavimentadas e para combate a incêndios.Hidrologia e Qualida<strong>de</strong> das Águas SuperficiaisDesenvolver um estu<strong>do</strong> hidrológico que analiseespecificamente o comportamento da barragem da MalhadaAlta, ten<strong>do</strong> em consi<strong>de</strong>ração o dimensionamento a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong>para os <strong>de</strong>scarrega<strong>do</strong>res <strong>de</strong> cheias <strong>do</strong> referi<strong>do</strong>aproveitamento, bem como o incremento <strong>do</strong>s valores <strong>do</strong>scaudais <strong>de</strong> ponta <strong>de</strong> cheia e <strong>do</strong> correspon<strong>de</strong>nte volume <strong>de</strong>escoamento directo, <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> pela fase <strong>de</strong> exploração <strong>do</strong>NAL.Ambiente SonoroAlterar/compatibilizar os usos <strong>do</strong> solo nos locais com níveis <strong>de</strong>ruí<strong>do</strong> expectáveis mais eleva<strong>do</strong>s para a zona próxima <strong>do</strong> NAL(níveis estima<strong>do</strong>s superiores aos limites impostos para zonassensíveis).PaisagemElaborar, no âmbito <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> projecto <strong>de</strong>execução, um Plano <strong>de</strong> Integração Paisagística para asdiversas áreas a intervencionar que consi<strong>de</strong>re as orientaçõesapontadas no Plano <strong>de</strong> Gestão Ecológica.Uso <strong>do</strong> Solo, Planeamento, Or<strong>de</strong>namento <strong>do</strong> Território eÁreas <strong>de</strong> Uso Condiciona<strong>do</strong>Assegurar a compensação pelo abate <strong>de</strong> sobreiros eazinheiras em regime <strong>de</strong> povoamento, mediante a criação <strong>de</strong>novas áreas <strong>de</strong> povoamentos ou da beneficiação <strong>de</strong> áreasexistentes, a serem <strong>de</strong>vidamente geridas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com oscritérios mínimos <strong>de</strong> compensação requeri<strong>do</strong>s.Património Arqueológico, Arquitectónico e EtnográficoAssegurar o acompanhamento arqueológico durante a fase <strong>de</strong>construção, nomeadamente no que respeita às operações queenvolvam mobilização <strong>do</strong> solo (<strong>de</strong>sarborização, <strong>de</strong>smatação,escavação e execução <strong>de</strong> aterros), <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a garantir asalvaguarda <strong>de</strong> valores patrimoniais potencialmenteexistentes na área a intervencionar.Pon<strong>de</strong>rar a execução <strong>de</strong> sondagens mecânicas, ten<strong>do</strong> comoobjectivo <strong>de</strong>terminar, <strong>de</strong> forma mais expedita e extensa <strong>do</strong>que aquela que seria proporcionada por sondagens manuais,a presença <strong>de</strong> vestígios arqueológicos até à profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong>trabalho.Balizar no terreno todas as ocorrências que estejam situadasnas proximida<strong>de</strong>s das frentes <strong>de</strong> trabalho e publicar to<strong>do</strong>s osestu<strong>do</strong>s e os registos <strong>do</strong>cumentais que forem executa<strong>do</strong>s no<strong>de</strong>curso da mitigação <strong>de</strong> impactes.34


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICO7. PROGRAMAS DE MONITORIZAÇÃO E PLANOS DE GESTÃO AMBIENTALO EIA propõe o estabelecimento <strong>de</strong> um Quadro <strong>de</strong> Gestão<strong>Ambiental</strong> (Environmental Management Framework) para oProjecto <strong>do</strong> NAL, assente em normas internacionais, queinclui uma série <strong>de</strong> planos <strong>de</strong> gestão ambientais, tal como aseguir se esquematiza. Esta é uma prática bem estabelecidaque tem si<strong>do</strong> aplicada, há mais <strong>de</strong> uma década, num gran<strong>de</strong>número <strong>de</strong> aeroportos em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>.Quadro <strong>de</strong> Gestão <strong>Ambiental</strong>(Environmental Management Framework)Sist. Gest. Amb. <strong>do</strong> NAL(ISO 14001:2004 ou EMAS)EIA <strong>do</strong> NAL e outros<strong>do</strong>cumentos técnicos relevantesPolítica ambiental <strong>do</strong> NALCondições <strong>de</strong> aprovaçãoProcedimentos <strong>do</strong>SGA <strong>do</strong> NALPlanos <strong>de</strong> Monitorização<strong>Ambiental</strong>Planos <strong>de</strong> Gestão<strong>Ambiental</strong>Melhoria ContínuaMonitorização e reporte daimplementação <strong>do</strong> SGASolosEcologiaHidrogeologiaRecursos HídricosSuperficiaisQualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> arSócio EconomiaPlano <strong>de</strong> Gestão EcológicaPlano <strong>de</strong> Gestão <strong>Ambiental</strong><strong>de</strong> ObraPlano <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong>ResíduosPlano <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Água eEfluentesPlano <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong>EnergiaPlano <strong>de</strong> Emergência<strong>Ambiental</strong>35Relatórios anuaisambientaisAcessibilida<strong>de</strong>sPatrimónio


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICO8. SÍNTESETen<strong>do</strong> por base a caracterização exaustiva que foi efectuadapara <strong>de</strong>screver o esta<strong>do</strong> actual <strong>do</strong> ambiente e o estu<strong>do</strong>aprofunda<strong>do</strong> <strong>do</strong>s impactes espera<strong>do</strong>s com a concretização <strong>do</strong>NAL, procurou-se sintetizar a globalida<strong>de</strong> da informaçãoobtida através da sua representação gráfica, recorren<strong>do</strong> àatribuição a cada <strong>de</strong>scritor <strong>de</strong> um único valor para <strong>de</strong>screver asignificância global <strong>do</strong>s impactes.Para este efeito, projectaram-se graficamente os valoresindividuais atribuí<strong>do</strong>s a cada <strong>de</strong>scritor, para a fase <strong>de</strong>construção e exploração, varian<strong>do</strong> a escala <strong>de</strong> valores entre 1e 5 (negligenciável, reduzi<strong>do</strong>, mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, eleva<strong>do</strong> e extremo),sen<strong>do</strong> assim possível avaliar, globalmente, o respectivoimpacte através da percepção geral das áreas maisrelevantes.A análise <strong>do</strong>s referi<strong>do</strong>s gráficos permite verificar o seguinte,no que respeita à fase <strong>de</strong> construção:• Os <strong>de</strong>scritores Clima, Geologia, Solos, Ecologia,Hidrogeologia, Hidrologia, Qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ar, AmbienteSonoro, Paisagem e Património arqueológico,arquitectónico e etnográfico, apresentam impactesglobalmente negativos, cuja significância varia entrenegligenciável e elevada.• Os <strong>de</strong>scritores Aspectos Socioeconómicos eAcessibilida<strong>de</strong>s e Transportes apresentam impactesglobalmente positivos com significância mo<strong>de</strong>rada,no primeiro caso, e reduzida, no segun<strong>do</strong> caso.• O <strong>de</strong>scritor Uso <strong>do</strong> solo e Planeamento eOr<strong>de</strong>namento <strong>do</strong> território apresenta impactesglobalmente <strong>de</strong> significância nula.Fase <strong>de</strong> construçãoPatrimónio Arqueológico, Arquitectónico eEtnográficoAspectos SocioeconómicosAcessibilida<strong>de</strong>s e transportesUso <strong>do</strong> Solo, Planeamento e Or<strong>de</strong>namento <strong>do</strong>TerritórioClimaGeologia, Geomorfologia e Geotecnica, Tectónicae Sismicida<strong>de</strong>SolosEcologiaHidrogeologia e Qual. das Águas SubterrâneasLEGENDA:<strong>Impacte</strong> positivoNegligenciávelReduzi<strong>do</strong>Mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>Eleva<strong>do</strong>Extremo<strong>Impacte</strong> negativoNegligenciávelReduzi<strong>do</strong>Mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>Eleva<strong>do</strong>ExtremoSem impacte/in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>PaisagemHidrologia e Qual. das Águas SuperficiaisAmbiente SonoroQualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Ar36


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICOPara a fase <strong>de</strong> exploração, verifica-se que:• Os <strong>de</strong>scritores Clima, Solos, Ecologia, Hidrogeologia,Hidrologia, Qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ar, Ambiente Sonoro ePaisagem apresentam impactes globalmentenegativos, cuja significância varia na gama davaloração negligenciável a elevada.• Os <strong>de</strong>scritores Acessibilida<strong>de</strong>s e transportes e Uso<strong>do</strong> solo e Planeamento e Or<strong>de</strong>namento <strong>do</strong> territórioapresentam impactes globalmente positivos comsignificância mo<strong>de</strong>rada• O <strong>de</strong>scritor Aspectos socio-económicos apresentaimpactes globalmente eleva<strong>do</strong>s.• Os <strong>de</strong>scritores Geologia e Património arqueológico,arquitectónico e etnográfico apresentam impactesglobalmente <strong>de</strong> significância nula.Fase <strong>de</strong> exploraçãoPatrimónio Arqueológico, Arquitectónico eEtnográficoAspectos SocioeconómicosAcessibilida<strong>de</strong>s e transportesUso <strong>do</strong> Solo, Planeamento e Or<strong>de</strong>namento <strong>do</strong>TerritórioClimaGeologia, Geomorfologia e Geotecnica, Tectónica eSismicida<strong>de</strong>SolosEcologiaHidrogeologia e Qual. das Águas SubterrâneasLEGENDA:<strong>Impacte</strong> positivoNegligenciávelReduzi<strong>do</strong>Mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>Eleva<strong>do</strong>Extremo<strong>Impacte</strong> negativoNegligenciávelReduzi<strong>do</strong>Mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>Eleva<strong>do</strong>ExtremoSem impacte/in<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>PaisagemHidrologia e Qual. das Águas SuperficiaisAmbiente SonoroQualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Ar37


ESTUDO DE IMPACTEAMBIENTAL DO NOVOAEROPORTO DELISBOARESUMO NÃO TÉCNICOFace aos resulta<strong>do</strong>s e conclusões obti<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong> afirmar-seque o EIA não i<strong>de</strong>ntificou situações que conduzissem àocorrência <strong>de</strong> impactes negativos que não possam serminimizáveis para níveis aceitáveis, ten<strong>do</strong> revela<strong>do</strong> por outrola<strong>do</strong> impactes muito positivos em termos socio-económicos e<strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento <strong>do</strong> território, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se globalmenteque a concretização <strong>do</strong> <strong>Novo</strong> <strong>Aeroporto</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> no Campo<strong>de</strong> Tiro <strong>de</strong> Alcochete reúne condições para se implantar <strong>de</strong>forma ambientalmente sustentável e responsável.Para este facto, concorre a vasta relação <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong>minimização e <strong>de</strong> gestão ambiental a aplicar às fase seguintes<strong>de</strong> pormenorização <strong>do</strong> Projecto e <strong>de</strong> construção e exploração<strong>do</strong> mesmo, circunstância que beneficia <strong>do</strong> facto <strong>de</strong> o Projectose encontrar em fase <strong>de</strong> Plano Director, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>, assim,incorporar no seu <strong>de</strong>senvolvimento as orientações econclusões relevantes <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> e as medidas propostas. Aconsi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> que serão a<strong>do</strong>ptadas as referidas medidas e<strong>de</strong> que as mesmas terão uma elevada eficácia permiteesperar que os impactes residuais <strong>do</strong> Projecto sejamdiminuí<strong>do</strong>s, em comparação com a sua avaliação na ausência<strong>de</strong>stas medidas.Por fim, po<strong>de</strong> afirmar-se que, quer na elaboração <strong>do</strong> PDRquer na elaboração <strong>do</strong> EIA, foram, na generalida<strong>de</strong>, atendidasas recomendações e medidas preconizadas na Declaração<strong>Ambiental</strong> em termos <strong>de</strong> planeamento da infra-estruturaaeroportuária, da segurança aeronáutica e da salvaguarda<strong>do</strong>s valores naturais e culturais presentes.38

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!