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Desafíos Feministas en América Latina: la mirada ... - Cotidiano Mujer

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ocupando o mesmo lugar que tradicionalm<strong>en</strong>te as mulheres têm ocupado nasdifer<strong>en</strong>tes formas de organização social, ou seja, na base ou no trabalho operacional,distantes das instâncias de poder e de repres<strong>en</strong>tação (ARAÚJO, 2001),situação que vem se alterando l<strong>en</strong>tam<strong>en</strong>te.Já no movim<strong>en</strong>to feminista, aque<strong>la</strong>s que se aproximaram ficaram por muito tempoà margem, pois mesmo que por vezes fossem percebidas como herdeiras dolegado do movim<strong>en</strong>to, em geral, eram vistas como inexperi<strong>en</strong>tes demais paraserem escutadas, condição que só seria alterada pe<strong>la</strong> ausência das “feministashistóricas”.Através da observação e das <strong>en</strong>trevistas realizadas, é possível perceber difer<strong>en</strong>tespercepções acerca das re<strong>la</strong>ções intergeracionais no movim<strong>en</strong>to feminista doRio de Janeiro.Entre as quatro jov<strong>en</strong>s <strong>en</strong>trevistadas, com idades <strong>en</strong>tre 22 e 28 anos, todasdo Rio de Janeiro, ap<strong>en</strong>as uma nega haver conflitos intergeracionais no movim<strong>en</strong>toe a necessidade de coletivos de jov<strong>en</strong>s feministas, além de considerarum avanço da sua corr<strong>en</strong>te d<strong>en</strong>tro do movim<strong>en</strong>to “ter reaglutinado todo mundonuma coisa só”, em oposição à fragm<strong>en</strong>tação, afirmação das múltip<strong>la</strong>s id<strong>en</strong>tidades,ocorrida no movim<strong>en</strong>to em épocas anteriores. Cabe registrar que essaúltima afirmação lembra o argum<strong>en</strong>to utilizado pelos marxistas ortodoxos paranão reconhecer o feminismo, que segundo eles fragm<strong>en</strong>tava e <strong>en</strong>fraquecia aluta mais importante, ou seja, a luta de c<strong>la</strong>sses. Para essa mesma jovem, exist<strong>en</strong>o feminismo uma re<strong>la</strong>ção de troca <strong>en</strong>tre as gerações, onde “é importante anossa participação, das mais jov<strong>en</strong>s junto com as mais velhas, a troca e o quesai de resposta cultural através disso, em forma de manifestação, seja em esquete,seja em batucada.”Nessa última afirmação <strong>en</strong>contramos um ponto de contato dessa com outrasjov<strong>en</strong>s <strong>en</strong>trevistadas, isto é, a percepção de que o papel destinado às jov<strong>en</strong>sno feminismo é aquele de promover novas formas de expressão, de preferênciaanimadas, coloridas e ousadas. Nesse caso poderíamos incluir abatucada, o estêncil, o <strong>la</strong>mbe-<strong>la</strong>mbe, as esquetes ou a pichação crítica, qued<strong>en</strong>otam a reprodução de um estereótipo de juv<strong>en</strong>tude associado a festa,barulho e transgressão. A difer<strong>en</strong>ça <strong>en</strong>tre a jovem acima citada e as outras<strong>en</strong>trevistadas é que as últimas são críticas a esse lugar que lhes é destinado,querem estar aí sim, mas também em outros espaços, como outra jovemexplicita:“Quando a g<strong>en</strong>te vai t<strong>en</strong>tar fazer alguma coisa pra estar no espaço, pra você batucar, pravocê colocar <strong>en</strong>ergia, pra você pu<strong>la</strong>r, beleza, é isso, as jov<strong>en</strong>s são legais pra isso. Agora pracoord<strong>en</strong>ar o ato, pra ter espaço no microfone, pra qualquer outra ação, que seja estar defr<strong>en</strong>te, a g<strong>en</strong>te vai s<strong>en</strong>do podada, mesmo quando você já está há muito tempo”.36 <strong>Desafíos</strong> <strong>Feministas</strong> <strong>en</strong> <strong>América</strong> <strong>Latina</strong>: <strong>la</strong> <strong>mirada</strong> de <strong>la</strong>s jóv<strong>en</strong>es

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