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jf 170 anos

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JF 170 ANOS

ESPECIAL

Os marcos

DA COROA

EM PAULA LIMA

E NA BARREIRA

DO TRIUNFO

PERMANECEM

MARCOS DE

SESMARIAS

DOADAS

PELA COROA

PORTUGUESAS

AOS PRIMEIROS

MORADORES

DO MUNICÍPIO

IGREJA DE

NOSSA

SENHORA DA

ASSUNÇÃO,

em Paula

Lima; atual

construção

data de 1937,

mas é possível

encontrar

pilares de

madeira

atrás do altar

originais da

capela do

século XVIII

MARCO de sesmaria na Estrada

do Campo Grande, próximo à

Barreira do Triunfo

MARCO de sesmaria em Paula Lima

(antiga Chapéu D’Uvas), próximo da

divisa com Ewbanck da Câmara

Está lá, carcomida pela exposição ao sol e

à chuva, banhada na terra ao seu redor, porém,

inteira. Uma das pedras que apontam os

primórdios de Juiz de Fora segue cravada na

Estrada Velha da Represa, mais precisamente,

na Estrada do Campo Grande, num espaço

onde antes ficava a horta da Família Possali,

na Barreira do Triunfo, Zona Norte do município.

Trata-se de um marco de sesmaria.

Instrumentos utilizados para demarcar as

propriedades doadas pela Coroa Portuguesa,

os marcos de sesmaria remontam ao século

XVIII. “Quando foi aberto o Caminho Novo

da Estrada Real, para provocar a ocupação

das margens da estrada, com a construção de

pousadas que pudessem atender os tropeiros

e viajantes, para fomentar, inclusive, a criação

de comércio e de igrejas, foi preciso fazer a

distribuição dessas terras nas margens. A Coroa,

então, fez a concessão das sesmarias”, explica

Vanderlei Tomaz, ao lado da pedra.

Segundo o historiador, o proprietário e

seus agrimensores chegavam às margens da

estrada e colocavam uma pedra com quatro

cruzes encravadas nas suas quatro faces. “O

futuro sesmeiro tinha a propriedade dos dois

lados da estrada. Isso se chamava quadra de

sesmaria. Assim formavam-se as vilas”, conta

ele, pontuando que tal distribuição imperial

durou até a segunda década do século XIX.

“Um marco de sesmaria está em Paula Lima

(antiga Chapéu D’Uvas) e o outro na Estrada

do Campo Grande (próximo à Barreira do

Triunfo). São registros que têm mais de 200

anos de instalação”, observa Tomaz.

O marco de Paula Lima encontra-se próximo

da divisa com Ewbanck da Câmara,

no trecho que leva até a Fazenda Vileta. Está

imerso no verde que, ainda hoje, preserva

características rurais na cidade. No pequeno

bairro, considerado distrito entre os anos de

1971 e 1976, também está a Igreja Nossa Senhora

da Assunção, uma das mais antigas paróquias

da cidade. “Segundo a história temos,

300 anos de evangelização, mas fomos elevados

à paróquia em 1764. Algumas reformas já

foram feitas por necessidade do tempo”, destaca

o diácono Roque Lopes da Silva em conversa

com Tomaz.

“Mesmo em Paula Lima, no interior da

Igreja de Nossa Senhora da Assunção, é possível

encontrar colunas e pilares de madeira

atrás do altar que são originais da velha

capela construída ali em meados do século

XVIII. O atual templo é de 1937. A ocupação

em Paula Lima, que era chamada Chapéu

D’Uvas até 1891, é anterior a 1745”, afirma

Vanderlei Tomaz, pontuando que próximo

dali, em Benfica, ao lado da ponte sobre o

Rio Paraibuna na Avenida JK, ainda é possível

avistar, no meio do mato, os pilares da

primeira ponte construída no final dos anos

1840, por Henrique Halfeld.

DOMINGO, 31 DE MAIO DE 2020 | tribunademinas.com.br | • PÁGINA 52

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