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COMUNICAÇÕES 247 - PEDRO DOMINGUINHOS O GUARDIÃO DO PRR

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62 “O impacto social

62 “O impacto social positivo, assente em modelos de negócio sustentáveis, pode ser lucrativo e escalável”, garante Inês Sequeira, fundadora e diretora da Casa do Impacto, uma lufada de ar fresco, desde 2015, na área do empreendedorismo social e ambiental

cidadania MUDAR O MUNDO, um projeto de cada vez Nem excessivamente sonhadores, nem incorrigíveis pessimistas. Na Casa do Impacto a vontade de fazer acontecer caminha lado a lado com o sonho de tornar o mundo melhor, através de projetos com impacto social positivo. TEXTO DE MARIA JOÃO ALVES FOTO VÍTOR GORDO/SYNCVIEW Mudar o mundo é para muitos uma utopia. Os pessimistas dirão que a lista de problemas que assola os nossos dias parece não ter fim e tentar resolvê-los é um trabalho inglório. Os mais positivos argumentarão que, com resiliência e idealismo q.b, o sonho pode tornar-se realidade. A Casa do Impacto é um meio termo perfeito entre as duas faces da moeda: são realistas com uma missão. “Queremos contribuir ativamente para a criação de impacto social positivo. Sabemos que não vamos resolver todos os problemas do mundo, mas diariamente fazemos um esforço ativo para o deixar um bocadinho melhor”, garante Inês Sequeira, fundadora e diretora desta Casa. Criada em 2015, em comunhão com os valores promovidos pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a Casa do Impacto ambicionava ser uma lufada de ar fresco num setor onde a expressão “empreendedorismo social e ambiental” levantava mais dúvidas do que certezas. “Temos feito um longo caminho para desmistificar o impacto que o empreendedorismo social e ambiental pode ter. Só olhando com inovação para questões estruturais, encontraremos soluções duradouras a longo prazo”, declara Inês, com convicção. Empenhada em mostrar ao mundo que o impacto social positivo é o adubo para um futuro mais risonho, Inês é perentória ao afirmar que este caminho só fará sentido se partilhado pela sociedade civil e pelo tecido empresarial. “Os problemas sociais e ambientais que vivemos são demasiado grandes, complexos e afetam tantas pessoas que não faz sentido só algumas organizações se ocuparem deles. Enquanto cidadãos, mas também enquanto coletivo, temos de encontrar soluções rapidamente. Hoje, agora!”, afirma. Criar, estruturar e abraçar os projetos que chegam à Casa do Impacto, em sintonia com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas, é muito mais do que um mero formalismo para esta organização. É uma questão estruturante. Só assim lhes faz sentido. E isso passa também por uma sustentabilidade financeira, pouco considerada pelo setor. “Ainda há a ideia de que a resolução de problemas socais e ambientais não pode caminhar lado a lado com a saúde financeira. Como se só o bom coração fosse suficiente para guiar a pessoa na sua demanda, e o dinheiro não pudesse ser parte da equação”, lamenta. Iniciativas como Entrepreneurship Awards, RISE for Impact ou Fundo +PLUS, entre tantos outros projetos apadrinhados pela Casa do Impacto, são prova de que com a semente certa “o impacto social positivo, assente em modelos de negócios sustentáveis, pode ser lucrativo e escalável”, garante Inês. Hoje, o trabalho da Casa do Impacto já não é visto com a desconfiança de outrora e os números comprovam-no: desde 2015, mais de 70 startups ganharam ali vida e foram investidos mais de três milhões de euros em projetos ali desenvolvidos. As mentalidades estão a progredir, com um número crescente de players a procurarem ser agentes ativos de mudança. “Muitos dos programas da Casa do impacto já são hoje financiados por empresas, e isso é uma mudança de paradigma que me deixa muito orgulhosa”, confessa Inês, com notória satisfação. Afinal, o sonho era mesmo possível: o mundo pode ser um bocadinho melhor para todos.• 63

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