Vis%C3%B5es%20do%20T%C3%A9cnico%2C%20no%20Centen%C3%A1rio%201911-2011

Filipe Janela Entrevista
A Assembleia de Representantes era um órgão
diferente que existia no Técnico. Os alunos candidatavam-se
em nome próprio, e sem qualquer
ligação à AE, e na assembleia eram votados os
representantes.
Nesse Conselho Diretivo, o presidente da
AE tem poder de voto como qualquer outro
membro efetivo e participa ativamente nas decisões
sobre a escola. Há um contributo e uma
relação muito próxima. Agora é diferente.
Na altura, o presidente da escola era o prof.
Matos Ferreira e o vice-presidente era o atual
presidente, o prof. Cruz Serra, com quem pessoalmente
tinha uma relação institucional muito
boa e estreita. Conseguíamos entendermo-nos
sobre os pontos que tínhamos em comum: os
estudantes, os bares, a secção de folhas, a utilização
de espaços. Tínhamos uma série de pontos
que trabalhávamos e discutíamos por forma
a tentarmos chegar a acordos que nem sempre
eram fáceis.
No incêndio, o Técnico foi dos primeiros a
disponibilizar-se para apoiar na reconstrução e
nas obras que era preciso fazer em termos de readaptação
do espaço.
Em que divergiam?
Na gestão do espaço a associação queria manter
a sua autonomia. O Técnico queria, cada vez
mais, retirar essa autonomia. A questão da sobrelotação
das salas foi um problema crítico no
Técnico. Tinha a ver com guerras que continuam
ainda, com um dos restaurantes até à uma da
tarde vedado aos estudantes. Só podem ir professores
e funcionários para não encher demasiado.
Não concordámos e fizemos luta por isso.
Se lá estivesse hoje continuaria a não concordar
nessa segmentação. Foram guerras, umas vamos
ganhando, outras perdendo.
/Também tem a ver com/ a questão de determinada
componente das propinas ser afeta a
atividades da AE.
Depois, os arraiais, festas e outras atividades.
As atividades relacionadas com a Assembleia
de Representantes, onde também era importante
o Técnico e a AE trabalharem em conjunto.
Se queremos fazer passar alguma coisa, convém
que tenhamos uma posição já bem consolidada.
Ao nível da UTL, na qual havia representação
no Senado bem como na Assembleia da
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UTL. O Senado e a Assembleia devem ter sido
extintos e não sei se se chamam assim, agora há
o Conselho Geral.
Coordenávamos entre Técnico e associação
a defesa de interesses do Técnico junto da universidade.
Nessas reuniões gerais da UTL havia representação
dos alunos do Técnico pela associação?
Sim. A associação tem lugar no Senado e na
Assembleia de Representantes. A associação era
representada pelo seu presidente.
Quais eram as questões discutidas?
Os temas discutidos na UTL são diferentes dos
temas discutidos no Técnico. Na UTL acaba
por se trabalhar temas mais políticos, sob um
ponto de vista de ensino superior e, também,
numa perspetiva de gestão de recursos e de instalações
da universidade.
No Técnico trabalhavam-se temas mais próximos
da comunidade estudantil e da nossa realidade.
A UTL acaba por ter uma função mais senadora
e institucional. O Técnico tem uma função
operacional, porque está no terreno com estudantes,
com professores e funcionários.
Tinham posições diferentes?
Havia professores que tinham outro tipo de posicionamento
e que não viam a associação com
o mesmo papel. Por exemplo, o prof. Cruz Serra,
em quem sempre encontrei uma pessoa muito
construtiva para estes temas e para estas necessidades
da AE. Uu o prof. Matos Ferreira, que
também tinha uma visão interessante da associação,
embora diferente da do prof. Cruz Serra.
Também fazia parte do trabalho conseguir
trabalhar com eles. Havia discussão sobre o Arraial,
sobre a gestão dos bares e situações deste
género.
Em 2001, o Técnico comemorou o 90º aniversário.
Foi assinalado com alguma atividade?
A associação também fez 90 anos e, durante
um ano, fizeram-se um conjunto de atividades,
mas mais em 2001/2002. Começaram em
2000/2001 e, em 2001, ainda se prolongaram
algumas atividades.