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A grande Depressão do Século XXI e a Riqueza Fictícia

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varias formas, além das já mencionadas até agora 5 .<br />

Uma das formas <strong>do</strong> capital fictício que se encontra entre as mais importantes é a<br />

das ações. Nesse caso, no entanto, seria possível alegar que por detrás <strong>do</strong> valor das<br />

mesmas, pelo menos por detrás de uma parte de seu valor, encontra-se o patrimônio real da<br />

empresa a que elas correspondam, e que fazem de seus detentores proprietários parciais<br />

dela. E é verdade, a soma <strong>do</strong> valor das ações de uma determinada empresa pode ser maior,<br />

igual ou mesmo menor que o valor <strong>do</strong> seu patrimônio real e, nesse caso, uma das<br />

características básicas que determinam a existência <strong>do</strong> capital fictício, tal como o<br />

entendemos até agora, não estaria presente: a da não existência de riqueza substantiva que<br />

lhe corresponda <strong>do</strong> ponto de vista global da sociedade.<br />

No entanto, não há dúvida de que Marx considera que as ações constituem, sim,<br />

capital fictício e sua argumentação é muito clara 6 .<br />

De fato, supon<strong>do</strong> para facilitar que o valor total das ações de uma empresa<br />

corresponda ao verdadeiro valor de seu patrimônio real, a riqueza aparece no merca<strong>do</strong><br />

como duplicada 7 . A prova disso é que tanto o detentor das ações como a empresa podem<br />

utilizar-se <strong>do</strong> seu patrimônio inteiro como garantia para eventuais empréstimos bancários.<br />

No caso <strong>do</strong> valor total das ações da empresa ser superior ao valor efetivo de seu<br />

patrimônio, de fato estaríamos diante de <strong>do</strong>is tipos distintos de capital fictício. Cada uma<br />

das parcelas daquele valor, a que correspondente ao patrimônio real e a adicional, constitui<br />

um diferente tipo de capital fictício. Aquela parte <strong>do</strong> valor das ações que equivale ao valor<br />

<strong>do</strong> patrimônio substantivo constitui capital fictício por duplicar aparentemente a riqueza<br />

econômica da sociedade. A outra parte é capital fictício por nada ter de riqueza real,<br />

substantiva.<br />

Essa diferença é extremamente significativa e importante. Por essa razão, faremos<br />

claramente a distinção, denominan<strong>do</strong> a primeira parte de capital fictício de tipo 1 e a outra,<br />

capital fictício de tipo 2. Enquanto o tipo 1 apresenta riqueza substantiva por detrás e, de<br />

fato, contribui para a produção de mais valia (ao menos quan<strong>do</strong> se trata de empresa<br />

produtiva), o capital fictício <strong>do</strong> tipo 2, nada tem de substantivo por detrás e não contribui<br />

em nada para a produção e menos para a de excedente econômico.<br />

5 As já mencionadas: a) a parcela <strong>do</strong> incremento <strong>do</strong> valor <strong>do</strong>s bens reais ou fiduciários (títulos)<br />

derivada da especulação; b) a capitalização de rendimentos regulares quan<strong>do</strong> o direito sobre eles se<br />

apresenta como títulos negociáveis e c) o dinheiro e os depósitos bancários <strong>do</strong> público e das<br />

empresas bancárias, deduzi<strong>do</strong>s suas dívidas.<br />

6 Marx, Karl. Op. cit. Livro III, cap. <strong>XXI</strong>X. p. 537.<br />

7 Pode aparecer triplicada, quadruplicada, etc.<br />

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