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A grande Depressão do Século XXI e a Riqueza Fictícia

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vendi<strong>do</strong>s no merca<strong>do</strong>. Trata-se de uma forma de obtenção de recursos por meio <strong>do</strong> crédito,<br />

uma forma de financiar-se. O compra<strong>do</strong>r de debêntures se vê atraí<strong>do</strong> pelo pagamento <strong>do</strong>s<br />

juros. É, por tanto, proprietário de capital a juros. O lançamento de debêntures por parte de<br />

uma empresa significa criação de capital fictício?<br />

As operações de crédito entre particulares e, entre elas, a emissão de debêntures,<br />

não determinam a criação de novo capital fictício, embora elas, em si, o representem. A<br />

razão está no fato de que se bem é verdade que o possui<strong>do</strong>r das debêntures, ou cre<strong>do</strong>r,<br />

apresenta os valores correspondentes como riqueza sua, a empresa emissora das debêntures<br />

ou os deve<strong>do</strong>res tem esses valores como dívidas. Não há nesse caso a duplicação da<br />

riqueza privada, <strong>do</strong> patrimônio global <strong>do</strong>s agentes priva<strong>do</strong>s econômicos, em razão da<br />

operação de crédito.<br />

Assim, simples operações de crédito entre particulares não criam novo capital<br />

fictício. É necessário, no entanto esclarecer algo significativo, já sugeri<strong>do</strong>: um certo<br />

volume de capital a juros constitui sim capital fictício, mas seu movimento, de por si, não<br />

cria capital fictício adicional. Uma coisa é ser capital fictício, outra é criar novo capital<br />

desse tipo.<br />

O caso <strong>do</strong>s bancos quan<strong>do</strong> criam crédito adicional, prática corrente neles, criam<br />

capital fictício adicional e aqui não pode haver dúvida. Se efetivamente financiam a<br />

produção, criam capital fictício <strong>do</strong> tipo 1 e o mesmo ocorre quan<strong>do</strong> descontam duplicatas.<br />

Quan<strong>do</strong> financiam a especulação, geram capital fictício <strong>do</strong> tipo 2.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, vejamos o caso <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> emite ou quan<strong>do</strong> aumenta a<br />

dívida pública. A emissão cria capital fictício. O aumento da dívida pública correspondente<br />

a novos títulos vendi<strong>do</strong>s pelo Esta<strong>do</strong> a particulares quan<strong>do</strong> destina<strong>do</strong> a gastos correntes,<br />

pagamentos de juros e gastos militares ou similares tem como conseqüência a criação de<br />

capital fictício de tipo 2. E essa é uma das formas mais relevantes e de implicações mais<br />

significativas no capitalismo atual. Assim, o crescimento da dívida pública incrementa o<br />

volume total de capital fictício existente na economia.<br />

Entendamos o assunto com calma. Se o incremento da dívida pública teve como<br />

objetivo o investimento por parte <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> (novas estradas, novos edifícios públicos<br />

qualquer que seja o seu destino - administração, saúde, educação segurança – etc.) há<br />

crescimento <strong>do</strong> capital fictício de tipo 1. Facilmente isso seria entendi<strong>do</strong> pensan<strong>do</strong> na<br />

possibilidade de que o Esta<strong>do</strong> pagasse os construtores ou produtores desses produtos<br />

diretamente com os novos títulos. A riqueza aparece duas vezes: uma nas mãos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e<br />

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