Mistério e suspense na narrativa policial de Marcos - Centro de ...
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positivos. Além <strong>de</strong> ser uma reação contra o i<strong>de</strong>alismo, o positivismo se <strong>de</strong>u,<br />
ainda, <strong>de</strong>vido ao gran<strong>de</strong> progresso das ciências <strong>na</strong>turais, particularmente das<br />
biológicas e fisiológicas do século XIX.<br />
Para Augusto Comte (1798-1857), consi<strong>de</strong>rado o fundador da filosofia<br />
positivista, através <strong>de</strong> sua obra Curso <strong>de</strong> Filosofia Positiva, composta <strong>de</strong> seis<br />
volumes e escrita no período <strong>de</strong> 1830 a 1842 , as ciências, no <strong>de</strong>curso da<br />
história, não se tor<strong>na</strong>ram “positivas” <strong>na</strong> mesma data, mas numa certa or<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong> sucessão que correspon<strong>de</strong> à célebre classificação: matemática, astronomia,<br />
física, química, biologia, sociologia. Da matemática à sociologia, a or<strong>de</strong>m é a<br />
do mais simples ao mais complexo, do mais abstrato ao mais concreto e <strong>de</strong><br />
uma proximida<strong>de</strong> crescente em relação ao homem.<br />
Notemos que a psicologia não figurava nessa classificação. Para Comte,<br />
o objeto da psicologia podia ser repartido, sem prejuízo, entre a biologia e a<br />
sociologia.<br />
A última das ciências, que Comte chamaria, primeiramente, física social,<br />
e para a qual <strong>de</strong>pois inventou o nome <strong>de</strong> sociologia, revestia-se <strong>de</strong> importância<br />
capital. Nela iriam reunir-se o positivismo religioso, a história do conhecimento<br />
e a política positiva.<br />
5º - Ainda no mundo das idéias, outro fato importante para enten<strong>de</strong>rmos<br />
melhor o surgimento do romance <strong>policial</strong>: o criminoso passou a ser visto como<br />
um inimigo social, pois o novo cidadão, que compartilhava das idéias positivistas<br />
<strong>de</strong> sua época, tinha também uma nova idéia <strong>de</strong> criminoso.<br />
Até <strong>na</strong> Ida<strong>de</strong> Média (com exceção, talvez do Direito Romano), o crime era<br />
consi<strong>de</strong>rado como um <strong>de</strong>lito entre indivíduos, que podia ser negociado e<br />
sa<strong>na</strong>do entre as partes lesadas. Com o surgimento do judiciário, e da figura do<br />
procurador, foi se solidificando a idéia <strong>de</strong> crime como infração às leis do Estado<br />
e, a idéia <strong>de</strong> criminoso como inimigo público, que podia lesar os indivíduos, ou<br />
a socieda<strong>de</strong> como um todo (Cf. REIMÃO, 1983, p.15-16).<br />
Po<strong>de</strong>mos encontrar, algumas vezes, <strong>na</strong> <strong>na</strong>rrativa <strong>policial</strong>, a idéia <strong>de</strong> “gênio<br />
do crime“, em oposição ao “gênio da justiça”, (o <strong>de</strong>tetive) como por exemplo<br />
Sherlock Holmes versus Moriarty, o célebre criminoso científico, tão famoso<br />
entre os <strong>de</strong>linquentes, quanto conhecido do público, o maior trapaceiro <strong>de</strong><br />
todos os tempos: o cérebro controlador do mundo do crime. Citado em O vale<br />
do terror, <strong>de</strong> Co<strong>na</strong>n Doyle, numa concepção <strong>de</strong> criminoso como um doente<br />
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