Cláudia Lopes Nascimento Saito ( UNICENTRO).pdf - cchla

(1994); Bronckart (1997; 2006; 2008); c) autores do quadro do interacionismo
sociodiscursivo no Brasil, como: Machado (1997; 2004; 2007); Machado & Guimarães,
(2009); Guimarães, Machado e Coutinho (2007); Cristovão & Nascimento (2011);
Nascimento & Saito, 2010; d) autores filiados à Teoria Histórico-Cultural: Vygotsky (1984;
1988; 1987) e à Teoria da Atividade Leontiev (1983; 2006).
Para atingirmos os objetivos deste texto, apresentaremos: 1º. a análise do contexto
de planejamento e desenvolvimento do projeto; 2º. o quadro teórico de referência; 3º a
descrição das ferramentas didáticas elaboradas e das tarefas dos participantes; 4º. o quadro
avaliativo geral do Projeto.
1. O contexto de planejamento e desenvolvimento do projeto
Ao afirmarem que “o gênero é um instrumento semiótico constituído por signos
organizados de maneira regular, instrumento complexo que compreende níveis diferentes, o
que faz dele um megainstrumento”, Dolz e Schneuwly (1998, p. 65) sintetizam as reflexões
que norteiam questionamentos em torno do ensino/aprendizagem de línguas (materna e
estrangeira), assim como a produção acadêmica do grupo de estudiosos que, debruçados no
construto teórico do interacionismo sociodiscursivo (doravante ISD), tem desenvolvido
suas pesquisas.
O projeto de pesquisa “Gêneros Textuais e Ferramentas Didáticas para o Ensino-
Aprendizagem de Língua Portuguesa” foi realizado na Universidade Estadual de Londrina,
no curso de Letras Clássicas e Vernáculas e no Programa de Pós-Graduação em Estudos da
Linguagem, na área de Linguagem e Educação e na linha de pesquisa Ensino/aprendizagem
e formação do professor de língua portuguesa e outras linguagens. Importante salientar
que o desenvolvimento dos trabalhos se tornou possível, porque o projeto contou com
recursos do CNPQ - como agente financiador no Edital Universal, o que possibilitou os
deslocamentos dos membros, a aquisição de equipamento, de materiais bibliográficos e de
apoio.
Os movimentos abrangeram diferentes focos: 1) nos instrumentos interpostos
entre o professor e o objeto de seu trabalho; a avaliação de tais instrumentos e as funções
que desempenham no trabalho docente; 2) no aluno, com a avaliação diagnóstica de suas
capacidades na utilização dos instrumentos que auxiliam no desempenho de atividades
sociais; 3) no professor formador, com o desenvolvimento de capacidades de elaboração de
instrumentos para o trabalho com professores em formação; 4) foco na interação
professor/instrumento/aluno, com a descrição, análise e reflexão sobre experiências
didáticas voltadas para os letramentos (GONÇALVES, 2009).
Tais enfoques se justificam pelo quadro problemático da educação brasileira, em
que os métodos de ensino tradicionais encontram-se defasados, tanto em relação às
demandas sociais quanto ao desenvolvimento das ciências da linguagem e das ciências da
educação, acarretando um momento de crise na educação, que, para ser superada, exige
novas transposições didáticas dos conhecimentos científicos a conhecimentos a serem
ensinados.
Para as discussões da base teórica e elaboração de ferramentas didáticas, foi
desenvolvido um trabalho de formação inicial e contínua de professores formados em
Letras, professores formados no curso de Pedagogia e em exercício em escolas municipais
da região ( Ivaiporã, Londrina e Cambé), com reuniões semanais, num período de 24 meses,
prorrogados por mais 12 meses.