Maio - Jornal Bombeiros de Portugal

10 MAIO 2012
F
oi uma autêntica machadada
no pinhal interior norte.
Contabilizados estão 1800
hectares de área ardida num
dos maiores incêndios alguma
vez ocorrido no concelho, e o
maior até ao momento este ano
em território continental. Luís
Filipe Matias, vice-presidente
da autarquia de Penela, refere
em tom amargo que conta feitas,
“com base na matriz de
cálculo da Autoridade Florestal
Nacional”, os incêndios das localidades
de São João do Deserto
e da Tola, saldam-se em
“5 milhões e meio de euros em
prejuízos, valores diretamente
relacionados com a perda de
é a base da economia e representa
70 por cento da área total,
a câmara municipal aposta
ardidas. Como refere Luís Filipe
Matias, a autarquia está a chamar
as populações atingidas
pelos incêndios com o objetivo
de, em conjunto, se poder “estudar
a melhor alternativa” com
consumida pelos incêndios de
março.
“A melhor coisa que pode
palavras de João Ribeiro em
tom comprometido que explica
o porquê desta posição para
que não restem quaisquer mal
entendidos. Na opinião do responsável
da FLOPEN (Associa-
Liga dos Bombeiros Portu-
A gueses e o Grupo Sabseg
assinaram acordo estratégico
que lhes permite trabalhar em
conjunto em prol dos bombeiros
portugueses.
O Grupo Sabseg, especialista
na gestão e aconselhamento
de risco nas mais diversas áreas,
a nível nacional e internacional,
desde o corporate ao
CONCELHO DE PENELA FUSTIGADO PELO MAIOR INCÊNDIO DO ANO
Em dois dias arderam
5 milhões e meio de euros
Os habitantes do concelho de Penela, no
distrito de Coimbra, são obrigados a puxar
pela memória para recordarem um incêndio
com paralelo aos que ocorreram nos dias 28 e
29 de março. Num cenário de condições
meteorológicas extremas, todos foram poucos
para responder às centenas de pedidos de
socorro. Foram 48 horas de inferno e as
consequências do fogo estão bem presentes
ção de Produtores e Proprietários
Florestais do Concelho de
Penela) “Sempre que acontece
um grande incêndio, como
aquele que ocorreu aqui, a permeabilidade
à mudança é sempre
maior. Ou seja, perante cenários
como este, é sempre
mais fácil sensibilizar as populações
para tomarem novas atitudes”.
Nesse sentido, a FLOPEN está
já na “estrada” com uma campanha
de sensibilização junto
dos proprietários e agricultores.
“A ideia é ajudar quem vive da
mesmo tempo que se aposta
segura e amiga da natureza”,
conta João Ribeiro.
A eterna questão do ordena-
vez que a natureza enfrenta os
bombeiros. A dispersão dos
aglomerados populacionais ativos
do concelho foram na hora
do combate a grande prioridade
dos bombeiros e, como refere
António Lima, o segundo comandante
dos Voluntários de
para trás”, porque primeiro foi
preciso socorrer as populações
que se viram cercadas pelas
chamas. “Ao longo de dois dias
foi preciso defender cerca de
330 habitações dispersas”, lembra
António Lima que sublinha a
“complexidade” de uma operação
deste género.
Com 75 anos, António Si-
retalho com enfoque nas áreas
do Desporto, Transportes, Saú-
titucionais,
quer valorizar a
parceria no desenvolvimento
sustentável da Securifénix –
Sociedade de Mediação de Seguros
e Serviços, Lda., media-
beiros
Portugueses, que foi
criada – com o intuito alargar
mões, nascido e criado no concelho,
garante “nunca ter visto
nada assim”. “A nossa sorte foram
os nossos bombeiros de
Penela e os outros que vieram
em nosso auxílio, pois isto foi
uma grande tragédia. E agora
quem paga somos nós, os agricultores
que têm uma vida tão
difícil”, lembra emocionado.
Os incêndios do concelho de
Penela obrigaram à maior mobilização
de meios registada
este ano. Chegaram a estar no
terreno 500 combatentes.
Vieram de todo o distrito de
Coimbra e ainda tiveram de ser
pedidos reforços a Santarém
Castelo Branco Leiria. Apesar
do agradecimento a todos os
as soluções de Seguros para as
Associações/Corpos de Bombeiros.
A Liga dos Bombeiros Portugueses
e o Grupo SABSEG delinearam
estratégias de atuação
na promoção de mais e melhores
ofertas na área dos seguros,
de acordo com as necessi-
co,
na qual se especializaram.
SECURIFÉNIX
que foram em auxílio do seu
concelho, Luís Filipe Matias, o
responsável autárquico, não
poupa críticas à resposta “tardia”
da Autoridade Nacional de
Proteção Civil (ANPC).
“Não conseguimos entender
como é que perante um cenário
destes, os reforços só começaram
a chegar cerca de 1h20 minutos
depois. Na primeira hora
estivemos por nossa conta”, denuncia
o autarca que deixa o
desabafo:
“É com base em exemplos
como este que lamento que o
país não tenha um dispositivo
permanente com capacidade de
resposta adequada a cada cenário.
Já todos percebemos que
LBP assina acordo com Grupo Sabseg
Aliando o elevado conhecimento
que cada uma tem das
sector dos seguros com a capacidade
de distribuição, inovação
e desenvolvimento de
novas soluções, estão as parceiras
em condições de responder
a necessidades mais espe-
ciações
e corpos de bombeiros.
não há épocas para os incêndios
aparecerem”, refere.
Os incêndios de Penela contaram,
já no dia 29, com a ajuda
de três helicópteros pesados
Kamov. Luís Filipe Matias conta
que “chegaram tarde, mas chegaram,
através de uma cunha a
um membro do Governo”.
“Perguntei várias vezes porque
não eram direcionados para
aqui mais meios aéreos. A resposta
era sempre a mesma: es-
resolvi ligar ao antigo presidente
da câmara de Penela, Paulo
Júlio, que é hoje o atual secretário
de Estado da Administração
Pública. A verdade é que
funcionou pois uma hora após o
Uma nova etapa começa
agora na área dos seguros ligados
à Liga dos Bombeiros
Portugueses, uma vez que
além da evolução no padrão
de serviço dos seguros relacionados
com as Associações e
Corporações, vai ser possível
alargar e dinamizar também
os seguros e os seus benefícios
para todos os bombeiros,
contacto, vieram três meios pesados”,
revela.
As contas dos incêndios estão
feitas e a Câmara Municipal
de Penela espera agora que o
Ministério da Administração
(MAI) partilhe “parte do prejuízo”.
“Vou solicitar uma reunir ao
MAI pois há despesas pelas
quais julgo que devemos ser
ressarcidos. Estou a falar de refeições,
combustíveis pagos por
nós, e o prejuízo das três viaturas
dos voluntários de Penela
pero
que o Governo nos ajude
porque para prejuízo já basta, e
infelizmente é bem visível”,
conclui o vereador da autarquia
para a área da proteção civil.
dirigentes, sócios e simpatizantes
das Associações e Corporações
de Bombeiros, atra-
relançando desta forma o papel
da Liga Bombeiros Portugueses
e dos seus associados
enquanto instituições de interesse
publico para com as comunidades
onde estão inseridas.