12.04.2013 Views

Consulte a versão PDF ( 4.13 MB ) - Instituto Politécnico de Lisboa

Consulte a versão PDF ( 4.13 MB ) - Instituto Politécnico de Lisboa

Consulte a versão PDF ( 4.13 MB ) - Instituto Politécnico de Lisboa

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Profissão<br />

El<strong>de</strong>vina numa aula na Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Música <strong>de</strong> Malmö<br />

El<strong>de</strong>vina Materula não sabe<br />

muito bem como isso come-<br />

çou mas sempre teve uma<br />

paixão pela música. Recorda-se <strong>de</strong><br />

ser miúda e estar em frente à televisão<br />

a ver programas musicais que<br />

mais ninguém via na família.<br />

Nasceu em Maputo e foi aí que<br />

iniciou os estudos e apren<strong>de</strong>u a tocar<br />

piano. A persistência em concretizar<br />

o sonho <strong>de</strong> ser música trouxe-a para<br />

Portugal, com apenas 13 anos. Veio<br />

foto <strong>de</strong> Pedro Pina<br />

El<strong>de</strong>vina Materula: a paixão pelo oboé<br />

sozinha, para um “outro mundo” on<strong>de</strong><br />

começou do zero. Para trás ficou a família<br />

e um pai inconformado.<br />

Em Évora, on<strong>de</strong> viveu inicialmente,<br />

partilhava uma casa com estudantes<br />

moçambicanos, e foi na Escola<br />

Profissional <strong>de</strong> Música da região<br />

que viu pela primeira vez um oboé. O<br />

professor Andrew Swinnerton – que<br />

acreditou sempre no seu talento<br />

– achou logo que ela tinha “bons <strong>de</strong>dos”<br />

para tocar. Cumpridos os seis<br />

anos obrigatórios <strong>de</strong> estudos, as dificulda<strong>de</strong>s<br />

financeiras convidavamna<br />

a voltar para Moçambique, mas o<br />

amor à música falou mais alto.<br />

Voltou a fazer as malas e <strong>de</strong> Évora<br />

foi para <strong>Lisboa</strong>, on<strong>de</strong> concorreu à Escola<br />

Superior <strong>de</strong> Música e on<strong>de</strong> acabou<br />

por entrar. Aí reencontrou o professor<br />

Andrew Swinnerton que a ajudou<br />

a comprar o seu primeiro oboé.<br />

Mais tar<strong>de</strong> as exigências profissionais<br />

levaram-na a adquirir outro, com mais<br />

qualida<strong>de</strong>. É um dos últimos mo<strong>de</strong>los<br />

da Marigaux, fabricante conceituado<br />

nesta área, feito <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e com<br />

chaves banhadas em ouro. Pertencia<br />

a François Leleux, antigo professor<br />

<strong>de</strong> El<strong>de</strong>vina, em cujas mãos se notabilizou,<br />

durante anos, como o primeiro<br />

oboé da orquestra <strong>de</strong> Baviera. Custou-lhe<br />

cinco mil euros.<br />

O som emanado do oboé é o que<br />

mais a fascina. Atreve-se a dizer que<br />

é “um dos instrumentos <strong>de</strong> sopro mais<br />

importante na orquestra”. É ele que<br />

toca a nota Lá, antes <strong>de</strong> um concerto<br />

começar, para que todos os outros<br />

músicos afinem os instrumentos.<br />

As palhetas duplas são “o coração<br />

do oboé”, como a artista, ela própria,<br />

reconhece e diz. Num estojo guarda<br />

várias, todas produzidas pela oboís-<br />

24 indice Politecnia Setembro/2007

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!