Saúde Mental - Portal do Professor
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que considera to<strong>do</strong>s os modelos cita<strong>do</strong>s a partir <strong>do</strong><br />
Biológico, assimilan<strong>do</strong> uma combinação de abordagens<br />
embasadas em conhecimento científico.<br />
Na abordagem eclética da DQ, nos deparamos com<br />
fatores de risco e proteção ao uso, abuso e dependência<br />
de drogas. São considera<strong>do</strong>s fatores de risco todas<br />
as circunstâncias sociais ou características da pessoa<br />
que a tornam mais vulnerável a assumir comportamentos<br />
de risco, como usar drogas. Por outro la<strong>do</strong>,<br />
fatores de proteção são aquelas circunstâncias que<br />
contrabalançam ou compensam as vulnerabilidades,<br />
tornan<strong>do</strong> a pessoa com menos chances de assumir<br />
esses comportamentos arrisca<strong>do</strong>s. Assim, os fatores<br />
de risco e de proteção englobam aspectos biológicos,<br />
genéticos, de relacionamento e interação social, aspectos<br />
familiares, culturais, o acesso às drogas e os<br />
efeitos dessas sobre o indivíduo.<br />
Como localizar esses fatores? Estes fatores são encontra<strong>do</strong>s<br />
no indivíduo, na família, na escola, na comunidade<br />
e na própria droga. Observe o quadro a seguir.<br />
O conceito atual de DQ considera que qualquer padrão<br />
de consumo é constantemente influencia<strong>do</strong> por<br />
estes fatores de risco e de proteção. Assim, caracterizamos<br />
a DQ como um problema multifatorial que deve<br />
* “Escola Clube” é a escola mais voltada para o lazer <strong>do</strong> que para o ensino.<br />
Quadro 1 - Fatores de risco e proteção ao uso, abuso e dependência de drogas<br />
ser aborda<strong>do</strong> em to<strong>do</strong>s os campos onde encontrarmos<br />
estes fatores. Esta deve ser uma abordagem multiprofissional,<br />
na qual é importantíssima a participação <strong>do</strong>s<br />
educa<strong>do</strong>res, que podem estar atentos aos fatores psicossociais<br />
aqui lista<strong>do</strong>s.<br />
Como já foi aborda<strong>do</strong> no módulo I, sabemos que,<br />
geralmente, o uso de drogas ilícitas se inicia na a<strong>do</strong>lescência,<br />
e o de drogas lícitas (álcool e tabaco) se inicia<br />
ainda mais ce<strong>do</strong>. Por isso, a prevenção deve ocorrer o<br />
mais precocemente possível. Nas escolas, a abordagem<br />
preventiva não requer necessariamente uma discussão<br />
sobre os diferentes tipos de drogas, mas certamente<br />
requer uma atenção especial aos valores éticos e aos<br />
aspectos de uma vida saudável, sem prescindir, obviamente,<br />
de um ensino de qualidade.<br />
Finalizo com uma reflexão da psicolinguista argentina<br />
Emília Ferreira, em Psicogênese da língua (1985):<br />
“As crianças pobres não aprendem, não porque sejam<br />
pobres, carentes e desnutridas (e outras denominações<br />
correlatas), mas porque não são devidamente estimuladas;<br />
o que temos hoje é uma escola pobre de estímulos,<br />
de condições materiais, sucateada, maltratada e que<br />
maltrata e expulsa seus alunos”. Eu completo: as crianças<br />
não se drogam porque são pobres, mas...