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Saúde Mental - Portal do Professor

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MÓDULO IV – PROCESSO DE PREVENÇAO EM DEPENDÊNCIA QUÍMICA<br />

Maria Taís de Melo<br />

Liliana Stadnik<br />

O ser humano é produto de sua atividade histórica em seu meio social que, em interação com “os outros”,<br />

realiza, transforma e muda o curso de sua história.<br />

É de extrema relevância ter em mente que o homem se constitui por inteiro, ele é um ser biopsicossocial,<br />

não mero fragmento a ser visto e analisa<strong>do</strong>, conforme sua posição no mun<strong>do</strong>.<br />

Nessa concepção de homem e de mun<strong>do</strong>, podemos vislumbrar as possibilidades em todas as ações humanas,<br />

e é assim que pretendemos intervir, possibilitan<strong>do</strong> a reflexão que desencadeie ações efetivas na qualidade<br />

de vida de nossas crianças e jovens, prevenin<strong>do</strong>-os e encaminhan<strong>do</strong>-os para uma vida saudável longe das<br />

drogas e de to<strong>do</strong>s seus malefícios, instigan<strong>do</strong>-os à consciência quanto ao uso e suas consequências, muitas<br />

vezes fatais e irreversíveis. Quanto à prevenção ao uso de drogas, a responsabilidade vai além da família,<br />

deve ser pensada com compromisso na educação formal, aquela que se desenvolve dentro das nossas instituições,<br />

a qual chamamos de escola.<br />

1. A família e a escola<br />

Sabemos que a primeira instituição social a educar<br />

é a família e seu papel importante é fundamental<br />

e intransferível, um espaço/tempo que caracteriza o<br />

meio histórico e social de cada sujeito. Entretanto, sabemos<br />

também que somente esta instituição, por si só,<br />

não pode dar conta <strong>do</strong> processo educacional, uma vez<br />

que as crianças têm i<strong>do</strong> muito ce<strong>do</strong> para a outra instituição,<br />

a escola, e aí o papel indissociável das duas:<br />

de importante responsabilidade, não haven<strong>do</strong> espaço<br />

para jogos de transferência.<br />

Neste mesmo espaço social, as drogas também estão<br />

e esperam a oportunidade de chegar às nossas crianças<br />

e a<strong>do</strong>lescentes. O engano aqui é pensar que elas estão<br />

longe, e, assim pensan<strong>do</strong>, que devem ser discutidas<br />

mais tarde. Este discurso <strong>do</strong> “mais tarde” tem inviabiliza<strong>do</strong><br />

a possibilidade de prevenção, fazen<strong>do</strong>-nos chegar<br />

muito tarde... Temos observa<strong>do</strong> que é nesta espera de<br />

tempo que elas têm encontra<strong>do</strong> espaço junto às nossas<br />

crianças e a<strong>do</strong>lescentes.<br />

Se pensarmos um pouco, nós, educa<strong>do</strong>res, estamos<br />

diretamente nas escolas, identificamos muito bem esta<br />

situação, não apenas percebemos, como somos comunica<strong>do</strong>s<br />

que o “Joãozinho/a Joaninha” já estão o suficientemente<br />

envolvi<strong>do</strong>s, e que somente o tratamento<br />

específico pode ajudar essas vítimas. E é assim que perguntamos:<br />

por que não percebemos? Surgem perguntas<br />

como estas e, com elas, algumas respostas. Nosso<br />

olhar pode estar fixo apenas em cumprir os conteú<strong>do</strong>s<br />

programáticos. Nesse momento, torna-se imprescindível<br />

a reflexão sobre o que realmente é “educar”? Qual<br />

nosso real papel de educa<strong>do</strong>r? Sem dúvida, ele vai<br />

muito além <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s programáticos que, devemos<br />

sim, levar aos nossos alunos. Devemos lembrar,<br />

também, que em nossas filosofias consta ensinar,<br />

educar e preparar para a vida e, neste senti<strong>do</strong>,<br />

o que estamos fazen<strong>do</strong>?<br />

Neste curso <strong>do</strong> qual você faz parte, é nosso papel<br />

chamar to<strong>do</strong>s os educa<strong>do</strong>res a pensar nesta possibilidade<br />

de educar e verdadeiramente exercer nossa profissão<br />

em plenitude com a qualidade de vida.<br />

Como nosso sujeito histórico é total, ele não entra<br />

na escola apenas com um cognitivo a ser trabalha<strong>do</strong>,<br />

desse mo<strong>do</strong>, o aspecto emocional deve também<br />

ser considera<strong>do</strong>. Pois a emoção também ocupa<br />

um lugar de destaque nos processos de constituição<br />

singular destes sujeitos (alunos), sen<strong>do</strong> que a apropriação<br />

da realidade, <strong>do</strong> cotidiano é posteriormente<br />

ressignificada e produzida socialmente, por isso a<br />

importância <strong>do</strong> que se dá e <strong>do</strong> que se recebe nas<br />

mediações e no contexto escolar.<br />

É preciso também entender esta questão da emoção,<br />

da afetividade, pois se observa que, nas escolas,<br />

esta questão encontra-se ainda em um discurso com<br />

olhar pejorativo, como se fosse uma permissividade<br />

total, ou com olhar de “coitadinho”, e não é nada disso.<br />

A afetividade está em abrir e estender o olhar para<br />

dialogar, ensinar, aprender e viver com um ensino de<br />

qualidade e a autoridade necessária, que não inclui o<br />

autoritarismo – já que este exclui e abre caminho para<br />

o mun<strong>do</strong> enganoso das drogas.<br />

A emoção e a afetividade são condições essenciais e<br />

estão na constituição <strong>do</strong> humano, assim nos move e nos<br />

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