ler a revista em PDF

O processo vitorioso da
emancipação
Júlio Martins passou por momentos difíceis até o amadurecimento
do processo de emancipação. Sofreu várias ameaças
de morte, telefonemas anônimos pedindo para ele parar
com a construção da cidade, chegou até a levar tiro de
chumbo grosso, quando se dirigia da cidade de Chapadão do
Sul, para a sua casa, na Fazenda Júlio Martins, tiros vindos
de um Chevrolet Opala branco, com homens de boa aparência,
lembra.
Por interesses políticos e até comercial de vários
conterrâneos de Júlio Martins, moradores da cidade
lutavam contra a emancipação. Mas Júlio
Martins tinha um companheiro de peso, o Governador do
Estado de Mato Grosso do Sul, Marcelo Miranda, acompanhados
de 22 deputados e apenas dois contra.
“Júlio Martins venha para Campo Grande com um ou dois
companheiros da Comissão de Emancipação, com camisas
sujas e rasgadas, mas vamos emancipar o Chapadão, o Estado
precisa de pessoas como você para fazer o progresso
do Estado”, disse o Governador Marcelo Miranda.
Nascera mais um grande desafio na vida do colonizador e
fundador Júlio Martins, emancipar a sua cidade. Meticuloso
em tudo que faz, Júlio Martins iniciara uma cidade
planejada para crescer e se emancipar, para 40 mil habitantes.
Foram destinados originalmente no projeto,
áreas para a companhia de energia, para clubes, escolas,
faculdades, setores da saúde, da segurança pública, ór-
29
Conservado até os dias
atuais, ao lado da Fundação
Júlio Alves Martins, o
primeiro prédio da Imobiliária
Julimar, onde ocorreram
as reuniões decisivas
para a fundação da cidade,
criação do distrito e da luta
pela emancipação de Chapadão
do Sul. O prédio já
cedido para vários profissionais
pioneiros de Chapadão
do Sul, nas diversas
áreas. Até como hospital já
foi utilizado.
Júlio Martins manteve o seu trabalho intenso de contatos
com autoridades de alto escalão, como o governador, deputados,
secretários de estado, em frequentes encontros.
Foi um período também de inaugurações de obras para
a infraestrutura local e regional. Personalidades importantes
para o processo são lembradas por Júlio Martins,
como o Deputado Estadual Benedito Leal e o Advogado
Professor Frederico Pena, na época assessor de Leal, entre
outros. Em meados de 1.986 um grande movimento pela
emancipação iniciara, para o desespero das autoridades
de Cassilândia.
gãos públicos municipais, enfim tudo o que uma sede de
município necessita para o seu franco desenvolvimento.
Por decisão dos Deputados Estaduais, que até os dias atuais
é considerada uma manobra política, Chapadão do Sul
amanheceu em certo dia, mais precisamente em 1º de julho
de 1.981, com o nome de São Pedro do Apaporé. Com
a mudança de governo, em janeiro de 1.983 ocorreram
grandes transformações no novo Estado de Mato Grosso
do Sul. No segundo semestre de 1.984 crescia o desejo da
população, liderada pelo fundador Júlio Alves Martins,
em resgatar as suas mais recentes origens. O povo sentia
saudades e orgulho do Chapadão dos Gaúchos, logo substituído
por Chapadão do Sul. Em 1.985, no governo de
Wilson Barbosa Martins (parente de Júlio Martins) através
de consulta popular (plebiscito), autorizada pela Justiça,
a sociedade decidiu pela volta do nome Chapadão do Sul.
A cada mil votos a favor para a volta do nome, obteve-se
oito contra.