ler a revista em PDF

Fui discriminado durante
a minha vida
Desde moço senti-me discriminado por raça e origem. Vivi
na juventude em localidades com moradores de origem
europeia predominante. Ocorre que sou um Alves Martins,
cujo nome não consta as letras “w, z, k ou combinações
como sch, lle, llo, ch”, entre outros, muito embora, como
relatei nesta publicação, sou descendente direto de europeus.
(Alves Martins, e Quevedo e Andrade, de Portugal
(de origem egípcia), Valduga e Mazini, da itália, Folgarait,
Áustria, Candotti, Grécia (ilha de Candia). Júlio Martins
levantou a sua origem pessoalmente, em visita à Europa.
Meus filhos herdaram ainda o sangue e nome da família de
minha esposa, D. Zilda, os; Dalmolin e Marcuzzo, famílias
nobres, tradicionais, trabalhadoras e bem sucedidas. Meu
filho Julinê, casado com Licimar Kerber Sucolotti, outra
família tradicional de Frederico Westphalen (RS) que se
migrou para o Centro-oeste e contribui diretamente para o
desenvolvimento.
Quando chegamos à região Centro-oeste do Brasil, mais
precisamente, no Chapadão do Pouso Frio, continuei me
47
sentindo discriminado, agora pelos nativos da região. Eu era
um bambachudo de uma região de gente brava, matadores,
devido às revoluções que fazem parte da história do Brasil,
com participação direta dos gaúchos, como; a Revolução
Farroupilha, Revolução de 1.893, participação na Guerra do
Paraguai e participação na Coluna Prestes. Até provar o contrário,
eu e meus conterrâneos, muitas vezes nos sentimos
discriminados naquela época.
Hoje o Chapadão do Pouso Frio, o Centro-oeste e o Brasil
reconhecem que o povo gaúcho é trabalhador, hospitaleiro,
pacificador e principalmente, impulsiona o desenvolvimento.
Sinto-me, apesar disso tudo, participante deste grande
evento que é a colonização e a transformação do centro-oeste,
norte e nordeste brasileiro, no grande celeiro do mundo.
Como dizem, o Estado do Rio Grande do Sul é o pé do Brasil,
que sustentou o peso do desenvolvimento por muitos anos.
(Júlio Alves Martins)