Folha CIDADE BAIXA.indd - Jornal Folha Cidade Baixa
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Ponto de Vista<br />
Drª. Fabiola Mansur<br />
CEAPG é referência no<br />
tratamento do glaucoma<br />
Benício José dos Santos Filho: “Com a medicação de grace fi ca mais fácil controlar a doença.”<br />
Que a Bahia é o estado com<br />
maior número de negros do<br />
país, a maioria das pessoas<br />
sabe. O que muitos ainda desconhecem<br />
é que a raça é um dos principais<br />
fatores de risco para o desenvolvimento<br />
do glaucoma, a terceira<br />
maior causa de cegueira do Brasil e a<br />
maior causa de cegueira irreversível.<br />
Não é à-toa que, desde o dia 20<br />
de novembro de 2010, Salvador<br />
passou a contar com o Centro de<br />
Atenção ao Paciente Glaucomatoso<br />
(CEAPG). Lançado justamente no<br />
Dia da Consciência Negra, o Centro<br />
– que faz parte do Programa de<br />
Assistência ao Portador de Glaucoma,<br />
referência no combate à doença<br />
INCIDÊNCIA<br />
De acordo com a oft almologista<br />
Fabíola Mansur, os negros têm<br />
mais chance de desenvolver a doença.<br />
Só para se ter uma ideia, dados<br />
da Organização Mundial de Saúde<br />
(OMS) revelam que a incidência de<br />
glaucoma entre a população é de 1%<br />
a 2%. Na Bahia, a incidência é muito<br />
superior, entre 4% e 5%. “Não temos<br />
ainda uma explicação para isso, mas<br />
é certo que os negros devem redo-<br />
– inova ao prestar atendimento integral<br />
ao paciente.<br />
“O grande diferencial<br />
do CEAPG é a centralização<br />
do tratamento, que<br />
abrange desde a consulta<br />
básica com o oft almologista,<br />
os exames complementares<br />
até o tratamento,<br />
com a distribuição<br />
gratuita dos colírios”, explica<br />
a coordenadora do<br />
Centro, Fabíola Mansur,<br />
que é também diretora<br />
médica da clínica Oft almoDiagnose,<br />
onde fun-<br />
ciona o CEAPG.<br />
O Centro atende uma<br />
brar os cuidados”, alerta.<br />
A doença conta ainda com outros<br />
fatores de risco como o aumento<br />
da pressão ocular, herança familiar<br />
e idade, já que é mais comum<br />
em pessoas acima de 40 anos. Devem<br />
fi car atentos também aqueles<br />
com alta miopia e diabetes.<br />
Há dois exames principais para<br />
o diagnóstico da doença que são: a<br />
medida da pressão ocular e o exa-<br />
média de 1.500 pessoas por mês e<br />
conta com uma equipe com oito<br />
profi ssionais. “Um dos maiores problemas<br />
era a falta de adesão ao tratamento,<br />
em muitos casos, por conta<br />
do custo dos colírios que são utilizados<br />
para controlar a pressão. Com a<br />
distribuição gratuita, é muito mais<br />
fácil manter o paciente em tratamento”,<br />
afi rma a oft almologista Fabíola<br />
Mansur.<br />
O preço dos colírios indicados<br />
para o tratamento do glaucoma custam,<br />
em média, R$ 100, sendo que,<br />
na maioria dos casos, o paciente deve<br />
utilizar mais de um colírio que deverá<br />
ser instilado de uma a três vezes ao<br />
dia, o que difi culta o tratamento.<br />
Esse foi o caso do autônomo Benício<br />
José dos Santos Filho, de 44 anos.<br />
Com uma renda mensal no valor de<br />
um salário mínimo, ele era obrigado<br />
a pagar R$ 124 pelo colírio todo mês.<br />
O glaucoma é uma doença silenciosa<br />
e assintomática que pode cegar.<br />
“É um inimigo oculto da visão que<br />
vai danifi cando o nervo óptico aos<br />
poucos, causando a perda lateral do<br />
campo visual. Quando a pessoa se dá<br />
conta, a visão central já está acometida”,<br />
esclarece Mansur. A doença não<br />
tem cura, mas tem controle. “O que<br />
cega hoje é a desinformação e a fal-<br />
Drª. Fabiola Mansur: “O que cega hoje é a desinformação e<br />
a falta de adesão ao tratamento.”<br />
13<br />
me de fundo de olho, para avaliar o<br />
nervo óptico. O comparecimento ao<br />
oft almologista vai depender da situação<br />
de cada indivíduo, podendo<br />
ser de três em três meses, semestralmente<br />
ou apenas uma vez ao ano.<br />
“O período vai depender dos fatores<br />
de risco. Quanto mais fator de risco<br />
o paciente tem, mais frequentemente<br />
terá que ir ao oft almologista”,<br />
explica.<br />
Thiana Chaves - Repórter<br />
Gilmar Santos - Fotos<br />
ta de adesão ao tratamento. Com o<br />
diagnóstico precoce e o tratamento<br />
contínuo é possível evitar os danos<br />
causados pela doença”, alerta Fabíola<br />
Mansur.<br />
Para se cadastrar no programa, o<br />
paciente deve comparecer ao Centro<br />
com o cartão do Sistema Único<br />
de Saúde (SUS). Os colírios também<br />
podem ser adquiridos no Centro<br />
de Referência Estadual para Assistência<br />
Oft almológica – CREOFT,<br />
que funciona no Hospital São Jorge<br />
(PAN-Roma), no Largo de Roma.<br />
PERFIL<br />
Fabíola Mansur é carioca, residindo<br />
em Salvador desde 1977,<br />
onde começou sua carreira profi ssional.<br />
Foi a primeira mulher do<br />
Nordeste brasileiro a compor a diretoria<br />
do Conselho Brasileiro de<br />
Oft almologia. Recentemente, foi<br />
eleita a primeira diretora de Defesa<br />
Profi ssional da Associação Bahiana<br />
de Medicina, biênio 2008/2010.<br />
Médica oft almologista, cirurgiã<br />
de catarata e refrativa a laser,<br />
com mais de 12 mil olhos operados.<br />
Uma profi ssional premiada e<br />
reconhecida por sua competência,<br />
exercício ético e ações em defesa<br />
da saúde pelos colegas e entidades<br />
médicas, na Bahia e Brasil.<br />
Graduada pela UFBA, com especialização<br />
em oft almologia no<br />
Hospital das Clínicas e pós-graduação<br />
na Universidade de Miami,<br />
EUA. Preocupada com gestão, faz<br />
MBA em Saúde pela Fundação Getúlio<br />
Vargas.<br />
Ciente de seu papel social,<br />
idealiza e promove com seus parceiros,<br />
campanhas de combate às<br />
principais causas de cegueira tais<br />
como: glaucoma, catarata e retinopatia<br />
diabética, além de ações<br />
educacionais na área de saúde, benefi<br />
ciando mais de 30 mil baianos.<br />
SERVIÇO<br />
Mais informações sobre os<br />
serviços e tratamentos oferecidos<br />
pela Oft almodiagnose<br />
através do site www.oft almodiagnose.com.br<br />
ou pelo telefone<br />
3183.8000. A Clinica fi ca<br />
localizada na Avenida Ademar<br />
de Barros, número 422, em<br />
Ondina, próximo à UFBA e ao<br />
Jardim Zoológico.