12.04.2013 Views

Revista da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras

Revista da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras

Revista da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

18<br />

Poemas <strong>de</strong> Manoel <strong>de</strong> Barros<br />

Pantanal<br />

Viajando...<br />

Apear à margem dos banhados<br />

Beber água dormi<strong>da</strong> nos balcedos<br />

Dos aguapezais...<br />

Viajando...<br />

Despir-se à margem dos corixos<br />

Dar cangapés nas águas virgens, na ferrugem<br />

Das pedras-cangas...<br />

Viajando...<br />

Apear <strong>de</strong>scalço, à margem <strong>de</strong> uma sanga<br />

Aberta no cerrado<br />

E adormecer num tronco recostado...<br />

Viajando...<br />

Curvar-se até o chão<br />

Para sorver a água que irrompe <strong>de</strong> olheiros<br />

Na estra<strong>da</strong>...<br />

Viajando...<br />

Mor<strong>de</strong>r pitanga!<br />

(POESIAS, 1956, p.60)<br />

Mundo Renovado<br />

No Pantanal ninguém po<strong>de</strong> passar régua. Sobremuito quando<br />

chove. A régua é existidura <strong>de</strong> limite. E o Pantanal não tem limites.<br />

Nos pátios amanhecidos <strong>de</strong> chuva, sobre excrementos meio <strong>de</strong>rretidos,<br />

a surpresa dos cogumelos! Na beira dos ranchos, nos canteiros<br />

<strong>da</strong> horta, no meio <strong>da</strong>s árvores do pomar, seus branquíssimos corpos sem<br />

raízes se multiplicam.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>da</strong> <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> <strong>Sul</strong>-<strong>Mato</strong>-<strong>Grossense</strong> <strong>de</strong> <strong>Letras</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!