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Outubro 2011 - Centro Lusitano de Zurique

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PSICOLOGIA<br />

Vicente L. <strong>de</strong> Moura<br />

LUSITANO 10-11 | 10<br />

Vozes Internas<br />

As pessoas religiosas antigamente diziam que tínhamos sempre um anjinho da guarda do lado direito e<br />

um diabinho do lado esquerdo e, a cada <strong>de</strong>cisão que precisássemos tomar, eles davam as suas opiniões,<br />

tentando influenciar o nosso comportamento para o bem ou para o mal.<br />

Esta é uma forma <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r as vozes internas que aparecem nos momentos que mais necessitamos,<br />

ou nos momentos mais inoportunos.<br />

Hoje gostaria apresentar o que são tais vozes do ponto <strong>de</strong> vista psicológico. As vozes internas são autónomas,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> nossa vonta<strong>de</strong>, e muitas vezes fascinam-nos, ou por possuírem uma sabedoria<br />

profunda, ou uma malda<strong>de</strong> sem limites.<br />

Elas vêm <strong>de</strong> um lado <strong>de</strong> nós que <strong>de</strong>sconhecemos, ao qual chamamos <strong>de</strong> Inconsciente. No inconsciente<br />

encontra-se aquilo que temos <strong>de</strong> melhor e <strong>de</strong> pior, as nossas experiências, memórias e sentimentos e<br />

também nosso potencial. No inconsciente, nossas i<strong>de</strong>ias e emoções tem a tendência <strong>de</strong> se arranjarem,<br />

<strong>de</strong> se misturarem e <strong>de</strong> formarem complexos. Estes são os elementos são moldados por nossas experiências<br />

e estruturam a forma como respon<strong>de</strong>mos aos factos da vida.<br />

O complexo não é apenas algo negativo, pois po<strong>de</strong>m também serem formado por emoções e i<strong>de</strong>ias<br />

positivas, que nos trazem alívio e consolo em um momento difícil. Quando um complexo inconsciente<br />

tem muitas emoções ligadas a ele, este po<strong>de</strong> ser percebido na nossa consciência. E uma das maneiras<br />

<strong>de</strong> percebermos nossos complexos está exactamente na voz interior.<br />

Ouvir a voz interior significa avaliar o que nossas emoções e i<strong>de</strong>ias, ou seja, os nossos complexos, nos<br />

estão a dizer. Mas isto não quer dizer que <strong>de</strong>vamos obe<strong>de</strong>cer cegamente ou negar o que ouvimos da<br />

nossa voz interior.<br />

Ao consi<strong>de</strong>rarmos nossa voz interior <strong>de</strong>sta maneira, perceberemos o que se passa connosco e assim<br />

po<strong>de</strong>remos lidar melhor com aquilo que se passa ao nosso redor. O importante é entrar em contacto e<br />

questionar o que ouvimos, pois, seja a voz <strong>de</strong> um anjinho ou <strong>de</strong> um diabinho, a responsabilida<strong>de</strong> final<br />

sobre o que fazer cabe a cada um. É <strong>de</strong>sta forma que po<strong>de</strong>remos <strong>de</strong>scobrir aquilo que realmente somos.

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