Outubro 2011 - Centro Lusitano de Zurique

INFANTIL
Problemas cardiovasculares em crianças
Zuila Messmer
No dia 30 de Setembro comemora-se o Dia
Mundial do Coração. Devido à sua importância
como órgão vital e emocional, abordarei
ao tema levando em consideração as problemáticas
em sua fase de formação e nos primeiros
anos de vida.
Os problemas de coração nas crianças podem
ser detectados desde a décima oitava
e décima nona semana de gestação e, em
alguns casos, desde a décima terceira. Para
isso, os pediatras contam com a tecnologia
que os ajudam a identificar os sinais das diferentes
doenças que acometem o aparelho
cardiovascular. É na gestação e nos primeiros
três anos de vida que são estabelecidos mecanismos
biológicos que nos acompanharão
ao longo da vida.
Nos primeiros dias de vida desencadeiam-se
mudanças importantes no aparelho cardiovascular
infantil. A circulação que antes era
uterina necessitará adaptar-se à vida fora
do ventre materno, daí a importância de conhecer
e acompanhar tais mudanças com
exames complementares, que incluem a medição
da altura, do peso, idade gestacional, a
alimentação, respiração, o nível de actividade
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física, a presença de dores ou dificuldades
articulares. É importante avaliar o resultado
deste estudo de diagnóstico, levando em
consideração os antecedentes hereditários e
as características de saúde da mãe durante a
gravidez.
O risco da doença cardíaca congénita (doenças
por falha na formação do órgão) é alarmante,
com maior incidência se um familiar
directo for portador de alguma patologia.
As cardiopatias congénitas costumam ser as
patologias mais comuns quando se detecta
alguma dificuldade cardiovascular nas crianças.
O exame clínico, o eletrocardiograma, o
RX e a avaliação da função cardíaca podem
identificar facilmente a insuficiência cardíaca.
Se tratadas rapidamente evita comprometimento
maior na saúde da criança. Lamentavelmente
pode acontecer das manifestações
da doença só aparecerem na adolescência
ou na fase adulta.
Causas
Há uma variedade de causas. Além da herança
e dos factores genéticos estão as de natureza
ambiental, tais como infecção, radiação,
drogas, diabete, lúpus, Síndrome de Down
entre outras.
As cardiopatias congénitas são classificadas
em Acianóticas e Cianóticas.
Acianóticas são aquelas em que a patologia
causa uma deficiência de oxigénio no organismo.
As Cianóticas são tão complexas que
fazem com que as crianças apresentem cor
azulada da pele e das extremidades, denunciando
uma grande falta de oxigénio e por
isso é grave.
Estes defeitos na formação no coração impedem
que ele bombeie sangue adequadamente
até os pulmões e outras partes do
corpo, causando uma insuficiência cardíaca.
A criança afectada sentirá palpitações, dificuldades
para respirar, falta de apetite, perda
de peso e outros.
Prevenção e tratamento
Dependendo da patologia, trata-se com medicamentos.
Os casos mais complexos são
encaminhados para que seja efectuada uma
cirurgia reparadora, e ainda há casos tão graves
que requerem um transplante cardíaco.
A ciência e a medicina actual tem evoluído
muito, o que vem permitindo a implementação
de técnicas avançadas com possibilidade
de cirurgias até em recém-nascidos.
As experiências e as expectativas com relação
as enfermidades cardiovasculares em crianças
estão cada vez mais animadoras. Importante
é o controlo médico e à atenção dos
pais perante os sinais e sintomas que seus
filhos possam apresentar. Também é importante
ter atenção aos antecedentes familiares
e só isso já deve ser motivo para uma consulta
ao pediatra.
Uma boa alimentação, a actividade física e
outras medidas preventivas são factores variáveis
que melhoram a qualidade de vida e
a chegada da maturidade. A história familiar
é um factor de risco fácil de identificar, daí a
importância dos cuidados médicos, do acompanhamento
tanto da mãe, desde a gestação,
como do filho, desde o nascimento, até
a vida adulta.