propriedades macroscopicas dos minerais
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GM-861 – MINERALOGIA<br />
Identificação Macroscópica de Minerais<br />
As inúmeras espécies <strong>minerais</strong> podem ser identificadas através de varias <strong>propriedades</strong> que são<br />
características de cada espécie. Através da determinação cuida<strong>dos</strong>a de cada propriedade do<br />
mineral avaliado, pode se chegar ao nome do mesmo de forma expedita e sem necessidade de<br />
analises mais precisas e de elevado custo (analises químicas, raio-X, microscopia, etc).<br />
As <strong>propriedades</strong> podem ser:<br />
1. Morfológicas<br />
2. Óticas<br />
3. Físicas<br />
a. hábito ou forma externa<br />
b. simetria<br />
c. geminações<br />
a. brilho e cor<br />
a. Traço<br />
b. Dureza<br />
c. clivagem e fratura<br />
d. densidade<br />
e. flexibilidade<br />
f. fusibilidade<br />
4. Magnéticas e elétricas<br />
5. químicas<br />
HÁBITO:<br />
a. Magnetismo<br />
b. Piezeletricidade<br />
c. Pireletricidade<br />
É a forma externa mais comum ou característica de um mineral. O mineral galena, por<br />
exemplo, possui hábito cúbico, ou seja, a forma externa do cristal da galena é um cubo. Isto não<br />
significa que não existem cristais de galena com outras formas, mas sim que a forma mais<br />
comum ou característica da galena é a cúbica. Quanto aos fatores determinantes do hábito <strong>dos</strong><br />
<strong>minerais</strong>, pensa-se que a composição da solução, a velocidade de crescimento do cristal, a
temperatura e a pressão da solução desempenham um papel na determinação do hábito. Nem<br />
sempre, porém, o mineral apresenta-se com seu hábito comum. São comuns os casos em que,<br />
por falta de espaço ou por interferência de outros <strong>minerais</strong> vizinhos, o cristal configura uma<br />
massa cristalina homogênea; diz-se neste caso que o cristal é malformado, e tem o hábito<br />
maciço.<br />
Os hábitos mais comuns <strong>dos</strong> cristais isola<strong>dos</strong> são:<br />
1. Equidimensionais:<br />
a. Cúbico (fluorita)<br />
b. Octaédrico (diamante)<br />
c. Tetraédrico (esfalerita)<br />
d. Romboédrico (calcita)<br />
e. Dodecaédrico (pirita)<br />
2. Prismáticos:<br />
a. Curto (berilo)<br />
b. Longo (turmalina)<br />
c. Acicular / capilar (rutilo)<br />
d. Tabular (feldspatos)<br />
e. Laminar ou lamelar (mica)<br />
Os hábitos mais comuns <strong>dos</strong> agrega<strong>dos</strong> cristalinos são:<br />
- Drusiforme (quartzo)<br />
- Colunar (sillimanita)<br />
- Fibroso (crisotila – asbestos)<br />
- Radiado (Wollastonita)<br />
- Reniforme (malaquita)<br />
- Botrioidal (pirolusita) - cacho de uvas<br />
Os hábitos mais comuns <strong>dos</strong> agrega<strong>dos</strong> granulares são:<br />
- Globular (cromita)<br />
- Oolítico - ovas de peixe (limonita)<br />
- Terroso (bauxita, garnierita)<br />
- Microcristalino (dolomita, magnesita)<br />
Entre os agrega<strong>dos</strong> diversos, podemos ter ainda os hábitos:
DUREZA:<br />
- Dendrítico / arborescente (cobre e prata nativos)<br />
- Reticulado (bismuto nativo)<br />
- Amigdalóide (quartzo)<br />
- Estalactítico (calcita)<br />
É a resistência que a superfície lisa de um mineral oferece ao ser riscada. A dureza<br />
relativa é dada pela Escala de Mohs:<br />
Parâmetros relativos Mineral Du<br />
São risca<strong>dos</strong> pela unha Talco - Mg3 Si4O10 OH2<br />
Gipsita - CaS04.2H2<br />
São risca<strong>dos</strong> pelo canivete e vidro Calcita – CaCO3<br />
Fluorita – CaF2<br />
Apatita – Ca5 (F,Cl, OH) PO4<br />
Não são risca<strong>dos</strong> pelo canivete e riscam o vidro Ortoclásio - KAlSi3O8<br />
Quartzo – SiO2<br />
Topázio – Al2 (SiO4) (F, OH)2<br />
Coríndon – Al2O3<br />
Diamante - C
Dureza de alguns materiais:<br />
- Unha: 2,5<br />
- Cobre: 3,0<br />
- Canivete: pouco acima de 5<br />
- Vidro: 5,5<br />
- Porcelana: 6,5<br />
A dureza de um mineral depende das forças se união entre os átomos. Quanto mais fortes<br />
as forças de união entre os átomos, maior dureza terá o mineral.<br />
Alguns cuida<strong>dos</strong> devem ser toma<strong>dos</strong> ao se riscar os <strong>minerais</strong> para uma correia<br />
determinação da dureza:<br />
a) deve-se ter certeza que o mineral riscado apresenta um sulco;<br />
b) deve ser usada (de preferência) uma superfície lisa e fresca do mineral a ser<br />
riscado;<br />
c) os <strong>minerais</strong> pulverulentos ou quebradiços não devem ser submeti<strong>dos</strong> ao risco;<br />
d) em caso de dúvida, devesse inverter os materiais, isto é, riscar A com B e depois<br />
B com A.<br />
Alguns <strong>minerais</strong> possuem durezas diferentes conforme a direção. O mais notável exemplo<br />
de mineral com duas durezas é a cianita, que possui dureza 5 na direção de maior comprimento<br />
do cristal (é um cristal alongado numa direção) e dureza 7 na direção perpendicular à direção do<br />
comprimento.<br />
CLIVAGEM E FRATURA<br />
Clivagem:<br />
Diz-se que um mineral possui clivagem quando, aplicando-se uma força adequada, ele se<br />
rompe segundo uma ou mais superfícies planas definidas. A clivagem pode ou não existir. A<br />
clivagem depende da estrutura do cristal e ocorre sempre paralelamente aos planos <strong>dos</strong> átomos<br />
que possuem entre si uma correlação de forças de ligação mais fraca do que nos outros planos<br />
da estrutura. A clivagem vai ocorrer ao longo desses planos.<br />
Fratura:<br />
É a maneira pela qual um mineral se rompe, quando essa ruptura não se dá ao longo de<br />
superfície de clivagem. Dos diversos tipos de fratura que podem ser definidas, apenas a<br />
conchoidal é diagnóstica para alguns <strong>minerais</strong>. Este tipo de fratura apresenta superfícies lisas e
curvas, semelhantes às de uma concha. Ex: vidro vulcânico (obsidiana), quartzo, granada.<br />
BRILHO<br />
É a aparência geral da superfície de um mineral à luz refletida. O brilho pode ser de dois<br />
grandes tipos apenas, metálico e não-metálico. Os <strong>minerais</strong> sem brilho são chama<strong>dos</strong> de foscos.<br />
É chamado metálico quando o mineral tem a aparência brilhante de um metal. Os demais<br />
<strong>minerais</strong> têm um brilho não-metálico e os seguintes termos são usa<strong>dos</strong> para designar os tipos de<br />
brilho não-metálico:<br />
- vítreo: brilho de vidro<br />
- resinoso: aparência de resina<br />
- nacarado ou perláceo: aparência iridescente de uma pérola<br />
- se<strong>dos</strong>o: semelhante à seda<br />
- adamantino: intenso como o do diamante<br />
No caso de não se possuir elementos para a identificação de algum tipo acima<br />
mencionado, apenas rotule o brilho como não metálico.<br />
COR<br />
A cor <strong>dos</strong> <strong>minerais</strong> de brilho metálico ê uma propriedade física definida e constante e por<br />
isso constitui-se numa propriedade importante na determinação do mineral. No entanto, varias<br />
tonalidades de uma mesma cor podem ocorrer nos <strong>minerais</strong> metálicos, como no exemplo abaixo<br />
de <strong>minerais</strong> com Cu:<br />
- cobre nativo: vermelho-cobre<br />
- pirrotita: amarelo-bronze<br />
- calcopirita: amarelo-latão avermelhado<br />
Entre os <strong>minerais</strong> de brilho não metálico deve-se distinguir os idiocromáticos, isto é, de cor<br />
própria e constante, dependente da composição química, como o enxofre (amarelo), malaquita<br />
(verde), azurita (azul), e os alocromáticos, isto é, de cor variável com a composição química ou<br />
com a presença de impurezas. Estes últimos são normalmente incolores quando puros, podendo<br />
apresentar diversas cores pela variação na composição ou pela presença de impurezas. Por<br />
exemplo:<br />
- fluorita: incolor, amarela, verde, violeta, azul<br />
- quartzo: incolor, amarelo, róseo, verde, violeta, preto<br />
Portanto, embora a cor represente uma propriedade física importante na determinação do<br />
mineral, ela deve ser usada com cautela.
TRAÇO:<br />
Dá-se o nome de traço ou cor do traço à cor do pó de mineral. Para se obter esse pó<br />
esfrega-se o mineral sobre uma placa lisa de porcelana não polida e observa-se a coloração do<br />
traço. O traço é uma propriedade importante na identificação <strong>dos</strong> <strong>minerais</strong> de brilho metálico e de<br />
alguns não-metálicos.<br />
Bibliografia<br />
DANA e HURLBUT - Manual de Mineralogia. Livro Técnico / EDUSP - várias edições.<br />
LEINZ, CAMPOS - Guia para determinação de <strong>minerais</strong>, 2 vols. Cia. Ed. Nacional - EDUSP -<br />
varias edições.