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Em O Repórter podia ler-se que as notícias dos crimes <strong>de</strong><br />

Londres transportavam os leitores para cenários <strong>de</strong> “um romance<br />

terrível <strong>de</strong> Zaccone ou Gaboriau”. (Anónimo, 1888y:2) 37<br />

O articulista referia-se aos escritores franceses Pierre Zaccone<br />

(1817-1895) e Émile Gaboriau (1832-1873), ambos romancistas<br />

muito populares à época, <strong>de</strong>vido ao pendor policial das suas<br />

narrativas ficcionais.<br />

Deste modo, verifica-se que, embora os jornais portugueses<br />

tivessem <strong>de</strong>sempenhado a sua função <strong>de</strong> veículos transmissores<br />

<strong>de</strong> factos ocorridos em Inglaterra, não se limitaram exclusivamente<br />

a informar, pois, <strong>de</strong> uma forma nem sempre explícita,<br />

preten<strong>de</strong>ram também <strong>de</strong>nunciar a face oculta da capital do po<strong>de</strong>roso<br />

império britânico: a miséria e a criminalida<strong>de</strong> que grassavam<br />

nas ruas escuras <strong>de</strong> Londres.<br />

Divulgação noticiosa do caso <strong>de</strong> “Jack o Estripador” na imprensa<br />

periódica portuguesa. [Imagem a cores na página 295].<br />

Esta <strong>de</strong>núncia foi realizada não só através das notícias publicadas<br />

na imprensa, mas também mediante material <strong>de</strong> teor<br />

literário, <strong>de</strong> cariz diverso, parte do qual se encontra igualmente<br />

presente nos periódicos analisados, 38 mas que <strong>de</strong>vido à sua<br />

dimensão não po<strong>de</strong>ria constituir objecto <strong>de</strong> estudo do presente<br />

trabalho.<br />

37 V. Bibliografia primária, Anónimo. 1888y, “Ecos e Notícias”. O Repórter. <strong>Lisboa</strong>:<br />

21 <strong>de</strong> Setembro, 263:2.<br />

38 Cf. Brito, 2008.<br />

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