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Untitled - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

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Norte-americanas. Estes não tardariam em proce<strong>de</strong>r à ocupação<br />

ou anexação <strong>de</strong> Goa, Macau e da Ma<strong>de</strong>ira, representando a<br />

1.ª Invasão Francesa para esta ilha um período <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong><br />

na História da Europa associado ao po<strong>de</strong>r britânico e ao movimento<br />

global das tropas <strong>de</strong> Sua Majesta<strong>de</strong> visando a <strong>de</strong>rrota<br />

das forças <strong>de</strong> Napoleão e o travejamento das condições subjacentes<br />

a uma política imperial que, tendo já tradição no século<br />

XVIII, iria consolidar-se durante o século XIX:<br />

— (…) A mim cheira-me que o cuter não vem <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>,<br />

mas sim da Inglaterra. (…) Eles já estão <strong>de</strong> posse das fortalezas,<br />

e se essa tropa não nos tem incomodado muito é por<br />

manha.<br />

Diz-se que a Inglaterra quer a ilha para si, pois é muito<br />

rica, com bons vinhos, e que em sendo <strong>de</strong>les, o terão mais<br />

barato; que lá na sua terra há gente <strong>de</strong> mais, e que nós temos<br />

o Brazil que tem gente <strong>de</strong> menos, para on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos<br />

ir, por bem, ou por mal. (ASC: 81)<br />

De sublinhar, neste passo, que, embora <strong>de</strong>scomedida nas<br />

palavras e <strong>de</strong>sconhecedora do real po<strong>de</strong>r do pavilhão que vê nos<br />

navios <strong>de</strong> linha e <strong>de</strong> transporte, a personagem <strong>de</strong> Angela Santa<br />

Clara revela, nesta imagem-argumento da ambição britânica, a<br />

unida<strong>de</strong> passional que habita o espírito popular, mostrando-se<br />

certa no prognóstico da “benigna protecção”, e acutilante na<br />

análise da ruína da economia do país e, em particular, do comércio<br />

ma<strong>de</strong>irense.<br />

Se a visão expansionista <strong>de</strong> Bonaparte colocara a ilha portuguesa<br />

como alvo preferencial, esta surgia também como preocupação<br />

<strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m da parte dos britânicos, conhecedores<br />

da atitu<strong>de</strong> da Espanha, que usaria as Canárias como entreposto<br />

dos rendimentos vindos da América; a ameaça espanhola<br />

justificou a proposta <strong>de</strong> ocupação imediata da Ma<strong>de</strong>ira, pois<br />

estava em causa a distribuição do po<strong>de</strong>r no Atlântico. O temor<br />

da eficácia da artilharia da Royal Navy sob as or<strong>de</strong>ns do Comandante<br />

Bowen sustentou a ocupação, serena, por cerca <strong>de</strong><br />

4000 homens comandados pelo Coronel William Henry Clinton<br />

− que permaneceria no Funchal entre Julho <strong>de</strong> 1801 e Janeiro<br />

<strong>de</strong> 1802 −, situação que se solveria com a Paz <strong>de</strong> Amiens:<br />

Na manhã <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1801, fun<strong>de</strong>ava na baía do<br />

Funchal uma divisão naval ingleza composta da nau <strong>de</strong> linha<br />

“Argo”; da fragata “Carrisford” e da canhoeira “Falcon”,<br />

comboiando os transportes “Cignet”, “Warrior”, “Alexan<strong>de</strong>r”,<br />

“Magestic” e “Champion” que conduziam a seu bordo perto<br />

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