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Corrente nº 34 – ago/2012 - WIZO Brasil

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entrevista ROBERt WIstRIcH<br />

16 corrente<br />

se alguém aTaca judeus, chama alguém de<br />

judeu sujo em Público, Por exemPlo, em muiTos<br />

Países Pode aTé ser Preso. se for um PolíTico,<br />

Pode ser o fim de sua carreira. mas você Pode<br />

demonizar o sionismo ou israel o quanTo<br />

quiser e não há Punição nem condenação. você<br />

Pode aTé ser aPlaudido Por isso.<br />

É uma expressão muito mais potente de ódio.<br />

Apesar disso, há casos em que os ódios são paralelos.<br />

E talvez esse evento em Toulouse seja o<br />

caso, porque o assassino alvejou judeus e também<br />

soldados muçulmanos que considerava traidores<br />

do Islã. Não é o mesmo que matar crianças judias,<br />

mas há um paralelo.<br />

Em movimentos fascistas há pessoas que<br />

odeiam tanto judeus como muçulmanos, porque<br />

são vistos como estranhos a sua cultura, mas não é<br />

o mesmo tipo de ódio.<br />

Em relação aos judeus há uma suspeita, embora<br />

eles sejam em número muito menor que<br />

os muçulmanos. Hoje há entre 35 e 40 milhões<br />

de muçulmanos na Europa e apenas um milhão<br />

de judeus. E ainda assim, o antissemitismo, em<br />

muitos países, é provavelmente mais forte que a<br />

islamofobia.<br />

Segundo as estatísticas, num país como a França,<br />

nos últimos cinco ou seis anos, o número absoluto<br />

de ataques antissemitas foi muito maior que<br />

os ataques racistas em geral e contra os muçulma-<br />

nos. E há dez vezes mais muçulmanos na França<br />

do que judeus.<br />

Há paralelos entre o antissemitismo na Europa<br />

de antes do Holocausto e de hoje?<br />

Hoje é bem mais sutil. O tipo clássico de antissemitismo,<br />

que existia em quase toda a Europa<br />

antes do Holocausto, foi para o subterrâneo. Aos<br />

poucos começou a reaparecer na superfície, na vida<br />

social, em conversas privadas.<br />

Eu lembro porque cresci na Europa e era muito<br />

visível na escola, até na universidade, mas não era<br />

politicamente ativo porque não era respeitável. E<br />

isso tem a ver com o Holocausto e com o estabelecimento<br />

de Israel, que no começo era visto positivamente<br />

em muitos países da Europa.<br />

Essas reações mudaram e o antissemitismo<br />

tradicional passou por uma metamorfose, em que<br />

foi absorvido sob o rótulo de hostilidade a Israel. A<br />

maior razão para isso é que não há lei em nenhum<br />

país contra ataques a Israel, mesmo de forma difamatória.<br />

Se alguém ataca judeus, chama alguém<br />

de judeu sujo em público, por exemplo, em muitos<br />

países pode até ser preso. Se for um político, pode<br />

ser o fim de sua carreira. Mas você pode demonizar<br />

o sionismo ou Israel o quanto quiser e não há punição<br />

nem condenação. Você pode até ser aplaudido<br />

por isso. As pessoas que têm fortes sentimentos<br />

contra judeus acharam a cobertura perfeita.<br />

Ativistas pró-arabes dizem que deve-se separar<br />

as críticas a Israel do antissemitismo. Como o<br />

sr. faz a distinção?

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