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O Espírito da Verdade - GE Fabiano de Cristo

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Após ouvi-lo, generoso, o funcionário angélico falou sereno:<br />

– Barsabás, ca<strong>da</strong> fragmento luminoso que contemplas é uma<br />

prece <strong>de</strong> gratidão que subiu <strong>da</strong> Terra...<br />

– Ai <strong>de</strong> mim – soluçou o <strong>de</strong>sventurado – eu jamais fiz o<br />

bem...<br />

– Em ver<strong>da</strong><strong>de</strong> – prosseguiu o informante –, trazes contigo, em<br />

gran<strong>de</strong>s sinais, a pranto e o sangue dos doentes e <strong>da</strong>s viúvas, dos<br />

velhinhos e órfãos in<strong>de</strong>fesos que <strong>de</strong>spojaste, nos teus dias <strong>de</strong><br />

invigilância e <strong>de</strong> cruel<strong>da</strong><strong>de</strong>; entretanto, tens aqui, em teu crédito,<br />

uma oração <strong>de</strong> louvor...<br />

E apontou-lhe acanha<strong>da</strong> estrela, que brilhava à feição <strong>de</strong> pequenino<br />

disco solar.<br />

– Há trinta e dois anos – disse, ain<strong>da</strong>, o instrutor –, <strong>de</strong>ste um<br />

pão a uma criança e essa criança te agra<strong>de</strong>ceu, em prece ao<br />

Senhor <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong>.<br />

Chorando <strong>de</strong> alegria e consultando velhas lembranças, Barsabás<br />

perguntou:<br />

– Jonakim, o enjeitado?<br />

– Sim, ele mesmo – confirmou o missionário divino –. Segue<br />

a clari<strong>da</strong><strong>de</strong> do pão que <strong>de</strong>ste, um dia, por amor, e livrar-te-ás, em<br />

<strong>de</strong>finitivo, do sofrimento nas trevas.<br />

E Barsabás acompanhou o tênue raio do tênue fulgor que se<br />

<strong>de</strong>sprendia <strong>da</strong>quela gota estelar, mas, em vez <strong>de</strong> elevar-se às<br />

alturas, encontrou-se numa carpintaria humil<strong>de</strong> <strong>da</strong> própria Terra.<br />

Um homem calejado aí refletia, manobrando a enxó em pesado<br />

lenho...<br />

Era Jonakim, aos quarenta <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Como se estivessem os dois i<strong>de</strong>ntificados no doce fio <strong>de</strong> luz,<br />

Barsabás abraçou-se a ele, qual viajante abatido, <strong>de</strong> volta ao<br />

calor do lar.<br />

*<br />

Decorrido um ano, Jonakim, o carpinteiro, ostentava, sorri<strong>de</strong>nte,<br />

nos braços, mais um filhinho, cujos louros cabelos emolduravam<br />

belos olhos azuis.

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