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O Espírito da Verdade - GE Fabiano de Cristo

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acor<strong>da</strong>r no túmulo, agarrado a meu corpo, mazelento e fe<strong>de</strong>ntinoso,<br />

que servia <strong>de</strong> engor<strong>da</strong> a vermes famintos.<br />

Em vão busquei <strong>de</strong>svencilhar-me do arcabouço <strong>de</strong> lama, a<br />

empare<strong>da</strong>r-me na sombra.<br />

Gargalha<strong>da</strong>s irônicas <strong>de</strong> <strong>Espírito</strong>s infelizes cercavam-me a<br />

prisão.<br />

Descrever minha pena é tarefa impossível no vocabulário dos<br />

homens, porque o verbo dos homens não tem bastante força para<br />

pintar o inferno que brame <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> alma.<br />

Por muito tempo, amarguei meu cálice <strong>de</strong> aflição e pavor, até<br />

que mãos amigas me afastaram, por fim, do cárcere <strong>de</strong> lodo.<br />

Vim, então, a saber que Marina, sem culpa, fora sacrifica<strong>da</strong><br />

em minhas mãos <strong>de</strong> louco.<br />

Esposa abnega<strong>da</strong> e inocente que era, simplesmente pedira a<br />

um companheiro <strong>da</strong> vizinhança consertasse, em nosso quarto<br />

humil<strong>de</strong>, a toma<strong>da</strong> elétrica <strong>de</strong>sajusta<strong>da</strong>, a fim <strong>de</strong> passar a roupa<br />

que me era precisa para o dia seguinte.<br />

Transido <strong>de</strong> vergonha e enojado <strong>de</strong> mim, antes <strong>de</strong> suplicar<br />

perdão às minhas pobres vítimas, implorei, humilhado, a prova<br />

que me espera...<br />

E é assim que, falando às almas <strong>de</strong>scui<strong>da</strong><strong>da</strong>s que cultivam na<br />

Terra o vício <strong>da</strong> calúnia, venho dizer a to<strong>da</strong>s, na condição <strong>de</strong> um<br />

réu, que para me curar <strong>da</strong> própria insensatez roguei ao Pai Celeste<br />

e me foi concedi<strong>da</strong> a bênção <strong>de</strong> meio século <strong>de</strong> doença e<br />

martírio, luta e flagelação na dor <strong>de</strong> um corpo cego.<br />

Júlio

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