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FUNÇÕES - Rumo ao ITA

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<strong>FUNÇÕES</strong><br />

1.Definição e Conceitos Básicos<br />

1.1. Definição: uma função f: A B consta de três partes: um conjunto A, chamado<br />

Domínio de f, D(f); um conjunto B, chamado Contradomínio de f, CD(f); e uma regra que<br />

permite associar, de modo bem determinado, a cada a A, um único elemento b = f(a) B.<br />

Isto é, x A, ! f(x) B.<br />

Observações:<br />

1- Para esta apostila, que trata apenas de funções reais de variável real, A e B serão<br />

subconjuntos não vazios do conjunto dos reais, em geral intervalos ou união de intervalos;<br />

2- IMPORTANTE!! Não confundir f e f(x): f é o nome da função, enquanto f(x) é o valor<br />

que a função f assume no ponto x A.<br />

1.2. Exemplos<br />

a) f : R R; f(x) = l x l (função Módulo)<br />

b) g : [10, + ) R; g(x) = x 10<br />

c) h : R \ { 0 } R; h(x) = 1<br />

x<br />

d) i ; R+ R; i(x) = ln x<br />

e) (Função de Dirichlet) f : R { 0; 1 }; f(x) =<br />

0 , x<br />

1, x<br />

Q<br />

R - Q<br />

1.3. IMAGEM ( direta e inversa ) DE UM CONJUNTO POR UMA FUNÇÃO<br />

1.3.1. Quando x percorre<br />

f, ou Im(f). Assim, temos que Im(f) = { f(x), x<br />

(relativos a 1.2 ):<br />

a) Im(f) = R+<br />

b) Im(g) = R+<br />

c) Im(h) = R \ { 0 }<br />

d) Im(i) = R<br />

e) Im(f) = { 0 ; 1 }<br />

o Domínio de f, f(x) descreve um conjunto denominado Imagem de<br />

A }. Convém atentar que Im(f)<br />

B. Exemplos<br />

1.3.2. Entretanto, o conceito de Imagem não se restringe a isso. Consideremos, agora, os<br />

subconjuntos X<br />

A e Y<br />

B. Denomina-se IMAGEM DIRETA de X através de f o conjunto


f(X) = {f(x), x<br />

X}; mais importante ainda é a IMAGEM INVERSA de Y através de f, dada por<br />

f -1 (Y) = { x A, f(x) Y }. Esclarecendo com exemplos:<br />

a) f : R \ { 0 } R; f(x) = 1/x, com X = ( 2/3; 5 ] e Y = [ 0; 1 ] f(X) = [1/5; 3/2) e f -1 (Y) = [ 1; + )<br />

b) g: R R; g(x) = x 4 , X = Y = [ -1, 2]. Neste caso, g(X) = [ 0; 16 ] e g -1 (Y) = [ 0, 4 2 ]<br />

1.3.3. PROPRIEDADES<br />

1) f(X Y) = f(X) f(Y)<br />

2) f(X Y) f(X) f(Y)<br />

3) Se X Y f(X) f(Y)<br />

4) f -1 (W Z) = f -1 (Z) f -1 (W)<br />

5) f -1 (W Z) = f -1 (Z) f -1 (W)<br />

6) Se Z W f -1 (Z) f -1 (W)<br />

7) f -1 (Y C ) = (f -1 (Y)) C<br />

8) f -1 (W<br />

Z) = f -1 (W) f -1 (Z)<br />

2. GRÁFICO DE UMA FUNÇÃO<br />

2.1. Def.: O conjunto G(f) = { (x;f(x)); x<br />

subconjunto de todos os pares ordenados (x;y) de números reais.<br />

2.2. Exemplos<br />

a) Função Módulo b) g(x) = x 10<br />

c) h(x) = 1 d) i(x) = ln x<br />

x<br />

A } é denominado gráfico de f. É, portanto, um


e) ( Esboce! )<br />

3.1. Sejam f, g : A B; A, B<br />

a) f + g: A<br />

b) f . g: A<br />

c) f / g: A<br />

3. OPERAÇÕES COM <strong>FUNÇÕES</strong><br />

R. Define-se:<br />

R por (f + g)(x) = f(x) + g(x);<br />

R por (f . g)(x) = f(x) . g(x);<br />

R por (f / g)(x) = f(x) / g(x).<br />

A operação mais importante envolvendo funções, entretanto, é a COMPOSIÇÃO:<br />

3.2. Def.: Sejam A, B, C<br />

COMPOSTA gof : D A<br />

R, com B<br />

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES!!!:<br />

1) O domínio de gof consiste nos x<br />

obrigatório que B C !!<br />

C, f : A<br />

B e g: C<br />

R por: gof(x) = g(f(x)), x D.<br />

2) O contradomínio de gof é o contradomínio de g.<br />

3.2.1.Exemplo: Sejam f: R<br />

e fog.<br />

R. Definimos FUNÇÃO<br />

A tais que f(x) pertença <strong>ao</strong> domínio de g. Por isso é<br />

R; f(x) = x + 3 e g: R \ { -2 }<br />

a) Com relação a gof, temos que D(gof) = { x<br />

R; f(x)<br />

R \ { -5 }. Assim, gof : R \ { 5 } R; (gof) (x) = g(f(x)) = g(x+3) =<br />

R; g(x)= 2/(x+2). Achemos gof<br />

R \ { -2 } } = { x<br />

( x<br />

2<br />

3)<br />

2<br />

R; x + 3<br />

2<br />

x 5<br />

-2 } =


) Efetuando o mesmo procedimento para fog: D(fog)={ x<br />

portanto, fog : R \ { -2 } R; (fog) (x) = f(g(x)) = f<br />

2<br />

x 2<br />

=<br />

2<br />

x 2<br />

R / g(x)<br />

4.PERIODICIDADE E MONOTONICIDADE<br />

4.1.Def.: f é PERIÓDICA<br />

t<br />

+ 3<br />

R } = R \ { -2 };<br />

R, t 0, tal que x A x + t A e f(x + t)= f(x).<br />

Observações: 1) O número t é chamado de UM período de f;<br />

2) O menor período positivo T é denominado O PERÍODO<br />

período T.<br />

4.2.Def.: Uma função f: A<br />

f(x1)<br />

R<br />

de f, e então f é periódica de<br />

B é denominada crescente (não decrescente) se x1


Observação: TODA função pode se tornar sobrejetora se restringirmos o contradomínio à<br />

sua imagem.<br />

5.1.3. Dizemos que f é BIJETORA (BIJETIVA)<br />

B, ! x A / f(x) = y.<br />

5.2. Exemplos:<br />

1) f: R R, f(x) = ax + b; a, b<br />

R; a 0<br />

a- Temos que f é injetora; senão, dados x1 e x2<br />

+ b ax1 = ax2.Como a 0, então x1 = x2.<br />

b- Além disso, f é sobrejetiva: dado y<br />

1<br />

ax + b = a. y b<br />

a<br />

2) g: R R; g(x) = x 2<br />

+ b = y.<br />

f é injetora e sobrejetora, isto é,<br />

R com f(x1) = f(x2), temos ax1 + b = ax2<br />

R, consideremos x = (y - b) / a<br />

a- Nesse caso, g não é injetora, pois g(-1) = g(1) = 1, mas -1 1;<br />

b- a função g também não é sobrejetora, pois -4<br />

R e não existe x<br />

y<br />

R, então f(x) =<br />

R / g(x) = -4.<br />

Repare que, se construirmos h: R+ R+; h(x) = x 2 , teremos h uma função BIJETORA.<br />

5.3. Algumas propriedades importantes (Prove!)<br />

5.3.1. Sejam as funções f: A B e g: B C. Então são válidas as seguintes afirmações:<br />

1) Se f e g são injetoras, então gof é injetiva de A em C.<br />

2) Se f e g são sobrejetivas, então gof é sobrejetiva de A em C.<br />

3) Se f e g são bijetivas, então gof é bijetiva de A em C.<br />

5.3.2. Toda função estritamente crescente/decrescente é biunívoca. A recíproca é<br />

verdadeira???<br />

5.3.3. f(X<br />

Y)<br />

f(X)<br />

f(Y) somente se f é injetora. O que se pode concluir a partir<br />

dessa propriedade e da propriedade 2) do item 1.3.3.?<br />

6. INVERSÃO DE UMA FUNÇÃO<br />

6


6.1.Uma função IA : A<br />

A definida por IA(x) = x, para todo x<br />

A, é chamada Função<br />

Identidade de A. Com essa definição temos todas as ferramentas necessárias para a<br />

compreensão da FUNÇÃO INVERSA, um dos conceitos mais requisitados pelo <strong>ITA</strong>.<br />

6.2.Def.: Seja f: A<br />

B; A, B<br />

INVERSA de f gof = I = fog.<br />

6.2.1.Exemplos:<br />

R. Uma função g: B<br />

A é denominada FUNÇÃO<br />

1) f: R R, f(x) = x 9 . Uma inversa de f é g: R R,g(x) = 9 x , pois (gof)(x) = (fog)(x) = x.<br />

2) f: R R, f(x) = ax + b,com a 0; a, b R.Uma inversa de f é g:R R, g(x) = (x - b) / a<br />

3) f: R<br />

R+, f(x) = x 2 não admite inversa pois, considerando g: R+<br />

inversa temos gof(-2) = g(f(-2)) = g(4) = 2<br />

Entretanto, se f : R+ R+ , f(x) = x 2 então g(x) = x é uma inversa de f.<br />

-2.<br />

R, g(x) = x como<br />

Observa-se, portanto, que não são todas as funções que admitem inversa. Temos, na<br />

verdade:<br />

6.3.Teorema: f: A B possui inversa f é bijetora.<br />

Demonstração:<br />

( ) f possui inversa<br />

g: B A tal que fog = I = gof.<br />

(I) Mostremos que f é biunívoca: sejam x1, x2<br />

x1 = x2 ;<br />

(II) Mostremos que f é sobrejetora: dado y<br />

f(g(y)) = y.<br />

( ) f é bijetora<br />

Dado y<br />

A tais que f(x1) = f(x2) g(f(x1)) = g(f(x2))<br />

B, considere x = g(y)<br />

B, ! x A / f(x) = y. Seja então g: B<br />

Assim, (gof)(x) = g(f(x)) = g(y) = x ; e (fog)(y) = f(g(y)) = f(x) = y (cqd)<br />

Corolário: se f admite inversa ela é única, e será denotada por f -1 .<br />

Note que D(f) = CD(f -1 ) e vice-versa!<br />

A. Então f(x) =<br />

A tal que g(y) = x .<br />

Para visualizarmos o teorema graficamente (IMPORTANTE): <strong>ao</strong> refletir o gráfico da<br />

função dada em relação à diagonal principal (y = x) obtemos o gráfico da função inversa.<br />

Observe o exemplo a seguir:<br />

7


Vejamos agora um exemplo esclarecedor a respeito da obrigatoriedade de que a função<br />

seja bijetora para que sua inversa exista:<br />

6.4.Propriedades<br />

1) A inversa de uma função estritamente crescente é estritamente crescente; a inversa de<br />

uma função estritamente decrescente é estritamente decrescente.<br />

2) Sejam as funções f: A<br />

B e g: B<br />

C; se gof = IA, então g é sobrejetora e f é<br />

injetora (essa propriedade é muito importante, já caiu em várias provas).<br />

7.1. a) Dizemos que f é PAR f(-x) = f(x)<br />

b) Dizemos que f é ÍMPAR f(-x) = -f(x)<br />

7. PARIDADE<br />

Observe que para definirmos função par e ímpar tomamos como pressuposto que +x<br />

e x D(f); neste caso, D(f) é denominado CONJUNTO SIMÉTRICO.<br />

D(f)<br />

8


7.2.Exemplos: f: R R; f(x) = x 2 + 5 é uma função par;<br />

g: R R; g(x) = x 3 + x é uma função ímpar.<br />

Observações importantes!!!!!<br />

1) O gráfico de uma função par é simétrico em relação <strong>ao</strong> eixo das ordenadas enquanto o<br />

gráfico de uma função ímpar é simétrico em relação à origem.<br />

2) Se f é uma função par, então gof é par(independentemente de g!). Por que??<br />

3) Se f é ímpar e g é ímpar, então gof é ímpar.<br />

8. <strong>FUNÇÕES</strong> ELEMENTARES<br />

8.1. FUNÇÃO CONSTANTE: é a função f(x) = k, k<br />

R, x D(f).<br />

8.2. FUNÇÃO ALGÉBRICA: é toda função formada por um número finito de operações<br />

sobre a função identidade e a função constante. Exemplos:<br />

1) Função linear: f(x)= ax + b, x<br />

R, com a 0<br />

2) Função polinomial: f(x) = a0x n + a1x n-1 + ... + an-1x 1 + an, x<br />

R, a0 0<br />

3) Função racional: f(x) = p(x) / q(x), onde p e q são funções polinomiais e q não é o<br />

polinômio identicamente nulo. Lembrar que D(f) = { x<br />

8.3. <strong>FUNÇÕES</strong> TRANSCENDENTES<br />

R : q(x) 0 }<br />

1) Funções exponenciais: a x , 0 < a 1; D(f) = R e Im(f) = R+ \ { 0 }<br />

2) Funções logaritmicas: logax, 0 < a 1; D(f) = R+ \ { 0 } e Im(f) = R<br />

Vejamos graficamente como as funções exponenciais e logaritmicas se comportam,<br />

bem como a relação de inversão que existe entre elas:<br />

9


3) Funções trigonométricas: sen x, cos x, tg x, sec x, cossec x e cotg x. Analisar Domínio,<br />

Imagem e paridade de cada uma delas (Exercício)<br />

4) Funções trigonométricas inversas: arcsen x, arccos x, arctg x, arcsec x, arccossec x,<br />

arccotg x. Analisar paridade, Domínio e Imagem de cada uma.<br />

5) Funções hiperbólicas<br />

a) senh x =<br />

e<br />

x<br />

e<br />

2<br />

x<br />

e<br />

(negrito) e cosh x =<br />

8.4. Outros Exemplos (esboce os gráficos!)<br />

x<br />

e<br />

2<br />

x<br />

b) tghx =<br />

senh x<br />

cosh x<br />

1) Função maior inteiro menor ou igual a x 2) f(x) = [ x ] - x ; D(f) = R, Im(f) = ( -1; 0 ]<br />

[ x ] : R Z<br />

10


3) f: R *<br />

{ -1; 1}; f(x) = x / I x I 4) f: R R; f(x) =<br />

9.1.Def.: Seja f: A B<br />

9. LIM<strong>ITA</strong>ÇÃO<br />

a) Dizemos que f é limitada superiormente quando<br />

L / f(x) L, x<br />

1<br />

, x<br />

x<br />

0, x<br />

N<br />

R - N<br />

uma cota superior de f. A MENOR das cotas superiores é chamada SUPREMO.<br />

b) Dizemos que f é limitada inferiormente quando M tal que f(x) M, x<br />

A; neste caso, L é<br />

A; assim, M<br />

é denominada cota inferior de f. A MAIOR das cotas inferiores é denominada ÍNFIMO.<br />

c) Dizemos que f é LIM<strong>ITA</strong>DA quando N : l f(x) l < N, x A.<br />

9.2. Exemplos de funções limitadas:<br />

1) seno, cosseno<br />

2) [ x ] x<br />

3) Função de Dirichlet<br />

4) O exemplo 4) do item 8.4<br />

5) A função f(x) = x 2 é ILIM<strong>ITA</strong>DA em R, mas é limitada em [ a; b ]; a, b<br />

6) A função g(x) = 1/x é ilimitada em R, mas é limitada em [ a; b ]<br />

ilimitada em ( 0, a ] [ a, 0 ), com a, b<br />

R.<br />

R<br />

0<br />

[ a; b ]; e é<br />

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