A história da Fundação Banco do Brasil: realizar

MUDANDO O ESTATUTO DA
FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL
Em novembro de 1992, estava como Diretor de Recursos
Tecnológicos e Materiais quando ocorre o impeachment do Presidente
Collor. Fui convidado pelo Presidente Alcir Calliari para ser o Presidente
da Fundação. Mas o Presidente do Banco do Brasil respondia pela
Presidência da Fundação e também como Presidente do Conselho
Curador da Fundação. Havia uma concentração de poderes muito grande.
Nessa época é que a Fundação ficou muito exposta na mídia e levou
a Curadoria de Fundações a fazer a intervenção na Fundação.
Quando eu assumo, ainda existe essa intervenção, e o grande problema
que nós tínhamos era exatamente a insatisfação do Ministério
Público em relação às atividades da Fundação. A primeira coisa que eu
fiz foi convencer o Curador de Fundações de que era outro tempo e
de que nós estávamos lá para trabalhar junto com eles, para principalmente
mudar o estatuto da Fundação. O que precisava fazer era mudar
o estatuto da Fundação para mudar a estrutura de poder dela, para que
não ficasse nas mãos de uma só pessoa, como era antigamente.
Fizemos um estatuto novo. Então, eu passei a ser o Diretor-
Executivo, o cargo máximo da Fundação. Na mudança do estatuto,
passou o Presidente do Banco a ser apenas o Presidente do Conselho
Curador, não tinha mais ato de despachar nada; ele presidia um conselho
que decidia sobre o orçamento, as metas, as realizações, tudo
o que um conselho maior faz. O ato de despachar, deferir e indeferir,
passou a ser só para a Fundação, através do Diretor-Executivo. Isso
deu à Fundação maior autonomia, pois o Presidente do Banco não
decidia mais nada sobre processos singulares, ele apenas presidia um
conselho que aprovava os orçamentos.
ATUAÇÃO EM
PROJETOS
PRÓPRIOS
Com o novo estatuto, foi possível
à Fundação Banco do Brasil criar
e desenvolver projetos próprios,
pensados a partir da identificação e
da análise dos problemas da sociedade
brasileira. Estavam criadas as bases
para um trabalho de melhor qualidade,
já que os novos tempos impuseram
parcimônia e austeridade na concessão
de auxílios e patrocínios. Entre os
projetos dessa fase, destacamos:
Alimentação Alternativa, que
propõe dotar os segmentos menos
favorecidos da população brasileira
de conhecimentos e técnicas que
possibilitam suprir carências
nutricionais com alimentos disponíveis
nas localidades, a custos reduzidos;
Projeto Bandas, que revigora as
bandas musicais espalhadas em todo
o país; o Ação em Prol da Cidadania,
que visa dotar as populações carentes
de condições favoráveis para um
desenvolvimento auto-sustentado; e o
Programa CNEC – Campanha Nacional
das Escolas da Comunidade, de apoio
às escolas de 1º e 2º graus, voltado à
formação da juventude brasileira, além
da continuidade das ações do FUNDEC.
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