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A história da Fundação Banco do Brasil: realizar

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74<br />

BANCO DE<br />

TECNOLOGIAS<br />

SOCIAIS<br />

Em 2001, alia<strong>do</strong> às três<br />

dimensões <strong>da</strong>s ações políticas<br />

– humana, econômica e ambiental –,<br />

o conceito de tecnologia social<br />

passou a ser a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> pela<br />

Fun<strong>da</strong>ção como plano estratégico<br />

na suas ações sociais. A partir<br />

de intenso debate, a Fun<strong>da</strong>ção<br />

elaborou o conceito de tecnologia<br />

social, que compreende: “produtos,<br />

técnicas ou meto<strong>do</strong>logias<br />

reaplicáveis, desenvolvi<strong>da</strong>s na<br />

interação com a comuni<strong>da</strong>de e que<br />

representem efetivas soluções<br />

de transformação social. As<br />

tecnologias sociais podem aliar<br />

saber popular, organização social<br />

e conhecimento técnico-científico.<br />

Importa essencialmente que sejam<br />

efetivas e reaplicáveis, propician<strong>do</strong><br />

desenvolvimento social em escala”.<br />

Essa concepção de tecnologia<br />

social está associa<strong>da</strong> a uma<br />

proposta de desenvolvimento com<br />

a participação coletiva no processo<br />

de organização, desenvolvimento<br />

e implementação, com base<br />

na difusão de soluções para<br />

problemas volta<strong>do</strong>s a deman<strong>da</strong>s<br />

de alimentação, educação, energia,<br />

habitação, ren<strong>da</strong>, recursos hídricos,<br />

saúde, meio ambiente, entre outras.<br />

À direita: a Fun<strong>da</strong>ção <strong>Banco</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>Brasil</strong> investe em ações para a<br />

captação de água <strong>da</strong> chuva para<br />

produção. S.l., s.d.<br />

que propôs que eu fosse para a Fun<strong>da</strong>ção como dirigente. Isso foi em<br />

junho de 1999, mas ele fez isso em função <strong>do</strong> trabalho que eu vinha fazen<strong>do</strong><br />

na área de governo. Quan<strong>do</strong> eu cheguei à Presidência <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção<br />

<strong>Banco</strong> <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>, quatro anos depois <strong>da</strong> indicação <strong>do</strong> meu nome na lista<br />

tríplice, Dona Ruth Car<strong>do</strong>so, que era a Primeira-Dama, tinha o Programa<br />

Comuni<strong>da</strong>de Solidária, e ela queria que a Fun<strong>da</strong>ção apoiasse os projetos<br />

<strong>do</strong> Comuni<strong>da</strong>de Solidária. Eu defendia uma linha de atuação para a<br />

Fun<strong>da</strong>ção independente <strong>do</strong> governo, que projetasse o nome <strong>do</strong> <strong>Banco</strong> e<br />

não só como coadjuvante em programas de governo. Essa era minha visão<br />

em termos de retorno de imagem, porque to<strong>da</strong> empresa, quan<strong>do</strong> cria uma<br />

fun<strong>da</strong>ção, quer um retorno de imagem para que a comuni<strong>da</strong>de perceba a<br />

aju<strong>da</strong> que está <strong>da</strong>n<strong>do</strong>. É parte <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong>de social <strong>da</strong> empresa no<br />

que diz respeito ao relacionamento com a comuni<strong>da</strong>de.<br />

Gerir a Fun<strong>da</strong>ção era um desafio que tinha outras variáveis, porque<br />

é regi<strong>da</strong> por outro princípio legal; ela tem uma Cura<strong>do</strong>ria de Fun<strong>da</strong>ções,<br />

através <strong>da</strong> qual a Promotoria Pública controla as fun<strong>da</strong>ções. O orçamento<br />

tem finali<strong>da</strong>de pública, embora a instituição seja priva<strong>da</strong>.<br />

As outras instituições enxergavam a Fun<strong>da</strong>ção <strong>Banco</strong> <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong><br />

como um grande talão de cheque, por causa <strong>do</strong> gigantismo <strong>do</strong> <strong>Banco</strong>.<br />

Naquela época, a Fun<strong>da</strong>ção já tinha alguns programas estrutura<strong>do</strong>s, mas<br />

com cerca de 70% <strong>do</strong> orçamento ela financiava projetos de terceiros.<br />

ESTRATÉGIA DE CONTINUIDADE<br />

Eu entrei em junho, e já no mês de agosto nós fizemos uma grande<br />

oficina de planejamento, uma discussão com consultoria especializa<strong>da</strong><br />

sobre qual seria o melhor caminho para <strong>da</strong>r o retorno <strong>da</strong> imagem para<br />

o <strong>Banco</strong>. Tu<strong>do</strong> apontava para acabar com aquela idéia de balcão e focar<br />

uma estratégia que ficasse fácil dizer para o <strong>Banco</strong>, para os seus acionistas,<br />

clientes e funcionários, qual era a contribuição <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção.<br />

Foi uma proposta minha, aprova<strong>da</strong> pelo Conselho. Entramos o ano de<br />

2000 com projetos já existentes, demos uma encorpa<strong>da</strong> nos projetos<br />

que existiam e criamos novos projetos. A gente percebeu que, com<br />

essa mu<strong>da</strong>nça, tinha uma área que não tinha um projeto estrutura<strong>do</strong>,<br />

um projeto social que atendesse ao descrito no estatuto, de atuação na<br />

área de ciência e tecnologia. Foi aí que a gente começou a encubar a<br />

idéia de “banco de tecnologia”.<br />

Dessa experiência no governo, na área social, eu levo para a<br />

Fun<strong>da</strong>ção o olhar mais estratégico sobre políticas sociais, porque,<br />

quan<strong>do</strong> se trabalha numa organização não governamental, existem as<br />

comuni<strong>da</strong>des carentes e um orçamento limita<strong>do</strong> para gerir. É preciso<br />

escolher bem onde você vai investir, pensan<strong>do</strong> qual é o objetivo e o<br />

problema que está se dispon<strong>do</strong> a abraçar.

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