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depois 3,0% e chegou a 5,0% do bruto. Hoje não tem mais isso. A gente paga<br />
um imposto fixo para a Prefeitura e a Receita Federal, tudo junto.<br />
Isso foi por volta de 1968. Eu registrei a empresa depois, entre 1978 e 1982...<br />
Não lembro bem. A documentação está toda com o contador. Pus o nome de<br />
Viação Bom Jesus do Horto. Quando eu registrei, era uma empresa<br />
pequenininha, só tinha dois ônibus. Com o tempo é que eu fui crescendo.<br />
Nessa história, já comprei 16 ônibus e fiz este galpão. Hoje, eu tenho nove<br />
ônibus, três motoristas e três cobradores.<br />
Eu trabalho sozinho. Nunca tive sócios. Nunca botei gerente para administrar.<br />
Como é pouca coisa, eu mesmo posso resolver. No começo, eu fazia até a<br />
manutenção. Éramos eu, minha esposa e meus meninos. Depois minha<br />
esposa morreu e ficamos só nós.<br />
Estou na linha do Horto e do Sítio Taquari até agora. São praticamente a<br />
mesma linha, só que a do Taquari termina um quilômetro antes. É uma linha<br />
pinga-pinga, daquelas que vão parando e que o passageiro dá com a mão para<br />
subir. Como se fosse circular. Hoje, a passagem custa R$ 1,50.<br />
Teve um tempo em que o José Gonçalves, da Viação Pernambucana, me deu<br />
a linha do Crato para as Batatateiras, dentro do município do Cariri (sic). Mas<br />
eu abandonei. Abandonei também as linhas aqui do Juazeiro. No tempo em<br />
que eu tinha o caminhão, apareceu um rapaz, o José Firmino, e formou a<br />
Viação Padre Cícero, dentro do Juazeiro. Rodava para os matos, começando<br />
no lado do Romeirão. Era só mato, mas era para onde a cidade estava indo.<br />
Depois, o Antônio Lobo comprou a Viação Padre Cícero e formou a Empresa<br />
Lobo. Ele era muito organizado e cresceu muito. Tinha ônibus muito bons.<br />
Teve vezes, que rodava meses sem carregar passageiros, mas sempre ia para<br />
onde a cidade estava crescendo. Então deu certo. O Antônio Lobo fazia as<br />
linhas do Juazeiro e eu fazia para Horto. Fiquei para trás. Deixei as linhas da<br />
cidade, para não concorrer com ninguém. Aí chegaram outras empresas. A<br />
Viação Brasília, do Raimundo Ferreira, comprou o direito de um bocado de<br />
kombis que rodavam daqui para o Crato e se sustentou.<br />
São empresas maiores que a minha, que tem faturamentos grandes. A Viação<br />
Bom Jesus do Horto é a menor. Acho que a minha é a história mais sofrida do<br />
Juazeiro do Norte, talvez do Ceará. Meu faturamento é pequeno. Ganho um<br />
pouco mais quando tem as romarias. Os ônibus começam a rodar às 04 horas<br />
da manhã e vão até às 07 da noite, saindo dos terminais. Eu consegui um lugar<br />
nos terminais.<br />
Minha empresa está encolhendo. Principalmente por causa do idoso, que não<br />
paga passagem. Na minha linha, tem mais idoso que passageiro pagando<br />
passagem. Aí vem a polícia, vem a guarda municipal, vem o agente de saúde...<br />
É tanta entidade que anda de graça, que se for carregar tudo, não precisa de<br />
cobrador. Basta colocar o ônibus na linha.<br />
Sempre foi a Prefeitura que deu o preço da passagem. Em Juazeiro, cada linha<br />
tem um preço. Hoje, tem linha de R$ 1,30, de R$ 1,50. Na época do prefeito