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QUE ESCREVER? - Inspetoria

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<strong>QUE</strong> <strong>ESCREVER</strong>?<br />

É de bom hábito, antes de tentar-se escrever sobre qualquer<br />

tema, seja de cunho científico ou filosófico; literário ou comum; prosa ou<br />

verso; religioso ou laico; espiritualista ou materialista, que se tenha pleno<br />

conhecimento da matéria para levar ao conhecimento do leitor.<br />

Todavia, não acontece comigo neste momento. Envergonho-me<br />

por pretender transmitir aquilo que não domino e nem tenho certeza de<br />

algum dia venha a compreender o seu profundo significado como<br />

doutrina excelsa cujo valioso conteúdo é encontrado no seu contexto,<br />

em especial aos olhos da sociedade civil, considerada por nós a Real<br />

Maçonaria, - Arte Real – desenvolvida pelos “deuses” para servir de<br />

paradigma à sociedade em que vivemos.<br />

Porquanto, dentre os luminares doutores da cultura maçônica,<br />

cuja bagagem, talento e inteligência há sido o esplendor de todos,<br />

distancio-me deles, pelo pouco ou nenhum conhecimento haurido,<br />

apesar do grande esforço que diariamente faço para percorrer a difícil<br />

e sinuosa estrada da filosofia que ela encerra.<br />

Com todo o sentimento de honestidade, devo esclarecer ao<br />

amigo e irmão leitor, que ao pretender desincumbir-me dessa<br />

maravilhosa tarefa, levado pelo entusiasmo inicial, sem relutância<br />

aceitei a tão honrosa missão, todavia, não sopesei estar assumindo uma<br />

grande responsabilidade sem estar preparado para tal.<br />

Passados os primeiros instantes de reflexão, explodiu em meu ser o<br />

temor por não possuir o estofo necessário para desincumbir-me da<br />

tarefa tão nobre.<br />

Diante desse impasse, comprometi-me com a minha consciência<br />

que é o meu juiz e meu julgador e, a mim próprio, buscar, mesmo que<br />

necessitasse percorrer todos os quadrantes da terra, os maravilhosos<br />

Irmãos, maçons cultores da nossa história e filosofia, e com eles no<br />

Parnaso da Grécia antiga, “Areópago da Luz da Verdade”, estabelecer<br />

um colóquio literário, implorar-lhes permissão para sentar-me junto a<br />

eles e participar, como ouvinte, dos serões sobre a “FILOSOFIA”<br />

desenvolvida pelos Arquitetos edificadores do Templo da BELEZA<br />

perfeita: pelo uso moderado da FORÇA. Conduzido com SABEDORIA a<br />

construção de tão majestoso edifício dedicado ao GRANDE GEOMETRA,<br />

construtor do Universo, ou seja, “construtor de tudo o que existe existiu e<br />

existirá”.<br />

Podemos dizer que a filosofia ainda é a REGINA SCIENTIARUM, e<br />

como tal seria em toda parte admitida se ainda estivesse entrajada na<br />

antiga majestade, com todas as ciências ao seu serviço.<br />

1


Despi-me do orgulho, busquei a intimidade com a Deusa da<br />

HUMILDADE, e em lágrimas, implorei-lhe auxílio.<br />

Compadecida da minha fraqueza, envolveu-me com o seu alvo<br />

manto, rendilhado de estrelas brilhantes, apontou-me o caminho a<br />

seguir.<br />

Descortinou-se a minha frente uma majestosa avenida, cujo leito<br />

era constituído por inúmeras pedrinhas coloridas, com matizes de<br />

deslumbrante beleza: o berílio, ametista, o topázio, o ônix, a turmalina, o<br />

rubi, o diamante, a esmeralda pedra verde, que na antiguidade era<br />

tida como possuidora do poder de dar vigor aos velhos, pois é o verde<br />

que no campo precede e anuncia a colheita: é o verde que no mar,<br />

anuncia a proximidade de costa ao viajor desesperado.<br />

Essa esmeralda, com o seu verde deu-me a esperança de que<br />

encontraria um grande mestre disposto a auxiliar-me, segui adiante...<br />

Após uma pequena caminhada, vislumbrei um senhor de barbas<br />

longas e bem tratadas, ostentando na cabeça um solidéu, seu traje<br />

demonstrava ser de estirpe nobre, o seu aspecto o de grande<br />

observador da natureza, pois o seu olhar angelical se perdia,<br />

aparentemente absorto, no horizonte.<br />

Do seu ombro esquerdo cruzando para o seu quadril direito,<br />

descia uma faixa de uma alvura imaculada, a meia distância do ombro<br />

a cintura, em fios de ouro estava tecido um triângulo radiante<br />

envolvendo um número, era ele, trinta e três.<br />

Naturalmente, era um maçom em pleno colóquio com o mais<br />

profundo respeito à obra do Criador.<br />

Ansioso, aguardei até que fosse notado pela personagem, o que<br />

não demorou muito; endereçou um olhar amistoso e um sorriso<br />

simpático para mim.<br />

Estendeu-me as mãos, tomei-as, e como cumprimento, disse-me:<br />

“TUDO JUSTO E PERFEIETO?”<br />

Fiquei sem ação, balbuciei:<br />

-“Sim, em ambas as colunas”.<br />

Apresentou-se como Charles Webester Leadbeater e continuou<br />

sorrindo, dizendo-me:<br />

- Então você deseja conhecer os nossos arcanos misteriosos?<br />

- Pois bem!<br />

- De início devo dizer-lhe que até hoje, nenhum mortal conseguiu<br />

tal façanha.<br />

- Mas um dia quando você conhecer o Sr. Matreya, o Chefe de<br />

todos os maçons espalhados sobre s superfície da terra e guia espiritual<br />

da Fraternidade Branca, poderá ele revelar-lhe o segredo.<br />

Na verdade, eu já havia lido algumas de suas obras, cujos títulos<br />

foram-me voltando à mente: “A Maçonaria Mística”, “A Vida Oculta da<br />

Maçonaria”, “Os Mestres da Senda”, etc...<br />

2


O celebre místico, cuja posição no cenário maçônico é discutível,<br />

diante das suas afirmações sobre a origem da maçonaria, tal como a<br />

conhecemos hoje, teria sido estabelecida na terra no mesmo instante<br />

da criação lendária do primeiro homem, obra do Grande Construtor do<br />

Universo.<br />

Leadbeater recebeu acríssimas crítica por arrimar suas<br />

convicções nas diversas crenças orientais, raciocínio haurido nos<br />

achados arqueológicos, pequenos fragmentos de cerâmica com<br />

personagens em posições que lembram de perto atitudes ritualísticas<br />

em uso nos vários ritos executados nos dias de hoje em nossos Templos.<br />

Para facilitar-me a compreensão, o Venerando Mestre, dividiu a<br />

maçonaria em escolas visando proporcionar-me uma visão mais<br />

acurada de filosofia maçônica.<br />

Observemos, disse-me:<br />

- O crescimento extraordinário do conhecimento humanístico,<br />

alicerçado em especial, nas duas ciências desenvolvidas no esplendor<br />

do século XIX, a “Paleontologia” e a “Arqueologia”, estão contribuindo<br />

de maneira profunda para avaliação cultural da sociedade humana<br />

nas diversas épocas de sua existência.<br />

De forma equânime, pesquisadores da origem da nobre arte da<br />

construção, usam os mesmos princípios da história da Ordem.<br />

Leadbeater continuou a sua exposição enfatizando os seus<br />

conceitos místicos.<br />

Disse-me:<br />

- Em conseqüência das linhas de investigações adotadas pelos<br />

estudiosos, surgiram quatro escolas, ou correntes do pensamento<br />

maçônico, definidas ou organizadas não como escolas, mas agrupadas<br />

em quatro departamentos importantes do conhecimento humano<br />

existente fora do campo maçônico, mas cada um deles se aproxima de<br />

maneira peculiar da Maçonaria.<br />

Continuou:<br />

- A primeira incursão foi no campo da Escola Autêntica, cujos<br />

cânones surgiram na segunda metade do século XIX.<br />

As antigas tradições da Ordem examinadas à luz de registros<br />

encontrados ao alcance dos historiadores. Daí o cunho de<br />

autenticidade que se quer dar às afirmações dessa escola.<br />

Assim, pesquisas se orientaram para o conteúdo das atas de<br />

Lojas, além de utilizar documentos que pudessem trazer ao lume fatos<br />

registrados relativos ao passado e presente da Maçonaria. Foram<br />

remexidos arquivos de municipalidade e vilarejos, sentenças legais e<br />

judiciais, enfim, consultados e classificados todos os registros acessíveis<br />

ao pesquisador.<br />

Devemos considerar o fato de ter esta escola certas limitações,<br />

devido à natureza do seu método de pesquisa.<br />

3


Consideremos, pois, numa sociedade de características tão<br />

secreta como a Maçonaria de outrora, muita coisa deixou de ser<br />

escrita, mas, transmitida oralmente nas Lojas, e assim o valor dos<br />

documentos e arquivo, é relativo.<br />

- O Honorável Mestre Leadbeater dissertou, ainda, sobre a Escola<br />

Antropológica, afirmando estar em fase de desenvolvimento e aplica<br />

seus princípios num estudo da história maçônica e com notáveis<br />

resultados.<br />

Os antropologistas reuniram os resultados de suas pesquisas;<br />

encontraram nesse cenário muitos de nossos sinais e símbolos,<br />

semelhantes aos usados na maçonaria operativa como especulativa,<br />

em pinturas, murais, esculturas, gravuras em edifícios das principais<br />

raças do mundo.<br />

Essa escola, portanto, confere um grau de maior antiguidade à<br />

maçonaria, sendo a sua máxima fundamentação de antiguidade dos<br />

nossos mistérios, chegando até o alvorecer da humanidade.<br />

O Velho Mestre, com um brilho juvenil nos olhos, respirou fundo e<br />

continuou:<br />

- Os antropologistas não limitam seus estudos ao passado, mas<br />

investigam os ritos iniciáticos de muitas tribos selvagens existentes, tanto<br />

na África como na Austrália e constataram que essas tribos possuem<br />

sinais semelhantes aos em uso entre os maçons.<br />

Estabeleceu uma pausa que aguçou a minha ansiedade, fato<br />

que foi observado pelo Venerando Mestre, sorriu...<br />

- “A Escola Mística, cujo propósito é analisar os mistérios da ordem<br />

sob o ponto de vista diametralmente oposto, vendo nela, um caminho<br />

para o despertar espiritual do homem e, em especial, o seu<br />

desenvolvimento interior”.<br />

Enfatizou o Preclaro Mestre.<br />

- O objetivo do misticismo é a união consciente com Deus e para<br />

o maçom desta Escola as sessões em Loja têm o objetivo apontar a<br />

bússola para essa direção, oferecer um roteiro, por assim dizer, que<br />

estabeleça um norte e orienta a marcha do buscador da Luz da<br />

Verdade Divina.<br />

Por final, Leadbeater falou-me da Escola Oculta representada por<br />

um crescente grupo de estudantes da Ordem Cro-maçônica<br />

(feminina), que está gradativamente atraindo adeptos da maçonaria<br />

masculina, o que sempre será um grande perigo por ser contrário aos<br />

Landmaks da Ordem.<br />

O objetivo do ocultista, quanto o do místico, é a união consciente<br />

com Deus, mas diferem os métodos de progredir. O escopo do<br />

ocultismo é alcançar essa união por meio do conhecimento e da<br />

vontade, adestrar toda a natureza física, emocional e mental, até obter<br />

uma perfeita expressão do divino espírito interno, e passa ser<br />

empregada como instrumento eficiente no grande plano que Deus<br />

4


criou para a evolução da espécie humana, a qual esta representada<br />

na maçonaria pela construção do Santo Templo.<br />

O método do ocultista exige uma série graduada de etapas, por<br />

um atalho de iniciação, conferindo sucessivas expansões de<br />

consciência e graus sacramentais de poder; no campo místico, é muito<br />

freqüente o caráter mais individual, um “vôo solitário para o solitário.<br />

Dei-me por satisfeito.<br />

Agradeci ao Ilustre Mestre, e senhor de um entusiasmo<br />

inexcedível, e por ter merecido toda atenção do Místico Leadbeater.<br />

Despedi-me, enlevado em sonhos e prazer, motivado pela<br />

fidalguia com que fui tratado.<br />

- Mas, ávido ainda de conhecimento, pois assumi comigo mesmo<br />

um grande e saudável compromisso:<br />

“Que escrever?”<br />

Despertado pelo eminente místico, busquei, com ansiedade,<br />

outro luminar da cultura maçônica, com paciência e tempo para<br />

empregá-los no mister sacrossanto de ensinar um adepto da Arte Real,<br />

desejoso em progredir na senda maçônica, eterna chama destinada a<br />

iluminar os difíceis caminhos do aperfeiçoamento do homem, na<br />

transição entre o homem profano e o iniciado. Notadamente existe<br />

uma grande dificuldade em separar os dois gladiadores, mesmo tendo<br />

sido purificado pelo fogo sagrado e certamente nada mais resta de<br />

profano na sua alma.<br />

Aparentemente sem destino, segui pela mesma estrada.<br />

Deparei-me com um majestoso Templo, examinei-o, e, no portal<br />

estava gravado em letras douradas o seu nome; “TEMPLO DAS MUSAS”,<br />

- INSTITUTO NEO-PITAGÓRICO -.<br />

Semelhante ao estalo do Padre Antonio Vieira, também tive um<br />

estalo, pois o fundador do Instituto Neo-Pitagórico, foi o nosso querido<br />

Irmão APOLÔNIO DE TYANA, nome simbólico de DARIO VELLOZO,<br />

membro fundador da Augusta e Respeitável Loja Simbólica “LUZ<br />

INVISÍVEL Nº 33, jurisdicionada à Sereníssima Grande Loja do Paraná.<br />

O Irmão, Dario Vellozo grande pedagogo e historiador, natural do<br />

Estado do Rio de Janeiro, que de coração adotou o Paraná como sua<br />

terra natal.<br />

Aproximei-me do grande portal, acionei o gonzo de bronze que<br />

emitiu um som característico, em poucos segundos compareceu à<br />

porta um sacerdote, trajando uma bata de cor púrpura, com amável<br />

sorriso, parecendo conhecer os meus propósitos, fez um gesto amistoso<br />

convidando-me a ingressar naquele Templo de Luz.<br />

Acompanhei-o até uma ante-sala, ali me indicou uma poltrona<br />

para que me instalasse e desapareceu por trás de um cortinado de cor<br />

azul celeste, salpicado de lágrimas de prata.<br />

5


Passados alguns minutos que me pareceram uma eternidade, eu<br />

me ocupava em perscrutar o local, quando o meu devaneio foi<br />

interrompido por um timbre de voz suave e modulado.<br />

_ Sejas bem vindo, meu irmão!<br />

Foi a saudação que recebi.<br />

- É uma alegria recebê-lo no Templo dedicado às Musas e a<br />

Pitágoras.<br />

Era o próprio Irmão DARIO VELLOZO, que veio ao meu encontro.<br />

Acerquei-me do eminente Irmão, disse-lhe da minha angustia.<br />

Sorriu diante da minha preocupação. Tomou-me pelas mãos,<br />

afetuosamente convidou-me a percorrer a várzea verdejante<br />

entremeada de flores dos mais lindos matizes, e enquanto<br />

caminhávamos, o sol seguia o seu roteiro pretendendo esconder-se no<br />

horizonte, e, sob o velário da noite, ao fulgor das constelações símbolos<br />

do Eterno, penetramos no Anfiteatro das Ciências, mártir e o Santuário<br />

do Oculto..<br />

A Esfinge avultava ao longe, no limiar do deserto. O disco de<br />

argentium de Ísis refletia-lhe na fronte aureolada de luar.<br />

- Vês, disse-me, Apolônia de Tyana, como o Hierofonte a prever o<br />

futuro – “é o símbolo da vida, o símbolo da imortalidade”.<br />

- Para que sejas recebido em nosso Santuário, para que tenhas a<br />

revelação dos profundos mistérios do Grande Arcano, deves saber<br />

interpretar o quadrívium da Esfinge.<br />

De súbito, no horizonte, em letras impressas em fogo brilharam os<br />

quatro verbos do Mago: “SABER” – “<strong>QUE</strong>RER” – “OUSAR” – “CRIAR”.<br />

E, de novo ao meu lado, o Hierofante gravou em meu coração<br />

com o estilete de esmeralda a frase: “INTELIGÊNCIA – VONTADE –<br />

OUSADIA – SIGILO”.<br />

De então, sinto nova luz iluminar os tramites de minha existência.<br />

E, foi assim, sob os fluidos magnéticos de inolvidável noite de luar<br />

que iniciei meus estudos da ciência oculta.<br />

Mais tarde a oportunidade se me apresentou para meditar sobre<br />

os símbolos da Maçonaria.<br />

Vibrou-me intenso entusiasmo e comecei tributar todo um culto à<br />

gloriosa mensageira da VERDADE e do BEM que, através dos séculos,<br />

vem abrindo largo sulco de caridade e de justiça.<br />

Seguem-se imponente cortejo de adeptos que a proclamam, contorcemse<br />

a sua passagem da Luz.<br />

Continuou DARIO!<br />

- A Maçonaria é a religião universal. Os templos da religião Universal<br />

são levantados pela humanidade. O Templo Maçônico é a Terra. Existia lá nos<br />

tempos longínquos de civilizações egípcias; existia na Palestina, nos reinados<br />

de David e Salomão, quando a Sainarquia fulguram nos Santuários, reunidos<br />

em mesmo corpo de doutrina e ciência a Arte e o Mistério.<br />

Chegamos junto a uma frondosa árvore, cuja sombra amenizava os<br />

raios prateados de Ísis, a rainha da Noite, envolta em sua mantilha<br />

6


ordada com miríades de pontos luminosos, permita-me admirar mais<br />

um quadro criado pelo Grande Construtor do Cosmo.<br />

Dario, por apenas um instante calou-se, como a meditar ou<br />

ordenar o pensamento, continuou:<br />

“... vem de longe, num ruído de batalha entre o Bem e o Mal, num<br />

frêmito de lâminas e de idéias, num clangor de amizade, sob a<br />

denominação de Irmãos, e o estimulares reciprocamente um aos outros<br />

à prática das virtudes”.<br />

É uma escola iniciática que não só instrui e desenvolve a<br />

inteligência como predispõe o espírito à compreensão do Absoluto.<br />

É obra de filósofos virtuosos cujas idéias era introduzir na<br />

sociedade o estudo das ciências e convidar o homem ao exercício de<br />

cultos simples sem vislumbre de superstições.<br />

Verdadeira Escola de Sabedoria é essência de todas as religiões<br />

(no dizer de Cassard).<br />

Desse ponto da história, as edificações de templos erigidos aos<br />

deuses ensejaram o aparecimento da arquitetura, cujo<br />

desenvolvimento engrandeceu velha Grécia, sedimentando pela<br />

beleza as três ordens arquitetônicas: jônica, dórica e coríntia, trazidas<br />

para o ventre filosófico da Arte Real, simbolizando, pela contextura de<br />

cada uma, a Sabedoria que disciplina intensidade da Força aplicada<br />

pelo Mestre no mármore bruto da natureza humana; resplandecendo a<br />

Beleza da criação realizada pelo espírito do homem que se dispôs pelas<br />

obras realizadas, aproximar-se do Grande Edificador do Cosmo.<br />

Disse o Mestre:<br />

- Notemos que a Sabedoria divorciada da Força e da Beleza,<br />

nada realiza. É necessária a existência de uma simbiose perfeita,<br />

equilibrada a justa da Sabedoria, Força e da Beleza, para o<br />

acendimento da Luz Espiritual da Verdade absoluta que alimenta o<br />

espírito do maçom, na suas busca incessante de condições para<br />

edificar o seu Templo para acender a sua lâmpada mística a fim de<br />

iluminar o seu coração.<br />

Disse o Mestre, Dario Vellozo, o notável autor da importantíssima<br />

obra literária, intitulada “TEMPLO MAÇÔNICO”, repositório da mais<br />

profunda liturgia maçônica.<br />

- Cada templo construído tinha por objeto proporcionar uma<br />

morada especial para um deus, seu séquito de auxiliares e<br />

colaboradores, muitas vezes, provocaram a ira dos deuses com intriga<br />

contra a humanidade.<br />

Tais auxiliares tinham as mesmas qualidades e defeitos dos<br />

homens, muito próprio nos dias de hoje, quando a honra de alguns<br />

personagens é comprada pelos trinta dinares com os quais Judas<br />

vendeu o Cristo.<br />

Nessa altura, Apolônio de Tyana fez uma pausa e continuou:<br />

7


- A Maçonaria foi buscar no famoso templo hebraico mandado<br />

erigir por Salomão, as dimensões e elementos arquitetônicos, assim<br />

como sua construção fundamentou a lenda maçônica nas instruções<br />

dos graus simbólicos.<br />

As duas colunas “B” e “J” aludem àquelas encontradas à entrada<br />

do Templo de Jerusalém, do qual temos também a representação do<br />

“Mar de Bronze”, grande reservatório de água fora do edifício do<br />

Templo ligado à bacia especialmente fundidas, retirava-se a água para<br />

a purificação dos animais a serem oferecidos em holocausto.<br />

No interior encontramos majestosamente colocados diversos<br />

símbolos, e alegorias, todavia, o que mais identifica os fundamentos<br />

maçônicos, são três colunas, de ordem de arquitetura, uma colocada<br />

no oriente, representa a “Sabedoria”, outra ao sul, simboliza a “Beleza”<br />

e a noroeste esta erigida à coluna da “Força”, são os três pilares<br />

propedeuticamente encaixados nas ordens Jônica, Dórica e Coríntia.<br />

Considerei ter tomado muito tempo do Ilustre Mestre, e não<br />

desejando cansá-lo com a minha insistência, agradeci-lhe pela<br />

gentileza com que me recolheu no seu local majestoso de trabalho e<br />

meditação.<br />

Entendi, ali, em companhia de Pitágoras, o Mestre dedilhava a lira<br />

de sete cordas de Orfeu e ao som dos versos de Ouro deixaram-se<br />

embalar nos Cânticos da purificação e perfeição para alcançarem a<br />

majestática posição de garimpadores da Verdade Suprema.<br />

Delicadamente acompanhou-me até o portal. Não sem antes<br />

cruzarmos o majestoso jardim habitado pelas musas recitando<br />

alegremente a poesia da vida.<br />

Assim, novamente, parti a procura do Sr. Mareya.<br />

-“Quem sabe, um dia o encontrarei e ele ensinar-me-á –<br />

- “<strong>QUE</strong> <strong>ESCREVER</strong>”-<br />

Curitiba, l4 de julho de 2010.<br />

Ney Lisboa de Miranda 33º<br />

Delegado da 1ª <strong>Inspetoria</strong> Litúrgica<br />

Da 1ª Região Litúrgica do Paraná<br />

8

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