1 TOLERÂNCIA E HUMILDADE Ney Lisboa de Miranda Delegado ...
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<strong>TOLERÂNCIA</strong> E <strong>HUMILDADE</strong><br />
<strong>Ney</strong> <strong>Lisboa</strong> <strong>de</strong> <strong>Miranda</strong><br />
<strong>Delegado</strong> da 1ª Inspetoria<br />
Litúrgica do Estado do Paraná<br />
Toda história sempre começa com: “Era uma vez”.<br />
Esta história também começará com a célebre expressão “Era uma vez”, é<br />
assim que vou iniciar esse conto.<br />
Pois bem!<br />
Era uma vez, um maçom muito austero consigo mesmo, <strong>de</strong>dicado à<br />
causa da Arte Real, não perdia um momento do seu tempo que não fosse para<br />
<strong>de</strong>bruçar-se sobre os livros maçônicos e sugar-lhe a seiva do conhecimento<br />
impresso em suas páginas, procurando compensar o tempo perdido, pois fora<br />
iniciado já em ida<strong>de</strong> provecta.<br />
A presença <strong>de</strong>le em loja era um terror, abusava da sua ida<strong>de</strong> para<br />
exercer o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> crítica em todos os trabalhos que comparecia e assim ditar<br />
cátedra aos mais novos, afinal o seu acervo <strong>de</strong> conhecimentos, “pensava ele”,<br />
dava-lhe esse direito.<br />
Até que um dia, após ter comparecido a uma sessão magna, on<strong>de</strong> foram<br />
iniciados três novos obreiros, no <strong>de</strong>senrolar da cerimônia, ele não per<strong>de</strong>u<br />
oportunida<strong>de</strong>, ficava atento para observar a mínima falha na ritualística<br />
cometida pela equipe <strong>de</strong> trabalho para chamar à atenção do Venerável Mestre,<br />
e exigia a correção <strong>de</strong> pronto, naturalmente o que em muito atrapalhava a<br />
cerimônia iniciática, pois nesse momento, a sessão era interrompida, dava-se a<br />
retirada dos iniciandos, para que ele <strong>de</strong>sse a sua interpretação e exigia que a<br />
correção fosse feita.<br />
O Venerável Mestre, a contra gosto, em respeito aos cabelos brancos do<br />
irmão, e não querendo ser agressivo, aceitava as investidas do importunador.<br />
Ao término da sessão, nas manifestações dos irmãos, ele se fez ouvir, e<br />
numa linguagem imprópria e ácida para um maçom, chamou a atenção do<br />
irmão experto e dos auxiliares pelo <strong>de</strong>slizes por ele observado, ocorridos<br />
durante o cerimonial iniciático.<br />
Após a sua manifestação, que ao seu julgamento, fora irrepreensível sob<br />
todas as formas, pois se consi<strong>de</strong>rava um alto conhecedor da filosofia e dos<br />
mistérios da nobre arte dos edificadores do templo.<br />
Satisfeito, <strong>de</strong>ixou a companhia dos irmãos, recusou o convite para<br />
participar da ágape, on<strong>de</strong> estariam reunidos todos os irmãos da Loja com seus<br />
familiares.<br />
Assim, <strong>de</strong>spediu-se dos <strong>de</strong>mais, e dirigiu-se para a sua residência. No<br />
caminho dizia para si mesmo: “... fui ótimo, <strong>de</strong>i mais uma lição àqueles maçons<br />
que não estudam, além do que, não sabem trabalhar com a ritualística; a<br />
ignorância com que tratam as coisas sagradas da maçonaria é um <strong>de</strong>spautério<br />
<strong>de</strong>spropositado”...<br />
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O interessante é que não comentava a sessão como um todo, em tudo<br />
aquilo que fora realizado com esmero e prontidão, embelezando a sessão<br />
iniciática, sem uma observação sequer.<br />
Após ter percorrido alguns quilômetros, viu-se diante da sua residência,<br />
estacionou o seu veiculo, e dirigiu-se para a porta com a chave na mão, abriu-a<br />
e entrou, fechou a porta, parou a um passo e sorri<strong>de</strong>nte olhou para o interior,<br />
viu a sua companheira que se aproximava para cumprimentá-lo.<br />
Entre eles estabeleceu-se o seguinte diálogo.<br />
- Então, como foi a sessão?<br />
- Como todas as outras que tenho comparecido, sempre sou obrigado a<br />
intervir <strong>de</strong> quando em quando, para corrigir as falhas gritantes que aqueles<br />
maçons <strong>de</strong>spreparados cometem.<br />
- Naturalmente, sou alvo <strong>de</strong> admiração dos presentes, pelo gran<strong>de</strong><br />
conhecimento ritualístico que possuo.<br />
- Interrompo a todo instante, para exigir a pronta correção, afinal, eu sou<br />
colado no grau trinta e três, o que me dá a condição <strong>de</strong> ser um Inspetor da<br />
Or<strong>de</strong>m, e me cobre com a autorida<strong>de</strong> necessária.<br />
- E...? Como os <strong>de</strong>mais maçons recebem as interrupções? Você não se<br />
torna inoportuno com essas atitu<strong>de</strong>s?<br />
- Não! Exasperado, grita:<br />
- Esse fato não lhe diz respeito!<br />
Assim foi interrompido o dialogo entre marido e esposa.<br />
Ela constrangida, afastou-se, <strong>de</strong>ixando o marido a sós, com o seu<br />
azedume.<br />
Assim que ela se afastou, já recomposto, disse pára si próprio: enfim<br />
po<strong>de</strong>rei <strong>de</strong>sfrutar alguns minutos <strong>de</strong> satisfação, ou talvez horas em completo<br />
silêncio e aproveitar para estudar mais e fazer uma reflexão sobre s minha<br />
atuação <strong>de</strong> hoje e verificar se não <strong>de</strong>ixei passar alguma incongruência durante<br />
a cerimônia.<br />
Dirigiu-se à sala <strong>de</strong> estudos sentou-se na sua ca<strong>de</strong>ira predileta tendo<br />
antes tomado na estante um livro maçônico, intitulado “A <strong>TOLERÂNCIA</strong> E<br />
<strong>HUMILDADE</strong> DO MAÇOM”.<br />
Abriu em suas páginas iniciais, e posse a ler. Já <strong>de</strong> início, discordou do<br />
autor, quando no prefácio observou os elogios feitos pelo apresentador da<br />
obra, classificando-o como “maçom erudito”, inteligente e ícone da maçonaria.<br />
- Que blasfêmia! Classificar esse autor como ícone da maçonaria!!<br />
- Se ele é um ícone, então como serei reconhecido entre os meus<br />
pares?<br />
- Com a bagagem maçônica que possuo se até agora não escrevi nada<br />
não é opor falta <strong>de</strong> conhecimento ou capacida<strong>de</strong> e sim por falta <strong>de</strong> tempo.<br />
- Gostaria que neste momento, estivesse algum irmão aqui em casa<br />
para po<strong>de</strong>r ensinar-lhe o verda<strong>de</strong>iro sentido da maçonaria.<br />
- Como eu po<strong>de</strong>ria ser útil a quem quisesse escutar-me, e <strong>de</strong>ixar-me<br />
<strong>de</strong>rramar a luz sobre esses inúmeros irmãos que só sabem martelar sem<br />
enten<strong>de</strong>r o significado esotérico <strong>de</strong>ssa respeitável atitu<strong>de</strong> maçônica.<br />
Arrogantemente, especulava mentalmente, tendo cerrado os olhos fazia<br />
seus vôos condoreiros <strong>de</strong>ixando para trás a racionalida<strong>de</strong> dos efeitos <strong>de</strong> um<br />
perfeito maçom, seguro <strong>de</strong> sua pequenez, não ele.<br />
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Julgava a si próprio, e valorava-se <strong>de</strong> tal forma, que parecia somente ele<br />
o conhecedor dos mistérios da edificação do Templo <strong>de</strong> Salomão, e que Hiram<br />
Abif, nada representava <strong>de</strong>ntro da filosofia <strong>de</strong>senvolvida pelos obreiros da Arte<br />
Real.<br />
Ouviu um riso gaiato.<br />
- Hi!...hi! ...hi!...<br />
- Ainda com os olhos semicerrados, pareceu-lhe ter escutado um riso<br />
zombeteiro, <strong>de</strong> início não <strong>de</strong>u importância ao fato. Continuou a dar guarida aos<br />
seus volteios imaginativos, via-se como o maçom <strong>de</strong> maior conhecimento e<br />
merecedor <strong>de</strong> todo o respeito pela sua postura, podia até ser tido como um<br />
censor dos trabalhos realizados sem loja.<br />
- Hi!... hi! ...hi!...<br />
Voltou a escutar com toda a clareza o mesmo riso zombeteiro, o que lhe<br />
assustou, fazendo-o abrir os olhos, e perscrutar ao seu redor.<br />
Espantado e já sentindo um arrepio a correr-lhe pelo corpo com atitu<strong>de</strong><br />
nervosa, percebeu que ficara temeroso com o que estava acontecendo.<br />
Encheu-se <strong>de</strong> coragem, procurando acalmar-se, disse para si mesmo:<br />
- “É produto da minha imaginação! Não <strong>de</strong>vo temer, pois nada me<br />
atemoriza neste mundo”<br />
Assim, uma vez mais, <strong>de</strong>ixou-se levar pela sua mente, novamente se fez<br />
ouvir o riso como se alguém presente, estivesse a ouvir-lhe os pensamentos e<br />
os <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhasse con<strong>de</strong>nando a sua arrogância.<br />
- Há!... Há!... Há!...;<br />
Abriu rapidamente os olhos, olhou para todos os lados, e intrigado,<br />
asperamente, vociferou:<br />
- Quem está aí?<br />
Não obteve resposta.<br />
Novamente, exclamou:<br />
- “Quem está aí, quem está tentando brincar comigo?”<br />
Após uns segundos <strong>de</strong> silêncio mortificador, ouviu em resposta.<br />
- Você não queria que alguém estivesse aqui para apren<strong>de</strong>r maçonaria?<br />
- Pois eu estou aqui.<br />
- Quem é você? Exclamou o maçom.<br />
Uma voz soturna, respon<strong>de</strong>u.<br />
- Eu sou o seu “PENSAMENTO”! Sou o seu julgador, sou aquele que<br />
po<strong>de</strong> contestar as suas atitu<strong>de</strong>s, aquele que levado pelo censo <strong>de</strong> justiça<br />
po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>safiá-lo em conhecimentos, aquele que po<strong>de</strong>rá discutir com você<br />
neste momento, no campo da filosofia maçônica e num <strong>de</strong>safio entre nós,<br />
verificaremos se você apren<strong>de</strong>u a fazer uso do maço e do cinzel, no <strong>de</strong>sbastar<br />
<strong>de</strong> suas próprias asperezas.<br />
- Sou aquele que aparece antes que suas ações sejam realizadas;<br />
primeiro eu me manifesto, <strong>de</strong>pois você realiza, mesmo às vezes me<br />
contrariando, pois antevejo que a ação resultante será nefasta.<br />
- Aceita o <strong>de</strong>safio?<br />
Ora, pensou o maçom, eu ser <strong>de</strong>safiado pelo meu próprio pensamento,<br />
afinal eu que o domino, não po<strong>de</strong>rei per<strong>de</strong>r para ele.<br />
Eu conheço tudo <strong>de</strong> maçonaria; no Rito Escocês, não me é<br />
<strong>de</strong>sconhecido, caminho com segurança <strong>de</strong>ntro da estrada <strong>de</strong> Aprendiz ao<br />
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Inspetor Geral, pois já fui colado ao grau trinta e três e percorri todo esse<br />
gran<strong>de</strong> trajeto. Os <strong>de</strong>mais ritos, como York, Adoniramita, Schroe<strong>de</strong>r, Francês<br />
ou mo<strong>de</strong>rno, Egípcio (<strong>de</strong> adoção), Iluminado <strong>de</strong> Avinhão, Kilwining, Swemborg,<br />
Misrain, etc. outros tantos, não me são <strong>de</strong>sconhecidos.<br />
Presunçosamente, exclamou:<br />
- Pois bem, aceito o <strong>de</strong>safio! E continuou:<br />
- Façamos um pequeno <strong>de</strong>bate, um pergunta e o outro respon<strong>de</strong>, está<br />
certo? Disse o presunçoso.<br />
- Sim, respon<strong>de</strong>u o seu PENSAMENTO. Dou-lhe a priorida<strong>de</strong> para fazerme<br />
a primeira pergunta.<br />
- Não, respon<strong>de</strong>u o maçom, faça-me você a primeira que me disponho a<br />
respondê-la.<br />
- Está bem, se assim você quer, então vejamos, far-lhe-ei uma pergunta<br />
bastante fácil para iniciarmos.<br />
- Diga-me, “o que é maçonaria?”<br />
O pretensioso sorriu, e pensou consigo mesmo, “ora essa é pergunta<br />
que me faça logo eu que <strong>de</strong> maçonaria tudo sei, nada me é <strong>de</strong>sconhecido”.<br />
‘Há alguns anos, venho escutando os Veneráveis, na abertura dos<br />
trabalhos perguntarem aos irmãos que <strong>de</strong>sempenham o cargo <strong>de</strong> chanceler:<br />
“Que é maçonaria, irmão chanceler? E a resposta, incontinente do chanceler se<br />
faz ouvir em alto e bom tom”<br />
“... é uma instituição que tem por objetivo tornar feliz humanida<strong>de</strong> pelo<br />
amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualda<strong>de</strong>,<br />
pelo respeito à autorida<strong>de</strong> e a crença <strong>de</strong> cada um”.<br />
E complementou o raciocínio.<br />
- “É uma instituição Universal e suas oficinas espalham-se por todos os<br />
recantos da terra sem preconceito <strong>de</strong> fronteira ou <strong>de</strong> raça”.<br />
O maçom, num tom jocoso, verbalizou a sua resposta como vinha<br />
escutando há anos, todavia, sem analisar o conteúdo.<br />
Enquanto <strong>de</strong>sfrutava o sabor dos seus conhecimentos, verificou que o<br />
seu interlocutor pesaroso sacudia negativamente a cabeça.<br />
Essa atitu<strong>de</strong> pegou <strong>de</strong> surpresa o maçom, ruborizou-se, quase entrando<br />
em estado apoplético levado pela irritação que o acometera, pois jamais<br />
esperava ter chamada a sua atenção pelas suas afirmações, por consi<strong>de</strong>rá-las<br />
corretas, sem contestação alguma, e, agora estava sendo chamada atenção<br />
pelo próprio pensamento!<br />
- Ora bolas, isso jamais tinha ocorrido em sua vida <strong>de</strong> maçom!<br />
- Sempre fora tido como um maçom estudioso, inteligente, culto, e<br />
ninguém jamais se encorajaram em chamar-lhe atenção ou dizer-lhe que “ele”<br />
estava errado em suas afirmações. Pois sempre merecera o respeito dos<br />
maçons, em todas as oficinas que teve o prazer <strong>de</strong> visitar.<br />
O seu interlocutor, pesaroso, disse-lhe:<br />
- Se você não sabe o que é maçonaria como <strong>de</strong>seja discuti-la, em sua<br />
história, em seus ensinamentos, em sua filosofia, em seus princípios?<br />
- Você não acha muita pretensão?<br />
- Se não sei o que seja maçonaria, como você ousa afirmar, diga-me,<br />
então o que é a maçonaria, meu pobre pensamento! Que vou contestá-lo e<br />
mostrarei que estou com a razão, ou melhor, sempre estive <strong>de</strong> braços dados<br />
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com ela, essa é a fórmula inserta em nossos rituais e os seguimos à risca os<br />
seus pensamentos.<br />
- Vá lá, o que é maçonaria?<br />
O pensamento refletiu por um momento e disse:<br />
- O que você acaba <strong>de</strong> mencionar, nada mais representa que os<br />
objetivos da maçonaria e não a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>sta ciência para uns, e arte para<br />
outros.<br />
Várias são as <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> maçonaria, mais a que mais me agrada e<br />
esta:<br />
“Or<strong>de</strong>m maçônica é uma associação <strong>de</strong> homens sábios e virtuosos que<br />
se consi<strong>de</strong>ram Irmãos por laços <strong>de</strong> recíproca estima, confiança entre si e cujo<br />
fim é viver em perfeita igualda<strong>de</strong>, intimamente ligados pela amiza<strong>de</strong>,<br />
estimulando-se uns aos outros na prática das virtu<strong>de</strong>s”.<br />
“Em fim é um sistema <strong>de</strong> moral, velado por alegoria e ilustrado por<br />
símbolos”<br />
Embora imperfeitas essas <strong>de</strong>finições sejam suficientes para nos<br />
convencer <strong>de</strong> que a Or<strong>de</strong>m Maçônica foi sempre, e <strong>de</strong>ve continuar a ser, a<br />
UNIÃO CONSCIENTE <strong>de</strong> homens inteligentes, virtuosos, <strong>de</strong>sinteressados,<br />
generosos <strong>de</strong>votados, irmãos livres e iguais, ligados por <strong>de</strong>veres <strong>de</strong><br />
fraternida<strong>de</strong>, para se prestarem mútua assistência e concorrerem, pelo<br />
exemplo e pela prática das virtu<strong>de</strong>s, para esclarecer os homens e prepará-los<br />
para a emancipação progressiva e pacífica da humanida<strong>de</strong>.<br />
É, pois um sistema e uma escola, não só <strong>de</strong> moral como também <strong>de</strong><br />
filosofia social e espiritual, revelada por alegorias e ensinada através <strong>de</strong><br />
símbolos, guiando seus a<strong>de</strong>ptos à prática e ao aperfeiçoamento dos mais<br />
elevados <strong>de</strong>veres <strong>de</strong> homem cidadão, patriota e soldado <strong>de</strong> bem.<br />
Praticando o bem sobre o plano físico e moral, a maçonaria reúne todos<br />
os homens com irmãos, sem <strong>de</strong>les indagar a crença ou a fé.<br />
Por isso e para evitar o <strong>de</strong>svirtuamento seus nobres e sublimes fins, a<br />
MAÇONARIA exige que sejam iniciados em seus mistérios somente aqueles<br />
que, reconhecendo a existência do G.’. A.’.D.’.U.’., bem compreen<strong>de</strong>m os<br />
<strong>de</strong>veres sociais e, alheios a elogios mútuos e inclinações contrárias aos rígidos<br />
princípios da moralida<strong>de</strong>,. Busquem-na em elevados sentimentos <strong>de</strong> Amor<br />
Fraternal.<br />
- A Maçonaria é, portanto, o progresso contínuo, por ensinamentos em<br />
uma série <strong>de</strong> graus visando por iniciações sucessivas, incutir no íntimo dos<br />
homens a LUZ ESPIRITUAL E DIVINA, que, afugentando os baixos<br />
sentimentos <strong>de</strong> materialida<strong>de</strong> e sensualida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> mundanismo e invocando<br />
sempre o GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO, os tornem dignos <strong>de</strong> si<br />
mesmo, da Família, da Pátria e da Humanida<strong>de</strong>.<br />
- Chega! Pare! Não diga mais nada!<br />
“Violentamente o velho maçom, gritou ao seu interlocutor”.<br />
Este ficou surpreso e interrompeu a dissertação.<br />
- ? ! ...<br />
Aos prantos, disse:<br />
- Como agra<strong>de</strong>ço, ó meu pensamento!<br />
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- Vivi até agora na escuridão da VAIDADE e da IGNORÂNCIA , sempre<br />
tendo como medíocre os meus irmãos, quando na verda<strong>de</strong> o ignorante, sou eu.<br />
- Como me envergonho das minhas atitu<strong>de</strong>s posso até consi<strong>de</strong>rá-las<br />
nefastas, quantas vezes me tornei pedante e prepotente diante dos meus<br />
irmãos. Quantas intervenções inoportunas e quantas interrupções<br />
<strong>de</strong>spropositadas nas sessões em que participei.<br />
- Ainda hoje, tornei-me intolerante, é por isso que os meus irmãos,<br />
quando chego à loja, ficam incomodados com a minha presença.<br />
- Muitas vezes, escutei palavras xistosas, com insinuações <strong>de</strong> ter<br />
chegado o professor <strong>de</strong> Hiram Habif...<br />
- Eu não entendia como dirigidas a mim!<br />
- Agora entendo por que fugiam <strong>de</strong> mim. Agora entendo por que, nas<br />
sessões em que eu estava presente, os irmãos muitas vezes se encolhiam nas<br />
ca<strong>de</strong>iras situadas no oriente e no oci<strong>de</strong>nte esperando que não me<br />
manifestasse.<br />
Nesse instante, o Velho Maçom, pôs-se a chorar copiosamente, colocou<br />
carinhosamente, junto ao peito a obra que lhe trouxera tantas reflexões e<br />
<strong>de</strong>clarou diante <strong>de</strong> si próprio, da sua consciência e do seu PENSAMENTO.<br />
- Como eu estava errado, solenemente prometo corrigir-me e<br />
transfomar-me em um novo maçom; na verda<strong>de</strong>, somente posso fazer apenas<br />
uma afirmação, tudo o que eu pensei saber <strong>de</strong> maçonaria, é pouco, pois na<br />
verda<strong>de</strong> ouso afirmar convictamente:<br />
“TUDO O QUE SEI, É QUE NADA SEI SOU UM GRANDE IMPOSTOR”<br />
A partir <strong>de</strong> hoje o meu lugar em loja não será mais aquele que eu<br />
pensava ser merecedor por direito.<br />
“O MEU LUGAR SERÁ NO TOPO DA COLUNA DO NORTE, COMO O<br />
MENOR DOS APRENDIZES DA ARTE REAL”<br />
Naquele instante nasceram em seu coração os mais nobres sentimentos <strong>de</strong>:<br />
“<strong>TOLERÂNCIA</strong> E <strong>HUMILDADE</strong>”<br />
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