20 de agosto Dia do Maçom - Inspetoria
20 de agosto Dia do Maçom - Inspetoria
20 de agosto Dia do Maçom - Inspetoria
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong><br />
<strong>Dia</strong> <strong>do</strong> <strong>Maçom</strong><br />
“O século XIX marcou para a humanida<strong>de</strong> o início da luta contra a opressão e a<br />
tirania aplicada sobre o povo, pelos reis que se proclamavam revesti<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />
direito divino, e que tinham si<strong>do</strong> escolhi<strong>do</strong>s por Deus para comandarem o seu<br />
reino e o faziam com tal <strong>de</strong>spotismo e tirania, usan<strong>do</strong> <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vida e morte<br />
contra os súditos e vassalos.<br />
Com essa atitu<strong>de</strong> herdada <strong>do</strong>s velhos tempos da barbárie, os monarcas<br />
vinham se manten<strong>do</strong> a testas <strong>do</strong>s seus reinos, aplican<strong>do</strong> toda a sorte <strong>de</strong><br />
castigos, revoltan<strong>do</strong>, muitas vezes, até os seus próprios amigos que aos<br />
poucos se transformavam em inimigos.<br />
Essa situação gerou o aparecimento <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res prega<strong>do</strong>res <strong>de</strong> uma nova<br />
filosofia <strong>de</strong> vida, para toda a humanida<strong>de</strong>, cujo escopo era o direito a liberda<strong>de</strong><br />
e igualda<strong>de</strong> entre os homens, por mais humil<strong>de</strong> que fosse, inclusive, argüiam o<br />
direito a proprieda<strong>de</strong> para to<strong>do</strong>s.<br />
Uma nova era que surgia, ten<strong>do</strong> por norma o “Iluminismo”, movimento filosófico<br />
que punha abaixo o “direito Divino” <strong>do</strong>s reis que exerciam sobre tu<strong>do</strong> e sobre<br />
to<strong>do</strong>s, pois, era ele o único proprietário <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os bens produzi<strong>do</strong>s no reino e<br />
senhor da vida e morte <strong>do</strong>s seus súditos.<br />
Montesquieu, um <strong>do</strong>s maiores pensa<strong>do</strong>res <strong>de</strong> sua época, instituiu na sua obra<br />
literária a tripartição <strong>do</strong>s po<strong>de</strong>res políticos <strong>de</strong> uma nação para proporcionar o<br />
respeito à vida humana e para a felicida<strong>de</strong> geral <strong>do</strong> povo.<br />
Faço este preâmbulo, porquanto, no torrão brasileiro, na mesma época, após<br />
ter D. João VI <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> o seu filho, o príncipe D. Pedro como Príncipe Regente<br />
no Brasil, com a recomendação <strong>de</strong> que se algum aventureiro tentasse,<br />
conquistar as coroa <strong>do</strong> Reino Uni<strong>do</strong>, ele D. Pedro a tomasse para si”.<br />
Na terra <strong>de</strong> Santa Cruz o ânimo <strong>do</strong>s brasileiros andava exalta<strong>do</strong>, motiva<strong>do</strong><br />
pelos <strong>de</strong>sman<strong>do</strong>s das autorida<strong>de</strong>s portuguesas. Nas ruas e esquinas; nos<br />
salões e na socieda<strong>de</strong>; no meio literário e o povo <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong> geral, to<strong>do</strong>s<br />
ansiavam e pregavam a idéia da separação <strong>do</strong> Brasil <strong>do</strong>s laços o que prendiam<br />
a Portugal.<br />
A Maçonaria não po<strong>de</strong>ria permanecer apática diante o clamor <strong>do</strong> povo. Ao<br />
longo da sua história tem <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>do</strong> a luta constante contra o bloqueio <strong>do</strong><br />
pensamento, da consciência e da vonta<strong>de</strong>, pois as vigas mestras, que<br />
sustentam o edifício maçônico, entre outros, são a justiça, a sabe<strong>do</strong>ria, o po<strong>de</strong>r<br />
<strong>do</strong> bem, <strong>do</strong> bom cumprimento <strong>do</strong> <strong>de</strong>ver, a filantropia, a liberda<strong>de</strong>, a igualda<strong>de</strong> e<br />
a fraternida<strong>de</strong>.<br />
1
O DIA DO MAÇOM foi instituí<strong>do</strong> na Quinta Mesa Re<strong>do</strong>nda, realizada em Belém<br />
<strong>do</strong> Pará, nos dias 17 a <strong>20</strong> <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1957, com a presença das Gran<strong>de</strong>s<br />
Lojas <strong>do</strong> Amazonas e suas jurisdicionadas nos territórios <strong>do</strong> Acre, Rondônia,<br />
Bahia, Paraíba, Pernambuco, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio <strong>de</strong> Janeiro e<br />
São Paulo.<br />
Entre as moções apresentadas e aprovadas estava a que instituía o dia <strong>20</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>agosto</strong> como O DIA DO MAÇOM, sen<strong>do</strong> sua comemoração obrigatória em<br />
todas as lojas brasileiras.<br />
A escolha <strong>do</strong> dia <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>, como o dia consagra<strong>do</strong> ao <strong>Maçom</strong>, <strong>de</strong>ve-se por<br />
ser a data em que a Maçonaria reunida em loja fechada <strong>de</strong>cidiu pela<br />
In<strong>de</strong>pendência <strong>do</strong> Brasil, para livrá-lo <strong>do</strong> jugo português.<br />
Naquele dia, em 1822, presentes os maçons das três lojas metropolitanas <strong>do</strong><br />
Rio <strong>de</strong> Janeiro, Comércio e Artes, União e Esperança e Tranqüilida<strong>de</strong>, no<br />
Templo da primeira, numa sessão extraordinária, presidida pelo 1º Vigilante<br />
Joaquim Gonçalves Le<strong>do</strong>, na ausência <strong>de</strong> José Bonifácio <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> e Silva,<br />
<strong>de</strong>cidiram que a partir daquele instante, o Brasil seria livre da tirania<br />
portuguesa, assumin<strong>do</strong> seu próprio governo.<br />
Gonçalves Le<strong>do</strong> proferiu um veemente discurso, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong>, com razões<br />
sólidas, que “circunstâncias políticas da Pátria, <strong>do</strong> rico, fértil e po<strong>de</strong>roso Brasil”,<br />
<strong>de</strong>mandavam e exigiam imperiosas, que a categoria fosse inabaladamente<br />
firmada com a in<strong>de</strong>pendência e a realeza constitucional, na pessoa <strong>do</strong> Augusto<br />
Príncipe. E propôs também que D. Pedro fosse proclama<strong>do</strong> Rei <strong>do</strong> Brasil.<br />
“REI NÃO”, gritou, na coluna <strong>do</strong> Sul, o irmão Domingos Alves Branco,<br />
“IMPERADOR É O QUE É” e os vivas ao Impera<strong>do</strong>r e Defensor Perpétuo <strong>do</strong><br />
Brasil ecoaram na Loja.<br />
Comemoramos o dia <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>, como o <strong>Dia</strong> <strong>do</strong> <strong>Maçom</strong>, não só pelo evento,<br />
<strong>de</strong> ter si<strong>do</strong> neste dia proclama<strong>do</strong>, na Loja Comércio e Artes, nossa<br />
in<strong>de</strong>pendência política, mas, por ter si<strong>do</strong>, aquela proclamação, o resulta<strong>do</strong><br />
acumula<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong> nossos irmãos que <strong>de</strong>flagaram amplo movimento<br />
liberal <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> a extirpar o Brasil <strong>do</strong> opróbrio e <strong>do</strong> absolutismo da coroa<br />
portuguesa.<br />
Nessa memorável sessão <strong>de</strong> <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong>, quan<strong>do</strong> foi apresentada a moção<br />
que proclamava a In<strong>de</strong>pendência <strong>do</strong> Brasil, seis irmãos foram elimina<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />
quadro da Loja por terem envia<strong>do</strong> para Portugal notícias a cerca <strong>do</strong>s trabalhos<br />
sigilosos da emancipação <strong>do</strong> Brasil.<br />
A Loja man<strong>do</strong>u dar ciência a D. Pedro, que estava em São Paulo, <strong>de</strong> regresso<br />
ao Rio <strong>de</strong> Janeiro, <strong>do</strong> que <strong>de</strong>cidira. Ao receber o emissário da Maçonaria, a 7<br />
<strong>de</strong> setembro, às margens <strong>do</strong> Ipiranga, ele recebia, também, através <strong>do</strong> correio<br />
da corte, Antonio Bregaro, correspondência da corte, notícias que lhe<br />
<strong>de</strong>sagradaram e fê-lo antecipar a <strong>de</strong>cisão que a Maçonaria queria para o dia 12<br />
<strong>de</strong> outubro, aniversário <strong>do</strong> Príncipe.<br />
2
A proclamação <strong>de</strong> nossa In<strong>de</strong>pendência, verda<strong>de</strong>iramente, veio através da<br />
Maçonaria, em anos <strong>de</strong> luta heróica e bendita pela liberda<strong>de</strong>, e foi também<br />
irrigada com o sangue <strong>de</strong> nossos irmãos. Em terreno difícil, mas protegi<strong>do</strong> pela<br />
sombra da Acácia, assim germina e cresce, espalhan<strong>do</strong>-se para dar o seu<br />
fruto, o que ocorreu a <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> 1822.<br />
Portanto, louvemos e roguemos graças a esses <strong>de</strong>stemi<strong>do</strong>s irmãos <strong>do</strong> passa<strong>do</strong><br />
que protegi<strong>do</strong>s pelo manto sagra<strong>do</strong> da Liberda<strong>de</strong>, Igualda<strong>de</strong> e Fraternida<strong>de</strong>,<br />
souberam amar a Pátria e por ela <strong>de</strong>rramarem o próprio sangue, em louvor da<br />
“INDEPENDÊNCIA DO BRASIL”.<br />
SALVE O DIA DO MAÇOM.<br />
Oriente <strong>de</strong> Curitiba, 14 <strong>de</strong> <strong>agosto</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>10.<br />
Ney Lisboa <strong>de</strong> Miranda – 33º<br />
Delega<strong>do</strong> da 1ª <strong>Inspetoria</strong><br />
3