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PERDA DE VIGOR DOS MONTADOS DE SOBRO E AZINHO ... - INRB

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<strong>PERDA</strong> <strong>DE</strong> <strong>VIGOR</strong> <strong>DOS</strong> MONTA<strong>DOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>SOBRO</strong> E <strong>AZINHO</strong>:<br />

ANÁLISE DA SITUAÇÃO E PERSPECTIVAS<br />

(Documento síntese)<br />

Edmundo Manuel Rodrigues de Sousa<br />

Maria Natércia Sousa Santos<br />

Maria Carolina Varela<br />

Joana Henriques<br />

OUTUBRO, 2007<br />

Estação Florestal Nacional


Na sequência do Despacho n.º 4044/2003, de 27 de Fevereiro do Ministro da<br />

Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas (MADRP), foi elaborado um<br />

Programa de Defesa dos Povoamentos Suberícolas (PDPS). Para execução das<br />

acções 4 e 5 da componente Investigação do PDPS – “Síntese e divulgação das<br />

recomendações que os Investigadores, com base no trabalho desenvolvido,<br />

podem já fazer no sentido de se inverter o declínio dos povoamentos e melhorar<br />

a sua gestão”, foi estabelecido, em 18/03/06, um protocolo de colaboração entre<br />

a Direcção Geral dos Recursos Florestais (DGRF) e a Estação Florestal<br />

Nacional (EFN), organismo do Instituto Nacional dos Recursos Biológicos, I. P.<br />

(INIRB, I.P.) para a elaboração de um documento síntese relativo ao estado<br />

actual dos conhecimentos sobre a perda de vigor do montado de sobro e azinho,<br />

tendo sido fixados objectivos que passam pelo tratamento de informação<br />

dispersa pelas diferentes instituições com vista a facilitar a sua acessibilidade e<br />

utilização a todos os agentes envolvidos na defesa do montado.<br />

Para recolha de informações foram contactadas 30 instituições (Anexo I) no<br />

sentido de: identificar os projectos mais relevantes inseridos nas diferentes<br />

áreas técnico-científicas sobre os montados de sobro e azinho e resumir<br />

as conclusões e recomendações mais importantes.<br />

Este documento baseou-se, assim, na análise global das informações recolhidas<br />

no âmbito dos diferentes projectos de I&D que têm sido desenvolvidos no nosso<br />

país (Anexo II) e que nos foram disponibilizadas. Optou-se por não fazer<br />

menção individualizada das diversas fontes de informação recolhidas,<br />

considerando-se que esta análise é o resultado do conhecimento gerado<br />

globalmente pelas instituições envolvidas. Nalguns casos a informação foi<br />

complementada com algum conhecimento internacional, devidamente<br />

referenciado, julgado relevante para a compreensão da problemática.<br />

Será ainda elaborada uma versão de uso mais aplicado a ser disponibilizada na<br />

página Web da DGRF.<br />

Esta análise integra-se também no âmbito do Eixo 5 do Programa de Acção para<br />

Recuperação da Vitalidade dos Montados de Sobro e Azinho, criado pelo<br />

Despacho n.º 18316/2006, de 31 de Agosto, do Ministério da Agricultura, do<br />

Desenvolvimento Rural e das Pescas.<br />

2


Índice<br />

I – Introdução……………………………………………………………………………….….…………. 5<br />

II – Constatação do fenómeno de declínio………………………………………………….….……… 7<br />

III – Despiste dos factores……………………………………………………………………….…….... 12<br />

III.1 - Factores climáticos……………………………………………………………….…….. 14<br />

III.2 - Factores edáficos………………………………………………………………….……. 19<br />

III.3 - Acção do Homem………………………………………………………………………... 22<br />

III.3.1 – Gestão do povoamento…………………………………………….……….. 22<br />

III.3.2 – Poluição atmosférica………………………………………………………... 24<br />

III.4 – Incêndios florestais………………………………………………………………….…... 29<br />

III.5 – Agentes bióticos identificados em associação com o declínio………………..……. 32<br />

III.5.1 – Doenças……………………………………………………………….……… 33<br />

III.5.2 – Pragas………………………………………………………………….……… 36<br />

III.5.3 – Outros agentes………………………………………………………………. 41<br />

IV – Aprofundamento do conhecimento sobre interacções dos factores envolvidos………….…. 42<br />

IV.1 – Como as condições edafo-climáticas se relacionam com os outros factores….… 44<br />

IV.2 – Como a acção do homem pode condicionar o efeito dos outros factores……..…. 45<br />

IV.3 – Como os agentes bióticos exercem sinergismos com os outros factores……..…. 47<br />

V – Proposta de medidas para inverter a situação………………………………………………..…. 48<br />

V.1 – Métodos de diagnóstico e de classificação da situação…………………..………… 49<br />

V.2 – Gestão do montado adaptada às novas condições………………………………….. 51<br />

V.2.1 - Estratégias para incrementar a fertilidade dos solos……………………… 52<br />

V.2.2 - Regeneração e Produção de plantas………………………………………. 53<br />

V.2.3 – Técnicas de Produção…………………………………………………….…. 55<br />

V.2.4 – Usos complementares do solo……………………………………………… 55<br />

V.2.5 – Áreas ardidas……………………………………………………………….… 57<br />

V.3 – Meios de controlo para pragas e doenças……………………………………………. 58<br />

3


VI – Lacunas de conhecimento para a projecção de linhas de investigação……………………... 62<br />

VI.1 – Conhecer a fisiologia da árvore……………………………………………………….. 63<br />

VI.1.1 - Mecanismos associados ao vigor………………………………………….. 63<br />

VI.1.2 - Capacidade de adaptação e de resistência às condições<br />

do meio ambiente……………………………………………………………. 63<br />

VI.2 - Identificar os mecanismos de perda de vitalidade na árvore e no povoamento…. 64<br />

VI.2.1 – Extensão e gravidade do problema (espacial e temporal)……………… 64<br />

VI.2.2 – Métodos de diagnóstico precoce………………………………………….. 64<br />

VI.2.3 – Factores envolvidos…………………………………………………………. 64<br />

VI.3 – Avaliar as interacções (dependências e sinergismos) entre factores…………….. 66<br />

VI.4 – Como inverter a situação………………………………………………………………. 67<br />

VI.4.1 - Medidas directas de controlo para pragas e doenças…………………… 67<br />

VI.4.2 - Aplicação de medidas que a curto/médio prazo,<br />

possam vir a mitigar ou inverter o processo de declínio…………………. 67<br />

VII - Referências bibliográficas…………………………………………………………………………. 69<br />

ANEXO I – Informações sobre as instituições contactadas<br />

ANEXO II – Listagem dos projectos considerados<br />

ANEXO III – Estratégias para controlo do declínio do montado de sobro<br />

4


I - Introdução<br />

Na década de 80 surgem, principalmente na Europa (Bonneau & Guy, 1985; Delatour, 1983; Eichhorn &<br />

Paar, 1999; Landmann, 1985; Oleksyn & Przybvl, 1987; Ragazzi et al., 1995) e na América do Norte<br />

(Annonymus, 1989, Abrahams, 1996; Oak et al., 1996; Wargo, 1996), várias publicações assinalando um<br />

declínio acentuado e generalizado de várias essências florestais, entre as quais são particularmente<br />

focados os géneros Abies, Picea (os mais afectados), Pinus, Fagus, Quercus e Castanea.<br />

Parecia ter-se alcançado nessa altura, uma situação de agravamento geral, contínuo e dificilmente<br />

explicável do estado sanitário da floresta. Esta situação foi globalmente classificada como “declínio” por<br />

se verificar uma perda de vigor ou enfraquecimento da floresta sem a existência de sintomas específicos<br />

(Schütt, 1992).<br />

Enquadrava-se nesta designação o enfraquecimento de alguns montados de sobro (Quercus suber L.) e<br />

azinho (Quercus rotundifolia Lam.), principalmente nos países em que estas espécies se assumem com<br />

importância económica, social e/ou ecológica.<br />

Sabe-se com efeito, que nas florestas (Figura 1) certos factores de stress podem induzir uma reacção<br />

que directa ou indirectamente provocam uma diminuição gradual do vigor das árvores, seguida de uma<br />

redução das suas capacidades de defesa e do estabelecimento de condições favoráveis à instalação de<br />

agentes bióticos (ciclo de declínio). O que caracteriza esta situação é precisamente a incapacidade<br />

da árvore reagir a um conjunto de factores de stress.<br />

Face a esta situação, multiplicaram-se os simpósios nacionais e internacionais (Donaubauer, 1998;<br />

Dryer & Aussenac, 1996), tendo surgido repentinamente uma multiplicidade de artigos e a comunidade<br />

científica intensificou a comunicação, parecendo ficar mais próxima.<br />

Estas iniciativas levaram à formulação de várias hipóteses numa tentativa de explicar um fenómeno<br />

cujos contornos variam com os factores ecológicos, práticas silvícolas, espécies envolvidas e respectivas<br />

interacções.<br />

5


“Feedback” negativo (ciclo de recuperação do “stress”)<br />

Incidência<br />

de agentes<br />

nocivos<br />

Aumento<br />

das defesas<br />

da árvore<br />

Diminuição<br />

dos ataques<br />

“Feedback” positivo (ciclo do declínio da árvore)<br />

Diminuição<br />

do vigor<br />

Diminuição<br />

das defesas<br />

Crescimento<br />

dos agentes<br />

patogénicos<br />

Diminuição do nº de<br />

raízes, da superfície foliar<br />

Aumento de<br />

perturbações fisiológicas<br />

stress stress<br />

Figura 1 – Representação esquemática do declínio em ecossistemas florestais (Loehle, 1988).<br />

Uma análise ao trabalho desenvolvido durante as duas últimas décadas permite distinguir quatro fases<br />

que, embora sem uma sequência perfeita, se foram individualizando ao longo do tempo: 1. constatação<br />

do fenómeno; 2. despiste dos factores envolvidos; 3. aprofundamento dos conhecimentos sobre<br />

interacções dos factores; 4. definição de medidas para inverter a situação. Estas duas últimas fases que<br />

têm vindo a tomar forma ao longo do tempo, demarcam-se ligeiramente da constante abordagem da<br />

situação, constatando-se assim, um claro reconhecimento de que a eficácia das intervenções (para a<br />

recuperação e conservação dos ecossistemas), requeria valor acrescentado ao conhecimento técnicocientífico<br />

já disponível.<br />

É contudo de salientar que a perda de vigor não se generaliza à espécie enquanto tal, mas sim a zonas<br />

geográficas e povoamentos relativamente bem localizados, em oposição a situações onde o vigor<br />

continua a prevalecer.<br />

Este documento tem como objectivo elaborar uma síntese dos resultados mais relevantes do trabalho<br />

desenvolvido sobre os factores associados ao enfraquecimento do ecossistema com os seguintes<br />

objectivos: contribuir para uma visão global do actual estado dos conhecimentos; propor algumas<br />

medidas para inverter a situação; reunir informação para o delineamento de algumas linhas prioritárias<br />

de investigação<br />

Vigor da árvore<br />

(biomassa viva)<br />

Vigor da árvore<br />

(biomassa viva)<br />

stress morte<br />

6


II – Constatação do fenómeno de declínio<br />

Embora desde os finais do século XIX e primeira metade do século XX tenham sido assinalados vários<br />

surtos de mortalidade no montado de sobro em Portugal (Câmara-Pestana, 1898, 1899; Lopes-Pimentel,<br />

1946; Natividade, 1950; Neves, 1950; Oliveira, 1931; Ramires, 1898), foi durante as três últimas décadas<br />

que o fenómeno de perda de vigor foi encarado com preocupação.<br />

Têm sido constatados dois tipos de sindromas. O mais comum é traduzido por desfolhas que tornam a<br />

copa progressivamente mais transparente, incidindo fundamentalmente na sua periferia, rebentação<br />

anormal de ramos epicórmicos, presença de manchas inicialmente escuras e húmidas principalmente no<br />

tronco e nos ramos mais grossos, apresentando exsudados viscosos. Ao nível destas manchas os<br />

tecidos subjacentes desagregam-se e formam uma pasta húmida, endurecendo com o tempo e tornando<br />

impraticável o descortiçamento nessas zonas afectadas. Este tipo de sintomas processa-se durante um<br />

período de tempo mais ou menos longo, difícil de precisar, usualmente designado por “morte lenta”.<br />

Outro tipo de sindroma caracteriza-se pela seca da folhagem que rapidamente adquire um tom castanho<br />

permanecendo em, grande parte, aderente aos ramos. A morte das árvores ocorre num período de<br />

tempo muito curto entre 2 e 4 semanas e é designado por “morte súbita”. Neste caso não se verifica a<br />

presença de outros sintomas para além de uma seca súbita e generalizada da árvore.<br />

Em Portugal, têm vindo a ser efectuadas avaliações quantitativas do fenómeno (Carvalho et al., 1992;<br />

Macara, 1975; Martins 1988, 1991; Mascarenhas et al., 1992; Santos & Martins, 1992; Sousa, 1990;<br />

Tavares & Cabrita, 1990), as quais podem genericamente dividir-se em dois tipos fundamentais: as que<br />

incidiram sobre vastas áreas procurando detectar grandes manchas de zonas afectadas e as que<br />

recorreram a observações no terreno e registo de alguns parâmetros em parcelas previamente<br />

seleccionadas. Uma apreciação geral dos resultados obtidos mostra uma discrepância nos valores quer<br />

para as taxas de mortalidade quer para a percentagem de árvores com perda de vigor. Esta discrepância<br />

pode no entanto estar associada não só aos métodos de avaliação usados mas também à diversificação<br />

das zonas de montado. Efectivamente, os métodos de avaliação que incidem em vastas áreas (ex.:<br />

análise diacrónica por foto interpretação; fotografia aérea I.V. falsa cor) apenas detectam manchas<br />

afectadas em áreas de grandes dimensões, enquanto que as observações no terreno incidem sobre<br />

parcelas de dimensões mais reduzidas e são efectuadas a nível individual (árvore a árvore), permitindo<br />

7


identificar sintomas menos acentuados de perda de vigor pelo que os valores encontrados podem ser<br />

mais elevados.<br />

A análise diacrónica por foto-interpretação, efectuada nos concelhos de Santiago do Cacém, Grândola e<br />

Sines e abrangendo cerca de 73.720 ha mostrou que a área de sobreiros dispersos decresceu<br />

substancialmente no intervalo 1958-67 e que em 1992 estavam reduzidas a cerca de um terço da área<br />

existente em 1958 (Carvalho et al., 1992). De acordo com os mesmos autores, embora a área total<br />

ocupada pelo sobreiro apenas tivesse sofrido redução significativa nas zonas de sobreiros dispersos, a<br />

área total ocupada, de modo geral, mantém-se, mas nas zonas de densidade média e elevada verificouse<br />

um acentuado decréscimo de densidades no período 1957-87.<br />

Os estudos efectuados nos concelhos de Mora, Aviz e Arraiolos (área de 5300 ha) também evidenciaram<br />

uma diminuição da área total de ocupação dos montados da região (8% da área de ocupação destes<br />

povoamentos em 1970, correspondendo, a maior parte, a povoamentos de azinho) ainda que a maior<br />

alteração tenha ocorrido na diminuição da densidade dos povoamentos. Para a azinheira a classe<br />

de maior densidade (Az2) diminuiu cerca de 5303 ha (40% da área desta classe em 1970) e no caso do<br />

sobreiro, a diminuição da classe de maior densidade (Sb2) foi de cerca de 2557 ha (25% da área da<br />

classe em 1970).<br />

No entanto, uma avaliação global segundo os dados do inventário florestal nacional (1902 a 2006), refere<br />

que a área de sobreiro e azinheira em Portugal aumentou significativamente de 1928 para 1956 e que a<br />

partir daí não sofreu alterações relevantes (Figura 2). Recentemente e como resultado de programas de<br />

florestação, estima-se que a área de montado tenha mesmo aumentado cerca de 18% (Pereira et al.,<br />

1999).<br />

Evolução da área (ha)<br />

800000<br />

700000<br />

600000<br />

500000<br />

400000<br />

300000<br />

200000<br />

100000<br />

0<br />

evolução da área-ha<br />

1910 1928 1956 1981 1987 1988 1991 1995 2005<br />

sobreiro azinheira<br />

Figura 2- Evolução da área e da densidade dos povoamentos de sobreiro e azinheira em Portugal<br />

segundo os dados do Inventário Florestal Nacional (Tomé, 2006).<br />

Parcelas Parcelas (%)<br />

40<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

0-40 40-80 80-120 120-160 160-200 ≥200<br />

Classes de Nº árv/ha)<br />

IFN1995 IFN2005<br />

8


A ausência de regeneração que tem sido verificada na maior parte dos povoamentos parece ser,<br />

no entanto, a questão mais preocupante (Martins, 1991), já que pode vir a pôr em risco a<br />

perpetuidade e a conservação dos povoamentos de sobro e azinho (esta situação é mais grave no caso<br />

dos povoamentos de sobro do que nos de azinho).<br />

De acordo com os dados do ICP Forests (DGRF, 2006), baseados numa escala de classes de desfolha<br />

(Figura 3), verifica-se que o padrão de árvores com desfolha superior a 25% (danos moderados a<br />

acentuados), não é uniforme ao longo do tempo. Na década de 90 (1990 a 1992) notou-se um acréscimo<br />

da desfolha que veio a decrescer para voltar a aumentar gradualmente a partir de 1999. Curiosamente o<br />

padrão de respostas de ambas as espécies parece ser idêntico com excepção dos últimos anos (a partir<br />

de 2003 em que parece haver uma tendência para a situação se agravar no caso do sobreiro).<br />

% de árv. com desfolha superior a 25%<br />

60,0<br />

50,0<br />

40,0<br />

30,0<br />

20,0<br />

10,0<br />

0,0<br />

1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005<br />

sobreiro azinheira<br />

Figura 3- Valores da desfolha moderada a acentuada (> a 25%) no sobreiro e azinheira em<br />

Portugal, respeitantes ao período de 1988 a 2005 (DGRF, 2006).<br />

Também com base em dados cedidos pela Direcção Geral dos Recursos Florestais (Figura 4),<br />

respeitantes ao período 1991-98, sobre autorizações corte/arranque de sobreiros decrépitos e mortos,<br />

verifica-se que o pedido de corte incidiu muito mais no sobreiro do que na azinheira e que este tem sido<br />

mais ou menos constante ao longo do tempo.<br />

Uma tentativa de localizar estes valores por freguesias (Figura 5) mostra que toda a zona a sul do Tejo<br />

se encontra afectada (Pereira et al., 1999) mas que são fundamentalmente as zonas de Santiago do<br />

9


Cacém, Grândola, Coruche e Ponte de Sôr as que apresentam núcleos com níveis de recorrência de<br />

desbaste mais acentuados, o que é confirmado por Barros et al. (2002).<br />

Nº de árvores<br />

300000<br />

250000<br />

200000<br />

150000<br />

100000<br />

50000<br />

0<br />

1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004<br />

Data<br />

Sobreiro Azinheira<br />

Figura 4- Dados relativos ao número total de árvores secas cujo abate foi autorizado anualmente,<br />

durante o período 1988-2004 (fonte: DGRF, 2006).<br />

Figura 5 - Distribuição espacial da mortalidade. a) Localização por freguesias dos pedidos de<br />

abate superiores a 4 arv./ha. b) Aferição qualitativa da carta inicial efectuada pelas Associações<br />

Florestais (fonte: DGRF, 2006).<br />

10


Uma aferição da carta efectuada a partir dos pedidos de abate superiores a 4 árv./ha foi posteriormente<br />

efectuada de uma maneira qualitativa pelas Associações Florestais já que a carta inicial poderia falsear<br />

um pouco os resultados, penalizando as regiões onde os proprietários estão sensibilizados para o<br />

problema (solicitam frequentemente o abate dos sobreiros) e atenuando as regiões onde o absentismo<br />

do proprietário se faz sentir.<br />

Relativamente à evolução da produção de cortiça, Mendes (1997) refere que a produção total de cortiça<br />

nos novénios de 70-78, 79-87 e de 88-96 é respectivamente 89%, 73% e 69% da produzida no novénio<br />

de 61-69. Ainda o mesmo autor considera discutível se este decréscimo corresponde apenas a uma<br />

regressão do potencial produtivo do montado, já que para além dos surtos de mortalidade verificados na<br />

década de 80 (decorrentes da sucessão de largos períodos de seca), outros factores conjunturais<br />

resultantes da instabilidade social vivida no Alentejo no período 1975-83, poderão estar implicados. A<br />

este propósito, sob o título "Os sobreiros estão a morrer", a Associação Portuguesa da Cortiça (APCOR)<br />

alerta para a necessidade de tomar medidas urgentes para inverter a situação, num momento em que a<br />

produção de cortiça (principalmente a cortiça de qualidade) vai progressivamente decrescendo e a<br />

procura se intensifica devido ao aumento da produção vinícola (Dia, 1999).<br />

Noutros países como Espanha (Gotarredona, 1992; Jacobs et al., 1992), França (Mirault, 1996), Itália<br />

(Francheschini et al, 1999) Marrocos (Harrachi, 1996; Yousfi, 1995) e Tunísia (Jamaa & Hasnaoui, 1996),<br />

os resultados alcançados pareciam traduzir uma situação semelhante. A este propósito Graf et al. (1992)<br />

referem que as florestas do noroeste de Marrocos sofreram uma redução da sua área de cerca de 30%<br />

nos últimos quinze anos, tendo sido o montado de sobro o mais afectado. Também Luciano & Prota<br />

(1995), apontam para quebras de 40% e 60% na produção anual de cortiça nos casos em que a desfolha<br />

foi respectivamente de 50% e 100%.<br />

Hoje em dia, apesar das análises comparativas da extensão e gravidade dos danos serem difíceis, pela<br />

ausência de metodologias uniformes e de dados quantitativos que permitam uma definição mais precisa<br />

da situação, .sabemos que este fenómeno varia grandemente consoante os países e os locais, não<br />

apresentando por isso um padrão constante.<br />

11


III – Despiste dos factores<br />

O fenómeno do declínio, tem merecido, através de vários estudos e projectos, abordagens coerentes<br />

que contribuíram para o despiste dos factores envolvidos.<br />

Sem querer pôr em causa que ao longo do espaço e do tempo um ecossistema possa vir a ser afectado<br />

por um factor desfavorável que, em dado momento, se torne prevalente no processo de enfraquecimento<br />

das árvores, é de modo geral consensual que a progressiva perda de vigor das Quercíneas é<br />

fundamentalmente desencadeada por múltiplos factores (Figura 6).<br />

Tempestade<br />

Tempestade,<br />

Tempestade<br />

Tempestade,<br />

neve e<br />

granizo<br />

granizo<br />

Causas naturais<br />

Condições climáticas<br />

Árvores<br />

danificadas<br />

Excesso de<br />

calor<br />

Invasão de<br />

insectos<br />

Deficiência<br />

em água<br />

Perturbações<br />

nas relações<br />

água-planta<br />

Enfraquecimento das<br />

essências florestais<br />

Gestão do povoamento<br />

Povoamentos<br />

puros<br />

Doenças<br />

radicualres radiculares radicualres radiculares<br />

Cortes e<br />

exploração<br />

Degradação<br />

do solo<br />

Acção do homem<br />

Calcamentodo<br />

solo, resíduos<br />

MORTE DA FLORESTA<br />

Destruição do<br />

estado do<br />

povoamento<br />

Árvores<br />

caídas<br />

Perturbações no<br />

equilíbrio biocenótico<br />

Turismo e Actividades<br />

humanas extra-florestais<br />

Incêndios<br />

Figura 6 – Principais factores associados ao declínio do montado de sobro em Portugal.<br />

Caça<br />

Modificação<br />

do microclima<br />

Poluição<br />

12


De facto, da idéia inicial de identificar factores isolados do desequilíbrio do ecossistema (p. ex. doenças<br />

e pragas), passou-se rapidamente para a identificação de uma cadeia de factores integrados num<br />

contexto mais vasto de ecossistema florestal.<br />

Entre a multiplicidade de factores que têm sido referidos, as propriedades físicas e químicas do solo<br />

(Ausenac et al., 1992; Bernardo et al., 1992; Bréda, 1999; Roxo et al., 2005; Sousa et al., 1999), os<br />

factores climáticos, fundamentalmente secas prolongadas (David et al., 1992; Mánka et al., 1998;<br />

Valentini et al, 1992), a incidência de pragas e doenças (Bakry et al., 1999; Francheschini et al., 1999;<br />

Sechi et al., 2002; Wargo, 1996), são frequentemente citados como determinantes neste processo. Por<br />

outro lado, a acção do homem nas suas componentes de gestão do povoamento e do sob-coberto, a<br />

poluição atmosférica e os incêndios florestais são também constantemente referidos como<br />

desempenhando um papel determinante nalgumas situações específicas.<br />

13


III.1 - Factores climáticos<br />

Normalmente, o crescimento das árvores inicia-se na Primavera, sendo apenas interrompido se a<br />

secura estival for muito acentuada ou com valores baixos de temperaturas mínimas de Outono<br />

(Costa et al., 2002; Oliveira et al., 2002). O crescimento radial ocorre assim entre Março e Outubro com<br />

um máximo em Junho – Julho sendo que no início da Primavera é incrementado pela pluviosidade no<br />

Inverno e no Outono por elevados valores de pluviosidade no Verão (Oliveira et al., 2002).<br />

Por outro lado, a quantidade de folhas, varia de árvore para árvore, e a sua emissão parece depender<br />

mais da temperatura do que da pluviosidade. A queda das folhas antigas acompanha a emissão de<br />

novas folhas, podendo prolongar-se até ao Verão. No caso do sobreiro e azinheira é vulgar os ciclos de<br />

três anos na constituição de novas folhas.<br />

É ponto assente que começam a ser visíveis também na região Mediterrânica (Gracia, 2006; Oszako,<br />

2004) alguns efeitos devido à acção das mudanças climáticas (alterações no padrão e na repartição da<br />

precipitação e temperatura), nomeadamente:<br />

• aumento das temperaturas e diminuição da precipitação;<br />

• alterações no padrão de distribuição da precipitação;<br />

• maior frequência de extremos climáticos (p. ex. Invernos severos, geadas tardias,<br />

Verões muito quentes e secos).<br />

No entanto, é difícil de isolar cada um dos factores ambientais, principalmente porque são muitas vezes<br />

as inter-relações entre factores que ocasionam desequilíbrios fisiológicos nas árvores.<br />

Os efeitos fisiológicos que a acção conjunta da Precipitação (P) e da Temperatura (T) podem exercer na<br />

vegetação, nas suas vertentes P alta/T baixa e P escassa/T alta encontram-se esquematizados na<br />

Figura 7 (Larcher, 1975), já que a interacção entre teor em água e temperatura é extremamente<br />

importante para o desenvolvimento do coberto arbóreo.<br />

Um deficit de água associado a temperatura elevadas induz uma diminuição da taxa fotossintética e um<br />

aumento da actividade respiratória. Esta redução da fotossíntese pode provocar uma diminuição do<br />

crescimento e um atrofiamento radicular (Bonneau, 1985). A assimilação fica assim comprometida. Nas<br />

situações de excesso de água, são as temperaturas baixas que jogam um papel preponderante,<br />

principalmente se estas intervêm subitamente.<br />

Em Portugal, foram registados períodos de extrema secura durante os séculos XIX (Roxo & Casimiro,<br />

1999) e XX (Roxo et al., 2005), tendo alguns deles sido claramente associados a notícias sobre<br />

ocorrência de elevadas taxas de mortalidade no montado (David et al., 1992), no entanto o<br />

14


desfasamento entre ambos sugere que a seca é um factor predisponente e não uma causa. A análise<br />

do regime de precipitação para diversas estações climatológicas do litoral Alentejano, durante um<br />

período de cerca de 60 anos, permitiu também observar um agravamento gradual na magnitude das<br />

secas, com a redução das precipitações primaveris (David et al., 1992).<br />

Precipitação<br />

abundante<br />

Nebulosidade<br />

abundante<br />

Atraso no<br />

início do<br />

crescimento<br />

Período<br />

vegetativo<br />

curto<br />

Radiação incidente<br />

escassa<br />

Temperatura<br />

do solo<br />

baixa<br />

Diminuição da<br />

fotossíntese<br />

Poucas<br />

divisões das<br />

células do<br />

câmbio<br />

Danos por<br />

geadas<br />

Temperatura<br />

baixa<br />

Temperatura<br />

da planta<br />

baixa<br />

Redução do<br />

metabolismo e do<br />

desenvolvimento<br />

Diminuição do<br />

efeito das<br />

fitohormonas<br />

Anel anual<br />

estreito<br />

Escasso<br />

alargamento<br />

celular<br />

Precipitação<br />

reduzida<br />

Nebulosidade<br />

escassa<br />

Período<br />

vegetativo<br />

curto<br />

Radiação incidente<br />

intensa<br />

Humidade<br />

atmosférica<br />

baixa<br />

Redução do<br />

crescimento<br />

Reduzido<br />

alargamento celular<br />

Temperatura<br />

alta<br />

Evaporação<br />

rápida<br />

Más<br />

condições<br />

hídricas<br />

Diminuição da<br />

fotossíntese<br />

Anel anual<br />

estreito<br />

Figura 7 - Efeitos fisiológicos provocados pela interracção da Precipitação e da Temperatura.<br />

Temperatura<br />

da planta<br />

elevada<br />

Aumento<br />

da<br />

respiração<br />

Escassez de<br />

assimilados<br />

Pouca divisão<br />

celular<br />

Pouca<br />

diferenciação<br />

do xilema<br />

A partir da década de 80, vários estudos no âmbito da fisiologia e ecofisiologia, têm vindo a focar os<br />

mecanismos geradores de alterações funcionais que se prendem com a deficiência de água no solo<br />

(Epron & Dryer, 1996; Griffin et al., 1991a; 1991b; Matteucci et al., 1992; Méthy et al., 1996; Oliveira et<br />

al., 1992; Roupsard et al., 1996), como consequência de longos períodos de seca. Sabe-se<br />

efectivamente que estas mudanças podem afectar algumas funções da árvore, com consequências ao<br />

nível do crescimento, fenologia e reprodução. Estas alterações podem provocar situações de aumento<br />

de stress e de diminuição da vitalidade dos carvalhos, mudanças na cobertura e na estrutura vegetal e<br />

uma redução ou um deslocamento das áreas de distribuição actual das espécies.<br />

Solo<br />

seco<br />

Diminuição do<br />

efeito das<br />

fitohormonas<br />

Folhagem<br />

escassa<br />

15


Apesar de não se conseguir ainda estimar os efeitos que as mudanças climáticas podem estar a ter no<br />

declínio e na resiliência destes povoamentos, sabe-se de um modo geral que:<br />

• a redistribuição da precipitação induzida pela presença física das árvores traduz-se numa<br />

acumulação de precipitação, sob a copa, nos quadrantes virados aos ventos dominantes<br />

(corresponde em média a cerca de 22% da precipitação bruta). Este aspecto é determinante<br />

para a explicação da heterogeneidade espacial da vegetação herbáceo-arbustiva dos<br />

montados;<br />

• a transpiração, relevante durante períodos sem chuva, corresponde a cerca de 72% da<br />

evapotranspiração total;<br />

• quando está muito quente e o ar está seco, os carvalhos sofrem facilmente de stress devido à<br />

seca; o enraizamento em profundidade, com eventual exploração de níveis freáticos durante o<br />

período de secura estival, constitui uma característica típica de sobrevivência à secura estival<br />

das espécies arbóreas do montado. A profundidade de enraizamento/acesso a níveis freáticos<br />

que normalmente se verifica até 30-50 cm de profundidade pode atingir nalguns casos os 15/20<br />

metros de profundidade;<br />

• no período estival, a reserva em água do solo superficial desempenha um papel acessório e de<br />

reduzida importância, assumindo as reservas de água de profundidade o papel central na<br />

sustentação hídrica das árvores. Estas características são, aliás, comuns e típicas de<br />

povoamentos arbóreos em regiões com certo grau de aridez ( Schenk & Jackson, 2005);<br />

• os povoamentos arbóreos que dependem, durante o período seco, de reservas hídricas de<br />

profundidade (nomeadamente do nível freático), são extremamente sensíveis a rebaixamentos<br />

desses níveis decorrentes de alterações climáticas e/ou de captações de água para<br />

abastecimento humano. Situações deste tipo poderão ser causadoras de stress hídrico adicional<br />

e/ou mesmo mortalidade arbórea (Cooper et al., 2003). Em Portugal e em Espanha (Martinez-<br />

Vilalta et al., 2003), e em anos de seca como os de 1994 e 2005, observa-se normalmente<br />

grande mortalidade;<br />

• alterações no processo de transpiração das árvores são facilmente induzidas. Ainda que estes<br />

efeitos não tenham sido devidamente quantificados, quanto mais baixa é a relação entre a<br />

transpiração actual e o máximo possível de transpiração, mais seco é o ar (Oszako, 2004);<br />

• disfunções importantes podem também ser provocadas no sistema de circulação de água na<br />

planta (dependentes da espécie de carvalho em causa). Cavitação e consequentemente<br />

embolismo podem ocorrer quando as tensões nos vasos capilares excedem determinados<br />

valores limites (Ausenac et al., 1993). Como consequência, a condutividade hidráulica diminui<br />

fortemente;<br />

• a produção de carbono anual (glúcidos) através da fotossíntese é também afectada. Nestes<br />

casos, em que se pode operar um balanço negativo do carbono (produção inferior ao consumo),<br />

vai ser induzida a utilização das reservas da árvore (amido) no processo de respiração,<br />

originando-se um aumento dos glúcidos assimiláveis em circulação na árvore. Este processo em<br />

situações críticas pode induzir a morte da árvore;<br />

16


• as altas temperaturas e o défice de pressão de vapor atmosférico parecem limitar a condutância<br />

estomática em azinheira (e provavelmente também em sobreiro) que, extensível a toda a copa,<br />

se reflecte num decréscimo do consumo de água pela árvore. Por outro lado, as baixas<br />

temperaturas de Inverno podem ter efeitos nefastos na árvore, por afectarem a condutividade<br />

hidráulica durante este período do ano. Se temperaturas baixas estiverem associadas a altas<br />

intensidades luminosas podem provocar foto-inibição que pode ser tão acentuada como no<br />

Verão. Sem mecanismos fenológicos ou estruturais que lhe permitam evitar a foto-inibição a<br />

azinheira desenvolve processos de foto-dissipação a nível fisiológico que lhe permitem tolerá-la<br />

(Oliveira & Peñuelas, 2001).<br />

No entanto, os carvalhos mediterrânicos desenvolveram alguns mecanismos de sobrevivência para<br />

algumas condições climáticas desfavoráveis. O sobreiro e a azinheira, por exemplo, evitam a<br />

desidratação através do fecho dos estomas ou da abcisão das folhas, e estão fortemente dependentes<br />

da disponibilidade de água obtida a partir de sistemas radiculares bem desenvolvidos, factores que<br />

compensam as perdas de água por transpiração.<br />

Azinheiras e sobreiros ocupam normalmente, áreas geográficas de reduzida precipitação anual e<br />

elevada evapotranspiração e, entre elas constata-se uma maior resistência à secura da azinheira em<br />

relação ao sobreiro nas mesmas condições edafo-climáticas, nomeadamente:<br />

• as diferenças entre sobreiro e azinheira provavelmente radicam na maior capacidade da<br />

azinheira para evitar a desidratação dos tecidos, já que parece ter uma maior resistência<br />

hidráulica no pecíolo das folhas, sugerindo um funcionamento mais eficiente do processo de<br />

abcisão das folhas em períodos de extrema secura;<br />

• registou-se uma grande diferença entre árvores adultas de sobreiro e azinheira nos<br />

custos da produção anual de biomassa aérea, sendo que são maiores em sobreiro e mais<br />

dependentes da composição dessa biomassa do que da sua quantidade. Esta conclusão<br />

contribui para a discussão sobre o valor adaptativo da relação entre custos energéticos<br />

de crescimento e a longevidade foliar (Oliveira & Martins-Loução, 2002);<br />

• a azinheira desenvolve alguns mecanismos que lhe permitem sobreviver e crescer em<br />

condições de maior aridez. O conhecimento das características de adaptação da azinheira<br />

serão obviamente importantes pois poderão levantar pistas para futuras estratégias de<br />

manutenção dos montados de sobro face às alterações climáticas;<br />

• os sobreiros adultos dependem em geral, da água armazenada em horizontes mais profundos<br />

(de fontes de água subterrânea) do solo como forma de garantir a sobrevivência em períodos<br />

particularmente secos. O grande desenvolvimento do sistema radicular em extensão e<br />

profundidade fundamenta uma das principais estratégias de sobrevivência à secura. O mesmo<br />

não sucede em relação a plantas jovens que devido à reduzida formação de novos ápices<br />

radiculares e/ou à dificuldade em alcançarem os horizontes mais profundos do solo, apresentam<br />

elevadas taxas de mortalidade.<br />

17


Por outro lado, a intensidade de radiação solar surge também como outro dos factores que numa microescala<br />

pode acentuar as alterações climáticas gerais, principalmente se considerarmos que foram<br />

verificadas diferenças entre os graus de desfolha evidenciados pelas árvores e a sua exposição a<br />

diferentes azimutes. As exposições a Sul estão frequentemente associadas a perturbações fisiológicas<br />

mais acentuadas (Sousa et al., 1999).<br />

18


III.2 - Factores edáficos<br />

O Alentejo apresenta uma grande diversidade física e litológica que se traduz na existência de uma<br />

enorme variedade de solos originando uma diversificação do seu uso. No entanto, a predominância<br />

são solos originários de xistos (Ex, Px e Vx) ou de areias e arenitos (Vt e Ppt), de um modo geral<br />

caracterizados por:<br />

• nos solos de xistos há uma maior ocorrência de baixas e de encosta em relação aos arenitos<br />

que apresentam predominância de zonas aplanadas de cotas elevadas;<br />

• as encostas viradas a sul predominam relativamente às viradas a norte;<br />

• os dois tipos de solos (xistos e arenitos) são pobres em matéria orgânica, fósforo (P) assimilável,<br />

cálcio (Ca), sódio (Na) e boro (B). Um estudo conduzido no Norte do país, sobre o efeito do B,<br />

mostrou que a deficiência deste microelemento causa a morte repetida da rebentação terminal<br />

com a consequente perda da dominância apical;<br />

• os dois tipos de solos (xistos e arenitos) apresentam ainda uma reacção pouco ácida com altos<br />

níveis de hidrogénio de troca e baixo grau de saturação em bases e teores médios de<br />

Capacidade de Troca Catiónica Total, mas os níveis de manganês (Mn) são elevados. A relação<br />

potássio/magnésio (K/Mg) é equilibrada em ambos os tipos de solo enquanto que a relação<br />

Ca/Mg se revela desequilibrada nos xistos em desfavor do Ca. Os teores em K, Mg de troca e<br />

de Zn são baixos nos solos de xistos e de arenitos.<br />

Quando se trata de analisar os factores edáficos é importante ter presente que a dinâmica nutricional da<br />

árvore ocorre normalmente nos 50 cm superficiais do solo.<br />

Por outro lado, a dinâmica dos nutrientes nos tecidos do sobreiro, está fortemente relacionada com a<br />

fenologia da árvore. Os teores de azoto (N), P, K, Ca e Mg nas folhas tendem a ser máximos durante o<br />

Verão e Outono enquanto os raminhos mantêm estes valores relativamente constantes ao longo do ano.<br />

Também as concentrações de compostos orgânicos, particularmente de sacarose, de quercitol e de<br />

ácido quínico variam grandemente ao longo do ano, distinguindo-se fundamentalmente três períodos<br />

que correspondem à Primavera/início do Verão, Verão e Outono/Inverno.<br />

Estas significativas alterações na composição mineral das folhas ao longo do ano, em sobreiro,<br />

têm seguramente implicações na capacidade das plantas para resistir a condições climáticas<br />

adversas (Oliveira et al., 1996; Passarinho et al., 2006).<br />

Na decomposição da folhada em sobreiro, o K é o nutriente libertado com maior rapidez. As<br />

concentrações de celulose mantêm-se praticamente inalteráveis durante os 3 primeiros anos mas, as de<br />

lenhina aumentam. Nestes montados, a lenta mineralização da folhada pode promover a<br />

manutenção, a longo prazo, de um fundo de nutrientes (p. ex. N e K) que ficam disponíveis<br />

19


durante curtos períodos do ano, quando a temperatura e humidade favorecem a actividade<br />

microbiana do solo.<br />

Ensaios efectuados fundamentalmente no Ribatejo e Alentejo, procuraram estabelecer associações<br />

entre a intensidade dos danos observados e algumas das características do solo. Alguns factores<br />

edáficos (p. ex. fertilidade estrutura física, composição química) ou de localização (p. ex. fisiografia,<br />

orientação das encostas) foram relacionados com o declínio do ecossistema (Bernardo et al., 1992;<br />

Gomes, 2004; Sousa et al., 1995, 1999), ainda que a sua relação seja complexa dado o elevado número<br />

de factores intervenientes e respectivas interacções. As conclusões são nomeadamente:<br />

• o sobreiro é normalmente pouco exigente em nutrientes, e independentemente da pobreza<br />

nutricional dos solos, podem obter os nutrientes nas quantidades necessárias (Oliveira et al.,<br />

1994; 1996);<br />

• o teor mais elevado, a maior disponibilidade de macronutrientes nos litossolos de xisto<br />

relativamente aos solos litólicos de arenitos, não encontra expressão correspondente na<br />

composição química da biomassa foliar das copas;<br />

• o estado nutricional dos sobreiros, avaliado pela análise e diagnóstico foliar, não depende do<br />

teor dos nutrientes no solo mas antes de três grupos de factores:<br />

o forma em que os nutrientes se encontram no solo,<br />

o características do complexo de troca,<br />

o disponibilidade de água no solo;<br />

• o declínio vegetativo do sobreiro está relacionado com o estado de degradação do solo,<br />

sendo mais significativo em solos delgados de xistos, solos de materiais detríticos grosseiros,<br />

solos de antigos depósitos detríticos sobrejacentes a formações metamórficas de xistos, e em<br />

solos com descontinuidades texturais acentuadas em profundidade (Bárron, 2005; Cabral &<br />

Sardinha, 1992; Gomes, 2004; Roxo et al, 2005; Sousa et al., 1999);<br />

• a degradação dos solos contribui para a criação de roturas no ciclo de nutrientes,<br />

entendendo-se esta última como consequência de processos de erosão, de redução da matéria<br />

orgânica e do pH, aumento da razão carbono (C)/N, alteração dos equilíbrios no complexo de<br />

troca, degradação da estrutura do solo e aumento da densidade aparente na camada superficial;<br />

• o aumento da desfolha está, de modo geral, associado a uma acidificação do solo (diminuição<br />

do pH, do grau de saturação em bases e do hidrogénio de troca) (Cabral & Lopes, 1992);<br />

• a desfolha associa-se à diminuição da concentração de K, Ca e Mg no solo; os teores de<br />

alguns micronutrientes (p. ex. Mn, Zn, cobre (Cu), B e alumínio (Al)), podem interferir com o<br />

estado vegetativo do montado, embora apresentando tendências específicas que diferem com os<br />

tipos de solo (Bernardo et al., 1992; Cabral & Lopes, 1992; Gomes 2004). Relativamente ao Al,<br />

verificou-se estar ainda fortemente associado à forte acidez de troca presente em solos de<br />

montados em xistos (Gomes 2004);<br />

• alterações no regime hídrico do solo parecem ser determinantes na perda de vigor dos<br />

povoamentos (Méthy et al., 1996; Oliveira et al., 1992). Os carvalhos sofrem especialmente<br />

quando existem em solos ou muito arenosos ou muito compactos (Maciaszek, 1989). Os solos<br />

20


arenosos perdem a água muito rapidamente enquanto que nos solos compactos o sistema<br />

radicular está frequentemente inundado ainda na Primavera provocando perturbações na<br />

fisiologia da árvore nomeadamente no processo respiratório;<br />

• as encostas viradas a Norte e Este favorecem, de modo geral, o estado vegetativo do montado.<br />

As taxas mais elevadas de declínio ocorrem em situações de “baixa”, nomeadamente vales<br />

abertos, em solos de xisto e de arenitos.<br />

Mais recentemente, observaram-se outras relações importantes de características do solo com o<br />

crescimento dos sobreiros, nomeadamente quanto à litologia, à espessura efectiva, à espessura do<br />

horizonte superficial, à textura, razão C/N e razão Ca/Mg no horizonte superficial (Gomes, 2004).<br />

21


III.3 - Acção do Homem<br />

Apesar da acção do homem, ao longo dos anos no processo de selecção natural do sobreiro para<br />

produção de cortiça continua a existir uma forte variabilidade genética entre e dentro as populações de<br />

sobreiro originando diferenças de carácter fenotípico, reprodutivo e de comportamento (Varela, 2000;<br />

2003). A confirmação desta variabilidade foi demonstrada pelos índices de polimorfismo e pela análise<br />

de sistemas isoenzimáticos (Nóbrega, 1996; Romão et al., 1998; Silva et al., 1999).<br />

III.3.1 – Gestão do povoamento<br />

A grande maioria das intervenções no montado relacionadas com o seu enfraquecimento (Figura 8), têm<br />

sido sucessivamente alvo da atenção de técnicos e investigadores tendo por base os conhecimentos<br />

legados por Natividade (1950), alicerçados em observações efectuadas ao longo de várias décadas que,<br />

à época, não foi possível quantificar, devido á falta de métodos de avaliação abrangentes e precisos.<br />

Têm sido assim referidos:<br />

• a sobre-exploração de recursos em que se enquadraram fundamentalmente a cerealicultura<br />

intensiva, o pastoreio excessivo e a produção de cortiça sem atender à hierarquização dos<br />

objectivos produtivos e sem a devida adequação à potencialidade produtiva dos povoamentos<br />

(Cabral & Sardinha, 1992). Em 1988, os dados do inventário apontavam que cerca de 60 a 65%<br />

do montado era utilizado para agricultura e/ou pastagem (Martins 1988);<br />

• medidas incorrectas de gestão do povoamento, como o uso de maquinaria pesada e de<br />

fertilizantes nas culturas sob-coberto, constituem outros factores que têm sido sistematicamente<br />

associados ao declínio do montado. As desmatações periódicas com grades de disco<br />

principalmente em solos delgados ou pouco espessos agravam o estado vegetativo dos<br />

sobreiros. Em 1988, os dados do inventário referiam que em cerca de 50% dos povoamentos de<br />

sobro a regeneração natural era nula ou praticamente inexistente (Martins, 1988). Também a<br />

apanha indiscriminada de cogumelos diminui a frequência de fungos simbiontes (existem<br />

referências a cerca de duas centenas de macromicetas) o que provoca uma redução da taxa<br />

de micorrização das plantas criando-se assim menores eficiências fotossintéticas.<br />

• medidas culturais inadequadas ao nível da árvore, nomeadamente o descortiçamento e<br />

podas excessivas. A prática de coeficientes de descortiçamento excessivos agrava o estado<br />

vegetativo dos sobreiros. Em 1988, os dados do inventário apontavam também que cerca de<br />

46% das árvores descortiçadas apresentavam valores do coeficiente de descortiçamento<br />

superior a 3 (Martins, 1988).<br />

22


Há que salientar que este conhecimento é, em muitos casos, marcado pelo empirismo, desconhecendose,<br />

em parte, a perturbação funcional da árvore que conduz à perda de vigor e da sua capacidade de<br />

responder positivamente a agressões posteriores. Apesar das lacunas de conhecimento fundamental<br />

nesta matéria, estabeleceram-se associações entre procedimentos que afectam a capacidade de<br />

resistência da árvore e o enfraquecimento do montado de sobro e azinho o que permitiu a divulgação de<br />

práticas de gestão para repor, em parte, o equilíbrio do ecossistema.<br />

Tratamentos<br />

químicos<br />

Distúrbios nas<br />

populações de<br />

insectos<br />

Práticas silvícolas<br />

Fertilizações Lavouras Desmatação Desbastes<br />

e cortes<br />

Perturbações<br />

nos ciclos<br />

biogeoquímicos<br />

Aceleração<br />

da erosão<br />

do solo<br />

Gestão e exploração do povoamento<br />

Destruição<br />

das raízes<br />

superficiais<br />

Podas e<br />

desramações<br />

Destruição da<br />

regeneração<br />

natural<br />

Microclima<br />

Descortiçamento<br />

Desequilíbrios<br />

no ambiente<br />

Maior susceptibilidade aos factores de stress<br />

Condições<br />

edáficas<br />

Usos alternativos do solo<br />

Cerealicultura Pastagem<br />

Modificação do estrato<br />

herbáceo e arbustivo<br />

Exposição a<br />

agentes<br />

extremos<br />

Competição<br />

inter e intraespecífica<br />

Figura 8 – Acções do homem que poderão actuar como factores de desequilíbrio da comunidade<br />

florestal.<br />

Deve, no entanto, ser referido que, face à divulgação de conhecimentos, a atitude dos agricultores<br />

mudou na sua maioria, começando a reger-se por normas de gestão mais adequadas, mas, apesar<br />

disso, o montado não registou globalmente indícios de recuperação. Actualmente, o mato e o pousio são<br />

dominantes (predomínio de matos nos arenitos e de pousio nos xistos) e, a pastagem tem uma fraca<br />

representatividade em ambos os tipos de solos. Por outro lado, na área a Sul do Tejo, não se verificou<br />

qualquer tipo de associação entre a ocupação do solo e o declínio do montado.<br />

23


III.3.2 – Poluição atmosférica<br />

Os efeitos directos e indirectos da poluição do ar foram considerados na década de 80 como uma das<br />

causas do declínio dos carvalhos na Europa Central (Landmann, 1985), transformando-se um pouco na<br />

escola de pensamento da altura (Bonneau & Guy, 1985). À noção já existente de poluição a “curta<br />

distância” que se fazia exercer perto dos grandes centros industriais motivada por elevadas<br />

concentrações de poluentes, acrescentou-se a noção de poluição a “longa distância” que se fazia sentir<br />

longe dos centros industriais e caracterizada por originar um efeito crónico com picos acidentais e<br />

temporários (Landmann, 1985; Guderian,1977) motivada por pequenas concentrações de poluentes mas<br />

que exerce efeitos cumulativos actuando em larga escala nos povoamentos (Figura 9).<br />

O reconhecimento de que uma exposição longa a concentrações relativamente baixas de poluentes<br />

poderiam causar efeitos adversos na “performance” da planta em grandes áreas, mesmo na ausência de<br />

qualquer sintoma visível, forneceu um grande impulso no conhecimento (Ashmore et al., 1985).<br />

Há poluição do ar desde que a presença de uma substância estranha ou uma variação importante na<br />

proporção dos seus constituintes seja susceptível de provocar um efeito adverso (Kress & Skelley,<br />

1982). Basicamente os poluentes podem ser, consoante a sua origem, agrupados em duas categorias<br />

(Bazire, 1985):<br />

• poluentes primários emitidos directamente para a atmosfera, na sua forma original;<br />

• poluentes secundários, formados na atmosfera a partir dos poluentes primários, envolvendo<br />

inúmeras transformações químicas, que podem alcançar as plantas pelo ar (deposição seca) ou<br />

pela água das chuvas (deposição húmida).<br />

Efeito indirecto<br />

Efeito directo cumulativo<br />

de poluentes em<br />

concentrações reduzidas<br />

Efeito directo dos<br />

poluentes em<br />

concentrações elevadas<br />

Alterações ao nível do<br />

solo<br />

Figura 9 – Principais mecanismos da poluição atmosférica, envolvidos no declínio da floresta.<br />

24


O conhecimento actual de poluição engloba assim, na sua essência, um conjunto variado de substâncias<br />

e de fenómenos a elas associados (Quadro 1).<br />

Quadro 1– Principais poluentes atmosféricos<br />

Poluentes<br />

Poluentes secundários<br />

primários Dep. seca Dep. húmida<br />

Dióxido de enxofre Ião sulfito<br />

Ião sulfato<br />

Ácido sulfúrico<br />

Óxidos de azoto Dióxido de azoto Ião nitrato<br />

Ácido nítrico<br />

Amónia Ião amónio<br />

Hidrocarbonetos<br />

Etileno<br />

Fluoretos<br />

Poeiras<br />

Monóxido de<br />

carbono<br />

Ozono<br />

Nitrato de<br />

perociacetilo<br />

As relações causa/efeito que podem ser estabelecidas entre a floresta e a poluição atmosférica<br />

(Guderian, 1977; Kress & Skelley, 1982) são no entanto complexas, e estão associadas<br />

fundamentalmente ao tipo de poluente em causa (composição química, concentração, tempo de<br />

exposição, quantidade do poluente absorvido pelas plantas por unidade de tempo). No entanto, as<br />

características do povoamento (p. ex. variabilidade genética, idade, estádio de desenvolvimento,<br />

capacidade de resistência, vigor) e do local (movimento das camadas de ar, regime de ventos,<br />

precipitação, temperatura, topografia, microclima), podem originar sintomas diferentes nas plantas (Ling<br />

& Ashmore, 1987).<br />

O principal local de acção dos poluentes atmosféricos é o interior das folhas, afectando o funcionamento<br />

normal dos estomas. As consequências da acção do poluente podem também ser variadas (Figura 10),<br />

pelo que não existe uma sintomatologia específica. Assim, pode ocorrer nas plantas diferentes tipos de<br />

danos (Ling & Ashmore, 1987), nomeadamente:<br />

• danos agudos, resultantes da acção pontual de produtos tóxicos em concentrações elevadas.<br />

Os seus efeitos severos são limitados no tempo e no espaço e podem provocar a morte da<br />

planta;<br />

• danos crónicos, resultantes quer de uma periodicidade de exposição, quer de uma acção<br />

prolongada de uma certa concentração do poluente. Os seus efeitos originam enfraquecimentos<br />

25


lentos acompanhados de uma quebra de produtividade, distúrbios no ciclo vegetativo e<br />

modificação gradual no coberto vegetal;<br />

• lesões invisíveis, resultantes de exposições contínuas a concentrações baixas de um dado<br />

poluente. Os seus efeitos exercem-se essencialmente através de um distúrbio das reacções<br />

metabólicas da planta, podendo aumentar a sensibilidade a outros factores de “stress” sem<br />

sintomas visíveis.<br />

Ozono<br />

Dióxido de<br />

enxofre<br />

Sulfatos<br />

Óxidos de<br />

azoto<br />

Amónia<br />

Nitratos<br />

Ião<br />

amónio<br />

Diminuição<br />

da fotossíntese<br />

Abertura<br />

estomática<br />

Danos na cutícula<br />

e membrana<br />

Translocação<br />

reduzida de H.C.<br />

Acumulação nos<br />

cloroplastos<br />

Efeito antagónico<br />

na absorção de<br />

outrso outros outrso outros nutrientes<br />

nutrientes<br />

Acidificação do<br />

conteúdo celular<br />

Chuvas ácidas<br />

Perda por<br />

lixiviação de<br />

K, Ca, Mg<br />

das folhas<br />

Acidificação do<br />

solo. Deficiências<br />

em Ca e Mg.<br />

Toxicidades<br />

Desequilíbrios na<br />

respiração e na<br />

transpiração<br />

Enfraquecimento<br />

do sistema<br />

radicular<br />

da micorrização<br />

Alteração da<br />

actividade<br />

fisiológica<br />

Dificuldade na<br />

absorção de água<br />

e sais minerais<br />

Maior<br />

susceptibilidade<br />

Figura 10 – Efeitos fisiológicos provocados pelos principais poluentes atmosféricos (Sousa,<br />

1990).<br />

26


Por outro lado, os efeitos indirectos dos poluentes também podem ser tanto ou mais importantes que os<br />

efeitos directos, nomeadamente aqueles que se verificam ao nível da modificação do seu meio biofísico,<br />

com particular incidência para o que se passa ao nível do solo, nomeadamente:<br />

• acidificação do solo;<br />

• desequilíbrio nutricional e lixiviação de nutrientes fundamentais como Mg, Ca e K. Por exemplo,<br />

a existência de concentrações elevadas de amónia favorecem a sua absorção em detrimento da<br />

de nitratos. Também a absorção de Mg é suprimida pela presença de Al ou de iões de amónio;<br />

• aumento da concentração de elementos tóxicos no solo. Clareiras que se formam no seio da<br />

floresta podem ser uma consequência da poluição de metais pesados como o Zn e o Cu;<br />

• alteração da fauna microbiana do solo. A fixação do azoto atmosférico pelo Rhizobium sp. É, por<br />

exemplo, afectada pela acidez do solo, cuja causa parece ser atribuída à indução de uma<br />

deficiência em molibdénio (Mo) (Alexander, 1980). Também a presença em excesso de N<br />

amoniacal e nítrico, cria perturbações na micorrização.<br />

Contudo, o papel da poluição do ar na vitalidade da floresta continua a ser ambígua. No caso das<br />

essências florestais, tanto a sua longevidade como a sua capacidade de acumulação dos poluentes,<br />

torna ainda mais difícil a determinação exacta do seu efeito e dos níveis de toxicidade (Bonneau, 1985).<br />

A maior parte dos trabalhos têm sido efectuados em ambiente controlado utilizando-se plântulas ou<br />

árvores jovens e os resultados não podem ser facilmente extrapolados para povoamentos adultos em<br />

condições naturais (Bonneau, 1985). No entanto, continua a ser considerada como um factor de<br />

predisposição importante no processo de declínio dos carvalhos.<br />

Relativamente ao caso do declínio do montado de sobro e azinho, são escassos os estudos que<br />

abordam a poluição atmosférica. Sabe-se contudo que a industrialização da região de Sines tem<br />

contribuído para a deterioração da qualidade do ar resultante de emissões atmosféricas e consequente<br />

deposição de poluentes. A avaliação da situação tem sido feita através de bio-monitorização com<br />

líquenes (p. ex. projecto SinesBioar). A relação entre a ocorrência de poluentes atmosféricos e o declínio<br />

dos montados não foi, no entanto, analisada.<br />

Alguns trabalhos têm vindo a ser efectuados em Portugal numa tentativa de serem avaliadas as<br />

concentrações de poluentes atmosféricos. Para o caso de dióxido de enxofre, uma interpolação<br />

estatísticas das suas concentrações (campanha de tubos difusores feita de 17 a 31 de Julho de 2000),<br />

cobrindo todo o continente numa malha de 25x25 Km, permitiu assinalar que a zona de Santiago de<br />

Cacém e serra de Grândola evidenciaram concentrações elevadas de SO2 (Figura 11) (comunicação<br />

pessoal Amílcar Soares/IST).<br />

27


Figura 11 – Níveis de dióxido de enxofre no nosso país (Julho 2000).<br />

28


III.4 – Incêndios florestais<br />

Os incêndios são um agente causador de desequilíbrios na floresta podendo induzir modificações<br />

profundas dos ecossistemas, que para além de destruir directamente numerosas árvores afecta também<br />

muitas outras que tenham sido apenas afogueadas ou mesmo que não tenham sofrido a passagem<br />

directa do fogo. No entanto, para muitos ecologistas estes tipo de perturbações são elementos-chave<br />

dos processos ecológicos e não desastres que requerem a intervenção do homem (Lindenmayer et al.,<br />

2004). Estudos paleontológicos revelaram que ocorreu uma alternância histórica de períodos em que os<br />

fogos foram frequentes e outros em que foram raros (Beschta et al., 1995).<br />

O aumento da ocorrência de incêndios florestais em todo o mundo demonstrou contudo que é<br />

impossível ao Homem manter a floresta nos moldes actuais, devendo ser usado o conhecimento da<br />

dinâmica florestal e actual de modo a promover os processos biológicos necessários para a vitalidade da<br />

floresta (Pfilf et al., 2002).<br />

Também em Portugal, a ocorrência de incêndios florestais tem aumentado nas últimas décadas. Em<br />

particular os povoamentos de sobro e de azinho têm sido grandemente afectados pelo fogo (Figura 12).<br />

Os dados das áreas ardidas entre 1990 e 1999 resultam do cruzamento entre o mapa híbrido<br />

COS95/Corine, a cartografia das áreas queimadas obtidas através de imagens de satélite Landsat e os<br />

valores da Área ardida por espécies entre 2001 e 2006 (Figura 13).<br />

Area (ha)<br />

100.000<br />

10.000<br />

1.000<br />

100<br />

2003<br />

47787 ha<br />

Average 1984 - 2002= 1720 ha / year<br />

10<br />

1984 1987 1990 1993 1996 1999 2002<br />

2004<br />

10946 ha<br />

Figura 12 - Ocorrência de incêndios florestais em Portugal em montado de sobro e azinho (1984-<br />

2004) (Catry, 2006).<br />

29


Os factores que afectam a sobrevivência da árvore após-fogo são, nomeadamente:<br />

• aqueles que estão relacionados com a capacidade individual de resistência ao fogo (espessura<br />

da casca e dimensão da árvore);<br />

• aqueles que estão relacionados com o tipo de incêndio florestal (época do ano, altura do fogo e<br />

intensidade);<br />

• aqueles que estão relacionados com o local (declive, exposição, cobertura arbustiva).<br />

Lisboa<br />

#Y<br />

#Y<br />

Leiria<br />

#Y<br />

#Y<br />

Setúbal<br />

V. Castelo<br />

#Y<br />

Porto<br />

#Y<br />

#Y<br />

Braga<br />

#Y<br />

Aveiro<br />

Coimbra<br />

Santarém<br />

#Y<br />

Vila Real<br />

Viseu<br />

#Y<br />

Évora<br />

#Y<br />

Beja<br />

#Y<br />

#Y<br />

Faro<br />

#Y<br />

#Y<br />

Guarda<br />

#Y<br />

Figura 13 – Localização dos povoamentos de sobro que sofreram incêndios florestais de 1984-<br />

2004 (fonte: DGRF, 2006).<br />

O sobreiro e a azinheira são espécies tipicamente mediterrânicas que desenvolveram ao longo da sua<br />

evolução mecanismos de resistência e recuperação após fogo. Assim, principalmente para o caso do<br />

sobreiro (cortiça) a mortalidade que ocorre é muito baixa comparativamente a outras essências florestais<br />

(Amandier, 2004; Pintus & Ruiu, 2004; Santiago, 2004). As árvores mais velhas (de maiores dimensões)<br />

nas exposições sul, com cortiça fina e um sub-coberto denso são particularmente susceptíveis. De<br />

acordo com os resultados das mudanças na paisagem, foi observado que a presença de arbustos,<br />

principalmente nas zonas secas, favorece uma reduzida sobrevivência do sobreiro (Silva & Catry, 2006).<br />

#Y<br />

Castelo Branco<br />

Portalegre<br />

Bragança<br />

#Y<br />

N<br />

W<br />

S<br />

0 25 50 Km<br />

E<br />

30


Os incêndios florestais juntam-se a outros factores de mortalidade e provavelmente envolvendo efeitos<br />

sinergéticos com alguns deles. Por outro lado, as alterações climáticas e o aumento da frequência da<br />

seca nas regiões mediterrânicas aumentam a probabilidade de ocorrência de incêndios florestais.<br />

31


III.5 – Agentes bióticos identificados em associação com o declínio<br />

O declínio do montado em Portugal está intimamente associado a padrões fitossanitários<br />

complexos, aceitando-se como válido o pressuposto de que “declínio” e ocorrência de níveis elevados<br />

de populações de agentes nocivos se acompanham, sem que haja, na grande maioria dos casos,<br />

certezas sobre os iniciadores do processo sequencial de enfraquecimento das árvores.<br />

Os trabalhos desenvolvidos têm, por um lado, focado situações específicas de compatibilidade entre<br />

agentes nocivos e a árvore e por outro lado, o estabelecimento de associações entre factores<br />

desfavoráveis em presença e quadros sintomatológicos decorrentes.<br />

Existe um razoável conhecimento sobre os agentes com maior impacte no montado, tendo sido<br />

estudadas o tipo de relações que estabelecem com o hospedeiro, assim como o seu ciclo<br />

biológico, a sua dinâmica de populações e as influências de outros factores bióticos e abióticos<br />

no seu comportamento, sendo também avançadas algumas medidas essencialmente preventivas<br />

para o controlo dos seus níveis populacionais.<br />

A co-evolução dos ecossistemas e dos seus inimigos naturais permitiu que se desenvolvessem e se<br />

aperfeiçoassem mecanismos reguladores de correlação de forças nos sistemas patogénio-hospedeiro<br />

(Alfaro et al., 1999; Nelson, 1979). Em consequência, uma elevada diversidade de relações estão<br />

envolvidas nestes sistemas sugerindo adaptações recíprocas. Outros tipos de factores, nomeadamente<br />

factores climáticos, influenciam a evolução e diversificação destas interacções actuando directamente<br />

nos organismos e indirectamente através de modificações na susceptibilidade dos hospedeiros e na<br />

agressividade dos patogénios.<br />

De facto, várias estratégias usadas por ambos os intervenientes de defesa (hospedeiro) e de ataque<br />

(pragas e doenças) têm vindo a ser expressas por vários autores, (Bois & Lieutier, 1999; Norris, 1979;<br />

Williams, 1979) e revelam uma complexidade bastante acentuada no processo de selecção de um<br />

hospedeiro favorável e estratégias de colonização (Figura 14).<br />

Os mecanismos de defesa podem ser: estruturais (desenvolvimento de barreiras físicas com formação<br />

de tecido cicatricial e/ou compartimentação de tecidos), químicos (constitutivos e induzidos), fisiológicos<br />

e fenológicos (cuja intensidade varia com a maior ou menor capacidade de reacção dos hospedeiros).<br />

Quanto às estratégias de ataque estas podem ser: químicas (produção de enzimas de degradação,<br />

elicitinas, toxinas, reguladores de crescimento), biológicas (tipo de ataque, colonização massiva, técnicas<br />

de chamamento, simbioses com outros agentes de enfraquecimento).<br />

32


Relativamente ao sobreiro/azinheira embora se tivesse atingido um razoável conhecimento da<br />

entomofauna e da micoflora que lhe estão associadas, pouco se conhece sobre interrelações entre<br />

populações de agentes nocivos e a árvore, o que constitui uma lacuna importante no delineamento de<br />

estratégias de protecção (Natividade, 1950).<br />

Estratégias de ataque<br />

do agente nocivo<br />

Desenvolvimento de estruturas<br />

especializadas<br />

Produção de substâncias químicas<br />

Enfraquecimento por ataques sucessivos<br />

Colonização massiva<br />

Efeito sinergético de vários organismos<br />

Reconhecimento de hospedeiros favoráveis<br />

Figura 14 - Relações agente nocivo - hospedeiro e mecanismos envolvidos (Cabral et al., 1994).<br />

III.5.1 - Doenças<br />

Estruturas físicas de defesa<br />

Produção de compostos secundários<br />

Compartimentação de tecidos<br />

afectados<br />

Alteração físico-química dos tecidos<br />

Existência de estruturas regeneradoras<br />

dos tecidos atacados<br />

Alterações fenológicas<br />

Mecanismos de defesa<br />

do hospedeiro<br />

Os mecanismos geradores de compatibilidade entre hospedeiros e agentes nocivos não estão ainda<br />

bem determinados, mas entre as possíveis explicações para este fenómeno Griffin et al. (1992) sugerem<br />

as seguintes: 1 - aumento da concentração de aminoácidos e outros compostos estimulantes da<br />

actividade de agentes nocivos; 2 - decréscimo da concentração de substâncias inibidoras do<br />

desenvolvimento de fungos; 3 - permanência de patogénios no estado latente nos tecidos do hospedeiro<br />

permitindo uma resposta imediata na sequência de uma situação de stress; 4 - redução de reservas de<br />

energia na árvore com o decorrente decréscimo da sua capacidade de defesa. Apesar destas hipóteses<br />

terem sido testadas no sistema choupo - Hypoxylon mamatum (Wahl.) Mill. O mesmo autor conclui que<br />

nenhuma delas (só por si) permite esclarecer as interacções hospedeiro-patogénio. Potencialmente<br />

todas concorrem para gerar susceptibilidade, condicionada pelo genoma do hospedeiro e do agente<br />

nocivo e pelas condições ambientais ao longo do tempo.<br />

Em Portugal são assinaladas cerca de seis dezenas de populações de fungos associados ao montado<br />

de sobro e azinho, a grande maioria das quais são saprófitas e simbiontes (Santos et al. 1998).<br />

33


Uma grande parte das populações de agentes comprovadamente patogénicos para o sobreiro e<br />

azinheira são fungos que, de modo geral são endófitos e só se manifestam (com sinais no hospedeiro)<br />

em fases mais ou menos adiantadas de declínio o que indica que o seu desenvolvimento é, em termos<br />

globais, condicionado pelo estado de vigor da árvore. Entre estes agentes, os que são referenciados<br />

como tendo maior impacte no montado de sobro e azinho são: Phytophthora cinnamomi Rands e<br />

Armillaria mellea (Vahl:Fr.) Kumm. no sistema radicular; Botryosphaeria spp., Biscogniauxia<br />

mediterranea (de Not) Kuntze (Syn Hypoxylon mediterraneum (De Not.) Mill.), Coryneum<br />

modomium (Sacc.) Griff. & Maubl. e Endothiella gyrosa Sacc. no tronco e ramos (Figura 15).<br />

Relativamente a estes agentes as opiniões convergem no sentido de que algumas espécies do género<br />

Botryosphaeria e P. cinnamomi actuam como agentes primários e os restantes como agentes<br />

secundários.<br />

FUNGOS<br />

Espécie<br />

Armillaria spp.<br />

Biscogniauxia mediterranea<br />

Diplodia mutila<br />

Phytophthora spp.<br />

Árvores<br />

jovens<br />

3<br />

3<br />

4<br />

4<br />

Códigos<br />

Árvores Adultas<br />

Figura 15 – Classes de agressividade para os principais fungos associados ao declínio do<br />

sobreiro e azinheira.<br />

Phytophthora cinnamomi. É, de modo geral, considerada como um dos agentes com efeitos mais<br />

graves em ecossistemas florestais (Newhook, 1982). Sendo o agente causal de uma doença multicíclica<br />

(Mackenzy et al., 1983), gera facilmente situações epidémicas devido à rápida mudança de baixos níveis<br />

populacionais para extremamente elevados (Weste, 1983). A patogenicidade de P. cinnamomi tem sido<br />

demonstrada através de ensaios conduzidos em condições controladas (Brasier, 1996; Caetano et al.,<br />

2004; Cobos et al., 1992; Luque et al., 2000; Marcelino, 2001; Pimentel, 1944) e de prospecções em<br />

viveiro e povoamentos cujos resultados evidenciam a associação entre os danos observados e a elevada<br />

frequência de ocorrência do patogénio (Balci & Halmschlager, 2003; Cobos et al., 1992; Maurel et al.<br />

3<br />

3<br />

4<br />

4<br />

Classes de Agressividade<br />

sem probabilidade<br />

de ocorrência<br />

cria perturbações de<br />

ordem fisiol ógica<br />

sem grande<br />

impacte no<br />

hospedeiro<br />

cria perturbações de<br />

ordem fisiol ógica<br />

levando a um<br />

enfraquecimento<br />

gradual do<br />

hospedeiro<br />

provoca a morte do<br />

hospedeiro<br />

Árvore jovem - Até 10 anos<br />

34


2001; Moreira, 2002; Tuset et al. 1996; Vittraino et al. 2002), sendo de salientar, pela importância<br />

económica de que se revestem, os casos do castanheiro (Erwin & Ribeiro, 1996), cipreste de Lawson<br />

(Torgensen, 1954), eucalipto, particularmente Eucalytus marginata Sm. (Podger et al., 1965), carvalhos<br />

(Mircetich et al., 1977) e pinheiro (Campbell & Copeland, 1954). A presença do fungo nos solos pode<br />

contribuir, juntamente com outros factores, para a fraca regeneração e morte de plântulas do sobreiro e<br />

azinheira. A presença de espécies arbustivas sensíveis pode contribuir para a manutenção de elevado<br />

nível de inóculo do patogénio.<br />

No âmbito da Biologia Molecular vários estudos têm sido desenvolvidos no sentido de esclarecer a<br />

interacção entre o patogénio e o sobreiro, fundamentalmente dirigidos para a detecção de proteínas<br />

responsáveis pelo processo infeccioso e pela resposta do hospedeiro face à agressão (Archer et al,<br />

2000) e para a detecção do patogénio no solo (Coelho et al., 1997)<br />

Armillaria mellea. Face ao desmembramento do grupo mellea em várias espécies, a identificação<br />

destes agentes foi revista e confirmada com base em métodos morfológicos e moleculares<br />

(Bragança, 1999, Bragança et al., 2004). Relativamente aos efeitos negativos neste ecossistema,<br />

embora exista a percepção de que A. mellea (sensu stricto) apresenta, particularmente em zonas<br />

degradadas do montado, uma incidência significativa, os danos não estão quantificados. A. mellea é<br />

considerada para algumas espécies florestais extremamente virulenta mas no caso das Quercíneas e<br />

particularmente para o sobreiro, é de uma modo geral aceite que age como agente secundário.<br />

Embora fora do contexto deste documento, relativamente ao envolvimento deste fungo como produtor<br />

de metabolitos responsáveis pelo “gosto a rolha” (Lissia, 2000; Pés & Vodret, 1971) os resultados do<br />

projecto POCTI nº 11237, não permitiram confirmar este fungo como agente depreciador da qualidade<br />

da rolha com impacte em sabores desagradáveis ao vinho (Santos et al., 2005).<br />

Botryosphaeria spp. Relativamente à frequência de ocorrência não existem dados quantitativos, e,<br />

tanto quanto nos é dado conhecer, não foi efectuada uma cobertura representativa a nível nacional que<br />

nos permita aferir sobre a sua distribuição no montado. No entanto, as observações efectuadas na zona<br />

sul do país apontam para a espécie identificada pela primeira vez em Portugal por Fonseca (1991a),<br />

como B. stevensii (anamorfo – Diplodia mutila (Fr.:Fr.) Mont.) acompanha a distribuição do<br />

montado com uma frequência elevada em árvores de várias classes etárias, sãs e em diferentes<br />

graus de declínio. Recentemente foi descrita uma nova espécie- Botryosphaeria corticola A. J.<br />

Phillips, Alves et Luque, sp. nov. (anamorfo: Diplodia corticola A. J. Phillips, Alves et Luque, sp. nov.)<br />

sendo referido que esta espécie foi provavelmente confundida com B. stevensii e B. quercuum<br />

(Schw.: Fr.) Sacc. (Alves et al., 2004). De qualquer modo, quer se trate de B. stevensii ou B. corticola (ou<br />

de ambas), as opiniões convergem no sentido de que se está perante agentes primários que se<br />

incluem na micoflora endofítica, estreitamente associados ao declínio e com um forte impacte no<br />

montado de sobro e azinho.<br />

35


Biscogniauxia mediterranea. O carvão do entrecasco tem uma elevada frequência de ocorrência em<br />

povoamentos muito degradados incidindo de modo sistemático em árvores na última fase de declínio ou<br />

mortas e em material vegetal (tronco e ramos) jazendo no solo. Com base em observações de campo e<br />

ensaios conduzidos em condições naturais e controladas concluiu-se que: o fungo faz parte do conjunto<br />

das populações endofíticas, expressando-se com sinais exteriores em hospedeiros muito enfraquecidos<br />

que perderam a capacidade de defesa, o que explica a fraca associação entre o processo sequencial de<br />

perda de vigor das árvores e a incidência deste agente. O desenvolvimento do fungo só se processa em<br />

tecidos muito degradados ou mortos apresentando um comportamento prevalentemente saprofítico<br />

(Santos & Martins, 1992; Santos, 2003).<br />

De qualquer modo observações recentes sobre o aumento da incidência da doença principalmente em<br />

árvores jovens, levanta algumas dúvidas sobre se estaremos em presença de B. mediterranea ou se<br />

outras espécies afins (provavelmente outras espécies de Hypoxylon) não poderão estar envolvidas. A<br />

reforçar a ideia de que algo de novo poderia ter surgido Vannini et al., (1999) e Schiaffino et al.<br />

(2002), através de métodos moleculares detectaram uma grande variabilidade genética em B.<br />

mediterranea o que, de acordo com Vannini (1998), se explica pela existência de micélio heterotálico e<br />

características do ciclo biológico. Este facto poderá indiciar a existência de variedades infra-específicas.<br />

Coryneum modomium. Este fungo foi detectado pela primeira vez em Portugal em sobreiro e azinheira<br />

por Fonseca (1991b), sendo apontado, tal como por B. stevensii como causador de seca dos ramos<br />

periféricos da copa. No entanto, não é fácil concluir sobre o seu impacte no montado, por um lado<br />

porque as observações efectuadas indicam que não terá uma incidência relevante e por outro, porque<br />

surge associado a B. stevensii tornando difícil a separação do efeito dos dois agentes.<br />

Endothiella gyrosa. Tem sido referenciada como agente causal da doença denominada “ferrugem do<br />

entrecasco” atribuindo-se-lhe um comportamento variável (desde patogénio secundário a simples<br />

sapróbio). Contudo, com base em trabalhos em curso a nível nacional e internacional, levantam-se<br />

questões relativamente ao impacte que este fungo tem actualmente no montado de sobro e azinho.<br />

III.5.2 – Pragas<br />

Em Portugal e de acordo com Ferreira & Ferreira (1986, 1989) são conhecidas noventa e duas espécies<br />

de insectos que podem causar danos em sobreiro e azinheira, ainda que nem todas tenham<br />

repercussões económicas. De um modo geral, os insectos que atacam as folhas (desfolhadores)<br />

desempenham um papel de enfraquecimento das árvores, reduzindo o seu crescimento mas, em geral<br />

não as matam. Por outro lado, os insectos que atacam o tronco e ramos, podem causar a morte das<br />

árvores, sobretudo se estas já se encontrarem debilitadas.<br />

Contudo, foi constatada uma evolução qualitativa e quantitativa nas populações destes agentes durante<br />

o século XX (Cabral & Santos, 1992; Ferreira & Ferreira, 1989; Sousa, 1995; Sousa et al. 1995),<br />

36


provavelmente devido a desequilíbrios que se operaram nestes ecossistemas e que induziram alterações<br />

no seu comportamento e/ou nas suas densidades populacionais. De facto, as primeiras notícias sobre<br />

pragas no montado datam de princípios do séc. XX e referiam-se à lagarta do sobreiro (Lymantria díspar<br />

L.) que veio a atingir na época de 1945/58 os seus maiores níveis populacionais (Nogueira, 1967),<br />

originando que, durante esse período, cerca de 80.000 ha tenham sido tratados com o DDT (Figo, 1972).<br />

As causas deste surto foram então definidas, atribuindo-se todas as responsabilidades às conhecidas<br />

campanhas do trigo e cultura de outras gramíneas (p. ex. intensa preparação dos terrenos, destruição do<br />

sub-bosque). Ataques significativos da cobrilha dos ramos e da cobrilha da cortiça começaram também a<br />

ser registados nessa altura (Neves, 1944).<br />

Em 1945/50, aparecem os primeiros surtos de outras pragas, que até aí se encontravam em densidades<br />

populacionais baixas, e que originaram não só danos localizados (áreas restritas) como a portésia<br />

(Euproctis chrysorrhoea L.) mas também danos generalizados (toda a área de montado), como o burgo<br />

(Tortrix viridana L.) e a falera (Phalera bucephala L.) (Natividade, 1950; Neves, 1950). Assume-se que a<br />

campanha de combate à limantria, esteve na origem destas ocorrências, já que ao diminuir<br />

drasticamente as populações de um desfolhador, criou simultaneamente as condições para o<br />

desenvolvimento de outros.<br />

Os tratamentos químicos sucessivos que vieram a ser feitos, consoante os desfolhadores que iam<br />

aparecendo em níveis populacionais elevados, continuaram a contribuir para a implementação de<br />

desequilíbrios profundos numa entomofauna que se encontrava em equilíbrio.<br />

Na década de 60, ainda que o burgo se mantivesse em vastas áreas de montado (níveis populacionais<br />

elevados), o cenário volta a mudar já que aparecem novos desfolhadores como a lagarta verde<br />

(Periclista andrei Konow e P. dusmeti Konow) que pelas suas características comportamentais eram<br />

muito difíceis de combater pela luta química (Nogueira, 1967).<br />

Em 1972, para além do burgo, da lagarta do sobreiro, da portésia e da lagarta verde, voltam a aparecer<br />

outras espécies de desfolhadores (Tortricoides tortricella Hübn., Phycita spissicella Fab., Catocala<br />

nymphagoga Esp. e Archips xylosteana L.), que nalgumas zonas atingiram ainda níveis elevados<br />

(Nogueira & Ferreira, 1972).<br />

Finalmente a partir da década de 80 e, coincidindo com a degradação progressiva do ecossistema, são<br />

detectados em Portugal grandes surtos de um insecto que ataca o tronco e ramos de sobreiros e<br />

azinheiras, Platypus cylindrus F. (Ferreira & Ferreira, 1989) que, apesar de ser referido no paísl desde<br />

1870 nunca tinha criado danos graves (apenas tinha sido detectado em árvores muito enfraquecidas ou<br />

mortas). Simultaneamente danos provocados por desfolhadores deixam de ser referidos e detectam-se<br />

novos aumentos populacionais da cobrilha da cortiça, Coroebus undatus (Fab. Mars.) e da cobrilha dos<br />

ramos, C. florentinus (Herbst.).<br />

37


Nos últimos dois anos, curiosamente voltam a detectar-se ataques provocados por desfolhadores<br />

(lagarta do sobreiro e lagarta verde) em extensas áreas de montado a sul do rio Tejo. Em Portugal, a<br />

inventariação da entomofauna do sobreiro refere 33 espécies de lepidópteros desfolhadores (12,2% do<br />

total de espécies descritas), todas consideradas nocivas (Silva, et al., 1968), Parece contudo que este<br />

número de espécies possa estar subestimado, já que para Espanha são descritas 86 espécies em<br />

azinheira e 71 em carvalho-negral (Q. pyrenaica Willd.) (Soria, 1988), De facto, estudos posteriores<br />

efectuados em Portugal, assinalaram de facto que apenas metade das espécies capturadas já tinham<br />

sido descritas para o sobreiro (Sousa & Bonifácio, 1998). Assim, as espécies Drepana uncinula<br />

(Borkhausen), Operophtera brumata (L.), Cyclophora porata (L.), Ennomos alnaria (L.), Peribatodes<br />

rhomboidaria (Denis & Schiff.), Dryobotodes eremita F. e Bena prasinana (L.), são espécies novas para o<br />

sobreiro, apesar de já descritas para Portugal por Cruz & Gonçalves (1977) enquanto que a ocorrência<br />

de Phycita torrenti Aj. em Portugal era apenas dada como provável (Agenjo, 1962).<br />

Em síntese, verifica-se que associada a esta evolução qualitativa e quantitativa ocorreu também uma<br />

mudança nos hábitos alimentares e nas dimensões dos insectos que foram sucessivamente<br />

constituindo pragas.<br />

Contudo, a situação parece ser diferente consoante os países da bacia mediterrânica. Assim, no Norte<br />

de Africa (El Antry, 1994; Hamdaoui, 1994) e em Itália (Luciano & Prota, 1995) os desfolhadores,<br />

particularmente L. díspar, continuam a ser referidos como directamente associados ao declínio<br />

(provocando desfolhas completas em milhares de ha), ainda que em Marrocos, P. cylindrus seja também<br />

referido com uma praga do sobreiro sendo mesmo classificado como uma praga primária desta essência<br />

florestal (Villemant & Fraval, 1991).<br />

Actualmente, existem várias espécies de insectos que são potencialmente consideradas como<br />

associadas ao declínio do montado de sobro em Portugal (Cabral & Sardinha, 1992;d Sousa, 1995),<br />

nomeadamente:<br />

1- <strong>DE</strong>SFOLHADORES – lagarta do sobreiro (Lymantria dispar), lagarta verde (Periclista andrei e P.<br />

dusmeti), portésia (Euproctris chrysorrhoea), burgo (Tortrix viridana), archips (Archips<br />

xylosteana), falera (Phalera bucephala) e lagarta de libré (Malocosoma neustria L.)<br />

2- MINEIROS – orchestes (Orchestes spp.)<br />

3- BROCAS DO ENTRECASCO - cobrilha da cortiça (Coroebus undatus) e da cobrilha dos ramos<br />

(Coroebus florentinus)<br />

4- <strong>DE</strong>STRUIDORES DO FRUTO – balanino (Curculio elephas Gyll.) e lagarta da castanha (Cydia<br />

splendana Hübner)<br />

5- XILÓFAGOS – plátipo (Platypus cylindrus), xiléboro (Xyleborus monographus Fab.), Capricórnio<br />

das quercíneas (Cerambyx cerdo L.)<br />

6- <strong>DE</strong>STRUÍDORES DA CORTIÇA – formiga da cortiça (Crematogaster scutellaris Olivier).<br />

38


O papel de cada um destes agentes no processo de declínio pode ser muito diferente, dependendo<br />

fundamentalmente do tipo de agressividade característico da espécie (Figura 16) e da extensão e<br />

intensidade de ataque. É, de um modo geral, aceite que os desfolhadores actuam como factores<br />

primários, enquanto que os xilófagos são considerados como factores secundários.<br />

INSECTOS<br />

Espécie<br />

Cerambix cerdo<br />

Coroebus florentinus<br />

Coroebus undatus<br />

Curculio elephas<br />

Crematogaster scutellaris<br />

Cydia splendana<br />

Euproctis chrysorrhoea<br />

Lymantria dispar<br />

Malocosoma neustria<br />

Orchestes spp.<br />

Phalera bucephala<br />

Platypus cylindrus<br />

Tortrix viridana<br />

Xyleborus dispar<br />

Árvores<br />

jovens<br />

Figura 16 – Classes de agressividade para os principais insectos associados ao declínio do<br />

sobreiro e azinheira.<br />

- Os Desfolhadores<br />

O ataque de desfolhadores, de um modo geral, pode ser facilmente reconhecido já que as árvores<br />

apresentam toda uma série de lesões foliares facilmente visualizadas. Estas lesões podem induzir<br />

desequilíbrios fisiológicos sobretudo através da redução dos processos fotossintéticos e podem reflectirse,<br />

nomeadamente:<br />

• a curto prazo, na redução do crescimento em altura e em diâmetro, na quebra da frutificação;<br />

• a longo prazo, ao criar condições de debilidade das árvores e susceptibilidade ao aparecimento<br />

de outras pragas e /ou doenças e envelhecimento precoce.<br />

1<br />

1<br />

1<br />

1<br />

2<br />

1<br />

3<br />

3<br />

3<br />

1<br />

3<br />

1<br />

3<br />

4<br />

Códigos<br />

Árvores Adultas<br />

Archips xylosteana 3<br />

3<br />

Classes de Agressividade<br />

3<br />

3<br />

3<br />

2<br />

2<br />

2<br />

3<br />

3<br />

3<br />

1<br />

3<br />

4<br />

3<br />

4<br />

sem probabilidade<br />

de ocorrência<br />

cria perturbações de<br />

ordem fisiol ógica<br />

sem grande<br />

impacte no<br />

hospedeiro<br />

cria perturbações de<br />

ordem fisiol ógica<br />

levando a um<br />

enfraquecimento<br />

gradual do<br />

hospedeiro<br />

provoca a morte do<br />

hospedeiro<br />

Árvore jovem - Até 10 anos<br />

39


No entanto, a árvore tem diferentes mecanismos de resposta e de defesa ao ataque de um desfolhador<br />

só que essa capacidade de se defender está directamente relacionada com o seu vigor fisiológico. Para<br />

os carvalhos sabe-se que as folhas formadas após uma desfolha apresentam teores de taninos mais<br />

elevados o que irá afectar o desenvolvimento biológico das lagartas em caso de novos ataques de<br />

desfolhadores.<br />

O impacte de um ataque deste tipo depende também das características das populações dos<br />

desfolhadores, nomeadamente:<br />

• das características intrínsecas ao tipo de alimentação do insecto em causa (do tipo de<br />

lesões que cria, da quantidade de alimento que necessita). As lesões chegam a ser nalguns<br />

casos específicas de determinadas espécies;<br />

• das características intrínsecas ao ciclo biológico do insecto. Uma ideia precisa do ciclo<br />

biológico é extremamente importante de modo a prever-se a altura do ano em que podem<br />

ocorrer danos nas folhas. O ciclo biológico para uma dada espécie mostra que podem ocorrer<br />

grandes variações consoante os locais. Os resultados já obtidos serviram também para alertar<br />

os riscos associados à extrapolação simples e directa entre locais com condições ecológicas<br />

semelhantes e até mesmo entre regiões do mesmo país, sem que sejam previamente verificadas<br />

no campo (Sousa & Bonifácio, 1998);<br />

• da ocorrência de diferentes espécies de insectos. Durante todo o ano existem lagartas<br />

alimentando-se das folhas dos sobreiros e azinheiras, ocorrendo maior diversidade nos meses<br />

de Abril e Maio e em Agosto/Setembro, esta última devido à existência de uma segunda geração<br />

anual de algumas espécies de desfolhadores (Sousa & Bonifácio, 1998);<br />

• da densidade populacional do desfolhador. Muitas vezes verifica-se uma desfolha acentuada<br />

apesar das baixas densidades populacionais das diferentes espécies encontradas. Com efeito, o<br />

desfasamento temporal dos ciclos de vida das diferentes espécies poderá provocar uma<br />

situação de desfolha contínua das árvores, como reflexo da sinergia entre as populações de<br />

desfolhadores quando em baixas densidades (Sousa & Bonifácio, 1998).<br />

- Os xilófagos<br />

De entre os xilófagos, P. cylindrus sofreu uma explosão populacional recente inserindo-se numa<br />

sucessão de agentes bióticos que intervêm no ciclo de declínio do sobreiro em Portugal.<br />

Estudos recentes efectuados em Portugal permitiram então um melhor conhecimento tanto da<br />

bioecologia deste insecto como dos factores da árvore ou do povoamento que podem favorecer o<br />

sucesso dos ataques provocando assim a morte dos sobreiros.<br />

Até há bem pouco tempo os ataques provocados por este insecto limitavam-se a árvores mortas ou<br />

muito enfraquecidas. No entanto, a sua explosão actual (ataques deste tipo têm sido frequentemente<br />

verificados em sobreiros um pouco por todo o país) sugere uma ligação estreita entre a sua presença e o<br />

processo de declínio dos montados, o qual parece ter sido induzido essencialmente por desequilíbrios de<br />

40


ordem edafo-climática (p. ex. a seca e a alteração das bases de troca ao nível do solo). É de referir que<br />

outros insectos e fungos patogénicos podem também estar associados a este processo de<br />

enfraquecimento do montado de sobro, os quais também têm vindo a ser identificados nalguns casos.<br />

P. cylindrus é um coleóptero que passa a maior parte da sua vida (2 anos) no interior da árvore,<br />

construindo durante todo este tempo um sistema bastante complexo de galerias que se repartem<br />

essencialmente no interior desse hospedeiro. Assim, quando se dá a colonização de uma árvore<br />

(Primavera a Outono) os insectos entram em número muito elevado no interior da árvore<br />

(essencialmente junto à base do tronco) e começam o processo de acasalamento e construção de<br />

galerias (durante este período os ataques são difíceis de serem visualizados). Só na Primavera do ano<br />

seguinte é que irão começar a sair os primeiros descendentes (altura em que a actividade começa a ser<br />

muito forte e os ataques passam então a ser de fácil visualização) os quais vão saindo gradualmente<br />

durante um longo período de tempo, geralmente até ao Outono desse ano. Na Primavera do ano<br />

seguinte voltam a sair mais descendentes, pelo que durante dois anos consecutivos a mesma árvore<br />

atacada pode estar a fornecer insectos que irão atacar novos sobreiros.<br />

De entre os factores da árvore que parecem favorecer a colonização por estes insectos pode-se<br />

destacar por um lado o enfraquecimento das árvores e por outro lado o descortiçamento (ano do<br />

descortiçamento e seguinte). De facto, foi verificado que as árvores que são descortiçadas (de salientar<br />

que o descortiçamento é efectuado precisamente na altura em que os insectos andam à procura de<br />

novas árvores para colonizarem) são mais susceptíveis de virem a ser atacadas do que as árvores não<br />

descortiçadas.<br />

III.3.3 – Outros agentes<br />

Relativamente a nemátodos, bactérias e vírus, até ao momento, não são referenciadas situações claras<br />

de associação com o declínio do montado.<br />

Para o caso de vírus que infectam Quercus, é conhecido o caso de ssRNA tobamoviruses isolado de Q.<br />

robur L. na Alemanha e o caso do Oak Ringspot Virus detectado em Q. marilandica Muenchh and Q.<br />

velutina Lam. nos EUA (Büttner & Führling, 1996; Hahn, 2003; Steinmöller, 2004). Em sobreiros com<br />

sintomas necróticos foram entretanto identificados em Portugal dois tipos diferentes de partículas virais<br />

(Nóbrega et al., 2004; Serrano et al., 2003). A este propósito foi implementado um protótipo com<br />

aplicação na detecção de vírus em plantas lenhosas incluindo o sobreiro e azinheira.<br />

41


IV – Aprofundamento do conhecimento sobre interacções dos factores<br />

envolvidos<br />

Há dois modelos explicativos da perda de vigor dos carvalhos aceites por grande número de cientistas: o<br />

modelo da cadeia da doença clássica de Keller (Oszako, 2004) no qual conjuntos de factores actuam<br />

sucessivamente e o modelo em espiral desenvolvido por Manion (1981) que consiste na actuação<br />

simultânea no espaço e no tempo de três grandes grupos de factores. Inicialmente, factores de<br />

predisposição actuando a longo prazo (p.ex. clima, factores do local, poluição do ar, genótipo, etc.) que<br />

predispõem as árvores ao efeito de factores de indução que causam danos directos nas árvores (p. ex.<br />

insectos desfolhadores, fungos, condições adversas de clima pontuais, etc.) e finalmente, o grupo dos<br />

factores de aceleração que em última análise é o responsável pela morte da árvore (p. ex. pragas e<br />

doenças).<br />

O modelo de Manion tem sido aquele que de um modo geral tem sido utilizado para explicar o fenómeno<br />

da perda de vigor do montado de sobro em Portugal (Cabral & Sardinha, 1992; Sousa, 1990), tendo sido<br />

feita uma tentativa para determinar quais os factores explicativos (Quadro 2).<br />

Quadro 2 - Principais factores associados ao declínio montado de sobro<br />

Factores de Predisposição Factores de Indução Factores de Aceleração<br />

Sobrexploração de recursos Aumento dos desfolhadores Fungos patogénicos<br />

Perturbações no solo (excesso de<br />

Al e Zn e deficiências de Ca e K)<br />

Secas períodicas (1943-45;<br />

1975-76; 1980-83)<br />

Cerealicultura intensiva Descortiçamento excessivo<br />

Pastoreio excessivo Podas exageradas<br />

Gestão inadequada<br />

Erosão acentuada do solo<br />

Acidificação do solo<br />

Uso frequente de maquinaria<br />

agrícola pesada<br />

Pragas<br />

42


No entanto a análise do problema torna-se ainda mais complexa pela quantidade de interacções que se<br />

criam necessariamente entre os factores envolvidos (Figura 17). Basicamente, será a interacção entre os<br />

diferentes factores bióticos e abióticos que provoca a diminuição progressiva do vigor da árvore. Esta<br />

perda de vitalidade conduz a uma redução da sua capacidade de se defender, criando assim condições<br />

favoráveis à instalação dos agentes patogénicos.<br />

Vitalidade das árvores<br />

Poluição<br />

atmosférica<br />

Incêndios<br />

florestais<br />

Insectos<br />

Fungos<br />

Fungosdo<br />

solo<br />

Factores<br />

climáticos<br />

Factores edáficos<br />

Figura 17 – Inter-relações entre variáveis associadas ao declínio.<br />

Gestãodo Gestão Gestãodo Gestão do<br />

povoamento<br />

Gestãodo solo<br />

solo<br />

e da vegetação<br />

sob-coberto<br />

É um facto que a identificação das interacções e sinergismos entre os factores de declínio<br />

existentes no sistema (bióticos e abióticos) está longe de estar esgotada (face ao dinamismo do<br />

ecossistema e à natureza das acções obviamente limitadas no espaço e no tempo), principalmente<br />

porque os montados na região mediterrânea são ecossistemas perturbados pela pressão gerada pela<br />

intervenção do Homem e por constrangimentos ecológicos e assim naturalmente fragilizados e<br />

vulneráveis, nem sempre conseguindo resistir a alterações do equilíbrio planta-ambiente.<br />

43


IV.1 – Como as condições edafo-climáticas se relacionam com os outros factores<br />

Muitos especialistas consideram que o declínio dos carvalhos pode ser originado pela acção simultânea<br />

de factores de clima e de solo como causa primária, já que as interrelações que se estabelecem entre<br />

estes dois grupos de variáveis são muito importantes, nomeadamente:<br />

• o efeito de um período longo de seca é agravado nos povoamentos existentes em solos pouco<br />

profundos;<br />

• o efeito de um encharcamento é particularmente grave em solos muito argilosos e compactos;<br />

• desequilíbrios na toalha freática são particularmente importantes em solos pouco profundos;<br />

• o efeito das condições climáticas influencia directamente a humidade e a disponibilidade dos<br />

nutrientes do solo;<br />

• a redistribuição da precipitação induzida pela presença física das árvores traduz-se num<br />

enriquecimento em nutrientes, sob a copa e principalmente junto à base do tronco, e num<br />

aumento, sob a copa, de biomassa da vegetação herbácea.<br />

Por outro lado, a acção conjunta dos factores edafo-climáticos desempenha um papel extremamente<br />

importante na “performance” dos agentes bióticos, nomeadamente:<br />

• os microorganismos do solo são uma das componentes que apresentam profundos<br />

desequilíbrios motivados pela acidificação do solo, podendo pôr em causa os ciclos<br />

biogeoquímicos (Francis et al, 1980);<br />

• o equilíbrio árvore/micorriza é facilmente perturbado por influências do meio;<br />

• existe uma forte correlação entre regime hídrico e frequência e intensidade da manifestação de<br />

pragas (Bjorkman & Larsson, 1997; Kamata & Tanube, 1998) e de doenças (Luisi et al., 1992;<br />

Vannini et al., 1992; Vannini & Mugnozza., 1991). Os longos períodos de seca têm sido<br />

sistematicamente apontados como elementos preponderantes na criação de condições para o<br />

seu desenvolvimento;<br />

• a associação de P. cinnamomi com o declínio do sobreiro e azinheira é mais frequente em solos<br />

delgados de textura finas e, pobres em N e P;<br />

• P. cylindrus está associado a perturbações nutricionais no solo nomeadamente acidificação,<br />

teores reduzidos de Ca e K e concentrações elevadas de Al e Zn (Sousa & Inácio, 2005).<br />

44


IV.2 – Como a acção do homem pode condicionar o efeito dos outros factores<br />

A acção do homem pode ser desencadeada de uma maneira directa (gestão do povoamento, do solo e<br />

da vegetação sob-coberto) ou de uma maneira indirecta (poluição atmosférica, incêndios florestais) mas,<br />

qualquer uma delas pode influenciar significativamente o efeito de outros factores (bióticos e abióticos)<br />

no processo de declínio dos montados.<br />

Relativamente á gestão do ecossistema, alguns estudos levados a cabo sugerem que:<br />

• o descortiçamento provoca uma evaporação significativa de água pelo entrecasco que pode<br />

igualar ou até ultrapassar a que corresponde à transpiração da copa. Como reacção a árvore<br />

evidencia um fecho estomático, mais ou menos prolongado, dependente da intensidade do<br />

descortiçamento, do vigor vegetativo da árvore, da disponibilidade hídrica e da época do ano em<br />

que ocorre a despela (Correia et al., 1992);<br />

• a regeneração da camada suberosa envolve após o descortiçamento custos adicionais, o<br />

que se reflectirá no crescimento de tecidos e órgãos. A actividade assimilatória é reduzida,<br />

sendo afectados os processos fotoquímicos. Mesmo que o recurso a reservas possa sustentar a<br />

regeneração da cortiça, a sua reposição deverá afectar o balanço energético nos anos<br />

subsequentes à despela pois competirá com o crescimento e reprodução. Alguns estudos<br />

indicam abrandamento do crescimento da copa pelo menos durante 4 ou 5 anos após a despela,<br />

contrastando com o considerável aumento radial do tronco (essencialmente devido à camada<br />

suberosa) observado nos primeiros anos (Oliveira, et al., 2002);<br />

• a selecção de árvores a serem colonizadas por P. cylindrus depende de factores associados não<br />

só com as características do povoamento (idade) mas também com o descortiçamento<br />

(intensidade e período) (Sousa & Debouzie, 2002);<br />

• sistemas de exploração que impliquem a mobilização periódica da camada superficial do solo,<br />

provocam desequilíbrios no complexo de troca do solo que se vão reflectir na ocorrência<br />

de desequilíbrios nutricionais nas árvores;<br />

• a desmatação periódica com grade de discos, efectuada em solos que manifestem<br />

desequilíbrios biogeoquímicos, pode contribuir para a criação de roturas no ciclo de<br />

nutrientes, devido principalmente ao corte de raízes finas necessárias para uma assimilação<br />

adequada de nutrientes;<br />

• a desmatação periódica com grade de discos ou com motorroçadora manual agravou o estado<br />

sanitário nos sobreiros das parcelas localizadas em litossolos de xisto relativamente às parcelas<br />

de solos litólicos de arenitos, provavelmente por se verificar nestes últimos maior volume útil de<br />

solo para o desenvolvimento radicular (cerca de 3,5 vezes mais) permitindo poupar as raízes<br />

mais profundas à acção das gradagens periódicas;<br />

• a desmatação pode agravar os desequilíbrios provocados na árvore devido à aplicação de<br />

coeficientes de descortiçamento excessivos;<br />

45


• a técnica de desmatação influencia significativamente a regeneração natural do sobreiro e da<br />

azinheira. A aplicação de motorroçadoras, em solos de arenito, resultou em taxas mais<br />

elevadas de regeneração natural do sobreiro relativamente à gradagem, não se verificando<br />

regeneração natural nas parcelas instaladas nos litossolos de xisto;<br />

• usos do solo alternativos podem ter efeitos positivos ou negativos. Em solos delgados de<br />

xistos a instalação de pastagens à base de aveia e espécies similares, para pastoreio directo<br />

e/ou silagem, esgota o fundo de fertilidade do solo, conduz à redução do teor de matéria<br />

orgânica do solo e da densidade aparente da camada superficial, aumenta a compacidade do<br />

solo e reduz a taxa de infiltração da água;<br />

• o pastoreio e o tipo de gado têm de estar adequados às potencialidades do local para não<br />

exercerem efeitos negativos na preservação e continuidade do montado.<br />

Relativamente ao efeito indirecto da acção do homem, alguns estudos levados a cabo sugerem que:<br />

• a poluição atmosférica pode provocar pululações graves de pragas e de doenças (Kress &<br />

Skelley, 1982). A poluição não intervêm de uma maneira clara e massiva, mas a sua interacção<br />

com factores climáticos (os mais aptos a desestabilizar profundamente um ecossistema florestal)<br />

é tal, que consoante os casos, o enfraquecimento visual pode ou não, vir a ser induzido.<br />

Também algumas experiências levadas a cabo com Pinus sylvestris L. mostraram que solos<br />

deficientes em nutrientes predispõem mais facilmente as plantas aos efeitos da poluição<br />

provocada por dióxido de enxofre (Sousa, 1990);<br />

• também a poluição atmosférica pode aumentar o impacte negativo provocado por condições<br />

edafo-climáticas menos favoráveis. Não há nenhum efeito negativo directo no N nos carvalhos<br />

mas ele diminui a resistência das árvores à geada e favorece os ataques dos insectos que<br />

encontram tecidos mais ricos em N que se tornam mais atractivos para a alimentação;<br />

• as árvores total ou parcialmente queimadas e afogueadas são muito atractivas a serem<br />

colonizadas por insectos. As temperaturas elevadas que se criam causam alterações fisiológicas<br />

e químicas e a libertação mais intensa de certos compostos voláteis, criando-se assim as<br />

condições favoráveis para o posterior ataque epidémico de vários insectos e fungos (Billings et<br />

al., 2004; Dixon et al., 1988; Purdon et al., 2002).<br />

46


IV.3 – Como os agentes bióticos exercem sinergismos com os outros factores<br />

Ainda que a ocorrência de pragas e doenças, em muitos casos simultânea, não configure uma sucessão<br />

clara de acontecimentos, no espaço e no tempo, tem ajudado, no entanto, a entender o quadro geral em<br />

que normalmente evolui a degradação dos ecossistemas florestais (Loehle, 1988; Manion, 1991; Sinclair,<br />

1965), nomeadamente:<br />

• desfolhas sucessivas causadas por insectos desfolhadores criam perturbações nas reservas<br />

energéticas (amido) e finalmente reduzem a vitalidade das árvores;<br />

• o consumo sucessivo de folhagem das árvores cria também modificações (aumento do fluxo<br />

luminoso, redução na competição entre plantas) no estrato arbustivo e herbáceo (Dajoz, 1980);<br />

• o consumo rápido das folhas, pela formação de uma manta morta mais abundante provoca no<br />

solo, um aumento rápido na circulação de elementos minerais e uma aceleração da actividade<br />

dos organismos decompositores (Dajoz, 1980);<br />

• as elevadas taxas de mortalidade observadas são vulgarmente relacionadas com a incidência de<br />

xilófagos e doenças radiculares como último elo de uma cadeia de factores desfavoráveis.<br />

Deve contudo reforçar-se a opinião generalizada de que a incidência de agentes nocivos está<br />

estreitamente relacionada com factores que extravasam a simples relação patogénio-hospedeiro e<br />

que influenciam, de modo determinante, o comportamento deste binómio.<br />

Por outro lado, embora a Patologia e a Entomologia sejam consideradas disciplinas distintas, os efeitos<br />

que pragas e doenças causam no hospedeiro resultam, em grande parte dos casos, de sinergias e de<br />

dependências simbióticas insecto-fungo, necessárias para a sobrevivência e dispersão de agentes<br />

nocivos (Lieutier et al., 1989; Sousa & Inácio, 2005), nomeadamente:<br />

• as simbioses entre P. cylindrus e alguns fungos (cerca de 17 fungos foram encontrados em<br />

associação com este insecto), principalmente na transmissão de fungos considerados<br />

potenciais patogénios para o sobreiro (Acremonium sp., estado conidial de Ceratocystis sp.;<br />

Nodulisporium sp., forma imperfeita de Hypoxylon sp.; Fusarium solani (Mart.) Sacc.,<br />

considerado patogénico para outras essências florestais; Raffaelea ambrosiae Arx & Hennebert,<br />

forma imperfeita de Ophiostoma sp.) (Sousa et al., 1997; Sousa & Inácio, 2005);<br />

• embora se pense que a disseminação de outros fungos patogénicos para o sobreiro é feita<br />

também através de insectos, a informação actualmente disponível sobre essas simbioses é<br />

praticamente nula;<br />

• de um modo geral, as glandes atacadas por insectos (C. elephas e C. splendana) suportam<br />

também a proliferação de fungos o que, não tendo incidência na germinação, reduz<br />

significativamente a sobrevivência e vigor das plantas. O tratamento térmico é eficaz.<br />

47


V – Proposta de medidas para inverter a situação<br />

Apesar do claro reconhecimento de que a eficácia das intervenções (para a recuperação e conservação<br />

dos ecossistemas), requer valor acrescentado ao conhecimento técnico-científico já disponível, é, no<br />

entanto, possível extrair do trabalho até agora desenvolvido, um conjunto de conhecimentos que passa,<br />

pela análise da situação ao nível do ecossistema, pela aplicação de medidas que minizem os<br />

desequilíbrios nos padrões fisiológicos das árvores e pela aplicação de meios de lutas aos agentes<br />

nocivos.<br />

Deste modo, ainda que inconscientemente, têm vindo a ser progressivamente delineadas estratégias de<br />

protecção particularmente assentes numa “Silvicultura de Prevenção” que passa necessariamente<br />

pela proposição de medidas de curto prazo (meios de controlo dos factores bióticos, reforço da<br />

capacidade técnica de apoio aos agricultores) que incidem nas situações visíveis de desequilíbrio,<br />

acompanhadas simultaneamente por toda uma série de medidas de médio/longo prazo (adequação de<br />

sistemas de exploração à diversidade das estações, reordenamento da área do montado no contexto do<br />

reordenamento rural e fertilizações) que se pretende que venham a incidir nos mecanismos<br />

desencadeadores do processo de instabilidade e que efectivamente provoquem a recuperação da<br />

vitalidade dos povoamentos.<br />

No entanto, se é um facto que com base no trabalho desenvolvido se definiram algumas medidas<br />

concretas de actuação (Anexo III), não é menos certo que estas medidas emergem fundamentalmente<br />

de um avanço marcado pelo empirismo, isto é, sabe-se que a incidência de um determinado factor<br />

produz um certo efeito mas desconhece-se, em termos científicos (pelo menos em parte) os fenómenos<br />

que se desencadeiam entre um e outro. "Ficar por aqui" em termos de conhecimento seria "fechar<br />

portas" à inovação e, face à dinâmica dos ecossistemas, eternizar procedimentos e assistir à falência de<br />

processos.<br />

48


V.1 – Métodos de diagnóstico e de classificação da situação<br />

Um dos primeiros problemas que se tem colocado consiste precisamente na avaliação do padrão<br />

espacio-temporal de extensão dos danos já que, como não foi delineada nenhuma estratégia a nível<br />

nacional, os dados existentes são pontuais e provêm da utilização de diferentes metodologias e por isso<br />

impossíveis de comparar.<br />

As principais acções da componente de diagnóstico da situação do montado em Portugal são,<br />

nomeadamente:<br />

• estabelecimento de uma monitorização periódica da floresta de sobro e azinho na óptica de<br />

manutenção da sustentabilidade do montado que deverá ser efectuado com base numa<br />

“Estratégia Nacional de Recolha de Informação sobre o Estado Sanitário das Florestas”. Deste<br />

modo poder-se-á efectuar uma determinação da evolução espacio-temporal da extensão dos<br />

danos através da uniformização de uma metodologia de avaliação de danos em todos os<br />

povoamentos de sobreiro e de azinheira;<br />

• caracterização dos montados, mapeamento (que relacione o padrão topográfico, condições do<br />

solo e clima com o declínio, incluindo, quando pertinente, informação adicional ao nível da<br />

hidrogeologia e níveis freáticos) e georeferenciação das áreas de risco e/ou de insucesso em<br />

projectos de florestação;<br />

• identificação dos factores responsáveis pelo risco da não perpetuação da floresta. Efectuar o<br />

diagnóstico das causas de sintomas/sinais anómalos, fundamentalmente dos agentes bióticos<br />

com maior impacte (P. cinnamomi, D. mutila, B. mediterranea, C. undatus e P. cylindrus);<br />

• a criação de uma base de dados relativamente aos factores (bióticos, abióticos, silvícolas,<br />

sociais) relacionados com o declínio dos povoamentos. As abordagens parciais que apontavam<br />

para "causas únicas" do declínio estão a ser sucessivamente substituídas por avaliações<br />

efectuadas a partir de estudos pluridisciplinares enquadrados na complexa realidade dos<br />

montados.<br />

Neste sentido, é da maior importância o estabelecimento de uma tipologia do montado. Trabalhos<br />

preliminares apontam já algumas indicações neste sentido (14 tipos finais de montados dos quais 7<br />

de sobro), propondo alternativas para zonas específicas do país através da integração de tipologias<br />

sectoriais, nomeadamente quanto:<br />

• ao tipo de solo e das suas características morfológicas, físicas e químicas para definir as<br />

formas de intervenção;<br />

• à estrutura dos povoamentos florestais (caracterizada por indicadores dendrométricos, que<br />

permitiram avaliar a densidade, grau de coberto, “idade” dos povoamentos e também a<br />

regeneração);<br />

• ao estado fitossanitário dos povoamentos (caracterizado pelas médias nas diferentes classes<br />

de desfolha);<br />

49


• às séries de vegetação que constituem indicadores da sucessão ecológica, a partir das quais é<br />

possível distinguir tipologias com utilidade para a caracterização do sistema agro-silvo-pastoril<br />

de montado (cada uma das sigma-associações de montado configura ecossistemas<br />

diferenciados que implicam a tomada de atitudes de gestão diferenciadas);<br />

• solos (classificados segundo as características consideradas relevantes para as relações soloplanta<br />

e uso e gestão dos solos);<br />

• aos sistemas de exploração (caracterizados por indicadores económicos e de estrutura);<br />

• às actividades e práticas culturais com incidência na conservação dos montados.<br />

A segunda etapa consiste no estabelecimento de planos de protecção integrada dos montados (a<br />

instalar ou já instalados) que passam pela implementação de estratégias de vigilância periódica (com<br />

maior incidência em povoamentos de elevado risco), definição de sistema de gestão adequados a cada<br />

situação concreta e caso necessário recomendação de meios de luta para controlar as populações de<br />

agentes bióticos que estejam a causar danos (Figura 18).<br />

Bases para a Protecção Integrada do Montado<br />

Novos<br />

povoamentos<br />

Estratégia para<br />

a sua instalação<br />

Tomada<br />

de decisão<br />

Avalaição<br />

da situação<br />

Meios de<br />

controlo<br />

Povoamentos<br />

existentes<br />

Vigilância<br />

Factores de<br />

desequilíbrio<br />

Bióticos Abióticos<br />

Figura 18 – Modelo de Protecção Integrada para o sobreiro e azinheira.<br />

Gestão do<br />

povoamento<br />

50


V.2 - Gestão do montado adaptada às novas condições<br />

Dada a presença de povoamentos arbóreos cujo vigor vegetativo evidenciam sintomas severos de<br />

decrepitude, podemos tomar consciência de que nos encontramos perante uma “fase de alerta com<br />

carácter de urgência”, caracterizada fundamentalmente por:<br />

• desfolha moderada das árvores ou mesmo já nalguns casos perante danos graves (desfolha<br />

acentuada);<br />

• mortalidade contínua de sobreiros e azinheiras;<br />

• densidade e área de coberto que vão gradualmente ficando, na generalidade, baixas;<br />

• presença de conformações vegetais sucessionais desvantajosas dos pontos de vista da<br />

racionalidade económica, ecológica e sobretudo da perpetuidade do coberto arbóreo (ausência<br />

de regeneração).<br />

A inversão da tendência degradativa destes sistemas passa forçosamente pela via da gestão do<br />

montado adaptada a novas situações em sintonia com os princípios ecológicos elementares. Contudo, o<br />

montado português estende-se por um mosaico de situações edafo-climáticas perfeitamente<br />

distintas e identificáveis, apesar das formas de exploração se orientarem por princípios que não têm<br />

em conta esta diversidade das condições naturais. A gestão dos montados de sobro deve ser<br />

desenvolvida segundo sistemas adequados às condições particulares de cada povoamento.<br />

A atitude do homem tem vindo a modificar-se no sentido de melhorar a sua intervenção e torná-la<br />

conforme com o equilíbrio do ecossistema. Algumas destas normas têm sido amplamente divulgadas ao<br />

longo de várias décadas e infelizmente algum do conhecimento fundamental tem vindo a ser esquecido.<br />

Em termos ecológicos, o ideal seria a implementação de medidas de fundo de planeamento e<br />

reordenamento do espaço de montado, mantendo o princípio da complementaridade de usos (uso<br />

múltiplo), que provocasse uma alteração da escala espacial a que cada um destes usos ocorre,<br />

começando ao nível regional passando ao nível da propriedade e finalizando ao nível do local.<br />

Assim, a nível regional a nova perspectiva é a implementação de uma gestão espacial em mosaico<br />

das propriedades, por folhas, em manchas de montado. O ordenamento, a intensidade e o tipo de<br />

usos a fazer nessas folhas deverá depender do estado ou tipo de mancha florestal presente e do<br />

tipo de sistema de exploração da herdade, nomeadamente:<br />

• manchas onde não se farão o mínimo de intervenções (prevenção contra fogos, podas de<br />

formação e desbastes selectivos), com vista a melhorar as condições de solo, a promover o<br />

adensamento e vigor vegetativo do coberto arbóreo, por um período dependente das condições<br />

locais, mas nunca inferior a cerca de 10 anos, para que a regeneração possa vingar;<br />

• manchas onde a exploração florestal seja dominante, sem pastoreio ou mobilizações, onde<br />

manchas ou núcleos de azinhais e sobreirais possam aproximar-se do carácter<br />

51


predominantemente florestal mais denso, conduzidas numa lógica de silvicultura tendente a<br />

maximizar a rentabilidade e a sustentabilidade ecológica, onde a regeneração natural é<br />

possível se ser implementada;<br />

• manchas onde se poderá fazer um uso múltiplo, em que para além da exploração do coberto<br />

arbóreo se poderia ter um uso pastoril;<br />

• manchas de melhores solos dominaria o uso agrícola e pastoril.<br />

Ao nível da propriedade, as explorações com montado devem basear-se em planos de gestão que<br />

contenham uma cartografia florestal (que inclua um estudo de solos) detalhada (escala 1:5.000 ou<br />

1:10.000), um inventário florestal do montado, com especial atenção para a qualidade da cortiça, uma<br />

zonagem de detalhe da compatibilidade com usos alternativos do solo (nomeadamente pastagem),<br />

estratégia de protecção da regeneração natural e um plano de correcção de desequilíbrios detectados ao<br />

nível do solo. Aconselha-se também que todos eles estejam integrados digitalmente num sistema de<br />

informação geográfica (SIG).<br />

V.2.1 – Estratégias para incrementar a fertilidade dos solos<br />

Os resultados obtidos são globalmente concordantes assinalando que a disponibilidade de água e de<br />

nutrientes deverá ser um dos principais factores a considerar no âmbito de uma estratégia de<br />

conservação e recuperação do ecossistema. As conclusões de outros trabalhos realizados a nível<br />

internacional estão, em termos gerais, de acordo com as conclusões acima expressas.<br />

Esta estratégia de conservação e recuperação do ecossistema passa então por:<br />

• incentivar o aumento da fertilidade do solo;<br />

• melhorar as suas características físicas através de instalação de sistemas de exploração<br />

sob coberto adequados às potencialidades actuais destas áreas. Na situação actual de<br />

alteração profunda das condições naturais de funcionamento destes ecossistemas, o<br />

desenvolvimento da vegetação arbustiva espontânea sob coberto em pouco contribuirá para o<br />

alcance destes objectivos na medida em que haverá tendência para a fixação de espécies<br />

arbustivas concorrentes do sobreiro no mesmo período do ano. A instalação de pastagens<br />

permanentes de sequeiro sob-coberto, com espécies fixadoras de azoto, tem sido<br />

experimentada e realizada com sucesso quer na perspectiva de melhoria das características dos<br />

solos, quer como meio de combate à ocupação destes espaços pela vegetação arbustiva;<br />

• efectuar correcções do nível de fertilidade do solo de acordo com os desequilíbrios em macro<br />

e micronutrientes.<br />

52


V.2.2 - Regeneração e Produção de plantas<br />

De acordo com as avaliações levadas a efeito, um dos problemas fundamentais prende-se com a<br />

diminuição da densidade do montado associado à ausência de regeneração natural. As estratégias a<br />

seguir são, nomeadamente:<br />

• manter os recursos genéticos da espécie;<br />

• o montado deverá ser adensado com um papel mais relevante no condicionamento do<br />

microclima sob coberto;<br />

• em zonas de maior potencialidade (formas de relevo ondulado de solos aligeirados, profundos e<br />

com boa permeabilidade e em solos aligeirados de grés grosseiro), o montado deve ser<br />

reinstalado com modernas tecnologias e com plantas de maior potencialidade suberícola;<br />

• privilegiar a regeneração natural sempre que possível (conservação de recursos genéticos do<br />

sobreiro, melhor adaptabilidade das plantas ao local, menor investimento, ausência de choque<br />

de transplante, desenvolvimento de um sistema radicular equilibrado, formação de simbioses<br />

naturais) assegurando as condições necessárias à sua manutenção;<br />

• proteger a regeneração natural sempre que se verifiquem actividades que danifiquem as<br />

plantas (pastoreio, caça e outras) através quer da instalação de protectores individuais quer da<br />

divisão da propriedade em folhas (afolhamento rotativo) (Varela, 2000);<br />

• recurso à regeneração artificial (através de sementeira e de plantação de acordo com as<br />

condições do local e os objectivos de gestão), de modo a contrariar rapidamente a regressão<br />

da área ocupada.<br />

A implementação destas estratégias passa por:<br />

• recomendar o uso de material do local, ou seja da mesma região de proveniência, ou de<br />

locais edafo-climáticos o mais semelhante possível, enquanto não se dispuser de resultados<br />

de ensaios de proveniências devidamente comprovados. Os resultados dos ensaios já existentes<br />

(17 ensaios de proveniências e 10 ensaios de descendências baseados em 34 proveniências de<br />

toda a área natural do sobreiro, nomeadamente de Portugal, Espanha, Marrocos, Argélia,<br />

Tunísia), poderão vir a contribuir significativamente neste sentido. Os dados preliminares,<br />

mostram que por enquanto se devem evitar proveniências exóticas por mostrarem grande<br />

variabilidade da espécie ao nível das características adaptativas (Almeida et al., 2005; Varela,<br />

2003);<br />

• seleccionar povoamentos para colheita de bolota para uso em futuras rearborizações com<br />

base nos dados já existentes sobre o comportamento reprodutivo do sobreiro no que diz respeito<br />

a parâmetros da dinâmica da espécie em número de indivíduos reprodutores, contribuição<br />

relativa para a informação genética da semente, anos de safra e de contra-safra. A existência<br />

actual de sete regiões de proveniência definidas com base em critérios ecogeográficos será<br />

também uma mais valia nesta selecção (Varela, 1998);<br />

53


• colher as sementes nos anos de safra e evitar-se colheitas de semente para florestação nos<br />

anos de contra-safra; os maus anos de floração masculina são em regra também maus anos<br />

de bolota (Varela, 1994, 2000);<br />

• colmatar as dificuldades existentes na conservação da semente a longo prazo (difícil de<br />

manter para além dos seis meses). Os trabalhos efectuados (nacionais e internacionais) têm<br />

visado testar e avaliar as etapas de maturação da semente, o momento da colheita (estado<br />

fisiológico), o ritmo de secagem, o conteúdo de água, a aplicação da termoterapia, a temperatura<br />

e o contentor. Sabe-se hoje que o sucesso da conservação depende muito da rapidez do<br />

processamento. As sementes devem ser colhidas e manuseadas imediatamente e devem ser<br />

colocadas em sacos de rede ou em caixas perfuradas de modo a permitir o arejamento<br />

(actividade metabólica das sementes recalcitrantes). Por outro lado, a viabilidade das sementes<br />

durante a conservação depende essencialmente do teor de água das sementes, em especial do<br />

embrião (compreendido entre 40-42%) e o tratamento térmico (45ºC durante 2 horas) provou ser<br />

eficaz no controlo dos insectos e fungos durante o processamento e armazenamento das<br />

glandes e não afecta a qualidade das plantas (Belletti et al., 2001);<br />

• melhorar as técnicas de produção de plantas que têm vindo a ser utilizadas pelos viveiristas.<br />

O conhecimento adquirido recentemente permite que o processo tradicionalmente utilizado<br />

(estratificação) na manipulação das sementes possa ser substituído com vantagem pela<br />

conservação. A aplicação de reguladores de crescimento (GA3) na chumbagem da semente<br />

vai permitir uma produção mais rápida de plantas (diminuição do período de emergência da<br />

planta);<br />

• optimizar a produção de plantas vigorosas através da utilização de contentores, substratos e<br />

idade das plantas, apropriados em condições naturais. Neste sentido, o substrato é referido<br />

como o factor com maior influência na sobrevivência e no crescimento inicial das plantas e<br />

que a utilização de plantas mais novas mostra um efeito favorável no seu desenvolvimento<br />

e na formação de novas raízes;<br />

• utilizar técnicas de micorrização de plantas (em laboratório ou em viveiro). Os trabalhos<br />

recentes têm sido promissores neste sentido;<br />

• não se deve arborizar com plantas que apresentem as seguintes características: a) feridas não<br />

cicatrizadas, b) seca parcial ou total, c) caule múltiplo, d) colo danificado, e) raízes principais<br />

intensamente enroladas ou torcidas, f) raízes secundárias inexistentes ou seriamente cortadas,<br />

g) danos graves causados por organismos nocivos, h) indícios de aquecimento, de fermentação<br />

ou humidade, devidos ao armazenamento em viveiro;<br />

• a aclimatação de plântulas de sobreiro micropropagadas sob condições de humidade elevada<br />

produziu alterações morfo-fisiológicas e uma considerável redução na perda de água<br />

relativamente às não aclimatizadas, o que permitiu reduzir taxas de mortalidade das plantas<br />

após transferência para condições de estufa (Romano & Martins Loução, 2003)<br />

54


V.2.3 – Técnicas de Produção<br />

As técnicas de produção deverão ser adaptadas consoante a tipologia do montado e sempre numa<br />

óptica de preservação do ecossistema. As novas estratégias passam assim por:<br />

• em zonas de pior qualidade da cortiça deve proceder-se à reconversão em talhadia tendo<br />

como efeitos a obtenção de cortiça virgem facilmente incorporável na indústria, a<br />

valorização ecológica e rendimentos a curto prazo. De facto, a elevada correlação entre<br />

algumas variáveis biométricas e variáveis de produção sugerem que a exploração em talhadia<br />

deve ser orientada para maximizar o “perímetro gerador” de cortiça (nº de lançamentos x<br />

perímetro médio na base dos lançamentos);<br />

• em zonas de boa produção de cortiça os dados existentes permitem já a criação de alguns<br />

modelos de produção que estimem a produção a partir da circunferência sobre cortiça e da<br />

altura máxima de descortiçamento. A previsão da produção será uma ferramenta técnica<br />

útil na gestão corrente dos montados de sobro;<br />

• o descortiçamento é desaconselhado em árvores que apresentem um grau de desfolha<br />

próxima de 50%, ou pelo menos, o coeficiente de descortiçamento deverá ser fortemente<br />

reduzido;<br />

• no descortiçamento deve-se seguir os seguintes conselhos: a) o período mínimo de<br />

descortiçamento deve ser de nove anos e nunca superior a 15 anos, b) não descortiçar em dias<br />

de chuva ou com vento quente e seco, c) evitar as feridas no entrecasco;<br />

• dever-se-á reduzir as podas privilegiando as de formação e as sanitárias (eliminar ramos<br />

mortos e/ou afectados por agentes nocivos (poda sanitária) e dar uma forma e dimensão<br />

equilibradas da copa (poda de manutenção). Alguns trabalhos a nível internacional referem<br />

contudo que nas situações em que se verifica um balanço negativo do carbono (produção<br />

inferior ao consumo), a poda pode ajudar a diminuir as necessidades da árvore em carbono;<br />

• os desbastes são essenciais no caso de elevadas densidades e na presença de plantas com<br />

más características, para aumentar o potencial produtivo.<br />

V.2.4 – Usos complementares do solo<br />

Numa perspectiva consertada de sustentabilidade económica e ecológica para os montados,<br />

diferentes usos complementares do solo podem ser recomendados se forem tidas em consideração<br />

alguns pressupostos (Teixeira & Varela, 1991), nomeadamente:<br />

• a protecção à regeneração e a plantação de jovens árvores seja uma das condições<br />

essenciais a ter em consideração;<br />

• a actividade agrícola seja reduzida, nomeadamente a cultura de cereais e de forragens<br />

esgotantes;<br />

• o maneio dos matos deve ser efectuado, com o recurso a desmatadoras de corte superficial,<br />

compatibilizando a minimização do risco de incêndio, evitar competição excessiva, facilitar as<br />

operações de descortiçamento e deve obedecer a critérios adequados como a escolha de<br />

55


técnicas ponderadas face às características edafo-climáticas, características do povoamento e<br />

objectivos de ocupação do solo;<br />

• recomenda-se a utilização de medidas passivas contra incêndios, especialmente nas áreas a<br />

descortiçar nomeadamente, efectuar a limpeza dos matos em volta dos sobreiros pelo menos<br />

dois anos antes do descortiçamento e mantê-la até 3 anos após o descortiçamento. Também se<br />

recomenda isolar mediante áreas corta-fogos, superfícies máximas de 50 ha;<br />

• a desmatação deve estar condicionada pelo declive: a) para declives entre 8 e 20% não se<br />

podem fazer desmatações contínuas, b) para declives entre 20 e 35% só se permitem<br />

desmatações pontuais ou por faixas sempre que não provocarem alterações do solo, c) para<br />

declives superiores a 35% só se permitem desmatações pontuais. Nas zonas declivosas (> a<br />

20%) pode-se dispor o mato em cordões segundo as curvas de nível para contrariar a erosão<br />

superficial;<br />

• a reconversão da vegetação na vegetação das pastagens vivazes naturais potenciais. As<br />

pastagens naturais poderão ser eficientemente melhoradas com a introdução de misturas<br />

de sementes à base de leguminosas anuais de ressementeira natural sem mobilização do solo;<br />

• a preparação do solo deve estar condicionada pelo declive: a) para declives entre 8 e 20%<br />

proíbem-se as preparações do terreno na linha do declive máximo, b) para declives superiores a<br />

20% só são permitidas as preparações pontuais segundo as curvas de nível;<br />

• a instalação de pastagens contribuem para o aumento do rendimento do montado e contribuem<br />

para a conservação e melhoria dos solos desde que a escolha do tipo de pastagem se subordine<br />

à potencialidade produtiva do local, à intensidade de pastoreio (função da espécie e carga<br />

animal) e do maneio do gado;<br />

• a utilização de leguminosas nas pastagens contribuem para o melhoramento da do solo,<br />

designadamente aumentando a matéria orgânica. A inoculação das sementes das leguminosas<br />

com as bactérias Rhizobium seleccionadas é um factor decisivo, em muitos solos, para o<br />

sucesso da instalaçãodas pastagens, podendo originar aumentos de produção superiores a<br />

100% e aumentos da matéria orgânica seca entre 50 -140%;<br />

• o maneio adequado do pastoreio consoante o tipo de pastagem. De um modo geral, a<br />

implementação de pastoreio ovino ou porco de montanheira em encabeçamento adequado<br />

serão opções a considerar. No entanto, nalguns casos, o sistema de pastoreio misto (gado<br />

caprino, ovino e bovino) poderá ser interessante. No caso concreto de sistemas agrosilvopastoris<br />

em solos de xistos com formas de relevo ondulado largo ou em solos avermelhados<br />

de depósitos detríticos de “raña”, deverá encarar-se a redução dos encabeçamentos, dos<br />

períodos de pastoreio e de permanência de animais no terreno ou mesmo a sua substituição por<br />

animais que reduzam a compactação dos solos;<br />

• outros aproveitamentos igualmente compatíveis com o uso múltiplo do montado como, produção<br />

de cogumelos e de plantas aromáticas e medicinais, fauna silvestre, turismo e recreio são<br />

também aspectos a ter em conta desde que se condicionem às potencialidades dos<br />

povoamentos.<br />

56


V.2.5 – Áreas ardidas<br />

Deve ser feita uma avaliação dos danos após o incêndio para a definição das estratégias a adoptar,<br />

nomeadamente:<br />

• identificar as árvores que não vão recuperar (entrecasco danificado em mais de 40%; sobreiros<br />

em que a cortiça tinha 3 anos ou menos de idade) para corte. Identificar os casos em que se<br />

poderá favorecer a rebentação de toiça (idade inferior a 40 anos ou CAP inferior a 90 cm);<br />

• a permanência de madeira cortada com casca nas áreas ardidas é um foco de dispersão de<br />

insectos nocivos para áreas não atingidas pelo fogo por fornecerem o substrato para o aumento<br />

das suas populações. Assim, a intervenção atempada nas áreas ardidas é vital, não só para<br />

evitar a desvalorização da madeira como também para salvaguardar o património florestal<br />

remanescente;<br />

• descortiçar os sobreiros quando estejam refeitos dos efeitos do fogo (pelo menos 75% da copa<br />

apresenta folhagem);<br />

• destruição da crosta impermeável do solo (geralmente formada após um incêndio florestal),<br />

efectuando uma mobilização ligeira do solo ou em declives acentuados fazer passar um rebanho<br />

de ovinos ou caprinos;<br />

• identificar os casos com riscos de erosão do solo e definir qual a melhor estratégia para o seu<br />

controle (sementeira de herbáceas, colocação de cordões vegetais, armação do terreno).<br />

57


V.3 – Meios de controlo para pragas e doenças<br />

Desde os finais do século XIX até aos nossos dias, a protecção de plantas relativamente a pragas e<br />

doenças sofreu uma forte evolução que passou pelo "sonho" da exclusão, erradicação e imunização,<br />

ecologicamente inaceitáveis e economicamente impraticáveis, passa pelo entusiasmo gerado pela luta<br />

química (com dificuldades óbvias de implementar em ecossistemas florestais) e ressurge nas três<br />

últimas décadas como uma ciência de síntese com forte pendor pluridisciplinar. E é assim que se evolui<br />

da designação de "controlo de pragas e de doenças" para "gestão de pragas e de doenças", a<br />

primeira direccionada para acções de curto prazo, em relação a situações pontuais e a segunda<br />

sugerindo uma estratégia integrando acções em contínuo e com efeitos a médio/longo prazo.<br />

Apesar de tudo, as alternativas disponíveis para o controlo de pragas e doenças na floresta continuam a<br />

ser escassas e a situação em Portugal agrava-se um pouco mais já que muitos dos produtos usados<br />

internacionalmente carecem no nosso país de homologação.<br />

Os diferentes meios de luta (luta cultural, biotécnica e química) só podem ser utilizados, de acordo com a<br />

legislação em vigor. Por outro lado, a selecção do(s) meio(s) de luta (se possível devem ser utilizados<br />

em conjunto de maneira a complementarem a sua acção e aumentar a eficácia) deverá ser adaptada ao<br />

agente em questão, às características do povoamento (espécie, idade, densidade, localização, etc.), ao<br />

tipo de órgão atacado ao grau de perigosidade e de intensidade de ataque e à época do ano.<br />

Neste contexto e face ao conhecimento actual da situação do montado e à necessidade de<br />

compatibilizar interesses ecológicos e económicos, a minimização dos efeitos de agentes nocivos<br />

passa, à partida, por:<br />

• a protecção do montado deverá sempre privilegiar as medidas de carácter preventivo, que<br />

passam desde logo por uma adequada gestão dos povoamentos;<br />

• observância de todas as medidas que garantam, a montante, a manutenção do estado de<br />

vigor das árvores e preservação da sua capacidade de defesa;<br />

• diminuir as populações de desfolhadores caso a sua densidade populacional e área de<br />

distribuição seja elevada;<br />

• monitorizar cuidadosamente a presença de ataques de xilófagos, nomeadamente de P.<br />

cylindrus e actuar caso os ataques sejam graves;<br />

• na presença de ramos e raminhos secos efectuar podas sanitárias, queimando-se os despojos<br />

na propriedade e desinfectando as ferramentas com produtos não proibidos pelo Código<br />

Internacional de Prácticas Rolheiras;<br />

• relativamente aos fungos, se bem que várias medidas de luta, genética (a mais desejável e<br />

eficaz), química (a utilizar em casos pontuais epidémicos) ou biológica (na maioria dos casos na<br />

fase de in vitro) tenham sido propostas, a falta de resultados consistentes levanta dúvidas<br />

58


elativamente à eficácia da sua implementação, podendo dizer-se que necessitam um reforço da<br />

investigação e da extensão;<br />

• destruir as árvores mortas, a morrerem ou com sintomas acentuados de decrepitude<br />

(desfolha próxima de 90% apresentando, por norma, manchas com exsudados no tronco e<br />

ramos);<br />

• utilizar medidas específicas de luta em casos pontuais de carácter epidémico, desde que<br />

acompanhadas por um técnico competente;<br />

• não devem ser utilizados produtos químicos organoclorados e organofosforados no<br />

tratamento de pragas e doenças. Também produtos excluídos pela legislação de materiais em<br />

contacto com alimentos não poderão ser utilizados.<br />

- Os Desfolhadores<br />

São geralmente recomendadas medidas de luta biotécnica que são de um modo geral muito eficazes, de<br />

baixos custos, não apresentam impactos ambientais e baseiam-se em técnicas que condicionam e<br />

manipulam o comportamento do agente, nomeadamente:<br />

• controlo permanente dos desfolhadores com insecticidas biológicos (p. ex. Foray, Dimilin,<br />

Bacilan, Bactospeine, Thuridan) ou, caso seja permitido, com pesticidas de contacto ou<br />

residuais. A sua aplicação depende da dimensão da área a tratar (áreas pequenas a partir do<br />

solo, áreas maiores aplicações aéreas com avionetas). De qualquer modo, qualquer aplicação<br />

exige que se sigam as recomendações de segurança e se ajuste o tratamento às condições<br />

meteorológicas do momento;<br />

• instalação de armadilhas com feromonas/atraentes para captura de adultos (específicas<br />

consoante a espécie) ou de intercepção (generalistas). O local de colocação da armadilha tem<br />

enorme influência na eficácia da própria armadilha e deve ser seleccionado de acordo com o<br />

comportamento da agente em causa. Também a determinação do período de colocação das<br />

armadilhas é extremamente importante, exigindo um conhecimento do ciclo de vida do agente a<br />

capturar;<br />

• colocação de bandas adesivas nas árvores (principalmente para os desfolhadores com grande<br />

mobilidade);<br />

• controlo biológico através de aves, insectos predadores, parasitóides e alguns<br />

microrganismos: bactérias (Bacillus thuringiensis Berlinier), vírus (Nucleopolyhedrosis - NPV),<br />

fungos (Bauveria bassiana (Bals.) Vuillemin), nemátodos. As técnicas passam por promover e<br />

fomentar os agentes de mortalidade já existentes nos povoamentos (instalação de ninhos,<br />

abrigos, alimentadores para aves insectívoras e morcegos) ou integrar novos agentes de<br />

mortalidade na floresta (produção em massa e introdução de predadores ou parasitóides e<br />

pulverizações com microorganismos como é o caso da bactéria B. thuringiensis contra<br />

lepidópteros desfolhadores do sobreiro.<br />

59


A luta biotécnica é no entanto muito específica para cada agente e apresenta a desvantagem de que<br />

para muitos não são ainda conhecidas estratégias de actuação.<br />

- Os Xilófagos<br />

Até ao momento não existem métodos de controlo eficazes no combate a P. cylindrus em sobreiro e<br />

azinheira. Assim, as medidas que podem ser preconizadas são essencialmente de prevenção e de<br />

prospecção através da luta cultural (desbastes, cortes e remoção de material lenhoso). Pretende-se<br />

intervir e manipular o povoamento florestal de modo a manter as pragas e doenças em níveis baixos de<br />

densidade (método preventivo) ou de modo a diminuir o seu impacto (método combativo), desde que<br />

realizadas no “timing correcto”, nomeadamente:<br />

• as árvores atacadas devem ser abatidas o mais rapidamente possível. É necessário ter em<br />

atenção que durante dois anos consecutivos estão continuamente a sair novos insectos da<br />

mesma árvore que irão atacar outras árvores. Este abate deve ser efectuado antes da Primavera<br />

de modo a impedir a saída dos insectos;<br />

• a madeira das árvores abatidas deve ser torada, retirada o mais rapidamente possível e<br />

depositada longe dos povoamentos (mesmo em árvores abatidas os insectos podem continuar a<br />

desenvolver-se) ou coberta com plástico de polietileno com pulverização insecticida (piretróide<br />

de síntese);<br />

• tratamento dos cepos (p. ex. enterramento ou aplicação de insecticida de contacto e cobertura<br />

com plástico;<br />

• após o abate devem ser efectuadas prospecções cuidadas (árvore a árvore) durante os anos<br />

seguintes, de modo a que se possam identificar as novas árvores atacadas, as quais devem ser<br />

também abatidas sempre que for detectado um ataque;<br />

• para o sobreiro, o descortiçamento deve ser adiado enquanto não forem tomadas as medidas<br />

preconizadas nos pontos anteriores;<br />

• a médio prazo prevê-se a possibilidade de instalação de armadilhas com feromonas/atraentes<br />

para captura de adultos. O desenvolvimento de armadilhas iscadas com atractivos<br />

semioquímicos no controlo das populações de P. cylindrus em montado de sobro mostra grande<br />

potencial uma vez que surgem como alternativa ao uso de insecticidas orgânicos e, por outro<br />

lado, apresentam um elevado grau de especificidade.<br />

- Outras pragas<br />

Para as cobrilhas (brocas do entrecasco) não existem métodos de controlo eficazes. Assim, as medidas<br />

que podem ser preconizadas são essencialmente de prevenção e de prospecção através do corte e<br />

queima de ramos e raminhos secos para a cobrilha dos ramos e a destruição das larvas na altura do<br />

descortiçamento para a cobrilha da cortiça. Para os destruidores do fruto, o tratamento térmico é<br />

eficaz nas glandes atacadas por insectos (C. elephas e C. splendana).<br />

- Os Fungos patogénicos<br />

É do conhecimento geral que existe grande dificuldade em controlar populações patogénicas do sistema<br />

radicular, devido fundamentalmente à sua sobrevivência no solo durante longos períodos de tempo.<br />

60


Relativamente aos dois agentes A. mellea e P. cinnamomi e dada a não aquisição de resultados<br />

consistentes relativamente à luta biológica, química e genética, apontam-se fundamentalmente as<br />

seguintes normas gerais para doenças radiculares: quando da instalação de novos povoamentos há que<br />

ter em conta se a área considerada foi anteriormente ocupada por espécies susceptíveis aos agentes em<br />

causa e no caso afirmativo a área deve ser sujeita a um longo período de repouso para diminuir o<br />

potencial de inoculo; deve recorrer-se à fertilização sempre que tenham sido constatadas carências em<br />

nutrientes particularmente dos que têm sido associados à doença em causa; devem ser removidos do<br />

solo despojos de abates, desmatações e podas para evitar a sobrevivência do fungo e o aumento do<br />

inóculo; o solo não deverá ser sujeito a lavoura profunda para evitar a dessiminação do inóculo por áreas<br />

provavelmente ainda não contaminadas. De qualquer modo, há que referir que em relação a A. mellea,<br />

alguns autores apontam para a utilização de algumas espécies de Trichoderma e de Basidiomycota<br />

como antagonistas. Relativamente a P. cinnamomi (fungo radicular apontado como um dos principais<br />

responsáveis pelo declínio dos montados), torna-se urgente apostar em meios preventivos e curativos.<br />

Para além das medidas culturais preventivas atrás mencionadas que podem ser aplicadas (p. ex: evitar<br />

podas e descortiçamentos excessivos, minimizar as mobilizações do solo) está apenas homologado o<br />

uso de uma substância para a recuperação das árvores atacadas: fosetil-alumínio, um fungicida<br />

sistémico que actua tanto como preventivo como curativo, estimulando as defesas naturais das árvores.<br />

É também autorizado o uso de soluções nutritivas, aplicadas por injecção ao tronco, compostas por P<br />

(2,38%) e K (2,12%) que melhoram o estado fisiológico da árvore. Ainda dentro da luta química,<br />

resultados preliminares dos ensaios efectuados em condições controladas mostram que uma<br />

pulverização de Pentóxido de Fósforo à dose de 1 ml/l poderá ser eficaz no controlo desta doença.<br />

- Os fungos do tronco e ramos<br />

No que respeita a B. mediterranea, não existem medidas efectivas de controlo, o que se deve em grande<br />

parte à falta de conhecimentos no que respeita às fases iniciais da infecção. A melhor estratégia contra<br />

esta doença é manter as árvores em boas condições de crescimento, o que passaria, desejavelmente,<br />

por uma fertilização adequada dos solos e por um status hídrico conveniente. A única medida<br />

preconizada é o abate e remoção do material infectado no povoamento de forma a evitar as infecções<br />

secundárias e a disseminação da doença.<br />

Relativamente a D. mutila, fungo endófito frequentemente isolado de Quercus spp. na região<br />

Mediterrânica, para além das medidas culturais de melhoramento do estado fisiológico das árvores e<br />

manutenção das condições sanitárias do montado (remoção da lenha de poda para redução de inóculo)<br />

não existem medidas de controlo mais específicas desta doença dos sobreiros. Existem no entanto<br />

alguns meios químicos utilizados para outras espécies de Diplodia que poderiam ser extrapolados para o<br />

caso do sobreiro.<br />

61


VI – Lacunas de conhecimento para a projecção de linhas de<br />

investigação<br />

Atingiu-se uma fase do conhecimento que permite analisar as situações numa abordagem<br />

multidisciplinar, integrar conhecimentos, estabelecer estratégias e projectar linhas de trabalho. As<br />

lacunas de conhecimento para a projecção de linhas de investigação centralizam-se em quatro grandes<br />

áreas:<br />

• conhecer a Fisiologia da árvore no âmbito dos mecanismos associados ao vigor, capacidade<br />

de adaptação e resistência às condições do meio ambiente;<br />

• identificar os mecanismos de perda de vitalidade na árvore e no povoamento, com<br />

particular ênfase para a extensão e gravidade do problema (espacial e temporal), métodos de<br />

diagnóstico precoce e factores envolvidos;<br />

• avaliar as interracções (dependências e sinergismos) entre factores que directa e<br />

indirectamente estão associados à perda de vitalidade (árvore e povoamento);<br />

• como inverter a situação, medidas directas de controlo para pragas e doenças e medidas<br />

indirectas que possam vir a mitigar ou inverter o processo de declínio.<br />

Assim, numa primeira fase, particular atenção terá de ser dada à progressão de trabalhos de<br />

investigação que analisem a situação ao nível do ecossistema e numa segunda fase ao estudo das<br />

interrelações entre os padrões (fisiológicos) do enfraquecimento das árvores e o comportamento dos<br />

agentes nocivos com o decorrente aumento da susceptibilidade da árvore na óptica do sistema insectosfungos-hospedeiro-ambiente.<br />

Finalmente, devem ser definidas estratégias específicas para cada situação e desenvolverem-se<br />

trabalhos para a avaliação de métodos de controlo eficazes, de modo a travar-se o processo e iniciar-se<br />

a recuperação e revitalização do montado de sobro. A procura de meios de controlo para alguns agentes<br />

bióticos associados ao declínio do montado de sobro terá de ser uma preocupação constante já que as<br />

hipóteses de tratamento, homologadas em Portugal são de um modo geral muito escassas para o sector<br />

florestal.<br />

A conjugação dos diversos factores descritos deverá gerar uma dinâmica de acção da investigação<br />

suberícola em parceria com o sector público/sector privado da produção e transformação.<br />

Complementarmente será necessário a criação de mecanismos de aproximação entre os diversos<br />

países da bacia mediterrânica com representatividade no sector suberícola.<br />

62


VI.1 – Conhecer a fisiologia da árvore<br />

VI.1.1 - Mecanismos associados ao vigor<br />

• Mecanismos fisiológicos implicados (modelação);<br />

• mapear com rigor o sistema radicular, quer lateralmente, quer em profundidade. Relacionar<br />

esta “geografia” com os os padrões de absorção de água pelas raízes a partir das possíveis<br />

fontes;<br />

• estado hídrico dos sobreiros avaliado através de alguns indicadores (água na planta);<br />

• avaliação do estado nutricional dos sobreiros através da análise foliar (necessidades em<br />

nutrientes e micronutrientes; nível normal de reservas em amido na árvore); a identificação de<br />

indicadores de nutrição dos sobreiros pela análise foliar e das correlações com a produção de<br />

cortiça;<br />

• variabilidade genética das populações de sobreiro, identificação dos genótipos mais<br />

adequados, conservação de recursos genéticos;<br />

• regeneração natural do sobreiro (densidade e crescimento).<br />

VI.1.2 - Capacidade de adaptação e de resistência às condições do meio ambiente<br />

• Mecanismos de adaptação a variações da repartição anual da precipitação;<br />

• identificar as fontes de abastecimento de águas às raízes de sobreiros (água do solo e água<br />

subterrânea) e quantificar a sua importância relativa na manutenção do estado hídrico das<br />

plantas no período estival;<br />

• quantificar a contribuição dos ecossistemas para a fixação de CO2;<br />

• características do desenvolvimento no espaço do sistema radicular;<br />

• avaliação da componente subterrânea destes ecossistemas arbóreos em relação à competição<br />

entre indivíduos vizinhos (água e nutrientes);<br />

• mecanismo da perda de água após o descortiçamento (sobreiro);<br />

• dinâmica e composição do banco de sementes do solo, colonização e estabelecimento da<br />

vegetação;<br />

• mecanismos físicos e químicos de defesa das árvores face ao ataque de agentes nocivos;<br />

• o papel das simbioses ectomicorrízicas na vitalidade das árvores.<br />

63


VI.2 - Identificar os mecanismos de perda de vitalidade na árvore e no<br />

povoamento<br />

VI.2.1 – Extensão e gravidade do problema (espacial e temporal)<br />

• Uniformização de uma metodologia de avaliação de danos;<br />

• monitorização integrada do comportamento dos montados;<br />

• criação de uma base de dados;<br />

• elaboração de cartografia sobre a extensão e gravidade do problema;<br />

• acções de formação para divulgação e utilização de tabelas de diagnóstico do estado dos<br />

montados e sua utilização no apoio à decisão.<br />

VI.2.2 – Métodos de diagnóstico precoce<br />

• Verificação dos métodos utilizados actualmente para caracterizar o estado de declínio<br />

(desfolha, descoloração, exsudações);<br />

• determinação de métodos expeditos para avaliar os estados hídrico e nutricional das árvores;<br />

• novos métodos de diagnóstico (p. ex. o estado de degradação dos glúcidos mobilizáveis como<br />

um indicador de declínio).<br />

VI.2.3 – Factores envolvidos<br />

• Efeito da água (precipitação e solo):<br />

o comportamento, em diferentes regimes hídricos;<br />

o relação entre as variações nos níveis das águas subterrâneas e a vitalidade do<br />

arvoredo;<br />

o mecanismos de resistência à secura e seu impacte na sobrevivência das árvores face às<br />

alterações climáticas globais.<br />

• Desequilíbrios ao nível do solo:<br />

o identificação de carências nutritivas destas quercíneas;<br />

o conhecimento das relações da análise foliar com a fertilidade do solo, os dados de<br />

produção, o estado vegetativo e sanitário das árvores;<br />

o conhecimento da variabilidade espacial/regional do estado nutricional de sobreiros e<br />

azinheiras.<br />

• Efeito da poluição atmosférica:<br />

o diagnóstico da sintomatologia visível a nível foliar (presença de necroses e clorose) e<br />

avaliação do estado vegetativo das árvores expostas a poluição intermitente e<br />

contínua;<br />

64


o estabelecimento de relações entre a concentração de poluentes atmosféricos e o<br />

estado vegetativo das árvores.<br />

• Determinação de factores bióticos:<br />

o detecção e caracterização de populações potencialmente patogénicos (insectos, fungos,<br />

vírus, bactérias e nemátodos);<br />

o avaliação da possível existência de sub-espécies com possibilidade de recorrer a novos<br />

métodos (morfológicos, fisiológicos e biomoleculares);<br />

o pesquisa de novos agentes no processo de declínio (p. ex. infecções causadas por<br />

vírus);<br />

o estudo mais aprofundado de alguns aspectos menos claros da dinâmica de populações<br />

dos principais agentes nocivos.<br />

• Efeito das técnicas de gestão (descortiçamento, poda, lavouras):<br />

o conhecer a influência das usuais práticas de condução e exploração do arvoredo: no<br />

crescimento e vitalidade das árvores, nas características da cortiça e das glandes;<br />

o comparar a influência de diferentes modalidades de gestão do sob coberto: no<br />

crescimento e vitalidade das árvores, nas características da cortiça e das glandes, no<br />

estabelecimento de micorrizas e na biodiversidade.<br />

65


VI.3 – Avaliar as interacções (dependências e sinergismos) entre factores<br />

• Interacção entre factores ambientais (água-temperatura, água-solo, poluição-solo).<br />

• O papel das pragas e doenças na perda de vitalidade:<br />

o avaliação do papel dos desfolhadores na quebra de vitalidade do povoamento;<br />

o comportamento de agentes nocivos em diferentes regimes hídricos e de fertilização;<br />

o detecção e caracterização de prováveis substâncias tóxicas para o hospedeiro<br />

resultantes da actividade metabólica dos fungos;<br />

o infestação por fungos radiculares, nomeadamente a P. cinnamomi;<br />

o avaliação do poder patogénico dos fungos;<br />

o micoflora associada à cortiça na árvore e prováveis implicações na qualidade das<br />

pranchas.<br />

• As relações entre o ataque de agentes nocivos e os mecanismos de defesa da árvore:<br />

o estruturas físicas de defesa e alterações fisiológicas, relativamente à colonização por<br />

fungos (P. cinnamomi, D. mutila e B. mediterranea) e insectos (P. cylindrus, C. elephas e<br />

C. splendana);<br />

o mecanismos de colonização e de selecção (químico, fisiológico) do hospedeiro pelos<br />

insectos xilófagos (P. cylindrus).<br />

• Insectos vectores de fungos patogénicos e de outros agentes de enfraquecimento (vírus).<br />

66


VI.4 – Como inverter a situação<br />

VI.4.1 - Medidas directas de controlo para pragas e doenças<br />

• Determinação de índices críticos de risco da incidência de pragas e de doenças;<br />

• identificação de meios de controlo da dispersão de determinados agentes bióticos<br />

(xilófagos e fungos radiculares), quer através de métodos relacionados com a exploração do<br />

montado, quer através de biotécnicas;<br />

• definição de planos de Protecção Integrada dos povoamentos.<br />

VI.4.2 - Aplicação de medidas que a curto/médio prazo, possam vir a mitigar ou inverter o<br />

processo de declínio<br />

• Definição de estratégias de intervenção (de curto, médio e longo prazo), de modo a travar-se o<br />

processo e iniciar-se a recuperação e revitalização do montado (ANEXO III).<br />

• Produção de plantas:<br />

o aperfeiçoar as técnicas de processamento e conservação da semente;<br />

o conhecimento da variabilidade genética das populações de sobreiro, selecção dos<br />

genótipos mais adequados para produção de plantas de qualidade;<br />

o melhorar as técnicas de produção de plantas em viveiro, com demonstração das<br />

respectivas vantagens no aumento de sobrevivência e/ou no melhor desenvolvimento<br />

das plantas no campo.<br />

• Definição de um plano de silvicultura e gestão do montado atendendo ao seu estado<br />

fitossanitário e à potencialidade produtiva das estações:<br />

o estratégias de protecção da regeneração do montado;<br />

o determinar a influência do espaçamento entre árvores na respectiva vitalidade;<br />

o modelos de intervenção cultural na talhadia. Intensidade e periodicidade de<br />

desbastes na toiça, idade mais adequada, número de rebentos;<br />

o identificação de práticas culturais de mitigação do declínio;<br />

o promoção da gestão integrada dos recursos do montado, com a valorização de<br />

produtos alternativos (cogumelos comestíveis, plantas aromáticas, etc.).<br />

• Técnicas de recuperação dos solos (nutrientes e água):<br />

o a avaliação da resposta do arvoredo adulto e jovem à fertilização mineral (no<br />

crescimento anual e estado vegetativo das árvores e na produção e na qualidade<br />

da cortiça);<br />

o avaliação da aplicação de polímeros super-absorventes ao nível do solo;<br />

o desenvolver acções de controlo sobre excessivas captações de água subterrânea,<br />

tentando evitar o rebaixamento do nível freático e o consequente agravamento do stress<br />

hídrico das árvores da sua mortalidade;<br />

67


o avaliação de impactes da instalação de pastagens sob coberto na fenologia das<br />

árvores, no seu estado sanitário e nutricional, na produção e na qualidade da cortiça;<br />

o avaliação da fixação simbiótica do N2 atmosférico, em leguminosas semeadas em<br />

prados mistos (sequeiro e regadio, caso existam). Determinação da taxa de<br />

transferência do azoto da leguminosa para a gramínea;<br />

o selecção de simbioses ectomicorrízicas e implementação de técnicas de micorrização<br />

controlada, (ex.: Pisolithus tinctorius (Pers.) Coker & Couch e Scleroderma citrinum<br />

Pers.:Pers.) em povoamentos adultos e avaliação do seu efeito (sobrevivência e no<br />

crescimento de jovens plantas; na vitalidade de árvores adultas).<br />

68


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SORIA, S. 1988. Lepidópteros defoliadores de Quercus pyrenaica Willdenow, 1805. Bol. San. Veg.<br />

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SOUSA, E.M.R.1990. O Declínio da Floresta. Trabalho de síntese de acesso à categoria de Assistente<br />

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au Portugal. Bulletin IOBC 18: 43-49.<br />

78


SOUSA, E.M.R. 1995. Les principaux ravageurs du chêne liège au Portugal. Leurs relations avec le<br />

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SOUSA, E.M.R.S.; TOMAZ, l.l.; MONIZ, F.A. & BASTO, S.1997. La repartition spaciale des champignons<br />

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SOUSA, E. & INÁCIO, M.L. 2005. New Aspects of Platypus Cylindrus Fab. (Coleoptera: Platypodidae)<br />

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SOUSA, E. M. R. & BONIFÁCIO, L. 1998. Actualização do conhecimento da entomofauna dos<br />

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SOUSA, E.M. & DÉBOUZIE, D. (2002). Caractéristiques bioécologiques de Platypus cylindrus au<br />

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STEINMÖLLER, M. BANDTE & C. BÜTTNER, GESUN<strong>DE</strong> PFLANZEN, 2004. Investigations into the<br />

pathogen of chlorotic ring spots on oak trees (Quercus robur) 56 (1), 11-16 (2004).<br />

TAVARES, M. & CABRITA, P.1990. Um caso de insucesso florestal. O montado de sobro, o eucaliptal e<br />

o pinhal manso nos Perímetros Florestais da Cabeça Gorda e Salvada. Estação Florestal<br />

Nacional. Lisboa. 73 pp.<br />

TEIXEIRA C. L. & VARELA F. 1991 -Contribuição para o estabelecimento de normas de instalação e<br />

condução do montado de sobro. Dir. Geral das Florestas.<br />

TOMÉ, M. 2006. Current Status of cork and holm oak forests in Portugal. Apresentação no Séminário “A<br />

vitalidade dos povoamentos de sobreiro e azinheira : situação actual, estado do conhecimento e<br />

medidas a tomar”. Évora, Portugal, 25-27 Outubro.<br />

TORGENSEN, D. C. 1954. Root rot of Lawson cypress and other ornamentals caused by Phytophthora<br />

cinnamomi. Contrib. Boyce Thompson Inst. 17: 359-373.<br />

TUSET, J. J.; HINAREJOS, C. & COBOS, J. M. 1996. Implicatión de Phytophthora cinnamomi Rands en<br />

la enfermedad de la “seca” de encinas e alcornocales. Boletin de Sanidad Vegetal Plagas, 22:<br />

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VALENTINI, R.; SCARASCIA MUGNOZZAG, G.; GIORDANO, A. & VANNINI, A. 1992. Water relations of<br />

mediterranean oaks: possible influences on their dieback. International Congress "Recent<br />

Advances in Studies on Oak Decline". Selva di Fasano, (Brindisi), Italy, pp. 439-446<br />

VANNINI, A. 1998. Population variability and endophitic behaviour of Hypoxylon mediterraneum on<br />

Quercus cerris. Proceedings of the IUFRO Workshop, Working Party 7.02.06.<br />

“Disease/Environment Interactions in Forest Decline”, Vienna, Austria, pp 203.<br />

VANNINI, A.; MAZZAGLIA, A. & ANSELMI, N. 1999. Use of ramdom amplified polymorphic DNA (RAPD)<br />

for detection of genetic variation and proof of the heterothalic mating system in Hypoxylon<br />

mediterraneum. European Journal of Forest Pathology, 29: 209-218.<br />

79


VANNINI, A. & MUGNOZZA, G. 1991. Water stress: a predisposing factor in the pathogenesis of<br />

Hypoxylon mediterraneum on Quercus cerris. European Journal of Forest Pathology, 21:193-201.<br />

VANNINI, A.; VALENTINI, R.; SANTURBANO, M. & TIRONE, G.1992. Possible relationship among<br />

embolism, water potential and susceptibility to Hypoxylon mediterraneum of some mediterranean<br />

oaks. Proceedings of an International congress "Recent Advances in Studies on Oak Decline"<br />

Selva di Fasano (Brindisi) Italy, pp.449-455.<br />

VARELA M. C.,1994. Overview on ongoing research on Quercus suber in Portugal. Workshop on inter<br />

and intraspecific variation in European Oaks: Evolutionary implications and practical<br />

consequences. Bruxelas 15, 16 de Junho de 1994. pp. 277-294 . Agro-Industrial Research<br />

Division DG XII- E.2 EUR 16717 EN. Office for Official Publications of the European<br />

Communities. Brussels.Luxembourg, 1996.<br />

VARELA, M.C. 1998 Regions of provenance for cork oak in Portugal, pp 37-42 Third report of<br />

EUFORGEN cork oak network/Firts meeting of FAIR 1 Ct 95 0202 sassari, Italy. June 1996.<br />

VARELA MC -2000 - Red Europea de Conservación de Recursos Genéticos de los Robles<br />

Mediterráneos Investigación Agrária, Fuera de Série nº2.<br />

VARELA MC- 2003- "HANDBOOK of the concerted action on cork oak FAIR 1 CT 95 0202" Editor e coautor<br />

do livro - Estação Florestal Nacional, Oeiras, 120 pág. -ISBN 972-95736-7-0 produzido<br />

em 2000 e publicado em 2003 PDF em http://www.efn.com.pt/1fairct0202.html<br />

VILLEMANT, C. & FRAVAL, A.1991. La Faune du Chêne Liège. Actes Edissions. Institute Agronomique<br />

et Vétérinaire Hassan II. Rabat.<br />

VITTRAINO, A. M.; BARZANTI, G. P.; BLANCO, M. C.; RAGAZZI, A.; CAPRETTI, P.; PAOLETTI, E.;<br />

LUISI, N. & VANINI, A. 2002. Occurrence of Phytophthora species in oak stands in Italy and their<br />

association with declining oak trees. Forest Pathology 32: 19-28.<br />

WARGO, P.M. 1996. Consequences of environmental stress on oak: predisposition to pathogens.<br />

Annales des Sciences Forestières, 53: 359-368.<br />

WESTE, G. 1983. Population dynamics and survival of Phytophthora cinnamomi. In “ Phytophthora: its<br />

Biology, Taxonomy, Ecology and Pathology (eds. D. C. Erwin, S. Bartinici-Garcia, P. H. Tsao) pp<br />

237-257.<br />

WILLIAMS, P. H.1979. How fungi Induce Diseases. In How Pathogens Induce Diseases (Eds. James<br />

G.Horstfall, Ellis B. Cowling) pp. 163-178 Academic Press, London.<br />

YOUSFI, M.1995. Les constraints exercés sur le chêne liège au Maroc. Exemple de la Mamora. Bulletin<br />

IOBC 18: 43-49.<br />

80


ANEXO I<br />

Informações sobre as instituições contactadas<br />

AGOSTO – <strong>DE</strong>ZEMBRO / 2006


Entidades a quem foi pedida colaboração<br />

Entidades que deram resposta<br />

Associações<br />

Achar Achar - Isabel Melo<br />

Aflops Aflops – Luís Unas<br />

Ansub Ansub - João Azevedo Gomes<br />

FloraSul<br />

Escolas Superiores Agrárias<br />

Beja<br />

Bragança ESABragança – João Azevedo<br />

Castelo Branco<br />

Coimbra<br />

Elvas<br />

Santarém ESASantarém – Ana Teresa Jorge<br />

Viseu<br />

Fundações<br />

Ciência e Tecnologia - FCT FCT - Lígia Amâncio<br />

Gestores de Programas<br />

AGRO Poadr – Fátima Abreu<br />

Institutos<br />

IFADAP IFADAP/INGA – Susana Caetano<br />

IFADAP/INGA – Jorge Guerreiro<br />

INETI INETI – Teresa Leão<br />

INETI – Carlos Campos Morais<br />

INIAP - Presidência<br />

(EAN) EAN – António Mexia<br />

(ENMP) ENMP – José Potes<br />

Politécnico Castelo Branco IPCastelo Branco – Walter Lemos<br />

Superior Agronomia - CEF ISA-CEF – Helena Pereira<br />

Superior Agronomia - <strong>DE</strong>F ISA – <strong>DE</strong>F – Helena Pereira<br />

Superior Técnico - CMRP<br />

Superior Técnico - <strong>DE</strong>QB<br />

ITQB ITQB – Cândido Pinto Ricardo (cartão<br />

visita)<br />

Universidades<br />

Algarve Univ.Algarve – Mª Emília Costa<br />

Univ. Algarve – Alfredo Cravador<br />

Univ. Algarve – José Ferraz<br />

Aveiro Univ. Aveiro – Carlos Borrego<br />

Coimbra Univ Coimbra – Marisa Azul<br />

Lisboa – CEBV CEBV - Graça Oliveira<br />

CEBV – Amélia Martins-Loução<br />

Lisboa – Jardim Botânico Jardim Botânico - Amélia Loução<br />

Nova Lisboa Nova Lisboa – Maria Rosa Paiva<br />

Trás-os-Montes e Alto Douro UTAD – Aloísio Loureiro<br />

UTAD – Teresa Fonseca<br />

ii


ANEXO II<br />

Listagem dos projectos nacionais considerados


TITULOS<br />

INSTITUIÇAO<br />

PROPONENTE<br />

RESPONSAVEL DO PROJECTO FONTE <strong>DE</strong> FINANCIAMENTO INICIO FIM ENTIDA<strong>DE</strong>S PARTICIPANTES<br />

Leosuber-formação em subericultura Fundecit-Espanha João Pedro Azevedo Gomes Leonardo da Vinci 1997 1999 ANSUB<br />

Estudo de Métodos de Conservação de Lande Universita-Itália Fair 1998 2000<br />

Calibrador Ansub João Pedro Azevedo Gomes<br />

PAMAF-Med 3.4-viveiros e<br />

material de base<br />

Caracterização Florestal para implementação de indicadores de GFS FPFP PAMAF-Med3-PDF estudos<br />

1997 1999<br />

Montado-Promoção do Potencial Produtivo do Montado ATD LIFE ambiente 2000 2002<br />

Caracterização do Potencial Produtivo do Montado na Serra de<br />

Grândola e Pinhal Manso em Alcácer do Sal<br />

AERSET PAMAF-Med 4 2000 2001<br />

Regeneração Natural e Artificial do Sobreiro e Gestão Sustentada do<br />

Montado<br />

ISA Prof. João Santos Pereira IFADAP-AGRO 8 2003 2006 ANSUB<br />

Gestao Florestal Sustentavel em Novos Montados de Sobro-sua<br />

demonstraçao e divulgaçao<br />

ISA Prof. Margarida Tomé IFADAP-AGRO 8 2003 2006 ANSUB<br />

Aplicação em larga de técnicas imunológicas na detecção e selecção<br />

de sobreiros produtores de boa cortiça<br />

INETI EFN, FFUL, Florasul<br />

Ant Communities of Portugal Maria Rosa Paiva 1995 1999<br />

The Biodiversity Assessment Tools Project (EVK2-CT1999-00041) Maria Rosa Paiva 2000 2003<br />

O uso e a ocupação do solo e a diversidade de fungos micorrizicos<br />

nos ecossistemas de montado portugueses (Alentejo)<br />

IMAR-Instituto do mar<br />

Departamento de Botânica da<br />

F.C.T.U.C.<br />

1999 2001<br />

ITM project ("Implementing Tree Growth Models as Forest<br />

Management Tools"<br />

Universidade de Évora OLKS-CT-2000-01349<br />

Corkasses:field assessement and modelling of cork production and<br />

quality<br />

Universidade de Évora Fair/CT/1438<br />

Métodos de Avaliação e Monitorização de Caracteristicas Florestais<br />

para Gestão Sustentada da Floresta<br />

Universidade de Évora PRAXIS XXI-3/3.2/flor/2114<br />

Monitorização da Resposta ao Stress Ambiental em Povoamentos de<br />

Sobreiro<br />

Universidade de Évora<br />

Prof. Alfredo Jaime Morais<br />

Cravador<br />

PRAXIS XXI-3/3.Flor/2122/95<br />

Qualidade da estação influência na sobrevivência de plantações<br />

jovens de sobreiro e azinheira<br />

Universidade de Évora<br />

Prof. Alfredo Augusto Cunhal<br />

gonçalves Ferreira<br />

PAMAF/4018<br />

Aspectos moleculares da formação da cortiça em Quercus suber Universidade do Algarve<br />

Prof. Alfredo Jaime Morais<br />

Cravador<br />

POCTI/AGR/39011/2001<br />

Estudo comparativo de dois métodos de aplicação e de 3 produtos<br />

quimicos para o controlo da doença de declínio do Sobreiro<br />

Universidade do Algarve<br />

Prof. Alfredo Jaime Morais<br />

Cravador<br />

Leader<br />

Desenvolvimento de um sistema de informação para a gestão<br />

ambiental e económica do ecosistema<br />

Universidade do Algarve<br />

Prof. Alfredo Jaime Morais<br />

Cravador<br />

Protocolo/Montado<br />

Contribuição para o estudo das causas do declínio do sobreiro em S.<br />

Universidade do Algarve<br />

Brás de Alportel<br />

Ana Cristina Moreira FE<strong>DE</strong>R 1992 1993<br />

Contribuição para o estudo das causas do declínio do sobreiro em S.<br />

Universidade do Algarve<br />

Marcos da Serra<br />

Ana Cristina Moreira FE<strong>DE</strong>R 1992 1993<br />

Involvement of Phytophtora fungi in the mediterranean ecosystems<br />

oak decline<br />

Unversidade do Algarve Ana Cristina Moreira EC AIR 3-CT 94-1962 1995 1998<br />

Estudo do envolvimento de Phytophthora cinnamomi no declínio de<br />

Quercus suber<br />

Universidade do Algarve Ana Cristina Moreira PRAXIS XXI 1997 2000<br />

Detection and Distribuition towards to the control of Phytophthora<br />

cinnamom i,the causal agent of Quercus suber declin<br />

Universidade do Algarve Ana Cristina Moreira Nato-Science 1997 2000<br />

ISA, DRAA, Ass. Dos Produtores<br />

Florestais do Concelho de Coruche e<br />

Lim´itrofes<br />

Prot. Cooperação entre APFSC e Ualg-<br />

Leader<br />

Protocolo Esp. Cooperação DRAAL-<br />

UALG (montado/dehesa)<br />

Protocolo Esp. Cooperação DRAAL-<br />

UALG(montado/dehesa)<br />

Nato-science for stability Programme<br />

phaseII(Pocork oak 2 Project)


TITULOS<br />

INSTITUIÇAO<br />

PROPONENTE<br />

RESPONSAVEL DO PROJECTO FONTE <strong>DE</strong> FINANCIAMENTO INICIO FIM ENTIDA<strong>DE</strong>S PARTICIPANTES<br />

Estudo da produção e conservação de sistemas de pastoreio<br />

extensivos em zonas de montado de azinho<br />

ENMP<br />

INTERREG II-Projecto<br />

nº98.7.01.01<br />

Demonstração da sustentabilidade da pecuária extensiva praticada<br />

no ecossistema montado<br />

ENMP AGRO8.1-Projecto nº49<br />

Promoção da gestão integrada, conservação e sustentabilidade de<br />

montados<br />

Desenvolvimento de um sistema de informação para a gestão<br />

ENMP PARIPIPI-Projecto E<br />

ambiental e económica do ecosistema/Dehesa Montado na<br />

ENMP INTERREG III-Sub-Program 4<br />

Estremadura e Alentejo<br />

Melhoramento do Montado/Dehesa e valorização de produtos<br />

agrários procedentes de sistemas extensivos mediterrânicos<br />

ENMP INTERREG III-Sub-Program 5<br />

Áreas de demonstração da gestão de montados de sobro ACHAR<br />

AGRO- Medida 8.1-1º<br />

concurso<br />

ISA, ACHAR, DGRF<br />

Regeneração Natural e Artificial do Sobreiro e Gestão Sustentada do<br />

Montado<br />

ACHAR<br />

AGRO- medida 8.1-2º<br />

concurso<br />

ISA,UE, IMAR, ACHAR, DGR, ANSUB,<br />

FLORASUL, APFC<br />

Gestão Florestal Sustentável em Novos Montados de Sobro-sua<br />

demonstração e divulgação<br />

ACHAR ISA, ERENA, ANSUB<br />

Impacto de Phytophthora cinnamomi associado ao strsse hidrico no<br />

declinio do sobreiro e da azinheira<br />

Ana Cristina Moreira AGRO 416 2004 2007<br />

Influência de modalidades de gestão na conservação/recuperação de<br />

montados de sobreiro, produção de cortiça e valorização ambiental<br />

Filomena Nóbrega AGRO 446 2004 2007<br />

Caracterização de sobreiros e azinheiras tolerantes ao declinio e<br />

avaliação de medidas de contolo biológico<br />

UALG Alfredo Cravador Fundo Florestal Permanente 2006 2008<br />

Estudo da variabilidade Genética do Sobreiro com vista ao<br />

Melhoramento e a Conservação de Recursos Genéticos<br />

IBET/ ITQB<br />

Cândido Pinto Ricardo/ Maria do<br />

Loreto Monteiro (ESAB )<br />

Praxis XXI sobreiro contrato nº<br />

3/3.2/ FLOR/2100/95<br />

1997 2000 ESAB, EFN, FCUL, INETI, ISA, UA<br />

Melhoramento da produção e qualidade de sobreiros IBET/ ITQB Maria Helena Almeida Projecto PAMAF 4027 1996 1999<br />

ISA, EFN, DRA, Alent,IBET, UE,<br />

ACAPE, EMPORSIL<br />

Repovoamento com sobreiro: variabilidade genética e biologia da<br />

semente conservada<br />

IBET/ ITQB Maria Helena Almeida<br />

Projecto POCTI/ AGG<br />

/41359/2002<br />

2003 2006<br />

CREOAK-Conservation and Restoration of European cork OAK<br />

woodlands:a unique ecosystem in the balance<br />

J. S. Pereira EU project 2002 2006 9 Parceiros Europeus<br />

MND-Mediterranean Terrestrial Ecosystems and Increasing Drought<br />

vulnerabily assessment<br />

J. S. Pereira/ IBIMET/ CNR Itália EU project,5 Framework 2002 2005 9 Parceiros Europeus<br />

ESTABLISH-Molecular ecophysiology as tool for the selection of<br />

highly stress resistant poplar species for multipurpose forests<br />

J. S. Pereira EU project 2000 2004 9 Parceiros Europeus<br />

Optimization of Cork-Oak seed management in support of community<br />

policies for reforestation and cork production<br />

Maria Helena Almeida/Coord.<br />

Pierro Belleti: Univ. Turin, ITALY<br />

EU project 1998 2001 10 Parceiros Europeus<br />

Estudo do envolvimento de Phytophthora cinnamomi no declinio de<br />

Quercus suber<br />

Jose F. P. Ferraz FE<strong>DE</strong>R/JNICT/UALG<br />

Caracterização da variabilidade genética da Quercus suber L. Maria Helena Almeida JNICT, PBIC/AGR/2282/95 1995 1998 ISA /EFN /ESA BRAGANÇA<br />

Optimização da regeneração assistidas da floresta de sobreiro Maria Helena Almeida ICCT ISA/INREREF<br />

Participação no Projecto Estudo da variabilidade genética do sobreiro<br />

com vista ao melhoramento e a conservação de recursos genéticos<br />

UTPAM FCT 1997 2001<br />

Estudos Moleculares de formação da cortiça em Quercus suber UTPAM FCT<br />

ZYMV-Produção de anticorpos monoclonais anti-ZYMV (Zucchini<br />

yellow mosaic virus<br />

UTPAM/DB Alda Clemente PIDDAC do INETI 1992 1994 INETI, EAN<br />

Improving Nucleic Acid Techniques for detection of Plant Viruses<br />

(NATO PO- Plant virus<br />

UTPAM/DB Alda Clemente<br />

Programa Science for<br />

Stability/NATO<br />

1995 1999 INETI, EAN, BIOED, PLANSEL e UAL


TITULOS<br />

INSTITUIÇAO<br />

PROPONENTE<br />

RESPONSAVEL DO PROJECTO FONTE <strong>DE</strong> FINANCIAMENTO INICIO FIM ENTIDA<strong>DE</strong>S PARTICIPANTES<br />

Avaliação da aplicabilidade de anticorpos anti-ARN de cadeia dupla<br />

(dsRNA) no diagnóstico de um largo espectro de viroses em plantas<br />

UTPAM/DB Alda Clemente PAMAF 6152/ INIA 1997 2000 INETI, EAN, BIOED, PLANSEL<br />

Novas utilizações da cortiça -Materiais compositos<br />

Optimização do processo de separação da cortiça das podas do<br />

UTC Luis Gil<br />

Contrato de Desenvolvimento<br />

Industrial<br />

Programa Comunitário da<br />

1985 1987<br />

sobreiro (falcas) e aproveitamento industrial do pó de cortiça com<br />

UTC Luis Gil<br />

Acção de Investigação sobre 1987 1990<br />

outros desperdicios<br />

Materiais<br />

Aglomerados de cortiça: Caracterização e novos materiais UTC Luis Gil Programa Forest 1990 1993<br />

Protótipo de descasque de cortiça UTC Luis Gil Programa Value 1993 1994<br />

PROCORK - European Research on cork oak and cork UTC Luis Gil Programa AIR 1994 1996<br />

Aspectos moleculares da formação da cortiça em Quercus Suber UTC Luis Gil SAPIENS 2002<br />

Floresta e Ambiente On-line - Promoção de produtos florestais UTC Luis Gil AGRO Medida 3.6<br />

SUBERWOOD - Strategy and technological development for a<br />

sustainable wood+cork forestry chain<br />

Helena Pereira CE 2001 2005<br />

ULTRA - Multisensor system for internal charactesation of wood and<br />

cork<br />

VTT , Finlândia CE 2001 2003 Helena Pereira<br />

Estudos fundamentais sobre a cortiça e detecção precoce da<br />

qualidade da cortiça<br />

ISA Helena Pereira FCT 1998 2000<br />

Biopolimeros poli-glicerideos e poli-aromaticos constituintes da<br />

cortiça e de outos tecidos protectores<br />

ISA J. Graça FCT 2000 2003<br />

Optimização da expansão e aglomeração natural da cortiça no fabrico<br />

de aglomerado negro<br />

Corticeira Amorim Helena Pereira PEDIP 2003<br />

Estudo de Processos Bioquimicos no Sobreiro EFN Filomena Nobrega PIDDAC 1993 1995<br />

Contribuição para o Melhoramento do Sobreiro ISA Raul Filipe Xisto Bruno de Sousa PAMAF 1996 2000 EFN<br />

Processo Hidricos, Pedológicos e Biológicos em Montados de Sobro<br />

e Azinho<br />

PRAXIS 1995 1998<br />

Infecção de Quercus suber por Armillaria sp. Consequências na<br />

Qualidade da Cortiça para Rolha<br />

EFN<br />

Maria Natércia Duarte de Sousa<br />

Santos<br />

PRAXIS XXI 1993 2001<br />

Bases para a Recuperação do Montado de Sobro na Região<br />

Alentejana<br />

Caracterizaço da Estabilidade e Variabilidade genética de<br />

EFN<br />

Maria Natércia Duarte de Sousa<br />

Santos<br />

PAMAF-Med 4 1997 1999 FCUL, DRAA, ESACB, ADP<br />

Povoamentos de Sobreiro e sua Correlação com a Qualidade da<br />

PIDDAC 1999 2001<br />

Propagação vegetativa de Sobreiros Cortiça Produtores de Cortiça de<br />

Qualidade em Parque de Clones: Caracterização Molecular e<br />

Desenvolvimento de Metodologias Ecofisiologica para a Cartografia de Inventário<br />

EFN<br />

Maria Isabel Carrasquinho de<br />

Freitas Roldão<br />

PIDDAC 1999 2001<br />

Florestal dos Montados de Sobro a Partir de Informação Proveniente<br />

de Imagens de Satélite e de SIG's<br />

EFN Irene San Payo Cadima PIDDAC 2002 2004<br />

Caracterização de Proteínas Associadas com a Suberina do Sobreiro PIDDAC 2001 2003<br />

Factores Ecofisiológicos Criticos `a sustentabilidade dos Montados de<br />

Sobro e Azinho<br />

EFN<br />

Teresa Maria Santana Barreto<br />

Soares David<br />

PIDDAC 2001 2003<br />

Variabilidade Genética da Azinheira e do Sobreiro. A Transplantação<br />

como Ferramenta para a Conservação dos Recursos Genéticos<br />

PIDDAC 2002 2004<br />

Propagação vegetativa do Sobreiro por Meio de Produção de<br />

Semente não Fecundada<br />

PIDDAC 2002 2004


TITULOS<br />

Promoção da Gestão integrada, conservação e sustentabilidade do<br />

montado de sobro: Interrelação da fertilidade e Biologia do Solo com<br />

o Sistema Biológico do Montado<br />

Grwth and Yield Model for Cork Oak Stands Management: Influence<br />

of Edaphic and Climatic Factors<br />

Resposta de Sobreiros no Estado Juvenil `a Fertilizaçao em<br />

Povoamentos de Regenaraçao Natural e de Arborização<br />

Estudo da variabilidade Genética do Sobreiro com vista ao<br />

Melhoramento e a Conservação de Recursos Genéticos<br />

Importância do controlo genético na sustentabilidade dos sistemas<br />

florestais e agro-florestais de sobreiro em Portugal<br />

Demonstração da gestão de montados de sobro apoiada em<br />

inventário florestal e modelos de crescimento e produção<br />

Desenvolvimento experimental e demonstração de técnicas de<br />

produção do sobreiro em Trás-os-Montes<br />

Estabelecimento de áreas de demonstração da gestão de montados<br />

de sobro<br />

Novos aproveitamentos de sobreiro:produtos de madeira de alta<br />

qualidade<br />

Valorização produtiva, ambiental e económica das areas de montado<br />

(Valmont)<br />

Interacções insectos-fungos no montado de sobro: bases para a<br />

definição de novos meios de luta<br />

Propagação vegetativa de sobreiro por meio de produção de semente<br />

não fecundada<br />

Factores Ecofisiológicos Criticos à sustentabilidade dos Montados de<br />

Sobro e Azinho<br />

Influência de técnicas de uso do solo no estado vegetativo dos<br />

sobreiros e na produção de cortiça<br />

Certificação da semente de Quercus suber através de marcadores<br />

moleculares<br />

Espécies lenhosas mediterrânicas dos montados: sobrevivência à<br />

secura<br />

Sistema regional de prevenção contra pragas e doenças em espaços<br />

florestais<br />

Sistema regional de prevenção contra pragas e doenças em espaços<br />

florestais<br />

FORSEE - Gestão sustentável da floresta: uma rede europeia de<br />

zonas piloto para aplicação operacional<br />

Modelo de crescimento e produção orientada para a gestão do<br />

montado de sobro em Portugal (tarefa 2)<br />

Contribuição para o estudo do insecto Platypus cylindrus F.<br />

directamente associado ao declínio do sobreiro<br />

Optimização da gestão da semente de Sobreiro como suporte de<br />

politicas comunitárias de reflorestação e produção de cortiça<br />

INSTITUIÇAO<br />

PROPONENTE<br />

EFN<br />

ISA<br />

RESPONSAVEL DO PROJECTO FONTE <strong>DE</strong> FINANCIAMENTO INICIO FIM ENTIDA<strong>DE</strong>S PARTICIPANTES<br />

Maria Carolina Mariano Cardeira<br />

Varela<br />

Maria do Sameiro Patricio / Luis<br />

Filipe Nunes<br />

ISA Margarida Tomé PROJECTO AGRO 8.1<br />

UTAD Aloisio Loureiro PROJECTO AGRO 8.1<br />

ACHAR Carlos A. Neto PROJECTO AGRO 8.1<br />

ISA Helena Pereira PROJECTO AGRO 8.1<br />

ISA Nuno Cortes PROJECTO AGRO 8.1<br />

EFN<br />

EFN<br />

EFN<br />

Edmundo Manuel Rodrigues de<br />

Sousa<br />

Mari Carolina Mariano Cardeira<br />

Varela<br />

Teresa Maria Santana Barreto<br />

Soares David<br />

PARLE 2001 2004<br />

SAPIENS 2001 2004<br />

PIDDAC 2002 2004<br />

PRAXIS 1996 1999<br />

PIDDAC<br />

PIDDAC<br />

PIDDAC<br />

U.Evora Ario Lobo de Azevedo PIDDAC<br />

EFN<br />

EFN<br />

EFN<br />

EFN<br />

Maria de Lourdes Conceição<br />

Costa Ramos dos Santos<br />

Teresa Maria Santana Barreto<br />

Soares David<br />

Edmundo Manuel Rodrigues de<br />

Sousa<br />

Edmundo Manuel Rodrigues de<br />

Sousa<br />

EFN Rui Fernando de Oliveira e Silva<br />

EFN<br />

EFN<br />

EFN<br />

Alberto Macedo de Azevedo<br />

Gomes<br />

Edmundo Manuel Rodrigues de<br />

Sousa<br />

Maria de Lourdes Conceição<br />

Costa Ramos dos Santos<br />

PIDDAC<br />

2006 2008<br />

Programa POCTI 2005 2008 ISA<br />

Programa AGRIS:Acção 3<br />

Gestão sustentável e<br />

Estabilidade Programa AGRIS:Acçao Ecológica das 3<br />

2003 2007<br />

FLORASUL, Univ. Évora e ESA de Beja,<br />

DRAAlentejo<br />

Gestão sustentável e 2004 2007 AFFLOPS<br />

Estabilidade Ecológica das<br />

Projecto UE - Programa<br />

INTERREG III B<br />

2001 2004<br />

Este Projecto tem 25 Parceiros de<br />

Portugal, Espanha, França e Irlanda<br />

Programa POCTI 2001 2003 ISA e Univ .Évora<br />

Cooperação Cientifica e<br />

Tecnologica Internacional -<br />

Cooperação bilateral<br />

2002 2004<br />

Projecto UE - Programa FAIR 1998 2001<br />

Centre Nacional de la Recherche<br />

Forestiére (Marrocos )<br />

Univ.Politecnica de Madrid e Inst. Del<br />

Frio (Espanha) e Univ.di Torino e<br />

Stazione Sperimentale del<br />

Sughero(Italia) e Centre for Plant<br />

Breeding and Reproduction<br />

Research(Holanda) e ISA


TITULOS<br />

INSTITUIÇAO<br />

PROPONENTE<br />

RESPONSAVEL DO PROJECTO FONTE <strong>DE</strong> FINANCIAMENTO INICIO FIM ENTIDA<strong>DE</strong>S PARTICIPANTES<br />

Conhecimento fundamental sobre cortiça e avaliação da qualidade EFN Mario José Pinto Esteves Tavares PRAXIS XXI 1998 2001 ISA e IICT<br />

Rede europeia para avaliação dos recursos genéticos de sobreiro<br />

para o seu uso apropriado em estratégias de melhoramento e<br />

conservação genética<br />

Rede europeia para avaliação dos recursos genéticos de sobreiro<br />

para uso em melhoramento e conservação de genes (Microacção<br />

com a Argélia Marrocos e Tunísia)<br />

Processo Hidricos, Pedológicos e Biológicos em Quercus suber e<br />

Quercus rotundifolia<br />

Optimização da qualidade da cortiça desde a rolha ate ao montado<br />

de sobro:novas tecnologias de processamento e novas metodologias<br />

de avaliação da qualidade da cortiça na rolha, na pracha e no mato -<br />

QUALICORK<br />

Associação da eficácia de medidas de controlo das populações do<br />

insecto Platypus cylindrus . Estudo do efeito das relações insectofungos<br />

no agravamento do estado sanitário do montado<br />

Importancia do controlo genetico na sustentabilidade dos sistemas<br />

florestais e agro-florestais de sobreiro em Portugal<br />

O sector corticeiro na Península Iberica:evolução recente e<br />

perspectivas a médio prazo<br />

EFN<br />

EFN<br />

EFN<br />

EFN<br />

EFN<br />

EFN<br />

Maria Carolina Mariano Cardeira<br />

Varela<br />

Maria Carolina Mariano Cardeira<br />

Varela<br />

Teresa Maria Santana Barreto<br />

Soares David<br />

Miguel Maria Nugent Pestana da<br />

Silva<br />

Edmundo Manuel Rodrigues de<br />

Sousa<br />

Maria Carolina Mariano Cardeira<br />

Varela<br />

EAN Inocêncio de Jesus Seita Coelho<br />

Projecto UE - Programa FAIR 1997 2000<br />

Projecto UE 1997 2000<br />

INRA e Institut Mediterrane du Liege<br />

(França);INIA(Espanha):Univ.delle Studi<br />

della Tuscia(Italia);Institut fur<br />

Forrestgenetic(Alemanha) e Swedish<br />

University of Agricultural Sciences<br />

(Suecia) e ISA<br />

CNRF(Marrocos),INRGREF(Tunisia)e<br />

INRF(Argelia).<br />

Programa Praxis XXI 1997 2000 ITQB, INETI, ESA Brag.ISA e FCL<br />

Protocolo celebrado entre a<br />

RELVAS II e EFN<br />

2005 2007<br />

Fundo Florestal Permanente 2006 2009<br />

Acção Integrada Luso-<br />

Espanhola<br />

2007 2008<br />

2004 2005<br />

RELVAS II - Rolhas de Champagne, SA,<br />

Associação de Produtores Florestais de<br />

Coruche e Concelhos limitrofes, Instituto<br />

Superior Técnico e INIAP/EFN<br />

ACHAR - Associação Produtores<br />

Florestais Charneca e INIAP/EFN<br />

ISA(responsavel), Escola Superior<br />

Agrária de Bragança, Direcção Geral de<br />

Recursos Florestais, Federação dos<br />

Produtores Florestais de Portugal e<br />

INIAP/EFN<br />

Universidade Católica do Porto e da<br />

Univ. da Extremadura, Inst. de<br />

Economia Geografica, CIFOR, Univ.<br />

Complutense, Univ. de Girona e Museu<br />

del Suro de Palafrugell(Espanha)<br />

EZN, EAN, Efn, ENMP<br />

Carlos Alberto Gonçalves<br />

Carmona Belo<br />

PARIPIPI 2001 2004<br />

Univ. Algarve, ISA, DRRA, FMV e Univ.<br />

Evora<br />

Caracterização do estado actual dos montados de sobro no Nordeste<br />

Transmontano<br />

UTAD Carlos Pacheco Marques PAMAF-IED 1996 1999 UTAD, ESA de Bragança, DGFA<br />

Involvement of Phytophtora cinnamomi in the decline disease of<br />

Quercus suber epidemiologicaland Molecular studies<br />

POCTI/AGR/34389/2000<br />

A doença do declinio do sobreiro e da azinheira:Estudo da etiologia<br />

da doença e de medidas para o seu contolo<br />

Estudo da variabilidade Genética do Sobreiro com vista ao<br />

INTERREG III<br />

Termina<br />

do<br />

Melhoramento e a Conservação de Recursos Genéticos<br />

FCT-<br />

Mediterranean woody species of montados:surviving the drought ISA Teresa Soares David ProgramaPOCI/AGR/59152/20 2005 2008 EFN, ISA<br />

Carbwoodcork- Simulação do efeito de diferentes estratégias de<br />

04<br />

gestão e de alterações climáticas na produço~de madeira/cortiça e<br />

ISA Margarida Tomé POCI/AGR/57279/2004 2005 2008 CEF/ISA<br />

no sequestro de carbono para as principais especies da floresta<br />

Vulnerabilidade do montado de sobro às alterações climáticas: uma<br />

abordagem de modelação<br />

ISA J.S.Pereira POCTI/CLI/60413/2004 2005 2007 CEF(ISA),Univ. Évora /Univ. Bayreuth<br />

AGROREB Regeneração natural e artificial do sobreiro e a gestão<br />

sustentada do montado<br />

ISA J.S.Pereira<br />

AGRO(nº<br />

contrato:2003.09.002363.5)<br />

2004 2006<br />

CEF(ISA) IMAR, ACHAR, FLORASUL,<br />

ANSUB, Univ. Evora, DGRF, APFC<br />

Reforestation with cork oak: Genetic variability and seed storage<br />

biology<br />

ISA Maria Helena Almeida POCTI/41359/AGG/2001 2003 2007 CEF(ISA), UTQB, INETI, ESACB


ANEXO III<br />

Estratégias para Controlo do declínio do Montado de Sobro


Desfolhadores<br />

Tratamento<br />

consoante<br />

os casos<br />

Injecção no<br />

tronco com<br />

fungicida<br />

e/ou<br />

insecticida<br />

Protectores<br />

Alternância de<br />

faixas/manchas<br />

de vegetação<br />

Pousio<br />

Declínio Declínio Decl nio<br />

Análise do Panorama<br />

Geral<br />

Identificação dos Principais<br />

Problemas<br />

Identificação em Ortofotomapa das Zonas Afectadas<br />

Carta de Solos<br />

Topografia do terreno<br />

Caracterização dos povoamentos e dos sistemas de gestão<br />

Factores Bióticos Factores Abióticos<br />

Pragas Doenças<br />

Antrópicos<br />

Métodos<br />

Preventivos<br />

Platypus Platypus<br />

Armadilhas<br />

c/ atractivos<br />

Descortiçamento<br />

condicionado<br />

Controlo<br />

Enterramento<br />

dos toros<br />

(produção de<br />

carvão)<br />

Métodos<br />

Curativos<br />

Abate e<br />

toragem<br />

de árvores<br />

atacadas<br />

Com rega<br />

prévia<br />

Carvão do<br />

entrecasco<br />

Desinfecção<br />

do material<br />

corte e<br />

extracção<br />

Cobertura<br />

dos toros<br />

com filme de<br />

polietileno<br />

Pulverização<br />

insecticida<br />

Phytophthora<br />

Phytophthora<br />

Aplicação<br />

de Aliette<br />

Isolamento<br />

de áreas<br />

afectadas<br />

Pastagem<br />

anual<br />

Sistema de<br />

Gestão do<br />

Sob-coberto<br />

Fertilizante<br />

Controlo<br />

Pastagem<br />

permanente<br />

Corte de raízes<br />

Redução da<br />

regeneração natural<br />

Regeneração Corte raízes<br />

Calendarização<br />

de um sistema<br />

menos<br />

intensivo:<br />

-maquinaria<br />

-encabeçamento<br />

Mato<br />

Protege a<br />

regeneração natural<br />

Concorrência de<br />

elementos nutritivos<br />

e água<br />

Controlo<br />

Fertilização<br />

Sistema de<br />

Gestão do<br />

Povoamento<br />

Podas Descortiçamento<br />

Eliminação de<br />

agentes<br />

Promoção de um<br />

bom fuste<br />

Enfraquece a<br />

árvore<br />

Despojos<br />

no local<br />

Controlo<br />

Remoção com<br />

destino apropriado<br />

Elevada<br />

intensidade<br />

e/ou<br />

frequência<br />

excessiva<br />

Controlo<br />

Rentabilidade<br />

Enfraquece a<br />

árvore<br />

Redução da intensidade e<br />

frequência<br />

Aplicação de cicatrizantes<br />

Formação de podadores<br />

Feridas<br />

provocadas<br />

Controlo<br />

Solos Água Poluição<br />

Análises<br />

Químicas<br />

Fertilização<br />

Micorrização<br />

Melhoria da<br />

disponibilidade<br />

de água<br />

Adição de<br />

produtos<br />

higroscópios<br />

Elevado coeficiente<br />

de descortiçamento<br />

Diminuição<br />

Formação de<br />

descortiçadores<br />

Avaliação da<br />

disponibilidade<br />

de água no solo<br />

Controlo<br />

Diminuição<br />

Modelos<br />

(médio/longo<br />

prazo)<br />

I.S.T.<br />

F.C.<br />

Zona de<br />

encharcamento<br />

-Valas de<br />

drenagem<br />

Zona de<br />

falta de água<br />

-Valas de<br />

retenção

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