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Relatório ABDI – Setor de Autopeças

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1. Introdução<br />

A indústria automobilística mundial foi fortemente atingida pela crise global, o<br />

que provocou uma gran<strong>de</strong> retração na <strong>de</strong>manda, na produção e no emprego setoriais.<br />

Embora generalizados, os impactos da crise foram bastante assimétricos entre países,<br />

segmentos e grupos econômicos, bem como foram diferentes as políticas, instrumentos<br />

e estratégias <strong>de</strong> enfrentamento da crise em termos <strong>de</strong> abrangência e intensida<strong>de</strong>.<br />

A indústria automobilística brasileira apresentou uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reação<br />

positiva <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste contexto internacional conturbado. Fortemente atingida pela crise<br />

no final <strong>de</strong> 2008, a indústria iniciou uma rápida recuperação das vendas, a partir <strong>de</strong><br />

janeiro <strong>de</strong> 2009, que colocou o país num seleto grupo <strong>de</strong> países (além do Brasil,<br />

também auferiram bons resultados a Alemanha, China, Índia e Turquia) com<br />

crescimento positivo das vendas no primeiro semestre <strong>de</strong> 2009. O que há <strong>de</strong> comum em<br />

todas as experiências foi a marcante presença do Estado com políticas e instrumentos<br />

variados <strong>de</strong> estímulo à <strong>de</strong>manda, produção e até mesmo, <strong>de</strong> reestruturação patrimonial e<br />

financeira das empresas montadoras e <strong>de</strong> autopeças.<br />

No Brasil, o bom <strong>de</strong>sempenho das vendas domésticas <strong>de</strong> veículos não foi ainda<br />

acompanhado pela recuperação na mesma intensida<strong>de</strong> da produção e do emprego<br />

setoriais. Isto se <strong>de</strong>ve em gran<strong>de</strong> medida ao aumento das importações <strong>de</strong> veículos e à<br />

expressiva queda das exportações, num cenário <strong>de</strong> crescente oferta <strong>de</strong> crédito doméstico<br />

e <strong>de</strong> retorno à trajetória <strong>de</strong> valorização cambial, interrompida e revertida<br />

temporariamente pela crise.<br />

As diferentes intensida<strong>de</strong> e velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recuperação das vendas e produção<br />

nas montadoras promoveram impactos importantes sobre o <strong>de</strong>sempenho do setor <strong>de</strong><br />

autopeças. De um lado, a produção e as vendas setoriais não acompanharam o bom<br />

<strong>de</strong>sempenho do segmento montador, o que se refletiu também em maiores níveis <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>semprego no setor <strong>de</strong> autopeças, bem como numa recuperação das contratações ainda<br />

<strong>de</strong> forma bastante mo<strong>de</strong>sta. No comércio internacional, a queda menos que proporcional<br />

das importações <strong>de</strong> autopeças em relação às exportações acentuou a tendência <strong>de</strong> déficit<br />

comercial já iniciada antes da crise internacional.<br />

Esse terceiro relatório setorial se limitará a discutir, com base nos dados <strong>de</strong><br />

produção, <strong>de</strong> comércio exterior e <strong>de</strong> emprego disponíveis até o primeiro semestre <strong>de</strong><br />

2009, a atual conjuntura do segmento brasileiro <strong>de</strong> autopeças. Para qualificar as<br />

dimensões e implicações da gran<strong>de</strong> crise econômica sobre as empresas do setor <strong>de</strong><br />

autopeças também serão utilizadas informações divulgadas pelos periódicos<br />

especializados.<br />

O relatório está estruturado em três seções além da introdução. Na primeira são<br />

resenhados os principais impactos e reações à crise econômica no setor automobilístico<br />

e, em particular, no segmento <strong>de</strong> autopeças. Destaque para os efeitos da redução das<br />

alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre as vendas domésticas.<br />

Na seção seguinte, são apresentados os dados mais recentes <strong>de</strong> produção, <strong>de</strong> comércio<br />

exterior e <strong>de</strong> emprego, corroborando as conclusões levantadas no item anterior. Com<br />

relação à produção, <strong>de</strong>staque para a recuperação observada no primeiro semestre <strong>de</strong><br />

2009, <strong>de</strong>pois da forte redução da produção no último trimestre <strong>de</strong> 2008 e para a<br />

discrepância entre as trajetórias <strong>de</strong> recuperação da produção <strong>de</strong> veículos acabados e <strong>de</strong><br />

seus fornecedores. No que se refere ao comércio exterior, <strong>de</strong>staque para a queda tanto<br />

das exportações (maior) quanto das importações (menor) <strong>de</strong> autopeças, mas em<br />

intensida<strong>de</strong>s diferentes, acentuando a tendência <strong>de</strong> déficit comercial já observada em<br />

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