13.04.2013 Views

ano 14 - Diocese de Jundiai

ano 14 - Diocese de Jundiai

ano 14 - Diocese de Jundiai

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A<br />

Epístola aos Colossenses<br />

se <strong>de</strong>ve graças<br />

às notícias <strong>de</strong> Epafras,<br />

fundador <strong>de</strong>ssa comunida<strong>de</strong>.<br />

Essa “epístola coloca<br />

dois problemas sérios e<br />

bastante discutidos: Quem<br />

a escreveu? Quem são os<br />

‘mestres <strong>de</strong> erros’? Quanto à<br />

primeira pergunta, há equilíbrio<br />

entre os que afirmam a<br />

autoria <strong>de</strong> Paulo e os que a<br />

negam. Quanto à segunda<br />

pergunta, os candidatos são<br />

os gnósticos, os <strong>de</strong>votos <strong>de</strong><br />

mistérios ou os sincretistas”<br />

(Kümmel).<br />

Colossas (ou Colossos)<br />

era uma pequena cida<strong>de</strong> da<br />

Ásia Menor, hoje em ruínas,<br />

<strong>de</strong>vido aos frequentes terremotos<br />

que a acometeram<br />

O Verbo<br />

A Palavra <strong>de</strong> Deus<br />

O Apóstolo Paulo e a Epístola aos Colossenses<br />

Padre Lucas<br />

Rosaura Garcia<br />

<strong>de</strong> Moraes<br />

Este foi o tema da palestra<br />

do frei Carlos Mesters na 3ª<br />

Semana Brasileira <strong>de</strong> Catequese.<br />

Ele chamou a atenção<br />

dos catequistas para o jeito <strong>de</strong><br />

Jesus catequizar, <strong>de</strong>stacando<br />

o diálogo e as parábolas: linguagem<br />

simples, exemplos do<br />

cotidi<strong>ano</strong>, metáforas precisas,<br />

conteúdo profundo. Para ele,<br />

o catequista <strong>de</strong>ve ser simpatia<br />

ambulante para os catequizandos.<br />

Antes <strong>de</strong> falar <strong>de</strong> Deus,<br />

<strong>de</strong>ve-se irradiar Deus. Jesus<br />

não impõe lei, mas irradia<br />

Deus.<br />

Quando falamos <strong>de</strong> Jesus,<br />

não costumamos ver nele o<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século I d.C. No tempo<br />

<strong>de</strong> Paulo, a população <strong>de</strong><br />

Colossas era formada, principalmente,<br />

por colonos gregos<br />

e por uma comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ju<strong>de</strong>us.<br />

A economia <strong>de</strong>ssa cida<strong>de</strong><br />

se baseava no comércio que,<br />

<strong>de</strong>vido à sua localização, era<br />

muito próspero. A indústria<br />

<strong>de</strong> tecelagem era bem <strong>de</strong>senvolvida.<br />

A dominação romana<br />

da cida<strong>de</strong> se <strong>de</strong>ra por volta do<br />

<strong>ano</strong> 133 a.C. Enfim, tratava-se<br />

<strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> muito <strong>de</strong>senvolvida,<br />

mas não a mais importante<br />

da região. Quanto à<br />

religião, havia gran<strong>de</strong> mistura<br />

<strong>de</strong> religiões e <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, o que<br />

gerava gran<strong>de</strong>s conflitos entre<br />

ju<strong>de</strong>us, pagãos e cristãos.<br />

A Igreja <strong>de</strong> Colossas se<br />

originou sem a participação<br />

direta <strong>de</strong> Paulo (2,1), mas <strong>de</strong><br />

Epafras, seu colaborador, a<br />

quem credita todo o mérito da<br />

evangelização nessa próspera<br />

cida<strong>de</strong> (1,7). Entretanto, a<br />

comunida<strong>de</strong> estava relacionada<br />

intimamente ao Apóstolo.<br />

Embora não <strong>de</strong>vessem faltar<br />

ju<strong>de</strong>us, que eram bastante numerosos<br />

na Frígia, a maioria<br />

dos fiéis em Colossas era <strong>de</strong><br />

origem pagã.<br />

A comunida<strong>de</strong> cristã dos<br />

colossenses, impulsionada<br />

pelo fervor primitivo da conversão,<br />

progredia cada vez<br />

mais em número e em harmonia.<br />

Contudo, eis que uns<br />

“mestres” dissi<strong>de</strong>ntes ingressaram<br />

no seio <strong>de</strong>ssa Igreja, e<br />

começaram a espalhar i<strong>de</strong>ias<br />

estranhas e aberrantes que<br />

ameaçavam <strong>de</strong>sencaminhar<br />

os incautos. Tratar-se-ia, possivelmente,<br />

<strong>de</strong> um sincretismo<br />

religioso, bastante comum na<br />

época, que misturava ao cristianismo<br />

elementos da fé judaica<br />

e i<strong>de</strong>ias pré-gnósticas.<br />

Sabemos que Gnose ou<br />

Gnosticismo foi uma corrente<br />

filosófica que incluía a filosofia<br />

grega, a mística oriental e<br />

Para você catequista<br />

as Sagradas Escrituras. Para<br />

os gnósticos, a salvação vem<br />

do conhecimento. Pregavam a<br />

existência <strong>de</strong> um Deus supremo,<br />

transcen<strong>de</strong>nte, responsável<br />

por esse mundo, pelos<br />

sofrimentos e doenças. Ele se<br />

comunicava com as criaturas<br />

por meio <strong>de</strong> seres intermediários:<br />

“Sabedoria”, “Tronos”,<br />

“Potências” e “Autorida<strong>de</strong>s”,<br />

que eram o caminho para se<br />

chegar ao Deus Supremo.<br />

Mas, somente o espírito do<br />

homem po<strong>de</strong>ria chegar ao conhecimento<br />

da Divinda<strong>de</strong>, e<br />

não o seu corpo. Só a alma é<br />

que po<strong>de</strong>ria se salvar. O corpo<br />

hum<strong>ano</strong> pertencia ao mundo<br />

mau.<br />

Os gnósticos transmitiam<br />

doutrinas tachadas, pelo autor<br />

da carta, <strong>de</strong> “tradição dos homens”.<br />

Parece que obrigavam<br />

a circuncisão. Incentivavam<br />

um temeroso culto latréutico<br />

aos anjos, que eram consi<strong>de</strong>rados<br />

intermediários na<br />

Jesus, formando e formador<br />

formando, mas só o formador.<br />

Na realida<strong>de</strong>, Jesus, igual a<br />

nós em tudo, menos no pecado<br />

(Hb 4,15), viveu o mesmo<br />

processo <strong>de</strong> aprendizagem,<br />

próprio <strong>de</strong> todo ser hum<strong>ano</strong>.<br />

Como todo mundo, crescia em<br />

sabedoria, tamanho e graça,<br />

diante <strong>de</strong> Deus e dos homens<br />

(Lc 2,52). Ao longo dos três<br />

<strong>ano</strong>s da sua vida como formador<br />

dos discípulos, Ele ia<br />

apren<strong>de</strong>ndo no contato com o<br />

povo, com os discípulos e com<br />

os fatos duros da vida.<br />

Falando <strong>de</strong> Jesus formando<br />

e formador, não se <strong>de</strong>ve pensar<br />

em dois períodos distintos,<br />

como se nos trinta <strong>ano</strong>s em<br />

Nazaré Jesus fosse só formando,<br />

e nos outros três <strong>ano</strong>s fosse<br />

só formador. Na realida<strong>de</strong>,<br />

o formando sempre é fator<br />

<strong>de</strong> formação para seu próprio<br />

formador. O formador se forma<br />

formando seus discípulos.<br />

Uma vez tendo formado o discípulo,<br />

o formador <strong>de</strong>saparece.<br />

O objetivo do seguimento<br />

<strong>de</strong> Jesus é estar com Ele, formar<br />

comunida<strong>de</strong> com Ele e ir<br />

em missão. Seguir Jesus, indica<br />

o relacionamento do discípulo<br />

com o mestre. A relação<br />

mestre-discípulo é diferente da<br />

do professor-aluno. Os alunos<br />

assistem às aulas do professor<br />

sobre uma <strong>de</strong>terminada matéria,<br />

mas não convivem com<br />

ele. Os discípulos seguem o<br />

mestre e se formam na convivência<br />

diária com ele, <strong>de</strong>ntro<br />

do mesmo estilo <strong>de</strong> vida.<br />

Jesus era o mo<strong>de</strong>lo a ser<br />

recriado na vida do discípulo<br />

(Jo 13,13-15). Nesta escola<br />

<strong>de</strong> Jesus só se ensinava uma<br />

única matéria: o Reino! E este<br />

Reino se reconhecia na vida e<br />

na prática do Mestre. Quem<br />

seguia Jesus <strong>de</strong>via comprometer-se<br />

com Ele, estar disposto<br />

a carregar a cruz e a morrer<br />

com Ele (Mc 8,34-35). Devemos<br />

refazer em nossas vidas<br />

a mesma caminhada <strong>de</strong> Jesus<br />

que tinha morrido em <strong>de</strong>fesa<br />

da vida e foi ressuscitado pelo<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus (Fl 3,10-11).<br />

Ao longo daqueles três<br />

<strong>ano</strong>s, Jesus acompanhava os<br />

discípulos. Ele era o amigo (Jo<br />

15,15) que convivia, comia,<br />

andava, se alegrava e sofria<br />

com eles. Muitos pequenos<br />

gestos refletem o testemunho<br />

<strong>de</strong> vida com que Jesus marcava<br />

presença na vida dos discípulos,<br />

o seu jeito <strong>de</strong> ser e <strong>de</strong><br />

conviver, <strong>de</strong> relacionar-se com<br />

as pessoas e <strong>de</strong> acolher o povo<br />

entrega da Lei e vingadores<br />

das <strong>de</strong>sobediências contra a<br />

mesma.<br />

De mais a mais, esses<br />

hereges arquitetavam suas<br />

elucubrações, <strong>de</strong>sbancando<br />

a Cristo. Dispensavam<br />

o auxílio da graça divina,<br />

pois prescreviam, também,<br />

uma severa mortificação do<br />

corpo, com o intuito <strong>de</strong> favorecer<br />

uma espantosa força<br />

moral, e uma temperança<br />

excepcional, na qual sobressaísse<br />

o esforço <strong>de</strong> marca<br />

exclusivamente humana.<br />

Cristo era, pois, integrado<br />

e nivelado aos elementosanjos<br />

e, por isso, inferior a<br />

Deus. Esperavam a salvação<br />

dos po<strong>de</strong>res elementares-angélicos,<br />

e não <strong>de</strong> Jesus Cristo.<br />

Enfim, parece ter sido<br />

essa corrente <strong>de</strong> pensamento<br />

que intranquilizava Colossas<br />

e que rebaixava a Cristo<br />

à condição <strong>de</strong> mera criatura.<br />

Continua.<br />

que vinha falar com Ele.<br />

Jesus envolve os discípulos<br />

na missão que Ele mesmo estava<br />

realizando em obediência<br />

ao Pai. A participação efetiva<br />

no anúncio do Reino faz parte<br />

do processo formador, pois a<br />

missão é a razão <strong>de</strong> ser da vida<br />

comunitária ao redor <strong>de</strong> Jesus<br />

(Lc 9,1-2; 10,1).<br />

Jesus tinha uma capacida<strong>de</strong><br />

muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> inventar<br />

parábolas ou pequenas histórias<br />

para comparar as coisas <strong>de</strong><br />

Deus, que não são tão evi<strong>de</strong>ntes,<br />

com as coisas da vida do<br />

povo que todos conheciam e<br />

experimentavam diariamente<br />

na sua luta pela sobrevivência.<br />

Isto supõe duas coisas: estar<br />

por <strong>de</strong>ntro das coisas da vida<br />

do povo, e estar por <strong>de</strong>ntro das<br />

coisas <strong>de</strong> Deus, do Reino <strong>de</strong><br />

Deus.<br />

O VERBO 2ª QUINZENA - NOVEMBRO/2009 - Nº 307<br />

9

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!