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Aves observadas no município de Bonito, Pernambuco, Brasil

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<strong>Aves</strong> <strong>observadas</strong> <strong>no</strong> <strong>município</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Bonito</strong>, <strong>Pernambuco</strong>, <strong>Brasil</strong><br />

1,2<br />

Gilmar Beserra <strong>de</strong> Farias ,<br />

2<br />

Glauco Alves Pereira , Sidnei <strong>de</strong> Melo<br />

2<br />

Dantas , Eduardo Tenório Siqueira<br />

2 2<br />

Vasconcelos , Kleber <strong>de</strong> Burgos , Ma<strong>no</strong>el<br />

2<br />

Tosca<strong>no</strong> <strong>de</strong> Brito , Gustavo Luis<br />

2 2<br />

Pacheco , Elisângela Guimarães<br />

A Mata Atlântica abriga 682 espécies <strong>de</strong><br />

aves (STOTZ et al., 1996), sendo 207 consi<strong>de</strong>radas<br />

endêmicas (BROOKS et al., 1999) e<br />

83 ameaçadas <strong>de</strong> extinção (OLMOS, 2005).<br />

Dessa forma, a Mata Atlântica po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada<br />

como o bioma mais crítico <strong>no</strong> que<br />

se refere à conservação <strong>de</strong> aves <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong><br />

(MARINI & GARCIA, 2005). A Mata<br />

Atlântica do Nor<strong>de</strong>ste do <strong>Brasil</strong>, especialmente<br />

os remanescentes florestais situados<br />

ao <strong>no</strong>rte do Rio São Francisco, é composta<br />

por arquipélagos <strong>de</strong> peque<strong>no</strong>s fragmentos<br />

florestais, geralmente ro<strong>de</strong>ados <strong>de</strong> cana-<strong>de</strong>açúcar,<br />

mas também por outras ativida<strong>de</strong>s<br />

agropecuárias e industriais, populações rurais<br />

e expansões <strong>de</strong> bairros periféricos <strong>de</strong> cida-<br />

Figura 1 - marreca-irerê (Dendrocygna viduata) (Foto: Kleber <strong>de</strong> Burgos)<br />

<strong>de</strong>s metropolitanas. A Mata Atlântica <strong>no</strong>r<strong>de</strong>stina apresenta altera- restas localizadas em <strong>Bonito</strong>, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da altitu<strong>de</strong> e exposições<br />

na sua estrutura, <strong>no</strong> formato espacial e na sua composição flo- ção às massas <strong>de</strong> ar, po<strong>de</strong>m ter composição florística semelhante<br />

rística e paisagística, <strong>de</strong>vido ao efeito <strong>de</strong> borda e à perda <strong>de</strong> espé- às Florestas Úmidas Costeiras (SALES et al., 1998). O inventá-<br />

cies dispersoras (BROOKS & RYLANDS, 2005; RANTA et al., rio das aves foi <strong>de</strong>senvolvido nas localida<strong>de</strong>s do Engenho Barra<br />

1998; VIANA et al., 1997; SILVA & TABARELLI, 2000). Esta é Azul ao Véu da Noiva, <strong>Bonito</strong> Eco Park e Pedra do Ro<strong>de</strong>adouro,<br />

a região mais ameaçada da Floresta Atlântica <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>. Entre os durante excursões <strong>de</strong> campo realizadas entre os a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> 2001 e<br />

Estados <strong>de</strong> Alagoas e Paraíba, que constituem o Centro Pernam- 2008, realizadas pela Associação Observadores <strong>de</strong> <strong>Aves</strong> <strong>de</strong> Perbuco<br />

<strong>de</strong> En<strong>de</strong>mismo, essa vegetação torna-se mais secundária, nambuco (OAP) e Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong><br />

sendo formada basicamente por espécies vegetais jovens e <strong>de</strong> por- (UFPE).<br />

te arbóreo peque<strong>no</strong> e médio, com uma parcela muito pequena <strong>de</strong> Foram realizadas caminhadas em trilhas pré-existentes <strong>no</strong> inflorestas<br />

maduras, <strong>de</strong>nsas e escuras, que resistiram ao <strong>de</strong>smata- terior dos fragmentos florestais e <strong>no</strong> entor<strong>no</strong>, além das áreas alamento<br />

na década <strong>de</strong> 1970 por conta do extensivo plantio <strong>de</strong> canagadas, cachoeiras e riachos. Os trabalhos iniciaram-se geral-<br />

<strong>de</strong>-açúcar (CÂMARA, 2005).<br />

mente a partir das 5h, finalizando às 10h e reiniciando às 15h até<br />

Atualmente, existem 35 espécies <strong>de</strong> aves consi<strong>de</strong>radas endêmi- 17h30min, às vezes estendo-se até o a<strong>no</strong>itecer. Durante as camicas<br />

<strong>no</strong>s fragmentos localizados entre Alagoas e o Rio Gran<strong>de</strong> do nhadas foram i<strong>de</strong>ntificadas as espécies <strong>de</strong> aves por meio do con-<br />

Norte (SILVEIRA et al., 2003). Na Floresta Atlântica <strong>de</strong> Pernam- tato visual, utilizando-se binóculos, e através das vocalizações,<br />

buco, existem 41 espécies <strong>de</strong> aves ameaçadas <strong>de</strong> extinção registradas com uso <strong>de</strong> gravadores, equipados com microfone di-<br />

(FARIAS et al., 2008). O cuidado com possíveis extinções futuras recional. Algumas gravações estão disponíveis para verificação<br />

e a manutenção da integrida<strong>de</strong> e da dinâmica biológica dos ecossis- <strong>no</strong> xe<strong>no</strong>-canto: Bird song from Tropical America<br />

temas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> informações científicas atualizadas sobre espé- (http://www.xe<strong>no</strong>-canto.org.br). Os <strong>no</strong>mes científicos estão <strong>de</strong><br />

cies ameaçadas (BENCKE et al., 2006) e <strong>de</strong> trabalhos <strong>de</strong> inventári- acordo com o Comitê <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> Registros Ornitológicos<br />

os. Dessa forma, o objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi o <strong>de</strong> apresentar os pri- (CBRO 2008). Os <strong>no</strong>mes vernáculos são aqueles adotados por<br />

meiros resultados do inventário das aves do <strong>município</strong> <strong>de</strong> <strong>Bonito</strong> Farias et al., (2008) para o Estado <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>. A referência a<br />

(PE).<br />

espécies ameaçadas <strong>de</strong> extinção seguiram a Lista Oficial <strong>de</strong><br />

O <strong>município</strong> <strong>de</strong> <strong>Bonito</strong> está localizado <strong>no</strong> Estado <strong>de</strong> Pernam- Espécies da Fauna <strong>Brasil</strong>eira Ameaçada <strong>de</strong> Extinção (MMA<br />

buco, na Região Nor<strong>de</strong>ste do <strong>Brasil</strong>, a 136 km do Recife. As<br />

flo- 2003). Os en<strong>de</strong>mismos da Floresta Atlântica estão <strong>de</strong> acordo<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 150 - Julho/Agosto 2009 - www.ao.com.br<br />

ISSN 1981-8874<br />

9 771981 887003 0 0 1 5 0<br />

41


42<br />

Figura 2 - viuvinha (Arundinicola leucocephala)<br />

(Foto: Kleber <strong>de</strong> Burgos)<br />

Figura 3 - frei-vicente (Tangara cayana)<br />

(Foto: Kleber <strong>de</strong> Burgos)<br />

Figura 4 - guriatã (Euphonia violacea)<br />

(Foto: Kleber <strong>de</strong> Burgos)<br />

Figura 5 - beija-flor-<strong>de</strong>-bico-curvo (Polytmus guainumbi)<br />

(Foto: Gilmar Farias)<br />

Figura 6 - choca-listrada (Tham<strong>no</strong>philus palliatus)<br />

(Foto: Gilmar Farias)<br />

com Parker et al. (1996) e Roda (2002). Os en<strong>de</strong>mismos do Cen- pa-taioca (Pyriglena leuco<strong>no</strong>ta pernambucensis), tatac (Synallatro<br />

<strong>Pernambuco</strong> (segmento da Floresta Atlântica que vai <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o xis infuscata), pintor-verda<strong>de</strong>iro (Tangara fastuosa), pintorestado<br />

<strong>de</strong> Alagoas até o Rio Gran<strong>de</strong> do Norte) seguem Roda coleira (Tangara cya<strong>no</strong>cephala corallina) e anumará (Curaeus<br />

(2003) e Silveira et al. (2003). forbesi).<br />

Foram registradas 150 espécies <strong>de</strong> aves nas três áreas investiga- Foram registrados sete táxons endêmicos da Mata Atlântica:<br />

das em aproximadamente 25 horas <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> campo (Tabela aracuã (Ortalis guttata), beija-flor-<strong>de</strong>senhado (Florisuga fus-<br />

1). Destas, oito táxons estão ameaçados <strong>de</strong> extinção. São eles: bei- ca), beija-flor-<strong>de</strong>-costas-violetas (Thalurania watertonii), beija-flor-<strong>de</strong>-costas-violetas<br />

(Thalurania watertonii), pica-pau- ja-flor-cinza (Aphantochroa cirrhochloris), sangue-<strong>de</strong>-boi<br />

anão-<strong>de</strong>-pintas-amarelas (Picumnus exilis pernambucensis), es- (Ramphocelus bresilius), pintor-coleira (Tangara cya<strong>no</strong>ceppanta-raposa<br />

(Tham<strong>no</strong>philus caerulescens pernambucensis), pa- hala corallina) e anumará (Curaeus forbesi). Como endêmicos<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 150 - Julho/Agosto 2009 - www.ao.com.br


do Centro <strong>Pernambuco</strong>, foram registradas seis táxons: pica- Brooks, T. & A. B. Rylands (2005). Espécies <strong>no</strong> limiar da extinção: vertebrados ter-<br />

pau-anão-<strong>de</strong>-pintas-amarelas (Picumnus exilis pernambucensis),<br />

espanta-raposa (Tham<strong>no</strong>philus caerulescens pernambucensis),<br />

papa-taioca (Pyriglena leuco<strong>no</strong>ta pernambucensis),<br />

cuspidor-<strong>de</strong>-máscara-preta (Co<strong>no</strong>pophaga mela<strong>no</strong>ps nigrifrons),<br />

tatac (Synallaxis infuscata) e pintor-verda<strong>de</strong>iro<br />

(Tangara fastuosa).<br />

Durante as excursões <strong>de</strong>stacaram-se os primeiro registros <strong>de</strong><br />

algumas espécies para o Estado <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, como o da curirestres<br />

criticamente em perigo. In: Galindo-Leal, C. & I. G. Câmara (orgs.).<br />

Mata Atlântica: biodiversida<strong>de</strong>, ameaças e perspectivas. Belo Horizonte:<br />

Conservação Internacional, p. 360-371.<br />

Brooks, T., J. Tobias & A. Balmford (1999). Deforestation and bird extinctions in<br />

the Atlantic forest. Animal Conservation, 2: 211-222.<br />

Câmara, I. G. (2005). Breve história da conservação da Mata Atlântica, p. 31-42. In:<br />

Galindo-Leal, C. & I. G. Câmara (orgs.). Mata Atlântica: biodiversida<strong>de</strong>, ameaças<br />

e perspectivas. São Paulo: Fundação SOS Mata Atlântica. Belo Horizonte:<br />

Conservação Internacional.<br />

caca (Theristicus caudatus), observada excepcionalmente em Comitê <strong>Brasil</strong>eiro <strong>de</strong> Registros Ornitológicos (CBRO). (2008). Lista das <strong>Aves</strong> do<br />

uma área aberta próximo a casa do Engenho Barra Azul, e do ta- <strong>Brasil</strong>. Versão 05/10/2008. < http://www.cbro.org.br> (acesso em outubro <strong>de</strong><br />

peruçu-velho (Cypseloi<strong>de</strong>s senex), uma espécie <strong>de</strong> andorinhão, 2008).<br />

observado atravessando a queda d'água <strong>de</strong> uma cachoeira, con- Dantas, S. M., G. A. Pereira, G. B. Farias, M. T. B. Brito, M. C. Periquito, G. L.<br />

forme indicado por Sick (1997). Além <strong>de</strong>sses dois <strong>no</strong>vos regis-<br />

tros para <strong>Pernambuco</strong> (ver FARIAS et al., 2002), duas outras espécies<br />

encontradas em <strong>Bonito</strong> são tidas como importantes registros<br />

para o Estado: o tororó (Poecilotriccus plumbeiceps) e o papa-formigas-vermelho<br />

(Formicivora rufa) (ver DANTAS et<br />

al., 2007).<br />

Cerca <strong>de</strong> quinze espécies que vivem em ambientes aquáticos foram<br />

assinaladas para a região, <strong>de</strong>stacando-se a garça-branca-<br />

Pacheco & E. T. S. Vasconcelos (2007). Registros relevantes <strong>de</strong> aves para o<br />

estado <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, <strong>Brasil</strong>. Revista <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> Ornitologia, 15 (1):<br />

113-115.<br />

Farias, G. B., G. A. Pereira & W. A. G. Silva (2008). Lista das aves <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.<br />

Recife: Observadores <strong>de</strong> <strong>Aves</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>.<br />

Farias, G. B., M. T. Brito, & G. L. Pacheco (2002). Registros ornitológicos <strong>de</strong> Per-<br />

nambuco. Recife: Observadores <strong>de</strong> <strong>Aves</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong><br />

Marini, M. A. & F. I. Garcia (2005). Conservação <strong>de</strong> aves <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>. Megadiversida-<br />

<strong>de</strong>, 1: 95-102.<br />

gran<strong>de</strong> (Ar<strong>de</strong>a alba), a galinha-d'água-azul (Porphyrio Martinica),<br />

o pato-do-mato (Cairina moschata), a marreca-irerê (Den-<br />

Ministério do Meio Ambiente (MMA). (2003). Instrução Normativa n° 3 <strong>de</strong> 27<br />

<strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2003. Lista das Espécies da Fauna <strong>Brasil</strong>eira Ameaçadas <strong>de</strong><br />

drocygna viduata) (Figura 1) e a viuvinha (Arundinicola leuco- Extinção. Diário Oficial da República Fe<strong>de</strong>rativa do <strong>Brasil</strong>. Brasília, Bra-<br />

cephala) (Figura 2), <strong>de</strong>ntre outras. Espécies aquáticas são muito im- sil.<br />

portantes para o meio ambiente, pois o aumento ou <strong>de</strong>clínio <strong>de</strong>ssas<br />

populações po<strong>de</strong> indicar o nível da qualida<strong>de</strong> da água<br />

(RUTSCHKE, 1987; SICK, 1997). Qualquer alteração <strong>no</strong> ambiente<br />

aquático, como drenagem, assoreamento, aterramento, retirada<br />

da mata ciliar, sobrepesca, poluição e alterações <strong>no</strong> fluxo da água<br />

ameaçam a manutenção das aves <strong>no</strong> ecossistema aquático<br />

(RODRIGUES & MICHELIN, 2005).<br />

Algumas espécies consi<strong>de</strong>radas dispersoras <strong>de</strong> sementes fo-<br />

Olmos, F. (2005). <strong>Aves</strong> ameaçadas, priorida<strong>de</strong>s e políticas <strong>de</strong> conservação <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>.<br />

Natureza & Conservação, 3 (1): 21-42.<br />

Parker, T. A., D. F. Stotz & J. W. Fitzpatrick (1996). Ecological and distributional databases,<br />

p.113-436. In: Stotz, D. F., J. W. Fitzpatrick, T. A. Parker & D. K. Mos-<br />

kovits (eds.). Neotropical birds: ecology and conservation. Chicago: Univer-<br />

sity of Chicago Press.<br />

Ranta, P., T. Blom, J. Niemela, E. Joensuu & M. Siitonen (1998). The fragmented<br />

Atlantic rain forest of Brazil: size, shape and distribution of forest fragments.<br />

Biodiversity and Conservation, 7(3): 385-403.<br />

ram encontradas na região. Essas aves se alimentam <strong>de</strong> frutos, Roda, S. A. (2002). <strong>Aves</strong> endêmicas e ameaçadas <strong>de</strong> extinção <strong>no</strong> estado <strong>de</strong> Pernamdispersando<br />

suas sementes pelos vastos campos e áreas florestabuco, p. 537-556. In: Tabarelli, M. & J. M. C. Silva (orgs.). Diagnóstico da bio-<br />

das, diminuindo assim o tempo que as sementes precisam para diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>. Recife: SECTMA/ Massangana.<br />

germinar. Isto ajuda <strong>no</strong> processo <strong>de</strong> reflorestamento. Algumas Roda, S. A. (2003) <strong>Aves</strong> do Centro <strong>de</strong> En<strong>de</strong>mismo <strong>Pernambuco</strong>, composição, bioge-<br />

espécies tipicamente dispersoras foram encontradas na região, ografia e composição. UFPA. Tese <strong>de</strong> Doutorado.<br />

merecendo <strong>de</strong>staque o frei-vicente (Tangara cayana) (Figura<br />

3) e a guriatã (Euphonia violacea) (Figura 4), entre as <strong>de</strong>mais.<br />

Em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2001, algumas espécies apresentaram comportamento<br />

reprodutivo como o beija-flor-<strong>de</strong>-bico-curvo (Polytmus<br />

guainumbi) (Figura 5), beija-flor-rabo-<strong>de</strong>-tesoura (Eupetomena<br />

macroura), beija-flor-rabo-branco-acanelado<br />

(Phaethornis pretrei) e a choca-listrada (Tham<strong>no</strong>philus palliatus)<br />

(Figura 6).<br />

Rodrigues, M. & V. B. Michelhin (2005). Riqueza e diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aves aquáticas<br />

<strong>de</strong> uma lagoa natural <strong>no</strong> su<strong>de</strong>ste do <strong>Brasil</strong>. Revista <strong>Brasil</strong>eira <strong>de</strong> Zoologia, 22<br />

(4): 928-935.<br />

Rutschke, E. (1987) Waterfowl as bio-indicators. International Council for Bird Pre-<br />

servation, 6: 167-172.<br />

Sales, M. F., S. J. Mayo & M. J. N. Rodal (1998). Plantas vasculares das Florestas<br />

Serranas <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>: um Checklist da Flora Ameaçada dos Brejos <strong>de</strong> Altitu<strong>de</strong>,<br />

<strong>Pernambuco</strong>, <strong>Brasil</strong>. Recife: Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural <strong>de</strong> Pernambu-<br />

co.<br />

Com esta riqueza <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> aves, principalmente em rela- Sick, H. (1997). Ornitologia <strong>Brasil</strong>eira. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Nova Fronteira.<br />

ção às endêmicas e ameaçadas <strong>de</strong> extinção, a região <strong>de</strong> <strong>Bonito</strong> Silva, J. M. C. & M.Tabarelli (2000). Tree species impoverishment and the future<br />

torna-se uma importante área para a proteção e conservação <strong>de</strong> flora of the Atlantic Forest of Northeast Brazil. Nature, 404: 72-74.<br />

seus recursos naturais <strong>no</strong> Estado <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>. Ações emer- Silveira, L. F., F. Olmos & A. J. Long (2003). Birds in Atlantic Forest Fragments in<br />

genciais <strong>de</strong>vem ser realizadas para combater a fragmentação e North-east Brazil. Cotinga, 20: 32-46.<br />

perda <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> floresta. É necessária a realização <strong>de</strong> trabalhos Stotz, D. F., J. W. Fitzpatrick, T. A. Parker & Moskovits, D. K. (1996). Neotropical<br />

<strong>de</strong> divulgação científica e treinamento para que a comunida<strong>de</strong> birds: ecology and conservation. Chicago: University of Chicago Press.<br />

utilize os recursos naturais sem causar prejuízos ao meio ambi- Viana, V. M., A. A. J. Tabanez & J. L. F. Batista (1997). Dynamics and restoration of<br />

ente. Como continuida<strong>de</strong> a este inventário preliminar, sugere-se<br />

a realização <strong>de</strong> um maior esforço <strong>de</strong> campo para percorrer outras<br />

áreas realizando <strong>no</strong>vos registros <strong>de</strong> aves, além <strong>de</strong> estudos complementares<br />

que <strong>de</strong>terminem e comparem a riqueza, abundância<br />

forest fragments in the Brazilian Atlantic moist Forest, p. 351-365. In: Lauran-<br />

ce, W. F. & R. O. Bierregard (eds.). Tropical forest remnants: ecology manage-<br />

ment and conservation of fragmented communities. Chicago: University of<br />

Chicago Press.<br />

e diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aves <strong>no</strong>s fragmentos florestais do <strong>município</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Bonito</strong>.<br />

1<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong>, Centro<br />

Acadêmico <strong>de</strong> Vitória, Núcleo <strong>de</strong> Biologia<br />

Referências Bibliográficas<br />

Bencke, G. A., G. N. Maurício, P. F. Develey & J. M. Goerck (2006). Áreas importantes<br />

para a conservação das aves <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>. Parte I – Estados do domínio da<br />

Mata Atlântica. São Paulo: SAVE <strong>Brasil</strong>.<br />

Rua Alto do Reservatório, s/n, CEP 55.608-680,<br />

Vitória <strong>de</strong> Santo Antão - PE, <strong>Brasil</strong><br />

2<br />

Observadores <strong>de</strong> <strong>Aves</strong> <strong>de</strong> <strong>Pernambuco</strong> - OAP,<br />

Paulista - PE, <strong>Brasil</strong><br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 150 - Julho/Agosto 2009 - www.ao.com.br<br />

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Tabela 1. Lista <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> aves registradas <strong>no</strong> <strong>município</strong> <strong>de</strong> <strong>Bonito</strong>, <strong>Pernambuco</strong>, <strong>Brasil</strong>.<br />

44<br />

Atualida<strong>de</strong>s Ornitológicas On-line Nº 150 - Julho/Agosto 2009 - www.ao.com.br


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