14.04.2013 Views

Obra Completa - Universidade de Coimbra

Obra Completa - Universidade de Coimbra

Obra Completa - Universidade de Coimbra

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

commissão da União Liberal do<br />

Porto: — Contem com isso...<br />

O, resultado da promessa foi o<br />

já tam célebre <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong><br />

abril, revogando as leis cujo cumprimento<br />

se prometteu.<br />

O<br />

Tem feito certo barulho a notícia<br />

propalada por alguns jornaes,<br />

é'm fórma <strong>de</strong> boato, <strong>de</strong> que o gru<br />

po <strong>de</strong> João Franco vai associar-se<br />

ao chamado partido cathólico que<br />

preten<strong>de</strong> surgir e governar sob<br />

o nome <strong>de</strong> Centro Ú^acional.<br />

Não sei se.o facto é verda<strong>de</strong>iro.<br />

E' possível, porque João Franco,<br />

que ajuda o núncio à missa, bem<br />

pô<strong>de</strong> prestar-se a ser ministro por<br />

copt^ do patriarcha.<br />

Entretanto, o que é certo é que<br />

no momento actual convinha o<br />

appellidado partido cathólico no<br />

o<strong>de</strong>r, allí guindado pela genta<br />

K<br />

ia <strong>de</strong> S. Vicente e casas adhe-<br />

rentes.<br />

Seria essa a fórma mais efficáz<br />

dc provocar uma convulsão capaz<br />

<strong>de</strong> reconquistar e augmentar as<br />

liberda<strong>de</strong>s perdidas.<br />

Seria essa a maneira <strong>de</strong> precipitar<br />

os acontecimentos para à so<br />

luçãô útticâ qué êlles <strong>de</strong>vem ter.<br />

-iÒ3 moa oj-abofWaTqioe portam<br />

Já sabem pelos jornaes que o<br />

homem da semana em Lisbôa foi<br />

o sr. dr. Affértso Costa, qué aqui<br />

veio <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r uma cáusa.<br />

O que não está dito é qual a<br />

causa em que s. ex. a foi advogado.<br />

Tratava^-se dum julgamento <strong>de</strong><br />

seis anarchistas, em dois processos,<br />

o primeiro respeitante a cinco<br />

dêtles. Entre estes cinco figurava<br />

-um rapaz muito conhecido em<br />

Lisboa: José do Valle, um estudioso<br />

intelligente, que ultimamente<br />

tem assignado alguns artigos<br />

<strong>de</strong> fundo na Fôlkd da Tar<strong>de</strong>.<br />

Esses rapazes — anarchistas<br />

theóricos e evolucionistas—, presos<br />

quando começou a agitação<br />

anti : jesuitica, fôram entregues pela<br />

polícia ao po<strong>de</strong>r judicial como<br />

— anarchistas perigosos.<br />

O julgamento durou dois dias:<br />

o <strong>de</strong> sábbado e o <strong>de</strong> quarta feira.<br />

Sabbado foi tomado exclusiva<br />

mente pelos <strong>de</strong>poimentos das testemunhas<br />

d'accusação — apenas<br />

polícias da judiciaria, especial e<br />

exclusivamente <strong>de</strong>stinados, como<br />

elles próprios confessaram, á vigilância<br />

dos anarchistas.<br />

Não imagina ninguém o que<br />

foi essa sessão!<br />

Fazia calafrios, tremia se <strong>de</strong> pavor<br />

1<br />

Fôram cinco os polícias que<br />

<strong>de</strong>poseramcinco monstros, estúpidos,<br />

boçaes, repellentes.<br />

O <strong>de</strong>legado, <strong>de</strong> cada vez que<br />

interrogava algum, ensinava sempre<br />

a differença que existia entre<br />

o anarchista evolucionista, insis<br />

tindo que o primeiro dêiles fôra<br />

talvez Jesus, e o anarchista que,<br />

parâ chegar aos seus fins, applaudia<br />

e aconselhava os meios violentos.<br />

Invariavelmente, obe<strong>de</strong>cendo á<br />

lição recebida na Parreirinha, o<br />

<strong>de</strong>poente respondia:<br />

— Estes sam partidários da<br />

propaganda pelo facto...<br />

O <strong>de</strong>legado, o juiz e o advo-i<br />

gado reclamavam <strong>de</strong>pois provas,<br />

indicações, exemplos. O <strong>de</strong>poiinte<br />

não as' dava, contradizia-se, <strong>de</strong>smentia-se,<br />

mas voltava sempre:<br />

— Sam partidários da propaganda<br />

pelo facto.<br />

Urti dêstes polícias tinha como<br />

principal prova o ter visto e ouvido<br />

os cinco primeiros reus ha<br />

cinco annos numa reiinião <strong>de</strong> anarchistas,<br />

em Chellas. Averiguadas<br />

as coisas, o primeiro, Bartholo<br />

meu Constantino, insurgia-se ao<br />

tempo, em jornaes e manifestos,<br />

contra a propaganda pelo facto;<br />

e o segundo, José do Valle, era<br />

membro do conselho central do<br />

partido socialista que na occasião<br />

combatia ferozmente o anarcliisfliò;<br />

o terceiro, Benjamim Rebello}<br />

era soldado e estava em Africa;<br />

o quarto, um espanhol, corticeiro,<br />

estava em Espanha, sem nunca<br />

ter vindo a Portugal on<strong>de</strong> se encontra<br />

ha coisa dum anno; e o<br />

quinto, acabou por confessá lo o<br />

polícia, só este o conhecia <strong>de</strong><br />

•vista e mal ha cêrca <strong>de</strong> seis mêses.<br />

E o resto foi pouco mais ou<br />

menos isto.<br />

Assim, quem assistiu a essa<br />

audiência <strong>de</strong> sabbado, ficou principalmente<br />

com esta impressão:<br />

que a polícia tem gente para tudo,<br />

para as maiores calumnias e para<br />

as maiores torpezas, e que, com tal<br />

gente, todo o cidadão português es •<br />

tá sujeito ás mais tremendas iniquida<strong>de</strong>s,<br />

até á perda para sempre<br />

da sua liberda<strong>de</strong>.<br />

A polícia, em resumo, é, em<br />

Lisbôa, um perigo social bem<br />

mais grave que o do anarchismo<br />

que recorre ao punhal e á dynamite.<br />

F. B.<br />

Archeolog-ia<br />

No museu d'archeologia têem<br />

continuado os trabalhos na sala do<br />

mobiliário, restaurando-se os mó<br />

veis, ou antes emendando restaurações<br />

antigas.<br />

Acha-se também <strong>de</strong> novo um<br />

cruzeiro do século xv <strong>de</strong>positado<br />

pelo sr. dr. Teixeira <strong>de</strong> Carvalno,<br />

e está quási acabado um gran<strong>de</strong><br />

plano <strong>de</strong> Con<strong>de</strong>ixa-a-Velha com<br />

a indicação das explorações que<br />

a sessão d'archeologia fez na antiga<br />

Conímbrica, e que será collocado<br />

na primeira sala on<strong>de</strong> estám<br />

já todos os objectos romanos<br />

que então se encontraram e os<br />

que já havia no museu.<br />

Fóra <strong>de</strong>sta sala, acham-se ape<br />

nas da antiguida<strong>de</strong> romana três<br />

pavimentos <strong>de</strong> mosaico, cujas gran<strong>de</strong>s<br />

dimensões não permittiam a<br />

sua exposição noutro logar.<br />

Na sala das louças tem-se feito<br />

^ambem algumas modificações que<br />

attestam a alta competência do<br />

director e conservador sr. António<br />

Augusto Gonçalves e o amôr<br />

que elle tem por o museu.<br />

O que encanta e o que admira<br />

quem visita o museu d'antiguida<strong>de</strong>s<br />

é mais a exposição intel<br />

ligente <strong>de</strong> todos os objectos, do<br />

que as pobres obras da arte nacional<br />

que nem todos sabem ver,<br />

nem sentir.<br />

Ver para tributar<br />

O Século diz constar-lhe que o<br />

sr. ministro da fazenda está na<br />

intenção <strong>de</strong>, após o encerramento<br />

das cortes, visitar todos os dis<br />

trictos do reino, a fim <strong>de</strong> examinar<br />

como os serviços <strong>de</strong> fazenda<br />

estam montados, as condições do<br />

commercio, da indústria, da agricultura,<br />

etc., para fazer uma i<strong>de</strong>ia<br />

segura e completa da riqueza e<br />

condições económicas do país,habilitando-se<br />

por esse modo a levar<br />

á próxima sessão legislativa<br />

propostas que concorram para o<br />

nosso <strong>de</strong>senvolvimento económico<br />

e para o bem estar geral do país.<br />

Se o sr. ministro da fazenda<br />

faz isso, tanto pô<strong>de</strong> ficar motivo<br />

para júbilos como para receios.<br />

De certo que <strong>de</strong>scer á anályse<br />

das condições económicas <strong>de</strong> cada<br />

districto, para <strong>de</strong>pois legislar, é<br />

bem; mas como a norma gover<br />

nativa é esfolar o contribuinte, e<br />

como as receitas públicas, hão<br />

obstante a violência tributária,<br />

escasseiam para os encargos, <strong>de</strong>vido<br />

á criminosa distribuição <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>lias, fica o grave<br />

receio <strong>de</strong> o sr. ministro vir apenas<br />

na intenção <strong>de</strong> vêr on<strong>de</strong> melhor<br />

po<strong>de</strong>rá carregar. Se elle,<br />

<strong>de</strong>mais a mais/ como diz o Sé<br />

culo, preten<strong>de</strong> certificar-se da riqueza<br />

do país, pô<strong>de</strong> muito bem<br />

querer orientar-se <strong>de</strong> como lhe<br />

será mais fácil apertar as malhas<br />

da rê<strong>de</strong>...<br />

RESISTEM 01 a—Domingo, 5 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 191<br />

O <strong>de</strong>sacato dasalla dos capellos<br />

Chamam-lhe <strong>de</strong>sacato, não sei<br />

porquê. Aquilio foi uma manifestação<br />

anti-jesuítica com que alguns<br />

senhores <strong>de</strong> maior eda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ram sorte, per<strong>de</strong>ndo a compostura<br />

que exigia a sua eda<strong>de</strong>, a sua<br />

profissão e o alto logar em que<br />

estavam.<br />

Podia extranhar-se uma mani<br />

festação anti jesuítica na sala dos<br />

capellos?<br />

Não.<br />

Ainda ha pouco tinha havido<br />

uma a que presidira o sr. vicereitor,<br />

que fôra precisamente feita<br />

naquella sala, com applauso <strong>de</strong><br />

professores e estudantes por occasião<br />

da recepção da Tuna Compostellana.<br />

Todas as manifestações feitas<br />

por essa occasião tiveram um caracter<br />

accentuadamente anti-je<br />

suítico, a todas assistiu o sr. Vice-reitor,<br />

em todas applaudiu, em<br />

todas foi applaudido.<br />

Como po<strong>de</strong>ria a aca<strong>de</strong>mia prever<br />

que o sr. vice-reitor tomasse<br />

como insulto uma manifestação<br />

anti jesuítica na sala dos capellos,<br />

quando, como <strong>de</strong> justiça, fôra <strong>de</strong><br />

lá que partira um dos primeiros<br />

gritos <strong>de</strong> revolta?<br />

Alem <strong>de</strong>sse carácter a manifestação<br />

não teve outro. Ninguém<br />

quiz offen<strong>de</strong>r os professores, ninguém<br />

quiz <strong>de</strong>srespeitar a solemnida<strong>de</strong><br />

do acto.<br />

Pelo contrario, o terem os estudantes<br />

escolhido uma festa <strong>de</strong><br />

ensino e a sala das gran<strong>de</strong>s solemnida<strong>de</strong>s,<br />

para uma manifesta<br />

cão pública daquella or<strong>de</strong>m, im<br />

plica a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que os estudan<br />

tes <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> vêem bem o perigo<br />

da absorpção jesuítica pelo ensino,<br />

e não temem manifestar-se<br />

<strong>de</strong>ante dos professores que os co<br />

nhecem, a gritar, e <strong>de</strong> cara <strong>de</strong>scoberta;<br />

porque sabem que a maioria<br />

dos professores é accentuada<br />

mente liberal e terá a fôrça <strong>de</strong> o<br />

fazer sentir ao sr. vice reitor, quan<br />

do o julgar conveniente.<br />

Mas o sr. Barroso era um hóspe<strong>de</strong><br />

que vinha honrar a <strong>Universida<strong>de</strong></strong>.<br />

Não era.<br />

O sr. Barroso era um importuno<br />

que um amigo nosso mettera<br />

em nossa casa.<br />

Nêsses casos faz-se lhe sentir<br />

a má vonta<strong>de</strong>, e põe se o hóspe<strong>de</strong><br />

na rua ao terceiro dia, se elle se<br />

não vai antes.<br />

E' corrente.<br />

O sr. Barroso foi avisado que<br />

seria mal recebido. O sr. Barroso<br />

teimou.<br />

O sr. Barroso foi mal recebido.<br />

Era <strong>de</strong> esperar.<br />

O sr. Barroso disse que estava<br />

habituado ao perigo e que arriscára<br />

a vida em guerras dc pre<br />

tos. Que vinha.<br />

A Aca<strong>de</strong>mia recebeu-o como os<br />

pretos.<br />

Teve o seu batuqueI<br />

Era o que sua ex.* <strong>de</strong>sejava.<br />

Não tem razão para estar magoado.<br />

Que houve mais?<br />

Algumas pessoas respeitáveis<br />

que <strong>de</strong>ram sorte.<br />

A aca<strong>de</strong>mia fez o seu <strong>de</strong>ver:<br />

troçou-os.<br />

Ó sr. dr. Martins, sem respeito<br />

pelo prelado, levanta-se a manter<br />

a or<strong>de</strong>m.<br />

Os rapazes extranham que um<br />

reitor <strong>de</strong> lyceu venha assumir as<br />

attribuições do reitor da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>,<br />

e lhe venha fallar como<br />

quem falia a meninos do lyceu<br />

e grita m-lhe: fóra caloiro, e fazemlhe<br />

troça, e o sr. dr. Martins, que<br />

esperava uma bala, vem corrido<br />

pela troça, e quando, com tremuras<br />

na voz, num choro <strong>de</strong> púlpito,<br />

pe<strong>de</strong> que lhe façam o que querem<br />

fazer ao bispo do Porto, um estudante<br />

grita-lhe da multidão:<br />

—Não chores que também vaes!<br />

E' mau ?<br />

Não, é da praxe.<br />

O reitor do lyceu não tinha nada<br />

a fazer allí com estudantes da<br />

<strong>Universida<strong>de</strong></strong>.<br />

O dito é um dito <strong>de</strong> rapaz, está<br />

auctorisado pela praxe.<br />

E' até constitucional, lembra a<br />

resposta d'El-Rei, no começo do<br />

conflicto anti-jesuítico, ao sr. Marquês<br />

<strong>de</strong> Pombal.<br />

Marquês <strong>de</strong> Pombal! Muito custa<br />

a dar êste título a quem o arrasta<br />

agora.<br />

Enquanto isto tudo se passa o<br />

sr. secretário levanta-se e diz:<br />

— Galeão...<br />

Todos esperavam versos, callaram<br />

se.<br />

Mas o sr. Galeão a<strong>de</strong>anta-se e<br />

o sr. Manuel Gaio pe<strong>de</strong>-lhe um<br />

nome, um só, com o cabello para<br />

traz, a testa a faiscar <strong>de</strong> génio.<br />

O sr. Galeão vai ao grupo do<br />

<strong>de</strong>sacato, volta e dizt<br />

— O Silva.<br />

— Não!...<br />

— O Mascarenhas, continua o<br />

st. Galeão sem comprehen<strong>de</strong>r.<br />

— Não! Não serve...<br />

— O Menezes!<br />

— Não.<br />

E o Galeão vai dizendo Albuquerque,<br />

Monteiro, todos os nomes<br />

nobres dêste país fidalgo.<br />

E o sr» secretário <strong>de</strong>solado:<br />

— Não, não!<br />

— Está lá tudo. Não sei todos<br />

os nomes. Está tudo!<br />

-Tudo!<br />

Diz o sr. Manuel Gaio e fica<br />

estático.<br />

— Se v. ex.* quiser o annuário.<br />

— Não serve!<br />

— Não serve ?<br />

— Não'.Tem syllabas a mais!..<br />

Explicou se tudo. Procurava<br />

uma rima. Tinha um verso encravado<br />

o poeta secretário.<br />

O sr. dr. José Maria Rodrigues<br />

per<strong>de</strong> a paciência, sae fóra, dirige<br />

se a um académico que estava<br />

aos vivas e diz lhe:<br />

— Dê antes um viva á aca<strong>de</strong>mia<br />

bem educada. ;<br />

— V. ex.* está com a cabeça<br />

perdida. Acalme êsses nervos,<br />

leia êsse manifestosinho.<br />

— Tire lá, disse o sr. dr. José<br />

Maria Rodrigues.<br />

— Repare v. ex. a que nós não<br />

po<strong>de</strong>mos tomar a sério um bispo<br />

assim, com aquellas barbas...<br />

On<strong>de</strong> foi que v. ex. a viu um bispo<br />

<strong>de</strong> barbas. Ajuillo não é bispo é<br />

uma mystificação.<br />

O sr. dr. José Maria Rodrigues<br />

muito ingenuamente, como no Lyceu<br />

:<br />

Qual mystificação sr., é uma<br />

concessão, uma concessão especial.<br />

..<br />

E fugiu a bufar, a dar uma sorte<br />

<strong>de</strong> mil diabos.<br />

Nem parecia na graça do Senhor.<br />

..<br />

Aqui está o que o caso foi.<br />

Ora um caso dêstes não é para<br />

processo.<br />

Pe<strong>de</strong> praxe.<br />

Não é para se julgar por os Es<br />

tatutos.<br />

E' para se julgar pelo Palitomètrico.<br />

T. c.<br />

Meningite cercbro-cspinal<br />

Mais um caso.<br />

Chegou a esta cida<strong>de</strong> e foi in<br />

ternado no hospital, a S. José, o<br />

menor <strong>de</strong> 11 annos Umberto, filho<br />

<strong>de</strong> José Pires, da Pampilhosa<br />

<strong>de</strong> Botão.<br />

Apresenta simptomas evi<strong>de</strong>ntes<br />

daquella enfermida<strong>de</strong>, sendolhe<br />

logo feita, pelo sr. dr. Ângelo<br />

da Fonseca, a puneção.<br />

•<br />

O museu <strong>de</strong> antiguida<strong>de</strong>s do<br />

Instituto acha-se aberto das 11<br />

horas ás 3 da tar<strong>de</strong>, todos os domingos<br />

e dias santificados.<br />

Para a visita nos outros dias,<br />

basta procurar o guarda, João<br />

Rodrigues Christóvam, rua Borges<br />

Carneiro, n. é 6.<br />

, £uo vadia?<br />

Em face da attitu<strong>de</strong> terrorista<br />

que se propalou, com fundamento,<br />

em que o sr. vice-reitor está<br />

para com os estudantes accusadòs<br />

<strong>de</strong> principaes manifestantes<br />

na occorréncia <strong>de</strong> domingo, na<br />

sala dos capellos, os cursos <strong>de</strong><br />

medicina resolveram apresentar<br />

a s. ex. a uma moção em que <strong>de</strong>claravam<br />

preten<strong>de</strong>rem conhecer<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> já—quem sam os rapazes<br />

processados; que lhes seja garantida,<br />

em observância das leis liberaes<br />

da <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, ampla<br />

<strong>de</strong>fesa; e que a serem alguns castigados,<br />

os mesmos cursos se <strong>de</strong>claram<br />

solidários com elles.<br />

A resposta do sr. vice rei»r foi<br />

que, sendo o processo aúiida <strong>de</strong><br />

investigação, não pódé révellar<br />

os nomes; que a «lie e só a elle<br />

cabe o direito <strong>de</strong> julgar, mas que<br />

contrariamente á praxe, tilo /terá<br />

dúvida em ouvir testemunhas; e<br />

quanto á solidarieda<strong>de</strong>, que a não<br />

acceita, sendo-lhe <strong>de</strong>clarado qué<br />

os cursos a mantéemi" J f \ ^<br />

Attitu<strong>de</strong> hostil, como se vê,<br />

mas parece que a reflexão, senão<br />

outras circunstâncias, p<strong>de</strong>çidirami<br />

já a iniciar um boccadinho <strong>de</strong> re-<br />

CÚO.A ..F,... , FTR „ ,BFT,N! « K<br />

Quo vadis? " nio í ' ú( [ 0,,D<br />

Uma gran<strong>de</strong> maioria dos Cursos<br />

das <strong>de</strong>mais faculda<strong>de</strong>s appoiou<br />

e perfilhou as resoluçõeíjdos <strong>de</strong><br />

medicina. ,. .ci-imim A<br />

O sr. dr. Francisco Martins<br />

disse que, quando <strong>de</strong>scera para<br />

o meio dos estudantes, esperava<br />

levar um tiro na cabeça. t. n<br />

Mas que fôra. i»!*:;-—obiub<br />

E' talvez exigência <strong>de</strong> mais.<br />

Os tempos não vam tám máus.<br />

Nos circos não corre sanguerKJO<br />

Mas elles teimam e pe<strong>de</strong>m o<br />

martyrio.<br />

E* uma maçada^ mas pé<strong>de</strong>m<br />

tanto!... )L omuiqG<br />

E <strong>Coimbra</strong> vai, nadar em sangue,<br />

e uma noite vêr se-ha o convento<br />

<strong>de</strong> Santa Clara à ar<strong>de</strong>r,<br />

illuminando dc reflexos vermelhos<br />

a <strong>Universida<strong>de</strong></strong>. 1 •' c OB àfs<br />

Na portagem, e ao longo do<br />

Caes, em arvores, ar<strong>de</strong>rám por<br />

entre as vaias da multidão christãos<br />

velhos e... christãos nóvos.<br />

E pelo rio <strong>de</strong> purpura, numa<br />

jangada <strong>de</strong> flores, ro<strong>de</strong>ado <strong>de</strong><br />

músicas e perfumes, <strong>de</strong>scerá até<br />

á orgia romana do António Manoel,<br />

com o rosto carregado, o<br />

olhar trágico e sombrio, o corpo<br />

na caricia mólle das sedas preciosas,<br />

Luiz Pereira Nero da<br />

Costa.<br />

Está prorogadò até 31 dêste<br />

mês, o praso para a troca das notas<br />

<strong>de</strong> 5o?6ooo.<br />

CONVITE<br />

Os abaixo assignados,<br />

constitttidos em<br />

commissão eleita pela.<br />

Associação Liberal<br />

<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> para a.<br />

realização <strong>de</strong> festejos<br />

no próximo dia 8 <strong>de</strong><br />

maio, tem a honra <strong>de</strong><br />

convidar todos os liberaes<br />

<strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong> a<br />

illumin arem as fachadas<br />

das suas casas<br />

na noite do referido<br />

dia 8 <strong>de</strong> maio, em commemoração<br />

do anniversário<br />

da entrada<br />

dos constituclonaes<br />

nesta cida<strong>de</strong>, o que<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> j á agra<strong>de</strong>cem<br />

muito reconhecidos.<br />

<strong>Coimbra</strong>, 3 <strong>de</strong> maio<br />

<strong>de</strong> 1901.<br />

A commissão,<br />

Joaquim Gàspar <strong>de</strong> Mattos<br />

João Gomes a Oliveira Mendonça<br />

Corte\<br />

Manuel Fernan<strong>de</strong>s Costa<br />

fre<strong>de</strong>nco Pereire^ da Graça*

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!