14.04.2013 Views

O novo rosto do ensino de teologia no Brasil ... - Faculdades EST

O novo rosto do ensino de teologia no Brasil ... - Faculdades EST

O novo rosto do ensino de teologia no Brasil ... - Faculdades EST

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Revista Eletrônica <strong>do</strong> Núcleo <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong>s e Pesquisa <strong>do</strong> Protestantismo (NEPP) da Escola Superior <strong>de</strong> Teologia<br />

Volume 10, mai.-ago. <strong>de</strong> 2006 – ISSN 1678 6408<br />

A afetivida<strong>de</strong> é direito individual da pessoa humana, é parte <strong>de</strong> sua<br />

espiritualida<strong>de</strong> e, portanto, ninguém po<strong>de</strong> submetê-la a qualquer arbítrio. O mito da<br />

liberda<strong>de</strong> absoluta ou <strong>do</strong> livre-arbítrio é e permanece sen<strong>do</strong> combati<strong>do</strong> pela <strong>teologia</strong><br />

evangélica <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Reforma <strong>do</strong> século XVI, através <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da <strong>teologia</strong><br />

<strong>do</strong> servo-arbítrio ou da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada. Educan<strong>do</strong>s, educandas, <strong>do</strong>centes <strong>de</strong><br />

<strong>teologia</strong>, mantene<strong>do</strong>ras das IES <strong>de</strong> Teologia, ninguém po<strong>de</strong> – sob as penas da lei 15 –<br />

transformar o direito inalienável à privacida<strong>de</strong> espiritual em obrigação moral<br />

pública.<br />

Estes cursos <strong>de</strong>vem garantir o direito à privacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu corpo discente e<br />

<strong>do</strong>cente para preservar e aprimorar a espiritualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> educa<strong>do</strong>res e educan<strong>do</strong>s; ao<br />

mesmo tempo, <strong>de</strong>vem dar publicida<strong>de</strong> às habilida<strong>de</strong>s técnicas e competências<br />

profissionais <strong>de</strong> seus egressos. A arbitrarieda<strong>de</strong> <strong>no</strong> <strong>ensi<strong>no</strong></strong> teológico <strong>de</strong>corre da<br />

transformação injusta <strong>do</strong> direito à privacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> corpo discente na obrigatorieda<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> alu<strong>no</strong> em dar publicida<strong>de</strong> a sua espiritualida<strong>de</strong> pessoal. É arbitrário também, por<br />

qualquer meio, não cumprir com os <strong>de</strong>veres <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> <strong>do</strong> corpo <strong>do</strong>cente e da<br />

mantene<strong>do</strong>ra. Por certo, nenhum <strong>de</strong>sses direitos e <strong>de</strong>veres republica<strong>no</strong>s, impe<strong>de</strong> que<br />

as direções eclesiásticas, <strong>no</strong> uso <strong>de</strong> suas atribuições estatutárias, <strong>no</strong> âmbito priva<strong>do</strong><br />

da respectiva organização religiosa, julgue as vocações e emita juízo sobre as<br />

aptidões religiosas <strong>de</strong> qualquer pessoa que voluntariamente pleitear ingresso <strong>no</strong><br />

ministério eclesiástico. Julgar a vocação e a espiritualida<strong>de</strong> é tarefa privativa da<br />

igreja, não da IES <strong>de</strong> <strong>teologia</strong> reconhecida pelo po<strong>de</strong>r público.<br />

Outro equívoco <strong>do</strong> <strong>ensi<strong>no</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>teologia</strong> é a supervalorização das relações<br />

afetivas. É comum observar o erro das avaliações <strong>do</strong>centes em <strong>teologia</strong> em valorizar<br />

a capacida<strong>de</strong> ou a incapacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> estudante <strong>de</strong> <strong>teologia</strong> <strong>de</strong> relacionar-se afetiva e<br />

socialmente. Interpreto que a fixação pelos afetos é um indício <strong>de</strong> fragilida<strong>de</strong> afetiva,<br />

fraqueza espiritual, me<strong>do</strong> <strong>do</strong> risco inerente à fé. Quem precisa expor sua intimida<strong>de</strong><br />

15 Uma interpretação jurídica sobre o direito à privacida<strong>de</strong> como direito huma<strong>no</strong> fundamental está em<br />

RIBEIRO, Diógenes V. Hassan. Proteção da privacida<strong>de</strong>. São Leopol<strong>do</strong>: Editora UNISINOS, 2003.<br />

Disponível na Internet: http://www3.est.edu.br/nepp 34

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!