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MITOLOGIA PELO MÉTODO CONFUSO
COELHO DE MORAES
Um dia, enquanto Persephone colhia flores usando um
capuzinho vermelho, o chão se abriu, assim, do nada. Hades,
que usava pele de lobo, apareceu e arrastou-a para as ínferas
terras subterrâneas... por isso chamado Inferno.
Persephone gritou o quanto pode enquanto isto
acontecia, tendo ralado as pernas na descida entre pedras e
raízes o que muito estimulou a libido de Hades, mas, apesar da
gritaria, ninguém se movia enquanto não terminasse o repasto
de ambrosia e néctar. Ceres ouviu-a gritar; Iris avisou que a
coisa estava confusa lá na floresta. Malemolente, sugando o ar
da tarde, Ceres voejou até a mata e chegou ao local exatamente
às 16 horas... mas, já não havia mais sinal de Persephone, nem
capuzinho, nem cestinha, nem lobo, nem nada.
Por nove dias e nove noites, com a alma dolorida e a
vergonha estampada na cara, Ceres vagou pelo mundo
sobraçando uma tocha (escusa dizer que acesa pois para que
serviria uma tocha?), em ambas as mãos... logo, duas tochas,
procurando a adorada filha. Gente de má ascendência dizia que
uma tocha era para a noite e outra para o dia. Riam se
quiserem. Somente no décimo dia ela encontrou Helios, aquele
que vê tudo e nada faz. Hélio teve a coragem de dizer a Ceres o
que havia acontecido.
Ceres então decidiu abandonar a condição divina até
que sua filha retornasse para ela. Uma tolice sem nome
naquelas rodas. Tornar-se uma comum em meio a tantos
deuses e titãs... inda mais com um Zeus Taurida rondando as
donzelas...
O exílio que Ceres impôs a si mesma fez a Terra se
tornar estéril. Zeus ordenou a Hades que devolvesse
Persephone à mãe, mas, isto não era mais possível.
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