as relações de poder no pentecostalismo brasileiro - Ceeduc
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Azusa – Revista <strong>de</strong> Estudos Pentecostais<br />
O a<strong>no</strong> <strong>de</strong> 1930, momento em que a expansão geográfica está<br />
b<strong>as</strong>icamente completa, é importante por mais du<strong>as</strong> razões: marcou a<br />
auto<strong>no</strong>mia da igreja em relação à Missão Sueca, e transferência efetiva da<br />
se<strong>de</strong> da <strong>de</strong><strong>no</strong>minação, <strong>de</strong> Belém para o Rio <strong>de</strong> Janeiro. A nacionalização<br />
da obra, portanto, é acompanhada pela mudança para a capital fe<strong>de</strong>ral. 36<br />
1.4 A concepção foucaultiana <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e o sistema <strong>de</strong> gover<strong>no</strong> d<strong>as</strong><br />
Assembléi<strong>as</strong> <strong>de</strong> Deus br<strong>as</strong>ileir<strong>as</strong><br />
Des<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 60, reformulações radicais d<strong>as</strong> <strong>no</strong>ções do social e<br />
do cultural estimularam o repensar do lugar do indivíduo ou sujeito <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong> estrutur<strong>as</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e dominação. As obr<strong>as</strong> <strong>de</strong> Michel Foucault são<br />
consi<strong>de</strong>rad<strong>as</strong> importantíssim<strong>as</strong> para tais reformulações. 37 Embora<br />
importantes <strong>de</strong>finições <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r sejam esboçad<strong>as</strong> por gran<strong>de</strong>s <strong>no</strong>mes como,<br />
Max Weber e Marcela Lagar<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntre outros, a forma como este se<br />
estabelece é mais bem compreendida à luz <strong>de</strong> Foucault.<br />
Para Foucault o po<strong>de</strong>r é algo que necessita permanentemente <strong>de</strong><br />
negociação. Ninguém é, propriamente falando, seu titular, e, <strong>no</strong> entanto, o<br />
po<strong>de</strong>r sempre se exerce em <strong>de</strong>terminada direção, com uns <strong>de</strong> um lado e<br />
outros do outro. Não se sabe ao certo quem o <strong>de</strong>tém. Cada luta se <strong>de</strong>senvolve<br />
em tor<strong>no</strong> <strong>de</strong> um foco particular <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r. Ele conceitualiza po<strong>de</strong>r não como<br />
posse ou atributo <strong>de</strong> uma soberania militar ou governamental, como enten<strong>de</strong><br />
o pensamento jurídico, m<strong>as</strong> como um sistema complexo relacional. 38<br />
O conhecimento é o ponto essencial para se estudar o po<strong>de</strong>r, pois é<br />
através <strong>de</strong> sua apropriação e manipulação que é possível o controle exercido<br />
36 ANTONIAZZI, 1994, p. 82.<br />
37 MOORE, Henrietta L. Fant<strong>as</strong>i<strong>as</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e fant<strong>as</strong>i<strong>as</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>: gênero, raça<br />
e violência. Disponível em <<br />
http://www.pagu.unicamp.br/files/cadpagu/Cad14/n14a02.pdf > Acesso em 10 mar. 2010.<br />
38 FOUCAULT, Michel. Microfísica do po<strong>de</strong>r. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Graal, 2001. p. 180-<br />
181.<br />
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