as relações de poder no pentecostalismo brasileiro - Ceeduc

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Izabel Cristina Veiga Mello
A mentalidade das Assembléias de Deus carrega as marcas dessa dupla
origem: da experiência sueca das primeiras décadas do século, de
marginalização cultural, e da sociedade patriarcal e pré-industrial do Norte/
Nordeste dos anos 30 a 60. 45
CONCLUSÃO
Todo diálogo sobre a temática das relações de poder deve levar
em consideração a identidade pentecostal forjada no calor de sua
história. Toda estrutura de liderança e poder seja no pentecostalismo
brasileiro ou em outra esfera trará consigo ambiguidades. Sempre
será alvo de questionamentos, mudanças e, até mesmo, tentativas de
eliminação da estrutura. Assim, o modelo de liderança nas
Assembléias de Deus com sua formação cultural do período das
oligarquias é cada vez mais desafiado principalmente por pastores
jovens que são produto, não da escada de aprendizado prático, mas
da rota alternativa da formação teológica em seminários e faculdades
teológicas.
No entanto, é preciso reconhecer que tentativas de mudança de
qualquer estrutura de poder podem até mesmo ser ilusórias uma vez
que tentam ser feitas através da anarquia. O caos na realidade gera
45 O auge da presença sueca foi nos anos 30, com cerca de vinte famílias missionárias.
Depois de 1950, o fluxo praticamente cessou. Segundo Freston, naquela altura o Brasil
já tinha a terceira comunidade pentecostal do mundo. Suecos ocuparam a presidência da
Convenção Geral até 1951. Nas últimas décadas, o maior contato internacional das Assembléias
de Deus tem sido com os Estados Unidos. O auge da presença americana foi
nos anos 70, com cerca de vinte famílias missionárias, que tiveram de aceitar as normas
do trabalho brasileiro. A influência americana se faz sentir principalmente na área da
educação teológica. ANTONIAZZI, 1994, p. 84-85.