14.04.2013 Views

nenhum médico pode atestar óbito quando não o tenha verificado ...

nenhum médico pode atestar óbito quando não o tenha verificado ...

nenhum médico pode atestar óbito quando não o tenha verificado ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

esponsabilidade médica no fornecimento da Declaração de Óbito e revoga a<br />

Resolução CFM Nº 1601/2000.<br />

Resolve:<br />

Art. 2º. Os <strong>médico</strong>s, <strong>quando</strong> do preenchimento da declaração de <strong>óbito</strong>,<br />

obedecendo as seguintes normas:<br />

1) Morte natural:<br />

II. Morte com assistência médica:<br />

d) A declaração de <strong>óbito</strong> do paciente em tratamento sob<br />

regime domiciliar (Programa de Saúde da Família,<br />

internação domiciliar e outros) deverá ser fornecido<br />

pelo <strong>médico</strong> pertencente ao programa ao qual o<br />

paciente estava cadastrado, ou pelo SVO, caso o<br />

<strong>médico</strong> <strong>não</strong> consiga correlacionar o <strong>óbito</strong> com o quadro<br />

clínico concernente ao acompanhamento do paciente.<br />

No entanto, essa senhora que faleceu no sábado, foi sepultada no domingo, 23 de<br />

maio de 2010, e o PSF só funciona de segunda a sexta, na manhã do dia 24 de<br />

maio de 2010 dona Benedita Fernandes da Silva me procurou solicitando que eu<br />

fornecesse a Declaração de Óbito da sua mãe, a senhora Maria Fernandes do<br />

Espírito Santo, expliquei a mesma que <strong>não</strong> podia fornecer tal declaração, pois <strong>não</strong><br />

pude verificar o <strong>óbito</strong> pessoalmente, haja vista já ter sido sepultada no dia<br />

anterior, então me baseei no que diz a Resolução CFM nº 1779/2005 que<br />

regulamenta a responsabilidade médica no fornecimento da Declaração de Óbito<br />

e o Código de Ética Médica no seu artigo 114 – É vedado à <strong>médico</strong> <strong>atestar</strong> <strong>óbito</strong><br />

<strong>quando</strong> <strong>não</strong> o <strong>tenha</strong> <strong>verificado</strong> pessoalmente, ou <strong>quando</strong> <strong>não</strong> <strong>tenha</strong> prestado<br />

assistência ao paciente, salvo, no último caso, se o fizer como plantonista,<br />

<strong>médico</strong> substituto ou em caso de necropsia e verificação <strong>médico</strong>-legal.<br />

Daí Dona Benedita Fernandes da Silva foi ao Ministério Público Estadual – Promotoria da<br />

Justiça de Patos, procurar uma solução para que o problema em questão fosse<br />

resolvido, foi marcada uma audiência na Curadoria Cumulativa de Patos no dia<br />

22 de setembro de 2010, na qual estiveram presentes a Promotora de Justiça Dra.<br />

Edivane Saraiva de Souza, eu, XXXX João Pereira Lopes e o Coordenador Geral<br />

do SAMU/Patos, Dr. Pedro Augusto e Benedita Fernandes da Silva, filha da<br />

falecida. Na audiência o Dr. Pedro Augusto disse que conforme portaria do<br />

Ministério da Saúde nº 2048, que os <strong>médico</strong>s do SAMU <strong>não</strong> <strong>pode</strong>m fornecer<br />

declaração de <strong>óbito</strong>, afirmando que o SAMU <strong>pode</strong> fornecer uma declaração de<br />

atendimento, fazendo constar de que ao chegar ao local, a paciente já se<br />

encontrava em <strong>óbito</strong>.<br />

Pela Promotora Curadora foi dito: ficou acertado entre as partes PSF e SAMU,<br />

que o <strong>médico</strong> do PSF, no caso Dr. XXXX, com a Declaração de Atendimento<br />

fornecida pelo SAMU, de que houve atendimento à paciente Maria Fernandes, e que o<br />

<strong>médico</strong> do SAMU ao chegar ao local a encontrou em <strong>óbito</strong>, o Dr.XXXX fornecerá<br />

a Declaração de Óbito de Maria Fernandes do Espírito Santo, esta foi a solução<br />

dada pela Promotora e acordada entre os participantes.<br />

Diante do exposto, faço as seguintes indagações:<br />

1) O CRM tem alguma ferramenta para solucionar o problema?<br />

2) É legal, do ponto de vista ético e jurídico, o <strong>médico</strong> do SAMU fornecer<br />

esta Declaração de Atendimento e outro <strong>médico</strong>, no caso o do PSF,<br />

assinar a DO sem ter <strong>verificado</strong> o <strong>óbito</strong> pessoalmente?<br />

3) Eticamente e juridicamente, o <strong>médico</strong> do PSF, assinando a DO, caso<br />

porventura a família conteste na justiça que o <strong>óbito</strong> <strong>não</strong> foi por morte<br />

natural e sim evidência de morte violenta, o <strong>médico</strong> do SAMU responderá<br />

juridicamente juntamente com o <strong>médico</strong> do PSF? ou só o do PSF?<br />

4) O que foi dito pela Promotora de Justiça para nós <strong>médico</strong>s é legal?<br />

5) como o caso em questão configura que o <strong>médico</strong> <strong>não</strong> pôde fornecer a DO,<br />

haja vista <strong>não</strong> ter <strong>verificado</strong> o <strong>óbito</strong> pessoalmente, qual a solução que o<br />

CRM <strong>pode</strong> apresentar para os <strong>médico</strong>s resolverem casos dessa natureza?<br />

Av. Dom Pedro II, 1335 – Centro. João Pessoa - PB | CEP. 58040-440<br />

CNPJ: 10.764.033-0001-61 | Fone: (83) 2108-7200 | Fax. (83) 2108-7215<br />

E-mail: crmpb@crmpb.org.br | Site: http://www.crmpb.org.br

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!