Análise Qualitativa entre os Métodos Químicos e Físicos
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Rev. Edu., Meio Amb. e Saúde 3(1):223-237.<br />
Artigo de Revisão<br />
ANÁLISE QUALITATIVA ENTRE OS MÉTODOS QUÍMICOS E FÍSICOS<br />
DE ESTERILIZAÇÃO<br />
QUALITATIVE ANALYSIS AMONG CHEMICAL AND PHYSICAL<br />
Naiara Gomes Bertani<br />
Tarciso Ambrósio de Oliveira<br />
Siméia Saraiva Alvernaz<br />
Faculdade do Futuro<br />
STERILIZATION METHODS<br />
<strong>Análise</strong> <strong>Qualitativa</strong> <strong>entre</strong> <strong>os</strong> Métod<strong>os</strong> Químic<strong>os</strong> e Físic<strong>os</strong> de Esterilização<br />
223<br />
RESUMO<br />
Esterilização é o processo que utiliza agentes químic<strong>os</strong> ou físic<strong>os</strong><br />
para destruir todas as formas de vida microbiana e aplica-se<br />
especificamente a objet<strong>os</strong> inanimad<strong>os</strong>. A esterilização nunca é<br />
parcial, pois, a presença de qualquer microorganismo indica que o<br />
objeto não está estéril. Atualmente vem-se intensificando estud<strong>os</strong> e<br />
discussão, no tocante ao estabelecimento de critéri<strong>os</strong>, para<br />
diferenciar e aplicar corretamente <strong>os</strong> process<strong>os</strong> de esterilização,<br />
tendo como principal objetivo o controle das infecções h<strong>os</strong>pitalares.<br />
Avaliou-se comparativamente <strong>os</strong> principais métod<strong>os</strong> de<br />
esterilização. Convencionalmente considera-se um artigo estéril<br />
quando a probabilidade de sobrevivência d<strong>os</strong> microorganism<strong>os</strong><br />
contaminantes é menor do que 1:1000.000. Os métod<strong>os</strong> de<br />
esterilização podem ser químic<strong>os</strong> ou físic<strong>os</strong>. Essa pesquisa foi<br />
elaborada através da comparação d<strong>os</strong> métod<strong>os</strong> de esterilização<br />
utilizad<strong>os</strong> em Centr<strong>os</strong> de Material e Esterilização - CME - e a forma<br />
de validação d<strong>os</strong> mesm<strong>os</strong>. A análise comparativa demonstra a<br />
qualidade de cada método gerando a otimização do atendimento,<br />
eficácia do controle de esterilização e relação de custo favorável.<br />
Foram usad<strong>os</strong> <strong>os</strong> critéri<strong>os</strong> da Sociedade Brasileira de Enfermeir<strong>os</strong><br />
do Centro Cirúrgico, Recuperação Anéstesica e Central de Material<br />
e Esterilização, para a avaliação d<strong>os</strong> métod<strong>os</strong>. De acordo com<br />
alguns autores, a autoclavação é o processo de esterilização que<br />
oferece maior segurança, contudo, a escolha depende da natureza<br />
do material esterilizado. Portanto, faz-se necessário que a<br />
supervisão e controle do processo de esterilização, tanto físico<br />
quanto químico, seja de responsabilidade do enfermeiro, atentando<br />
para a garantia de qualidade do serviço, alterações tecnológicas,<br />
gerando otimização do atendimento, relação de custo favorável e<br />
eficácia no controle de esterilização.<br />
Palavras–chave: esterilização química, esterilização física,<br />
métod<strong>os</strong> de esterilização<br />
ABSTRACT<br />
Sterilization is a process that uses chemical or physical agents to<br />
eliminate all the microbial life forms and is performed specifically<br />
with inanimate objects. The sterilization is never partial, once the
224<br />
INTRODUÇÃO<br />
presence of any organisms indicates that the object is not sterile.<br />
Nowadays, studies and discussions are being intensified, regarding<br />
the establishment of criteria to differentiate and apply correctly the<br />
sterilization processes, assuming as main objective the control of<br />
h<strong>os</strong>pital infections. The main sterilization processes were analyzed<br />
and compared. Conventionally, an object is considered as sterile<br />
when the microorganisms’ survival probability is less than<br />
1/1,000,000. The sterilization methods can be chemical or physical.<br />
This research was performed through the comparison of<br />
sterilization methods used in Material and Sterilization C<strong>entre</strong> –<br />
MSC – and their validation techniques. The comparative analysis<br />
demonstrates the quality of each method and contributes to an<br />
optimization of the service, a great efficiency of the sterilization<br />
control and to a favorable c<strong>os</strong>t relation. The used criteria to assess<br />
the methods are in accordance with the Brazilian Society of Nurses<br />
of Cirurgical C<strong>entre</strong>, Anesthetic Recovery and Material and<br />
Sterilization C<strong>entre</strong>. According to some authors, the autoclaving is<br />
the m<strong>os</strong>t safe sterilization process; however, the choice depends<br />
on the nature of the sterilized material. Therefore, it is necessary<br />
that the supervision and control of the sterilization process, both<br />
chemical and physical, are in charge of the nurses, who will<br />
considerer the quality of the service and technological changes.<br />
This tends to optimize the service and to generate a favorable c<strong>os</strong>t<br />
relation, besides effectiveness in the sterilization control.<br />
Key-words: chemical sterilization, physical sterilization, sterilization<br />
methods<br />
Conceitualmente, esterilização é um processo pelo qual ocorre a destruição de<br />
todas as formas de vida microbiana, isto é, espor<strong>os</strong>, bactérias, fung<strong>os</strong> e protozoári<strong>os</strong><br />
em determinado meio, devido à aplicação de agentes físic<strong>os</strong> ou químic<strong>os</strong>. Autores<br />
advertem que na prática nem sempre é p<strong>os</strong>sível demonstrar este conceito, pela<br />
incapacidade de cultivar tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> microorganism<strong>os</strong> ou de comprovar que estes estão<br />
realmente mort<strong>os</strong> e não apenas em estado de latência. Assim sendo, definiram<br />
esterilização como processo pelo qual <strong>os</strong> microorganism<strong>os</strong> viv<strong>os</strong> são removid<strong>os</strong> ou<br />
mort<strong>os</strong> a tal ponto que não seja mais p<strong>os</strong>sível detectá-l<strong>os</strong> no meio de cultura padrão no<br />
qual previamente haviam proliferado (Brasil 2001).<br />
Atualmente vem-se intensificando estud<strong>os</strong> e discussão, no tocante ao<br />
estabelecimento de critéri<strong>os</strong>, para diferenciar e aplicar corretamente <strong>os</strong> process<strong>os</strong> de<br />
esterilização, tendo como principal objetivo o controle das infecções h<strong>os</strong>pitalares.<br />
Segundo Graziano (1992), esterilização é o processo que utiliza agentes químic<strong>os</strong> ou<br />
Bertani et al.<br />
Rev. Edu., Meio Amb. e Saúde 2008; 3(1):223-237.
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físic<strong>os</strong> para destruir todas as formas de vida microbiana e aplica-se especificamente a<br />
objet<strong>os</strong> inanimad<strong>os</strong>. A esterilização é factível somente para objet<strong>os</strong>, não sendo p<strong>os</strong>sível<br />
empregá-la em superfícies, como mesas, pis<strong>os</strong> e bancadas; e nunca é parcial, pois, a<br />
presença de qualquer microrganismo, indica que o objeto não está estéril.<br />
Convencionalmente considera-se um artigo estéril quando a probabilidade de<br />
sobrevivência d<strong>os</strong> microorganism<strong>os</strong> contaminantes é menor do que 1:1.000.000. A<br />
exp<strong>os</strong>ição de um artigo a um agente esterilizante, não garante a segurança do<br />
processo, uma vez que esta depende de limpeza eficaz (Brasil 2001).<br />
A limpeza é essencial antes da esterilização. Limpeza com água e sabão ou<br />
detergentes. Seu principal objetivo é a remoção de matéria orgânica do instrumental.<br />
Este processo deve ser iniciado o mais rápido p<strong>os</strong>sível, tão logo <strong>os</strong> instrument<strong>os</strong><br />
acabem de ser utilizad<strong>os</strong>, devem ser submetid<strong>os</strong> à processo de limpeza para remoção<br />
de resídu<strong>os</strong> orgânic<strong>os</strong> (sangue, pus, gorduras), substâncias químicas (água oxigenada,<br />
álcool , éter, iodo, etc.) e outras secreções.<br />
Dentro do contexto desta pesquisa, tem-se como objetivo avaliar<br />
comparativamente <strong>os</strong> principais métod<strong>os</strong> de esterilização físic<strong>os</strong> e químic<strong>os</strong>. Foi<br />
descrito e avaliado as principais vantagens e desvantagens d<strong>os</strong> mesm<strong>os</strong>. Existem<br />
várias técnicas de esterilização, que apresentam vantagens e desvantagens. Diante da<br />
complexidade da temática, este estudo limitou-se a<strong>os</strong> principais métod<strong>os</strong> de<br />
esterilização física ou por produt<strong>os</strong> químic<strong>os</strong>.<br />
Trata-se de um estudo de caráter descritivo-exploratório, que utiliza abordagem<br />
qualitativa. Os dad<strong>os</strong> foram obtid<strong>os</strong> de revisões bibliográficas e dad<strong>os</strong> eletrônic<strong>os</strong>. De<br />
acordo com Oliveira (2005), este tipo de pesquisa desenvolve estud<strong>os</strong> que dão uma<br />
visão global do fato ou fenômeno estudado. Em regra geral, um estudo exploratório é<br />
realizado quando o tema escolhido é complexo, sendo difícil a formulação e a<br />
operacionalização de hipóteses. Muitas vezes, esse tipo de estudo constitui-se em um<br />
primeiro passo para realização de uma pesquisa mais aprofundada. Portanto, uma<br />
pesquisa exploratória requer um estudo p<strong>os</strong>terior e, normalmente, esse tipo de estudo<br />
tem um planejamento mais flexível, que envolve levantamento bibliográfico.<br />
<strong>Análise</strong> <strong>Qualitativa</strong> <strong>entre</strong> <strong>os</strong> Métod<strong>os</strong> Químic<strong>os</strong> e Físic<strong>os</strong> de Esterilização<br />
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226<br />
Na pesquisa descritiva, não há interferência do pesquisador, isto é, descreve-se<br />
o objeto de pesquisa. Procura-se descobrir a freqüência com que o fenômeno ocorre,<br />
sua natureza, características, causas, relações e conexões com outr<strong>os</strong> fenômen<strong>os</strong><br />
(Barr<strong>os</strong> e Lehfeld 2006). Através de estud<strong>os</strong> exploratóri<strong>os</strong>, podem<strong>os</strong> obter dad<strong>os</strong> e<br />
informações para trabalhar a pesquisa descritiva, que vai determinar com precisão o<br />
objeto de estudo.<br />
A pesquisa qualitativa é uma designação que abriga correntes de pesquisa muito<br />
diferentes. Em síntese, estas correntes se fundamentam em alguns pressup<strong>os</strong>t<strong>os</strong><br />
contrári<strong>os</strong> ao modelo experimental e adotam <strong>os</strong> métod<strong>os</strong> e técnicas de pesquisa<br />
diferentes d<strong>os</strong> estud<strong>os</strong> experimentais (Chizzotti 2006).<br />
MÉTODOS FÍSICOS<br />
Segundo o Manual Técnico de Esterilização do Ministério da Saúde (Brasil<br />
2001), métod<strong>os</strong> físic<strong>os</strong> são aqueles que utilizam calor em diferentes formas e alguns<br />
tip<strong>os</strong> de radiação para esterilizar artig<strong>os</strong>. Nas Centrais de Esterilização h<strong>os</strong>pitalares o<br />
método mais utilizado e factível é a autoclavação por vapor saturado sob pressão.<br />
Outro método igualmente conhecido, porém tendendo ao desuso pelas dificuldades<br />
operacionais e pelo avanço da tecnologia das autoclaves a vapor, é o calor seco. O uso<br />
de radiação ultra-violeta para esterilização de artig<strong>os</strong> é proibido pelo Ministério da<br />
Saúde (Portaria n.° 674, de 31.12.97).<br />
a) Esterilização por Vapor Saturado sob Pressão (autoclavação)<br />
O equipamento consiste em uma câmara de aço inoxidável, com uma ou duas<br />
portas, contendo válvula de segurança, manômetro de pressão e indicador de<br />
temperatura. É o processo mais utilizado em h<strong>os</strong>pitais e é o mais econômico para<br />
esterilização de artig<strong>os</strong> term<strong>os</strong> sensíveis (SOBECC 2005).<br />
A temperatura da autoclave é equivalente ao ponto de ebulição da água (de 121º<br />
C a 135º C), por isso o nome de vapor saturado. Para avaliar esse tipo de método é<br />
necessário as variáveis de tempo, temperatura e pressão, sendo que a combinação das<br />
mesmas levam ao alcance de temperaturas próprias para esterilização.<br />
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b) Esterilização ultra-rápida (Flash sterilization)<br />
Esse tipo de esterilização é um processo rápido, em altas temperaturas (132º C)<br />
por quatro minut<strong>os</strong>. Indicad<strong>os</strong> para artig<strong>os</strong> contaminad<strong>os</strong> acidentalmente e para<br />
materiais não embalad<strong>os</strong>. Não deve ser usado como sistema único e rotineiro (Martins<br />
2001). Portanto esse método deve ser utilizado em situações de urgências.<br />
É importante ressaltar que, além da manutenção constante, <strong>os</strong> artig<strong>os</strong> a serem<br />
processad<strong>os</strong> devem estar sempre sec<strong>os</strong> e limp<strong>os</strong>, <strong>os</strong> pacotes em p<strong>os</strong>icionamento<br />
corret<strong>os</strong>, bem como o tipo de embalagem adequada. Contudo, não devem ocupar o<br />
volume total da câmara interna das autoclaves, com o objetivo de permitir a circulação e<br />
penetração do vapor n<strong>os</strong> pacotes centrais.<br />
c) Esterilização por Calor Seco (Estufas ou Forn<strong>os</strong> de Pasteur)<br />
Sua característica básica é a ausência de umidade, o que torna processo mais<br />
longo, pois a termo-resistência d<strong>os</strong> espor<strong>os</strong> aumenta nessa condição. É indicado para<br />
materiais que não podem ser esterilizado pelo vapor, muito utilizado por apresentar<br />
custo mínimo (Martins 2001).<br />
São aparelh<strong>os</strong> elétric<strong>os</strong> equipad<strong>os</strong> com resistência, p<strong>os</strong>suem um termômetro de<br />
regulagem de temperatura, term<strong>os</strong>tato e lâmpada piloto. O calor é irradiado das<br />
paredes laterais e da base do equipamento. É um processo que necessita de um maior<br />
período de tempo para atingir altas temperaturas n<strong>os</strong> artig<strong>os</strong> e para que ocorra o<br />
processo de esterilização através de oxidação celular.<br />
Com relação a<strong>os</strong> métod<strong>os</strong> de esterilização por vapor saturado sob pressão<br />
(autoclave) e o método de esterilização por calor seco, podem<strong>os</strong> mencionar que o<br />
primeiro é mais seguro e mais fácil de usar, porém, o segundo apresenta um custo de<br />
aplicação inferior (Tabela 1).<br />
<strong>Análise</strong> <strong>Qualitativa</strong> <strong>entre</strong> <strong>os</strong> Métod<strong>os</strong> Químic<strong>os</strong> e Físic<strong>os</strong> de Esterilização<br />
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228<br />
Tabela 1 – Comparação de métod<strong>os</strong> físic<strong>os</strong> (adaptado de C<strong>os</strong>ta et al. (1990), Couto e<br />
Pedr<strong>os</strong>a (2003), Martins (2001), Moura (1990), P<strong>os</strong>sari (2004), SOBECC (2005) e Silva<br />
(2005).<br />
Esterilização física Vantagens Desvantagens<br />
Vapor Saturado<br />
sob Pressão<br />
(Autoclavação)<br />
Calor Seco<br />
(Estufas ou forn<strong>os</strong><br />
de Pasteur)<br />
MÉTODOS QUÍMICOS<br />
Processo mais utilizado e mais<br />
eficiente;<br />
Oferece maior segurança;<br />
Permite o processamento de<br />
grande variedade de artig<strong>os</strong>;<br />
Fácil comprovação da<br />
esterilização;<br />
Fácil uso;<br />
Custo acessível para grandes<br />
h<strong>os</strong>pitais.<br />
Não forma ferrugem;<br />
Não danifica materiais de<br />
corte;<br />
É o ideal para vidr<strong>os</strong>, metais,<br />
algumas gorduras e substâncias<br />
em pó;<br />
Seguro para materiais e<br />
espelh<strong>os</strong>;<br />
Atóxico e não corr<strong>os</strong>ivo;<br />
Baixo custo de manutenção.<br />
Não serve para esterilizar<br />
pós e líquid<strong>os</strong>.<br />
O material deve ser<br />
resistente a variação da<br />
temperatura;<br />
Não esteriliza líquid<strong>os</strong>;<br />
Ciclo longo, exceto se o ar é<br />
forçado;<br />
Pequena penetração em<br />
materiais mais dens<strong>os</strong>;<br />
Destrói materiais sensíveis a<br />
calor;<br />
Utiliza temperaturas<br />
elevadas.<br />
Alguns cuidad<strong>os</strong> devem ser tomad<strong>os</strong> em função da toxicidade d<strong>os</strong> agentes<br />
químic<strong>os</strong>. A eficiência desses agentes é proporcional à sua toxicidade. Sua<br />
manipulação deve ser feita utilizando EPI (equipamento de proteção individual)<br />
adequado. Seu armazenamento deve ser feito em local arejado, fresco e ao abrigo da<br />
luz. Segundo o Manual Técnico da Saúde (Brasil 2001), a utilização de agentes<br />
esterilizantes líquid<strong>os</strong> por imersão requer cuidad<strong>os</strong> especiais, com relação ao seu<br />
manuseio:<br />
Bertani et al.<br />
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1- Lavar rigor<strong>os</strong>amente o artigo e secar para evitar que a água altere a<br />
concentração da solução;<br />
2- Utilizar equipament<strong>os</strong> de proteção individual (EPI);<br />
3- Imergir completamente o artigo no recipiente com tampa contendo a solução;<br />
4- Marcar a hora de início e término do processo;<br />
5- Retirar o artigo da solução, utilizando luvas estéreis;<br />
6- Enxaguar abundantemente <strong>os</strong> artig<strong>os</strong> com água destilada ou deionizada estéril;<br />
7- Evitar o uso de soro fisiológico, pois este pode promover depósito e acelerar a<br />
corr<strong>os</strong>ão do metal;<br />
8- Secar o material com compressa estéril. Para artig<strong>os</strong> com lúmem, a secagem<br />
deverá ser promovida com ar comprimido estéril;<br />
9- Utilizar imediatamente o artigo, sendo proibido o armazenamento;<br />
10- Desprezar a solução ao término do processo, ou de acordo com a<br />
recomendação do fabricante.<br />
A fim de que <strong>os</strong> profissionais de saúde p<strong>os</strong>sam utilizar <strong>os</strong> artig<strong>os</strong> com segurança,<br />
a Portaria 15/88 do Ministério da Saúde estabelece <strong>os</strong> seguintes princípi<strong>os</strong> ativ<strong>os</strong> para<br />
<strong>os</strong> esterilizantes de artig<strong>os</strong> h<strong>os</strong>pitalares:<br />
a) Glutaraldeído<br />
Tem atividade bactericida, viruscida, fungicida e esporicida. A atividade biocida<br />
dá-se por reação química de alquilação, alterando o DNA, RNA e a síntese protéica d<strong>os</strong><br />
microorganism<strong>os</strong> (SOBECC 2005). Quanto a<strong>os</strong> espor<strong>os</strong>, age enrijecendo a parede<br />
celular. Sua ação dependerá do tempo de exp<strong>os</strong>ição e condições do artigo, que deverá<br />
estar limpo e seco para facilitar a penetração deste agente.<br />
É indicado para desinfecção de alto nível em artig<strong>os</strong> term<strong>os</strong> sensíveis com tempo<br />
de exp<strong>os</strong>ição de 30 minut<strong>os</strong> em solução a 2%. Também é indicado como esterilizante,<br />
com o tempo de exp<strong>os</strong>ição <strong>entre</strong> 8 e 10h. O produto sofre alterações em temperaturas<br />
superiores a 25°C. A solução deve ser trocada de acordo com orientação do fabricante,<br />
na ocorrência de alteração na cor e presença de depósit<strong>os</strong>.<br />
<strong>Análise</strong> <strong>Qualitativa</strong> <strong>entre</strong> <strong>os</strong> Métod<strong>os</strong> Químic<strong>os</strong> e Físic<strong>os</strong> de Esterilização<br />
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É tóxico, não biodegradável, portanto deve ser manipulado em local ventilado e<br />
com uso de EPI. As soluções neutras ou alcalinas p<strong>os</strong>suem ação microbicida e<br />
anticorr<strong>os</strong>iva superiores quando comparadas às ácidas. Exige enxágüe rigor<strong>os</strong>o, para<br />
evitar que resídu<strong>os</strong> tóxic<strong>os</strong> fiquem retid<strong>os</strong> em materiais por<strong>os</strong><strong>os</strong>.<br />
b) Formaldeído<br />
Tem o mesmo mecanismo de ação semelhante ao do glutaraldeído. É pouco<br />
ativo a temperaturas inferiores a 20°C, aumentando a atividade em temperaturas<br />
superiores a 40°C. Em processo de desinfecção ou esterilização p<strong>os</strong>sui desvantagens,<br />
pois tem baixo poder de penetração, distribuição não uniforme e alta toxicidade que<br />
restringem o seu uso. O tempo de exp<strong>os</strong>ição deve seguir orientações do fabricante:<br />
para esterilização, tanto na solução alcoólica a 8%, quanto para a solução aqu<strong>os</strong>a a<br />
10%, o tempo mínimo é de 18 horas.<br />
Existem polímer<strong>os</strong> sólid<strong>os</strong> do formaldeído, conhecid<strong>os</strong> como “pastilhas de<br />
formalina” ou paraformaldeído. A esterilização acontece na concentração de 3%, estufa<br />
pré-aquecida a 50ºC, por 4 horas e umidade relativa de 100%. É um processo que não<br />
deve ser utilizado como rotina, pois há muita dificuldade de execução, e é imp<strong>os</strong>sível<br />
sua validação.<br />
c) Ácido Peracético<br />
É um peróxido reconhecido como um potente agente microbicida, que apresenta<br />
rápida ação sobre todas as formas de vida de microorganismo, mesmo a baixas<br />
concentrações, tendo sido considerado como uma alternativa eficaz e segura quando<br />
acompanhado ao glutaraldeído. É um método de difícil monitorização, quanto a sua<br />
efetividade. Resídu<strong>os</strong> de água do enxágüe n<strong>os</strong> artig<strong>os</strong> a serem processad<strong>os</strong> podem<br />
diluir o produto, reduzindo a concentração do agente. Dessa forma, este método deve<br />
ser utilizado quando não houver outro método disponível (SOBECC 2005).<br />
É bactericida, fungicida, viruscida e esporicida. Promove a desnaturação de<br />
proteínas e alteração na permeabilidade da parede celular. Ácido peracético ou<br />
peroxiacético, em baixas concentrações (0,001% a 0,02%) apresenta rápida ação<br />
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Rev. Edu., Meio Amb. e Saúde 2008; 3(1):223-237.
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contra <strong>os</strong> microorganism<strong>os</strong>, incluindo <strong>os</strong> espor<strong>os</strong>. Esse processo dura em torno de uma<br />
hora.<br />
d) Óxido de etileno (ETO)<br />
É um gás incolor, de alto poder viruscida, esporicida e fungicida. A ação do ETO<br />
é atribuída à alquilação das proteínas d<strong>os</strong> microorganism<strong>os</strong>. Essa ação depende d<strong>os</strong><br />
parâmetr<strong>os</strong> de concentração, temperatura, umidade relativa e tempo de exp<strong>os</strong>ição ao<br />
gás. Sua indicação de uso é para <strong>os</strong> artig<strong>os</strong> term<strong>os</strong>sensíveis. É altamente expl<strong>os</strong>ivo e<br />
facilmente inflamável, devendo ser utilizado em equipament<strong>os</strong> especiais denominad<strong>os</strong><br />
autoclaves para óxido de etileno.<br />
e) Peróxido de Hidrogênio<br />
Introduzido recentemente no mercado brasileiro, considerado um d<strong>os</strong> mais<br />
modern<strong>os</strong> métod<strong>os</strong> de esterilização. É indicado para esterilização de artig<strong>os</strong><br />
term<strong>os</strong>sensíveis. O ciclo de esterilização ocorre em torno de 30 minut<strong>os</strong>. É compatível<br />
com a maioria d<strong>os</strong> metais, plástic<strong>os</strong>, vidr<strong>os</strong>, borrachas, acrílic<strong>os</strong> e incompatível com<br />
celul<strong>os</strong>e e ferro. O produto final é água e oxigênio, não oferecendo portanto toxicidade<br />
para <strong>os</strong> profissionais e clientes. O equipamento é automatizado e computadorizado. Ao<br />
final de cada ciclo emite relatório com controle das pressões e tempo alcançad<strong>os</strong> nas<br />
diferentes fases. Seus parâmetr<strong>os</strong> são tempo e pressão.<br />
Com relação a<strong>os</strong> métod<strong>os</strong> químic<strong>os</strong> para esterilização, o glutaraldeído apresenta<br />
facilidade de uso, porém é tóxico para a região cutânea. O formaldeído é barato, no<br />
entanto pouco eficaz e demorado. O ácido paracético por sua vez, é rápido, contudo<br />
tóxico. O óxido de etileno é de larga aplicação, porém apresenta alto custo. E enfim, o<br />
peróxido de hidrogênio embora atóxico e eficaz, pode causar enterite e colite (Tabela<br />
2).<br />
<strong>Análise</strong> <strong>Qualitativa</strong> <strong>entre</strong> <strong>os</strong> Métod<strong>os</strong> Químic<strong>os</strong> e Físic<strong>os</strong> de Esterilização<br />
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Tabela 2 – Comparação de métod<strong>os</strong> químic<strong>os</strong> para esterelização (adaptado de: Bolick<br />
(2000), Couto e Pedr<strong>os</strong>a (2003), Martins (2001), Moura (1990), P<strong>os</strong>sari (2004),<br />
SOBECC (2005) e Silva (2005).<br />
Métod<strong>os</strong> Vantagens Desvantagens<br />
Glutaraldeído<br />
Formaldeído<br />
Ácido Peracético<br />
Óxido de Etileno<br />
(ETO)<br />
Peróxido de<br />
Hidrogênio<br />
Penetra no sangue,<br />
pus e rest<strong>os</strong> orgânic<strong>os</strong>;<br />
Não agride material de<br />
borracha ou plástico;<br />
Facilidade de uso;<br />
São ativ<strong>os</strong> em presença<br />
de matéria orgânica.<br />
Esterilização é tempo dependente. É necessário a<br />
imersão total do material. Mycobacterias podem ser<br />
resistentes, bem como espor<strong>os</strong>;<br />
Apresenta toxicidade cutânea, celular e inalatória.<br />
Libera vapores tóxic<strong>os</strong>, razão para se evitar o<br />
processamento de materiais em salas mal ventiladas,<br />
em recipientes sem tampa ou com vazament<strong>os</strong>.<br />
Aconselha-se o uso de máscaras com camada de<br />
carvão ativado para diminuir o efeito tóxico, quando<br />
em manipulação frenquente;<br />
É alergênico;<br />
Não pode ser utilizado em superfícies;<br />
Seu tempo de reutilização varia com a biocarga;<br />
Pode haver contaminação durante <strong>os</strong> process<strong>os</strong> de<br />
secagem e embalagem;<br />
Pode ser corr<strong>os</strong>ivo;<br />
Barato. Pouco eficaz e demorado;<br />
Distribuição não uniforme;<br />
Baixo poder de penetração;<br />
Alta toxicidade;<br />
Alergênico;<br />
Perde atividade com a presença de matéria<br />
orgânica;<br />
A formulação alcoólica corrói metais, danifica<br />
lentes, instrument<strong>os</strong> óptic<strong>os</strong>, artig<strong>os</strong> plástic<strong>os</strong> e de<br />
borracha;<br />
Deixa resídu<strong>os</strong> tóxic<strong>os</strong> em equipament<strong>os</strong>;<br />
É considerado carcinogênico pelo National Institute<br />
Rapidez: em 20 minut<strong>os</strong><br />
sob imersão apresenta<br />
esterilização.<br />
of Occupational Safety Health (NIOSH).<br />
Tóxico, o material deve ser submergido,<br />
imp<strong>os</strong>sibilitando seu uso para pós e líquid<strong>os</strong>.<br />
Larga Aplicação. Alto custo;<br />
Complexidade do processo com maior<br />
p<strong>os</strong>sibilidade de falhas;<br />
Toxicidade;<br />
Eficaz contra<br />
bactérias, fung<strong>os</strong>,<br />
microbactérias, vírus e<br />
espor<strong>os</strong>;<br />
Atóxico;<br />
É inofensivo ao<br />
ambiente;<br />
Esporicida nas<br />
concentrações de 6% a<br />
25%.<br />
Efeito carcinogênico, multagênico, teratogênico.<br />
As propriedades podem ser perig<strong>os</strong>as para alguns<br />
artig<strong>os</strong>, como end<strong>os</strong>cóspi<strong>os</strong>;<br />
Pode causar enterite e colite pseudomembran<strong>os</strong>as,<br />
se não for cuidad<strong>os</strong>amente retirado do end<strong>os</strong>cópio<br />
pela lavagem.<br />
Bertani et al.<br />
Rev. Edu., Meio Amb. e Saúde 2008; 3(1):223-237.
Rev. Edu., Meio Amb. e Saúde 3(1):223-237.<br />
AVALIAÇÃO DOS MÉTODOS<br />
Foram usad<strong>os</strong> <strong>os</strong> seguintes critéri<strong>os</strong> de acordo com a SOBECC (2005), para a<br />
avaliação d<strong>os</strong> métod<strong>os</strong>:<br />
• P<strong>os</strong>suir amplo espectro de ação antimicrobiano;<br />
• Agir rapidamente sobre tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> microorganism<strong>os</strong>;<br />
• Ser atóxico para <strong>os</strong> seres human<strong>os</strong> e o meio ambiente;<br />
• Não ser irritante quando em uso;<br />
• Não ser corr<strong>os</strong>ivo em superfícies;<br />
• P<strong>os</strong>suir meio de monitorização fácil e preciso;<br />
• Apresentar compatibilidade com <strong>os</strong> artig<strong>os</strong>;<br />
• P<strong>os</strong>sibilitar o uso com treinamento mínimo;<br />
• Ter efeito residual;<br />
• P<strong>os</strong>suir relação custo/benefício p<strong>os</strong>itiva.<br />
Segundo Martins (2001), pesquisas realizadas indicam que o gás óxido de<br />
etileno – ETO – é carcinogênico, multagênico e neurotóxico, e que seus resídu<strong>os</strong><br />
podem causar queimaduras das muc<strong>os</strong>as e lesões graves a<strong>os</strong> pacientes, podendo<br />
ainda levar a risc<strong>os</strong> ocupacionais caso não se respeitem as condições de segurança<br />
estabelecidas.<br />
Couto e Pedr<strong>os</strong>a, ressalta ainda que, as instituições que p<strong>os</strong>suam a esterilização<br />
a ETO devem ter autorização de funcionamento junto às Secretarias Estaduais de<br />
Saúde e obedecer às condições de instalação e operação especificadas na Portaria<br />
Interministerial nº 482 de 16 de abril de 1999. Nesta Portaria encontram as condições<br />
exigidas para instalação, processamento, embalagem, transporte de artig<strong>os</strong>, saúde e<br />
segurança ocupacional.<br />
O calor seco foi um método bastante utilizado até <strong>os</strong> an<strong>os</strong> 80, mas, devido à<br />
pesquisas que colocaram em dúvida sua validade da forma como era utilizada n<strong>os</strong><br />
h<strong>os</strong>pitais, caiu em desuso (SOBECC 2005). De acordo com Moura (1990), a estufa, da<br />
forma que é utilizada nas instituições brasileiras, não é um método confiável, uma vez<br />
<strong>Análise</strong> <strong>Qualitativa</strong> <strong>entre</strong> <strong>os</strong> Métod<strong>os</strong> Químic<strong>os</strong> e Físic<strong>os</strong> de Esterilização<br />
233
234<br />
que no interior de sua câmara encontram-se temperaturas diferentes das registradas<br />
n<strong>os</strong> termômetr<strong>os</strong>.<br />
Para Couto e Pedr<strong>os</strong>a (2003), a maior vantagem do calor seco é a sua<br />
penetração em sólid<strong>os</strong>, líquid<strong>os</strong> não-aqu<strong>os</strong><strong>os</strong> e cavidades fechadas. A ausência de<br />
corr<strong>os</strong>ão também é importante na esterilização de metais não-cromad<strong>os</strong> e instrument<strong>os</strong><br />
com ponta de corte muito fina. As desvantagens são a alta temperatura e longo período<br />
necessário para a esterilização. Atualmente, esse método não é muito empregado uma<br />
vez que, há dificuldade de validação do processo e a penetração do calor n<strong>os</strong> artig<strong>os</strong><br />
ser lenta.<br />
De acordo com Silva (2005), as vantagens da esterilização a vapor é o baixo<br />
custo, não tóxico, ciclo de fácil monitoramento e o processo é rápido. Penetra em<br />
materiais com lúmens e é seguro para o meio ambiente e o operador. O material úmido<br />
compromete a qualidade de processo, sendo uma das desvantagens.<br />
Segundo Couto e Pedr<strong>os</strong>a (2003), uma das grandes vantagens da autoclavação<br />
é a ausência de resídu<strong>os</strong> tóxic<strong>os</strong>. É o método mais comum de esterilização de artig<strong>os</strong><br />
crític<strong>os</strong>, sendo especialmente indicado para o reprocessamento de materiais termo-<br />
resistentes.<br />
Baseado n<strong>os</strong> dad<strong>os</strong> obtid<strong>os</strong>, foi observado que, o método de esterilização ideal<br />
deve apresentar vantagens para uma maior eficiência. Na Tabela 2 observam<strong>os</strong> um<br />
maior número de desvantagens d<strong>os</strong> métod<strong>os</strong> químic<strong>os</strong>, não se enquadrando n<strong>os</strong><br />
critéri<strong>os</strong> de avaliação da SOBECC. Na Tabela 1 observam<strong>os</strong> a ampla aplicação d<strong>os</strong><br />
métod<strong>os</strong> físic<strong>os</strong>. O vapor saturado sob pressão oferece uma maior segurança, sendo<br />
um processo mais eficiente e mais utilizado atualmente.<br />
CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
Os agentes químic<strong>os</strong> não estão indicad<strong>os</strong> como um método rotineiro de<br />
esterilização, devido dificuldade de manuseio, podendo ser altamente corr<strong>os</strong>iv<strong>os</strong>,<br />
apresentar alta toxicidade cutânea e alto custo, como observado na Tabela 2. Portanto,<br />
o método de esterilização mais recomendado é o método físico, que engloba uma série<br />
Bertani et al.<br />
Rev. Edu., Meio Amb. e Saúde 2008; 3(1):223-237.
Rev. Edu., Meio Amb. e Saúde 3(1):223-237.<br />
de vantagens sobre <strong>os</strong> demais, tais como: uso de agentes segur<strong>os</strong> e abundantes,<br />
compatibilidade, ação rápida, facilidade de monitorização, baixo custo, <strong>entre</strong> outr<strong>os</strong>.<br />
De acordo com alguns autores, a autoclavação é o processo de esterilização que<br />
oferece maior segurança, contudo, a escolha depende da natureza do material<br />
esterelizado. Várias publicações orientativas e normativas priorizam a esterilização por<br />
vapor, sempre que aplicável. É importante a estabilidade da temperatura ao longo do<br />
processo, determinando a letalidade da esterilização e garantindo o nível de<br />
esterilidade adequado.<br />
Desta forma, como integrante da equipe de enfermagem do Centro de Material e<br />
Esterilização, cabe ao enfermeiro manter-se atualizado com as tendências técnicas e<br />
científicas relacionadas ao controle de infecção h<strong>os</strong>pitalar e ao uso de tecnologias<br />
avançadas n<strong>os</strong> procediment<strong>os</strong> que englobem artig<strong>os</strong> processad<strong>os</strong> pelo CME (SOBECC<br />
2005).<br />
O enfermeiro p<strong>os</strong>sui papel fundamental no gerenciamento do setor e<br />
coordenação das atividades, pois é o profissional que detém o conhecimento de todas<br />
as técnicas e princípi<strong>os</strong> de Enfermagem, atuando na conscientização da equipe no<br />
desenvolvimento das normas e rotinas, e alertando quanto à importância na execução<br />
das técnicas corretas em todas as atividades, à assistência prestada ao cliente (Bolick<br />
2000, Salzano et al. 1996).<br />
Portanto, faz-se necessário que a supervisão e controle do processo de<br />
esterilização, tanto físico quanto químico, seja de responsabilidade do enfermeiro,<br />
atentando para a garantia de qualidade do serviço, alterações tecnológicas, gerando<br />
otimização do atendimento, relação de custo favorável e eficácia no controle de<br />
esterilização.<br />
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