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D.R.<br />

saúde<br />

Mário Morais de Almeida<br />

Imunoalergologista<br />

Hospital CUF Descobertas<br />

Hospital CUF Infante Santo<br />

mmoraisalmeida@<br />

netcabo.pt<br />

“As alergias alimentares são cada vez mais<br />

frequentes e graves, com queixas que podem<br />

ir de ligeiras a formas muito graves de anafi laxia,<br />

sendo cada vez mais comum observar casos<br />

em que existe alergia a múltiplos alimentos„<br />

NATAL: ALERGIAS NA CONSOADA?<br />

PREÂMBULO<br />

Em Portugal, o Natal é a festa familiar mais<br />

celebrada. Em antecipação, decoram-se as casas<br />

e as ruas. Árvore e presépio, enfeites vários,<br />

luzes, música, tudo em conjunto apela para a data<br />

que se aproxima.<br />

Na noite de dia 24, as famílias reúnem-se para<br />

a consoada. E muitas continuam as festividades<br />

no dia seguinte. A tradição, variando de região<br />

para região, elege do bacalhau ao peru, da aletria<br />

às fi lhoses, do arroz doce aos sonhos, das azevias ao<br />

bolo-rei. O marisco e o polvo não são esquecidos.<br />

Leite, ovos, trigo, frutos secos, peixe, crustáceos,<br />

moluscos, entre muitos outros ingredientes,<br />

asseguram sabores e elogios.<br />

Existe partilha, existe harmonia, a situação é<br />

perfeita.<br />

Mas, naquela família, que mora ali junto ao<br />

cruzamento, o Luisinho, o neto mais novo, é muito<br />

alérgico ao leite e ao ovo. Todos lembram o dia<br />

em que “felizmente o INEM chegou a tempo”.<br />

“O biberão não estava estragado, as proteínas<br />

do leite é que lhe fi zeram mal”, como explicaram<br />

na consulta de alergologia quando fez os testes.<br />

Mais tarde, com pouco mais de 1 ano, foi com um<br />

bocadinho de bolo de anos da mãe. “Começou<br />

a inchar e a respiração alterou-se muito, estava<br />

estranho.” A doutora confi rmou que mais uma<br />

alergia estava presente, agora era o ovo. Falou<br />

de anafi laxia ou choque anafi lático.<br />

Amanhã vem almoçar com a família a namorada<br />

do primo Miguel. É alérgica a marisco e a frutos<br />

secos. “Preparar refeições para esta família é<br />

cada vez mais complicado”, pensa a Ana com<br />

os seus botões.<br />

AS ALERGIAS ALIMENTARES SÃO UM PROBLEMA?<br />

Efetivamente, as alergias alimentares são cada vez<br />

mais frequentes e graves, com queixas que podem<br />

ir de ligeiras a formas muito graves de anafi laxia,<br />

sendo cada vez mais comum observar casos em<br />

que existe alergia a múltiplos alimentos. Por outro<br />

lado, os sintomas são cada vez mais persistentes,<br />

prolongando-se ao longo da vida.<br />

Estudos nacionais revelam que a alergia<br />

alimentar afetará mais de 5% da população, com<br />

predomínio das alergias ao leite de vaca e ao<br />

ovo nos primeiros anos de vida. São igualmente<br />

frequentes as alergias ao peixe, ao trigo, ao marisco<br />

(crustáceos e moluscos), a frutos secos e frescos,<br />

ao amendoim e a algumas sementes.<br />

COMO É QUE SE MANIFESTA ESTE TIPO DE ALERGIA?<br />

Independentemente do ou dos alimentos envolvidos,<br />

as manifestações clínicas surgem principalmente<br />

a nível da pele e das mucosas (urticária, inchaços,<br />

eczema), do aparelho gastrintestinal (diarreia,<br />

vómitos, dores abdominais), do aparelho<br />

respiratório (rinite, difi culdade respiratória, tosse),<br />

podendo ainda manifestar-se por formas graves<br />

de anafilaxia. Em alguns doentes, podem<br />

existir simultaneamente sinais e sintomas de<br />

vários órgãos.<br />

A alergia alimentar, em qualquer grupo etário,<br />

é a causa mais frequente de anafi laxia. E esta<br />

pode levar à morte.<br />

E COMO É QUE SE ABORDAM?<br />

Um quadro de alergia alimentar, nomeadamente<br />

quando é grave, pode ser de extrema complexidade.<br />

Devem ser enviados para o alergologista os quadros<br />

de alergia alimentar, comprovada ou suspeita, e<br />

sempre que as apresentações sejam moderadas<br />

a graves. Reduzem-se custos e controla-se a<br />

ansiedade, diagnosticando com celeridade,<br />

oferecendo alternativas alimentares, programando<br />

o tratamento de episódios agudos (por exemplo,<br />

nos quadros de anafi laxia grave, os doentes<br />

ou os seus familiares devem ser portadores de<br />

dispositivos – “canetas – para autoadministração<br />

de adrenalina), oferecendo ainda a possibilidade<br />

de efetuar tratamentos inovadores que podem<br />

permitir ultrapassar o estado de alergia.<br />

Viver com segurança, minimizando o impacto das<br />

alergias, é possível.<br />

Feliz Natal!

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