15.04.2013 Views

A BUSCA PELO SAGRADO: O mito do herói e os ritos de ... - ABHR

A BUSCA PELO SAGRADO: O mito do herói e os ritos de ... - ABHR

A BUSCA PELO SAGRADO: O mito do herói e os ritos de ... - ABHR

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

aqui para lhe ajudar, agora você terá que ser forte”. Se o neófito conseguir vencer as provas<br />

<strong>do</strong> ritual, significa que ele está pronto para assumir as suas novas responsabilida<strong>de</strong>s.<br />

No passa<strong>do</strong> a iniciação sexual era acompanhada por toda a comunida<strong>de</strong> através <strong>do</strong>s<br />

rituais. Há décadas atrás, era c<strong>os</strong>tume o pai levar seu filho para o pr<strong>os</strong>tíbulo e ficar <strong>do</strong> la<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

fora esperan<strong>do</strong> o resulta<strong>do</strong>. Talvez essa não seja a melhor forma <strong>de</strong> fazer a passagem, mas o<br />

fato é que a figura paterna estava presente e acompanhava o jovem nessa iniciação. Após o<br />

seu primeiro encontro com a meretriz o jovem tornava-se adulto, mas não é o ato sexual em si<br />

que importa e sim as transformações psicológicas trazidas por ele e que, <strong>de</strong> certa forma,<br />

remonta ao mun<strong>do</strong> imagético, à criação mítica da imagem que cada um tem <strong>do</strong> que é ser<br />

jovem e <strong>do</strong> que é ser adulto. Afinal o que diferencia um jovem <strong>de</strong> um adulto? A partir daquele<br />

momento o jovem <strong>de</strong>ixava o seu mun<strong>do</strong> infantil e a<strong>de</strong>ntrava no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s adult<strong>os</strong>.<br />

Em n<strong>os</strong>so tempo atual, não um momento <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> em que o jovem <strong>de</strong>ixa o seu mun<strong>do</strong><br />

a<strong>do</strong>lescente para assumir o adulto. É p<strong>os</strong>sível manter apeg<strong>os</strong> infantis mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> casa<strong>do</strong><br />

e com filh<strong>os</strong>. Em n<strong>os</strong>sa socieda<strong>de</strong> contemporânea <strong>os</strong> jovens são <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong>s à mercê <strong>de</strong> si<br />

própri<strong>os</strong> para fazerem seu ritual <strong>de</strong> passagem sozinh<strong>os</strong>, quan<strong>do</strong> quiserem, como se f<strong>os</strong>se algo<br />

natural. O peso psicológico <strong>de</strong>ssa passagem é gran<strong>de</strong>, as migrações <strong>de</strong> uma fase a outra não<br />

acontecem <strong>de</strong> forma natural. O resulta<strong>do</strong> é que o a passagem acontece <strong>de</strong> forma banal e sem<br />

assistência. N<strong>os</strong>so <strong>herói</strong> está sozinho e o sagra<strong>do</strong> foi banaliza<strong>do</strong>.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

DURAND, Gilbert. “As Estruturas Antropológicas <strong>do</strong> Imaginário”. SP: Martins Fontes, 3°<br />

edição, 2002.<br />

DURAND, Gilbert. “L’imagination symbolique”. França: Presses Universitaires <strong>de</strong> France, 3<br />

edição, 1976.<br />

PITTA, Danielle Perin Rocha. “Iniciação à teoria <strong>do</strong> imaginário <strong>de</strong> Gilbert Durand”. RJ:<br />

Atlântica Editora, 2005.<br />

DURKHEIM, Émile. “As formas elementares da vida religi<strong>os</strong>a: o sistema totêmico na<br />

Austrália”. SP: Martins Fontes, 3° edição, 2003.<br />

WEBER, Max. “A ética protestante e o espírito <strong>do</strong> capitalismo”. SP: Martin Claret, 2006.<br />

CAMPBELL, J<strong>os</strong>eph. Bill Moyers. “O po<strong>de</strong>r <strong>do</strong> <strong>mito</strong>”. SP: Palas Athena, 21° edição, 2003.<br />

SEGALEN, Martine. “Rit<strong>os</strong> e rituais contemporâne<strong>os</strong>”. RJ: FGV, 2002.<br />

SILVA, Juremir Macha<strong>do</strong> da. “Tecnologias <strong>do</strong> imaginário: esboç<strong>os</strong> para um conceito”. Texto<br />

integrante da pesquisa em <strong>de</strong>senvolvimento “Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> idéias: tecnologias <strong>do</strong> imaginário e<br />

comunicação.”<br />

RANK, Otto. “The myth of the birth of the hero: a psychological interpretation of<br />

mythology”. Publica<strong>do</strong> no Nervous and Mental Disease Monograph Series No. 18, The<br />

Journal of Nervous and Mental Disease Publishing Company, New York,1914.<br />

ELIADE, Mircea. O Sagra<strong>do</strong> e o Profano; trad. Rogério Fernan<strong>de</strong>s. São Paulo: Martins<br />

Fontes, 1992.<br />

10

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!